Atividade insulino-secretora de substâncias fenólicas de duas

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XXIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL
Belo Horizonte – MG – 21 a 24/09/2016
Atividade insulino-secretora de substâncias fenólicas de duas espécies
antidiabéticas do gênero Ocimum L. (Lamiaceae)
Livia Marques Casanova (PG)1,2*, Sônia Soares Costa (PQ)1, Per Bendix Jeppesen (PQ)2
* [email protected]; 1 Instituto de Pesquisa de Produtos Naturais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil; 2 Department of Endocrinology and Metabolism, Aarhus University Hospital, Aarhus C, Dinamarca
Palavras Chave: derivados do ácido cinâmico; flavonoide; fenólicos; insulina; ilhotas pancreáticas; diabetes
Introdução
Alfavaca (Ocimum gratissimum L.) e manjericão
(Ocimum basilicum L.), com usos medicinais e
culinários no Brasil, são empregadas no continente
africano para tratar o diabetes mellitus (DM), cuja
elevada morbidade e mortalidade atingem 422
milhões de pessoas no mundo1,2. A atividade
hipoglicemiante de extratos aquosos dessas plantas
já foi evidenciada em nossos estudos anteriores2. No
presente estudo avaliou-se o efeito de substâncias
fenólicas majoritárias de extratos aquosos de folhas
de O. basilicum e de O. gratissimum sobre a
secreção de insulina por ilhotas pancreáticas
isoladas de camundongos, visando aprofundar o
conhecimento sobre o potencial terapêutico dessas
espécies em diabetes.
Resultados e Discussão
Avaliou-se a secreção de insulina após exposição
aguda (1 h) e crônica (72 h) das ilhotas pancreáticas
aos ácidos cafeico, caftárico, chicórico e
rosmarínico e ao flavonoide C-glicosilado vicenina2, mostrados na Figura 1.
Figura 2. Efeito agudo das substâncias fenólicas (10-6 M)
sobre a secreção de insulina por ilhotas pancreáticas
incubadas por 1 h com glicose a 3,3 mM (A) e 16,7 mM
(B). *p < 0.05 em relação ao controle (Students t-test).
Esse é o primeiro relato de atividade insulinosecretora para os ácidos caftárico e rosmarínico,
bem como para a vicenina-2. O estímulo à secreção
de insulina foi anteriormente evidenciado para o
ácido cafeico na linhagem de células β INS-1E.3 Já o
ácido chicórico também se mostrou capaz de
aumentar a secreção de insulina em ilhotas
pancreáticas de rato, porém, em concentração
bastante superior à usada no presente estudo (10-2
M).4
Conclusões
Figura 1. Substâncias fenólicas majoritárias de
extratos aquosos de O. basilicum e O. gratissimum.
Todas as substâncias aumentaram a secreção de
insulina estimulada por glicose (16,7 mM) em
concentrações de 10-10 a 10-6 M, no tempo de 1 h.
Adicionalmente,
também se
observou
na
concentração de 10-8 M um aumento expressivo na
quantidade de insulina secretada pelas ilhotas
tratadas por 72 h. Entretanto, nenhuma das
substâncias estimulou a secreção de insulina em
baixas concentrações de glicose, evidenciando baixo
potencial para causar hipoglicemia (Figura 2).
As substâncias fenólicas majoritárias de O.
basilicum e O. gratissimum parecem estimular de
forma aguda e crônica a secreção de insulina em
ilhotas pancreáticas. Esses resultados reforçam o
potencial dessas espécies medicinais e de seus
constituintes fenólicos no tratamento do diabetes.
Agradecimentos
CNPq (Brasil), Aarhus University (Dinamarca).
1 World
Referências
Health Organization. Global Report on Diabetes, 2016.
Casanova, et al. Chem. Biodivers. 2016, In pres.
3 Mellbye et al. J. Nat. Prod. 2015, 78, 2447.
4 Tousch et al. Biochem. Biophys. Res. Commun. 2008, 377, 131.
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