6. doenças infecciosas

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Atlas de Oftalmologia
6. DOENÇAS INFECCIOSAS
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António Ramalho
Atlas de Oftalmologia
6 – DOENÇAS INFECCIOSAS
• Toxoplasmose
Congénita e adquirida.
Toxoplasmose congénita é habitualmente a manifestação recorrente da doença
congénita.
SINTOMAS: Floaters e diminuição da acuidade visual central (ocorre em 90% casos)
SINAIS: A retinite necrotizante focal apresenta-se como lesões retinianas brancoamareladas, com vitrite associada.
Cicatrizes corioretinianas hiperpigmentadas.
Sinais associados: Vasculite, hemorragias retinianas, papilite, irite e esclerite.
AF: Útil para demonstrar focos de retinite.
Fig. 6.1 Toxoplasmose congénita (Retinografia)
Fig. 6.2 Toxoplasmose congénita (Retinografia)
Fig. 6.3 Toxoplasmose congénita (Anerítica)
Fig. 6.4 Toxoplasmose congénita (Anerítica)
Fig. 6.5 Toxoplasmose congénita (AF)
Fig. 6.6 Toxoplasmose congénita (AF)
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António Ramalho
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Fig. 6.7 Toxoplasmose congénita (OCT)
Fig. 6.8 Toxoplasmose congénita (OCT)
Fig. 6.9 Retinite focal na Toxoplasmose congénita
(Retinografia)
Fig. 6.10 Toxoplasmose congénita (AF)
Fig. 6.11 Toxoplasmose congénita (OCT)
Fig. 6.12 Toxoplasmose congénita (Retinografia)
Fig. 6.13 Toxoplasmose congénita (Anerítica)
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António Ramalho
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Fig. 6.14 Toxoplasmose congénita (AF)
Fig. 6.16 Toxoplasmose congénita
(Retinografia)
Fig. 6.15 Toxoplasmose congénita (AF)
Fig. 6.17 Toxoplasmose congénita (Autofluorescência)
• Toxocara
Infecção pelo parasita Toxocara canis.
SINTOMAS: Perda de acuidade visual, estrabismo e leucocória.
SINAIS: Massa inflamatória, branco-amarelada, no polo posterior ou á periferia.
Inflamação intraocular variável.
Fig. 6.18 Retinocoroidopatia a Toxocara
(Retinografia)
Fig.6.19 Retinocoroidopatia a Toxocara (Retinografia)
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António Ramalho
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Fig. 6.20 Retinocoroidopatia a Toxocara
(Anerítica)
Fig. 6.21 Retinocoroidopatia a Toxocara (AF)
Fig. 6.22 Retinocoroidopatia a Toxocara.
Circulação colateral (AF)
Fig. 6.23 Retinocoroidopatia a Toxocara (OCT)
Fig. 6.24 Retinocoroidopatia a Toxocara (OCT)
• Tuberculose ocular
Rara. Afecta 1-2 % de doentes com Tuberculose.
SINTOMAS: variados. Visão desfocada, floaters, olho vermelho, dor e fotofobia.
SINAIS: Queratoconjuntivite flictenular, queratite intersticial, esclerite, granulomas
coroideus e vasculite retiniana.
Tuberculoma (Lesão solitária, branco-amarelada, de bordos mal delimitados em doente
que tinha tido tuberculose miliar).
AF e ecografia ocular úteis na avaliação de granulomas coroideus.
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António Ramalho
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Fig. 6.25 Granuloma coroideu na Tuberculose ocular
(Retinografia)
Fig. 6.26 Granuloma coroideu na Tuberculose ocular
(Retinografia)
• Neuroretinite
Consiste numa neurite óptica, com um envolvimento retiniano secundário.
Síndrome de perda de visão unilateral, edema do disco óptico e estrela macular, com
resolução espontânea.
O termo neuroretinite estelar idiopática de Leber é reservado para os casos em que não
foi encontrado um agente etiológico.
Pródromo viral descrito em 50% dos casos.
SINTOMAS: Visão desfocada, unilateral. A visão cromática pode estar afectada. Dor
retro ocular associada aos movimentos oculares é descrita raramente.
A estrela macular consiste num padrão lipídico e exsudado proteico radial á foveola e
que estende do disco óptico.
A estrela é mais proeminente habitualmente no lado nasal.
Torna-se mais aparente quando o líquido se reabsorve.
• Sífilis
A sífilis ocular pode apresentar duas formas: congénita ou adquirida.
SINTOMAS: Olho vermelho, dor ligeira e acuidade visual diminuída.
SINAIS: Corioretinite na sífilis congénita (Lesões tipo cratera peculiares, dispersas pelo
fundo ocular. As lesões são habitualmente do mesmo tamanho e têm o centro
despigmentado. Apresenta uma cicatriz macular).
Corioretinite na sífilis adquirida (papilite, descolamento exsudativo retina, vasculite,
atrofia óptica, pseudo retinopatia pigmentar)
Vaz-Pereira).
Vaz-Pereira).
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Fig.6.27 Corioretinite a sífilis congénita( Retinografia)
• Retinopatia AIDS
O aspecto mais comum é o de uma retinopatia não infecciosa.
Geralmente é assintomática.
SINAIS: Manchas algodonosas, hemorragias retinianas e doença microvascular.
A retinopatia não está correlacionada com a gravidade da doença a HIV.
Fig. 6.28 Uma mancha algodonosa pode ser o único
sinal inicial duma retinopatia a HIV (Retinografia)
Fig. 6.29 Uma mancha algodonosa pode ser o único
sinal inicial duma retinopatia a HIV (Retinografia)
Fig. 6.30 Uma mancha algodonosa pode ser o único sinal
inicial duma retinopatia a HIV (Anerítica)
• Retinite a Cytomegalovírus
É uma retinicoroidite que ocorre em indivíduos imunocomprometidos.
SINTOMAS: Floaters e amputação CV.
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Diminuição da acuidade visual e escotoma.
SINAIS: Dois tipos clínicos:
Fulminante (pizza fundus, com retinite necrotizante, com confluência das áreas
esbranquiçadas associadas com hemorragias retinianas e embainhamento vascular).
Indolente (opacificação branco acinzentada, edema, algumas hemorragias e
embainhamento vascular).
Cicatrizes antigas apresentam uma cicatrização retiniana fibroglial e pigmentar).
Fig. 6.31 Opacificação branco-acinzentada. Retinite
Indolente ou granular.
Fig. 6.32 Pizza fundus. Retinite necrotizante.
Fig. 6.33 Atrofia pós retinite a CMV (Retinografia)
Fig. 6.34 Atrofia pós retinite a CMV (Retinografia)
Fig. 6.35 Atrofia pós retinite a CMV (Retinografia)
Fig. 6.36 Atrofia pós retinite a CMV (Anerítica)
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• Síndrome necrose retiniana aguda
Síndrome de necrose retiniana que rapidamente se estende, vasculite arteriolar oclusiva
e vitrite.
Afecta indivíduos são e imunodeficientes.
SINTOMAS: Diminuição intensa da acuidade visual por extensão da necrose,
neuropatia óptica e oclusão vascular retiniana.
Desconforto ocular ligeiro, devido á inflamação intraocular.
A vitrite pode originar floaters ou diminuição da acuidade visual.
SINAIS: Hiperémia ciliar, devido á inflamação intraocular. Vitrite.
Embranquecimento retiniano que se estende posteriormente, poupando a mácula.
Posteriormente é substituído por adelgaçamento retiniano e cicatrização pigmentar.
Infiltrado perivascular nas arteríolas. Neuropatia óptica.
Podem ocorrer neovascularização ocular, oclusão vascular retiniana e neurite óptica.
AF: Diminuição perfusão retiniana.
Fig. 6.37 Síndrome necrose retiniana aguda
(Retinografia)
Fig. 6.39 Síndrome necrose retiniana aguda
(Anerítica)
Fig.6.38 Síndrome necrose retiniana aguda (Retinografia)
Fig. 6.40 Síndrome necrose retiniana aguda (Anerítica)
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Fig.6.41 Síndrome necrose retiniana aguda (AF)
Fig. 6.43 Síndrome necrose retiniana aguda (AF)
Fig. 6.45 Síndrome necrose retiniana aguda (AF)
Fig. 6.42 Síndrome necrose retiniana aguda (AF)
Fig.6.44 Síndrome necrose retiniana aguda (AF)
Fig. 6.46 Síndrome necrose retiniana aguda (AF)
• Corioretinite justapapilar
Cicatriz pigmentada, adjacente ao disco óptico, bordos bem delimitados, após um
episódio agudo de corioretinite justapapilar.
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Fig. 6.47 Coroidite justapapilar (Retinografia)
• Pseudohistoplasmose ocular
Patologia caracterizada pela existência de cicatrizes corioretinianas atróficas periféricas,
atrofia peripapilar e cicatrização macular disciforme.
SINTOMAS: A maioria é assintomática. Em presença de NVSR surgem
metamorfopsia, escotoma ou perda da acuidade visual.
SINAIS: As cicatrizes da pseudo-histoplasmose são múltiplas, discretas. Atróficas, com
bordos pigmentados hipertróficos. Podem apresentar faixas lineares periféricas. A
cicatrização periférica ocorre em mais de 60% dos casos.
A NVSR pode surgir de cicatrizes maculares ou peripapilares.
Fig. 6.48 Pseudo-histoplasmose (Retinografia)
(Foto cedida pelo Dr. João Carvalho)
Fig. 6.50 Pseudo-histoplasmose (Anerítica)
Fig. 6.49 Pseudo-histoplasmose (Retinografia)
(Foto cedida pelo Dr. João Carvalho)
Fig. 6.51 Pseudo-histoplasmose (Anerítica)
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(Foto cedida pelo Dr. João Carvalho)
(Foto cedida pelo Dr. João Carvalho)
Fig. 6.52 Pseudo-histoplasmose (AF)
(Foto cedida pelo Dr. João Carvalho)
Fig. 6.53 Pseudo-histoplasmose (AF)
(Foto cedida pelo Dr. João Carvalho)
Fig.6.54 Pseudo-histoplasmose (AF)
(Foto cedida pelo Dr. João Carvalho)
Fig. 6.55 Pseudo-histoplasmose (AF)
(Foto cedida pelo Dr. João Carvalho)
• Cisticercose
Consiste na forma larvar do agente Taenia solium.
Ocorre na órbita, pálpebras, subconjuntival e segmento anterior.
SINAIS: O atingimento do segmento posterior (em 10% dos casos), localiza-se no
vítreo ou espaço subretiniano.
Diâmetro de 3 a 6 discos diâmetro, com um escolex central. Pode flutuar livremente no
vítreo.
COMPLICAÇÕES: Descolamento exsudativo retina, alterações do EPR, edema retina,
hemorragias intraretinianas e embainhamento vascular.
Não tratada, origina uma uveíte exsudativa intensa.
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Fig. 6.56 Cisticercose
Fig. 6.57 Cisticercose
• Necrose retiniana externa progressiva
Similar á necrose retiniana aguda, mas com menor inflamação e uma evolução clínica
mais agressiva.
Ocorre em doentes com HIV e retinite herpética.
SINAIS: Área de opacificação branco-amarelada, ponteada, que se tornam mais
confluentes. Aparência lisa, aplanada, sem evidência de vasculite. Tendência para um
envolvimento circunferencial da retina periférica.
Pode estar presente um envolvimento macular.
Fig. 6.58 Necrose retiniana externa progressiva.
• Cândida albicans
É um agente comum como etiologia de endoftalmite fúngica endógena.
Ocorre em indivíduos imunocomprometidos e toxicómanos.
SINTOMAS: Diminuição progressiva unilateral da visão e floaters.
SINAIS: As áreas focais de corioretinite surgem como manchas esbranquiçadas, de
bordos fluos. Os microabcessos vítreos surgem como aspecto de bolas de algodão,
esbranquiçadas.
EVOLUÇÃO: Crónica. Evoluem para necrose ou descolamento retina.
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Fig. 6.59 Cândida albicans
• Neuroretinite subaguda unilateral difusa
Doença infecciosa causada por um nematodo, localizado no vítreo ou espaço
subretiniano.
Usualmente surge em crianças ou adolescentes.
SINTOMAS: Perda súbita da acuidade visual (de 6/10 a 1/10). Floaters e desconforto
ocular.
SINAIS: Vitrite ligeira, edema do disco óptico moderado e lesões cinzento
esbranquiçadas, multifocais. Nematodo adjacente às lesões.
COMPLICAÇÕES: Atrofia óptica, estreitamento arteríolas retinianas e alterações
degenerativas no EPR.
Fig. 6.60 Neuroretinite subaguda unilateral difusa.
Outras patologias:
• Aspergillose
• Cryptococose
• Lepra
• Doença arranhão gato
• Leptospirose
• Coccidiomycosis ocular
• Pneumocystii carini
• Oftalmomíase interna
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