Grécia: Períodos PréHomérico e Homérico Módulo 7 Costuma-se dividir a história da Grécia Antiga em quatro períodos: Pré-Homérico: séculos XX a XII a.C. Homérico: séculos XII a VIII a.C. Arcaico: séculos VIII a VI a.C. Clássico: séculos VI a IV a.C. Aspectos Geográficos Localiza-se no sudeste do continente europeu, no sul da Península Balcânica, banhada pelos mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo. Compreende duas partes unidas pelo Istmo de Corinto: ao norte, a Grécia Continental, ao sul, a Península do Peloponeso. Vida determinada pela montanha e a orla marítima. Montanhas dificultavam as comunicações entre as planícies e os pequenos vales férteis, fragmentando o território em numerosas comunidades, completamente independentes entre si. Litoral recortado e numerosas ilhas deram a tradição marítima aos gregos. Pecuária teve papel importante e a agricultura praticada nos vales e encostas das montanhas (trigo, cevada, vinhas e oliveiras). Clima: quente e seco + relevo montanhoso = dificuldade em se praticar a agricultura. Relevo montanhoso dificultava as comunicações internas, favorecendo o isolamento geográfico e o surgimento de unidades políticas independentes, as cidades-Estado. 3. Período Pré-Homérico Os primeiros habitantes da Grécia foram os pelágios ou pelasgos que ocupavam o litoral e estavam organizados em comunidades. Acabaram assimilados por povos indo-europeus que invadiram a Península Balcânica, a partir de 2000 a.C. Aqueus Foram os primeiros a chegar e se fixar na Península do Peloponeso, ao sul da Grécia, nas cidades de Argos, Tirinto e Micenas. As relações entre os aqueus e os cretenses levaram ao surgimento da civilização creto-micênica. Com os cretenses, os micênios aprenderam técnicas navais e desenvolveram atividades mercantis no mar Egeu. Entraram em contato com os habitantes da ilha de Creta e assimilaram sua cultura. Jônio e Eólios Chegaram por volta de 1700 a.C. e se integraram às populações já existentes. A principal cidade jônica foi Atenas. Já os eólios, Tebas. Expansão da população grega que se chocou contra a supremacia cretense no mar – talassocracia. Cnossos, a principal cidade Creta, foi destruída A Lenda do (Minotauro: rei de Creta, monstro antropófago que foi morto por Teseu, herói grego de Atenas) narra este fato. Expansão micênica continuou pelo Mar Egeu em direção ao Mar Negro, culminando com a destruição de Troia (Ilíada, Helena e Ulisses): rapto de Helena, esposa de Menelau (rei de Esparta) por um príncipe troiano. A destruição de Troia foi a continuação de um capítulo que se iniciara com a tomada de Cnossos. Dórios Chegaram à região por volta de 1200 a.C. (auge da expansão micênica) e se fixaram na cidade de Esparta, após derrotar os aqueus na Península do Peloponeso. Caracterizou-se pela agressividade. Conheciam armas de ferro e arrasaram as cidades por onde passaram. Destruíram a civilização creto-micênica e provocaram a fuga da população para as ilhas do Mar Egeu, para o litoral da Ásia Menor e para o Mar Mediterrâneo. Formaram inúmeras colônias gregas na região e ficou conhecida como a primeira diáspora grega. População passou a viver isoladamente, em comunidades familiares conhecidas como genos. 4. Período Homérico • Leva esse nome em homenagem ao poeta Homero, autor de dois poemas épicos: a Ilíada e a Odisséia, que forneceram aos pesquisadores as primeiras informações sobre a Grécia Antiga. Ilíada: Homero narra a Guerra de Troia, que os gregos chamavam de Ílion. Odisséia: Homero narra as aventuras de Ulisses (Odisseu), no período após a Guerra de Troia até seu retorno à terra natal, a ilha de Ítaca, onde sua esposa Penélope, o esperava. Genos: primitiva unidade econômica, social, política e religiosa dos gregos. Autoridade do pater familias e a função do primogênito. Grupos consanguíneos com uma população relativamente numerosa. Bens de produção e trabalho coletivos, sendo a produção distribuída igualmente entre todos os familiares. Predomínio da igualdade social. Diferenças tradicionais devido à proximidade com o pater familias (que era responsável pelo culto aos antepassados). Controlava ainda a justiça costumeira (leis orais) e o comando do exército do genos. Do genos à polis • Período de retrocesso cultural, conhecido como a Idade das Trevas, entre os séculos XII e VII a.C., após a exuberância de civilização creto-micênica. • Transformações nas comunidades gentílicas no final do período homérico. • Crescimento das famílias rápido; e lento da produção agrícola. • Falta de terras férteis. • Eupátridas (bem-nascidos), georgoi (agricultores) e thetas (marginais). • Eupátridas herdaram a tradição do pater familias monopolizando o poder político e constituindo uma aristocracia de bases fundiárias. Os aristocratas se agrupavam em fratrias. Um grupo de fratrias formavam uma tribo. União de várias tribos deu origem a pequenos Estados locais, a pólis ou cidades-Estado (século VII a.C., aproximadamente 160 cidades-Estado). Primitivamente a pólis era governada por um Basileus (rei) cujo poder era limitado pelos eupátridas. A terra, o rebanho, a colheita e os instrumentos de trabalho pertenciam a toda comunidade. União de várias tribos deu origem a pequenas cidadesEstado. Arcontes apareciam quando os reis tentavam maior controle sobre o poder, e eram magistrados indicados pelo Conselho dos Aristocratas e renovados anualmente. Era Arcaica (séculos VIII a.C. a VI a.C.), ganharam importância as cidades surgidas de Atenas e Esparta, em razão da influência sobre as outras cidades e do antagonismo entre elas. Gregos iniciaram uma expansão que culminou com a colonização das principais áreas da Bacia do Mediterrâneo: segunda diáspora (crescimento populacional, escassez de alimentos e terras cultiváveis, ideal de aventura, espírito de navegação e interesse em fazer novas colônias). Consequências da desintegração gentílica Aprofundamento das desigualdades sociais: Donos (eupátridas) das melhores e maiores terras; Pequenos proprietários que muitas vezes acabavam escravos por dívidas por empréstimos junto aos eupátridas; Não proprietários que se tornaram comerciantes, artesãos e trabalhadores. • Procura por novas regiões fez com que fossem fundadas novas colônias gregas pelo mar Mediterrâneo e pelo mar Negro, o que veio a se denominar de segunda diáspora grega. • Os colonos gregos tinham laços culturais e econômicos com a cidade-Estado e, desenvolveram a agricultura, artesanato e comércio. Dinamizou o mercado. Graças às intensas relações comerciais entre as cidades gregas e as colônias. A autoridade baseada na tradição começou a ser questionada pelos grande proprietários que passaram a utilizar a posse da terra como base de riqueza e poder. Colônias Gregas – VIII a VI a.C.