o enfermeiro e sua contribuição para o tratamento de pacientes com

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O ENFERMEIRO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O TRATAMENTO DE
PACIENTES COM DIABETES MELLITUS
THE NURSE AND ITS CONTRIBUTION TO THE TREATMENT OF PATIENTS
WITH DIABETES MELLITUS
Weliton Marcelo Vieira
FAC - Redentor
[email protected]
Gisele Simas dos Santos, M.Sc
Orientadora
Enfermeira – UFF
Pós Graduada em Terapia Intensiva e Educação – UFJF
Pós Graduada em Formação Pedagógica em Educação Profissional
na Área de Saúde - ENSP/FIOCRUZ/UFF
Mestre em Ciências da Saúde – UNIPLI
Rodovia BR 356, Nº 25, Cidade Nova, Itaperuna-RJ, 28300-000
Tel: 32 99595254
[email protected]
RESUMO
O artigo referente ao tema “o enfermeiro e sua contribuição para o tratamento de
pacientes com Diabetes Mellitus, apresenta como objetivo geral analisar a
importância da orientação oferecida pelos enfermeiros aos pacientes com Diabetes
Mellitus nas unidades de atendimento a saúde – Programa Saúde da Família. Os
objetivos específicos buscam conceituar o Diabetes Mellitus; apresentar os seus
diferentes tipos; demonstrar a atuação do enfermeiro relacionado à orientação dos
pacientes através da educação para a saúde. A metodologia utilizada para o
desenvolvimento do estudo caracteriza-se pela pesquisa exploratória qualitativa de
referência bibliográfica, desencadeando a busca sob a luz da literatura em língua
portuguesa discussões referentes ao tema abordado. O diabetes é uma doença que
deve ser controlada, atividades como mudança nos hábitos alimentares, realização
de atividades físicas são fundamentais para que os pacientes possam controlar o
nível de glicose. Por isso, a orientação realizada pelo enfermeiro contribui para a
melhoria da qualidade da vida dos pacientes, pois além de informar e orientar,
transmite através de sua aproximação com o paciente e familiares, as noções
necessárias para que o paciente recupere a sua auto estima e busque ultrapassar
os obstáculos que, a princípio, parecem impossíveis de serem superados, mas com
orientação e acompanhamento especializado é capaz de vencer as barreiras que os
prejudicam de ter uma vida saudável com atividades que lhes promovam o bemestar.
Palavras-chave: Enfermagem. Diabetes Mellitus. Programa Saúde da Família.
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ABSTRACT
The article on the topic "the nurses and their contribution to the treatment of patients
with Diabetes Mellitus, has aimed at analyzing the importance of the guidance
offered by nurses to patients with Diabetes Mellitus in the health care units - the
Family Health Program. The specific objectives seek to conceptualize Diabetes
Mellitus; present their different types, to demonstrate the performance of nurses
related to the orientation of patients through health education. The methodology used
to develop the study is characterized by qualitative exploratory research of
bibliographic reference, triggering the search in light of literature in Portuguese
discussion related to the topic discussed. Diabetes is a disease that must be
controlled, change in activities such as eating habits, physical activity is essential so
that patients can control the level of glucose. Therefore, the orientation conducted by
nurses contributes to improving the quality of life of patients, as well as inform and
guide conveys through his approach with the patient and family, the notions
necessary for the patient to recover their self-esteem and seek overcome obstacles
that at first seem impossible to overcome, but with expert guidance and monitoring is
able to overcome the barriers that hinder having a healthy life with activities that
promote their welfare.
Keywords: Nursing. Diabetes Mellitus. Family Health Program.
1 INTRODUÇÃO
O Diabetes Mellitus é uma doença que vem sendo diagnosticada em meio à
população acarretando a preocupação por parte do Ministério da Saúde, devido ao
seu aumento significativo nas últimas décadas, levando ao surgimento de inúmeros
estudos sobre as suas causas e consequências para a saúde dos indivíduos.
De acordo com os estudos realizados pelo Ministério da Saúde demonstra
que o índice de portadores de diabetes Mellitos na faixa etária de 30 a 69 anos é
considerado elevado, chegando a 11% da população brasileira (BRASIL, 2006).
Nesse sentido, salienta-se que, a preocupação em relação ao aumento do
número de pacientes com diabetes acarreta custos sociais além do impacto na
morbimortalidade da população (ASSUNÇÃO e URSINE, 2012).
A importância da prevenção do Diabetes Mellitus vem sendo destacada como
sendo um dos recursos disponibilizados pelo Ministério da Saúde, visando o controle
do aumento dos índices de pacientes diabéticos, salientando que, campanhas são
realizadas periodicamente com o intuito de promover a sensibilização da população.
3
O tratamento do Diabetes Mellitus é oferecido pela rede pública de saúde,
através das unidades do Programa Saúde da Família, a intensificação das
orientações realizadas pelos enfermeiros é reconhecida como sendo de grande
importância para o controle da doença, visando à melhoria da qualidade de vida dos
pacientes.
Dentro desse contexto, surge a seguinte indagação: Quais as atividades que
podem ser desenvolvidas pelos enfermeiros durante o atendimento aos pacientes
com Diabetes Mellitus?
O enfermeiro que atua nas unidades de atendimento de saúde coletiva são
profissionais que realizam suas atividades diretamente com os pacientes, sendo
suas funções consideradas importantes por promover a aproximação e a conquista
da confiança dos pacientes com os profissionais da saúde.
Para tanto, o objetivo geral do estudo visa demonstrar a importância da
orientação oferecida pelos enfermeiros aos pacientes com Diabetes Mellitus nas
unidades de atendimento da Estratégia Saúde da Família para a melhoria de sua
qualidade de vida.
Os objetivos específicos buscam definir o Diabetes Mellitus; apresentar os
seus diferentes tipos; demonstrar a atuação do enfermeiro relacionado à orientação
dos pacientes através da educação para a saúde.
A justificativa do tema abordado refere-se à importância do conhecimento
sobre as atividades desenvolvidas pelos enfermeiros no atendimento aos pacientes
com diabetes, estabelecendo a compreensão de que a atuação dos profissionais de
enfermagem nas unidades de atendimento básico de saúde é de suma relevância
para que os usuários possam ser orientados e acompanhados visando à melhoria de
sua qualidade de vida, promovendo a educação, a conscientização e a
sensibilização para a mudança de hábitos que prejudicam a sua saúde.
O estudo possui como pretensão apresentar elementos que oportunizem a
abertura da discussão sobre o tema abordado, salientando que a função do
profissional de enfermagem é fundamental para a melhoria da qualidade de vida dos
pacientes portadores de Diabetes Mellitus.
4
2 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do estudo caracteriza-se pela
pesquisa exploratória qualitativa de referência bibliográfica, desencadeando a busca
sob a luz da literatura em língua portuguesa discussões referentes ao tema
abordado.
Gil (2008, p. 38) relata que o estudo exploratório “aborda assuntos que foram
pouco estudados, visando à busca de um novo enfoque ou aspecto particular, sobre
o que já foi pesquisado ou enunciado como teoria”.
Para a coleta de dados e informações foram pesquisados 15 artigos, onde
destes, foram utilizados 08 com limitação de publicação entre os anos de 2006 a
2012, que melhor discutem sobre o tema abordado. Esses artigos foram
pesquisados em
sites
como
Scielo,
Bireme,
utilizando
como
descritores:
Enfermagem, Diabetes Mellitus, Programa Saúde da Família.
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 Diabetes Mellitus: definição
O Diabetes Mellitus é uma doença que vem se apresentando como uma das
preocupações dos órgãos de saúde, devido à incidência de casos os quais se
tornam cada vez mais comum em meio à população mundial.
Pimenta (2012) afirma que o cotidiano em referência a redução do tempo para
a realização de alimentações saudáveis, vem contribuindo significativamente para
que o aumento da doença seja confirmado.
A preferência da população por guloseimas e alimentos com alto nível de
calorias é destaque em diferentes estudos realizados, o que pode resultar em
quadros de obesidade e de surgimento do diabetes (NASCIMENTO et al, 2011).
Nesse sentido, salienta-se que a compreensão da definição do Diabetes
Mellitus, favorece a sensibilização em relação as suas consequências relacionadas
a sua saúde, promovendo a busca pela prevenção através de uma alimentação
saudável e consultas periódicas aos postos de atendimento da saúde básica.
De acordo com Grossi e Pascali (2009), o Diabetes Mellitus pode ser definido
como sendo:
5
Um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia
resultante de defeitos na secreção e/ou ação da insulina. Sua classificação,
assim como seus critérios diagnósticos, vem sofrendo modificações nos
últimos anos acompanhando a evolução dos conhecimentos sobre sua
fisiopatologia e epidemiologia (GROSSI e PASCALI, 2009, p. 07).
A importância da compreensão da definição do Diabetes Mellitus se
fundamenta no esclarecimento de que trata-se de uma doença a qual o nível de
glicose no organismo influencia significativamente a condição de saúde do paciente,
levando-o a mudança de hábitos principalmente alimentares, devido a necessidade
da redução da quantidade de açúcar.
De acordo com Nascimento et al (2011), o excesso de alimentos calóricos
vem sendo destaque na culinária mundial, o consumo exagerado promove o
surgimento de doenças que preocupam a Organização Mundial da Saúde, o que é
também um fator preocupante para o Ministério da Saúde do Brasil.
Os indivíduos quando são comunicados da existência da doença em seu
organismo, apresentam reações diferenciadas, promovendo a atenção dos
profissionais da saúde no que se refere à orientação quanto às transformações
necessárias em suas atividades com o intuito de permitir-lhes uma vida regular
(BRASIL, 2006).
O Diabetes Mellitus é apontado como sendo um dos principais fatores
responsáveis pela morbimortalidade no Brasil, desencadeando o aparecimento de
outras doenças consideradas crônicas que afetam a saúde dos pacientes, caso não
ocorra à realização do tratamento indicado para a melhoria de sua qualidade de
vida.
De acordo com Borba et al (2012), o Diabetes acarreta inúmeras
complicações à vida diária dos indivíduos. O seu controle é fundamental para que
não se prolifere outras doenças que são aguçadas por ele. Para tanto, a
necessidade da realização de exames periódicos é um dos fatores que é ressaltado
pelos profissionais da saúde como forma de promover o desenvolvimento de
medidas que favoreçam o controle da saúde dos indivíduos.
Nesse sentido, salienta-se que a realização de exames periódicos é
fundamental para que os indivíduos possam descobrir se possuem ou não diabetes,
o que pode resultar quanto mais cedo à descoberta da doença, melhor resposta do
tratamento realizado, principalmente em relação a adaptação de hábitos
6
alimentares, atividades físicas e sensibilização da necessidade da realização efetiva
do tratamento indicado pela equipa de profissionais da saúde (BRASIL, 2011).
Para tanto, faz-se necessário ressaltar que em relação a classificação do
Diabetes Mellitus, dois tipos se encontram de maneira mais comum nas estatísticas
apresentadas pelo Ministério da Saúde, sendo eles o Diabetes Mellitus tipo 1 e o
Diabetes Mellitus tipo 2.
3.2 Classificação do Diabetes Mellitus
3.2.1 Diabetes Mellitus tipo 1
De acordo com Nascimento et al (2011) o Diabetes Mellitus tipo 1 é detectado
nas crianças e nos adolescentes, ocasionado principalmente em decorrência da
ausência de comportamentos adequados principalmente no que se refere a
alimentação, a atividade física, ao desenvolvimento de ações que previnam o
surgimento da doença.
Esse tipo de diabetes, tipo 1, é considerado como sendo o mais agressivo,
apresenta como consequência o emagrecimento das crianças e dos adolescentes
devido a falta de produção de insulina, o que provoca o aumento do nível da glicose
no sangue afetando consideravelmente a saúde dos pacientes (PIMENTA, 2012).
Outro fator a ser destacado, configura-se no fato de que, o Diabetes Mellitus
tipo 1, em geral é detectado em indivíduos até trinta anos, o que requer cuidados e
realização de exames periódicos em busca do diagnóstico positivo ou negativo da
existência da doença desde a infância.
O Diabetes Mellitus tipo 1 caracteriza-se por deficiência absoluta de
produção de insulina no pâncreas, causando dificuldades ao fígado de
compor e manter os depósitos de glicogênio que é vital para o organismo,
com isso acumulando no sangue açúcar, levando a hiperglicemia, quer
dizer, alto nível de glicose no sangue. Assim a eficiência das células fica
reduzia para absorver aminoácidos e outros nutrientes necessários,
necessitando do uso exógeno do hormônio de forma definitiva
(SARTORELLI e FRANCO, 2003 apud LUCENA, 2007, p. 12).
De acordo com Grossi e Pascali (2009, p. 09), a doença apresenta sintomas
clássicos, como “poliúria, polidipsia, perda inexplicada de peso, polifagia, visão
turva”.
7
Esses sintomas ao serem diagnosticados necessitam ser tratados para que
não ocorra o avanço e consequentemente o agravamento da doença, sendo
necessário o acompanhamento de profissionais de saúde para a orientação dos
pacientes sobre as ações que devem ser realizadas.
Salienta-se ainda que, nas unidades de Programa Saúde da Família, os
enfermeiros podem contribuir no que se refere à orientação e informação das
famílias que possuem indivíduos crianças ou adolescentes com diabetes tipo 1,
desencadeando o acompanhamento de suas necessidades visando possibilitar aos
pacientes condições de sobrevivência através da adaptação de sua rotina, uma vez
que se faz necessária a utilização de insulina para manter condições satisfatórias
para a realização de suas atividades diárias (LUCENA, 2007).
Para Gonçalves e Ramos (2009), as crianças e os adolescentes sendo estes
os mais atingidos pelo Diabetes Mellitus tipo 1, apresentam em sua maioria,
resistência na realização do tratamento, uma vez que, a descoberta da doença afeta
as suas emoções, necessitando serem amparados pelos profissionais da saúde e
pela família, vislumbrando a motivação para que os mesmos possam seguir o
tratamento recomendado.
Por isso, o enfermeiro, ao intervir através de seus conhecimentos, pode
contribuir para que as crianças e os adolescentes realizem o tratamento através da
conquista da confiança dos pacientes, para que a orientação realizada possa ser
efetiva em benefício do entendimento da necessidade do cumprimento das novas
atividades que favorecem a sua convivência com a doença, sem que o fator baixaestima atrapalhe o seu emocional.
3.2.2 Diabetes Mellitus tipo 2
O Diabetes Mellitus tipo 2, “representa 90 a 95% dos casos que afetam
indivíduos de qualquer idade, principalmente após os 40 anos” (GROSSI e
PASCALI, 2009, p. 09).
Os indivíduos com diabetes tipo 2 podem permanecer assintomáticos
durante anos ou décadas. Quando a deficiência de insulina progride, os
sintomas podem ocorrer. No início, os aumentos da micção e da sede são
discretos e pioram gradualmente ao longo de semanas e meses (BATISTA
et al, 2005 apud LUCENA, 2007, p. 30).
8
O diabetes é a principal causa de amputação traumática de membro inferior
por gangrena, além de ampliar os casos de amputação dos membros inferiores,
A relação aos cuidados referentes ao Diabetes Mellitus tipo 2, faz-se
relevante salientar que os pacientes são geralmente adultos, necessitando de
adaptações em seu estilo de vida (ASSUNÇÃO e URSINE, 2012).
O diabetes é considerado na atualidade uma doença que deve ser controlada
por quem já a possui e prevenida pela população, através da realização de exames
cujo objetivo é de monitorar o nível de glicose no sangue.
“Cerca de 80% dos casos de diabetes tipo 2 podem ser atendidos
predominantemente na atenção básica. A coordenação do cuidado dentro e fora do
sistema de saúde é de responsabilidade da equipe de atenção básica” (BRASIL,
2006, p. 13).
Os antecedentes pessoais são importante, como passado obstétrico
sugestivo de DMG, diagnóstico prévio de DMG e de hiperglicemia diária
gestacional, de hipertensão arterial e de dislipidemia. Com freqüência há
presença de familiares com DMT2. Neste tipo de diabetes é de grande
importância o diagnóstico precoce da doença (PIMENTA, 2012, p. 06).
O tratamento da doença apresenta resultados positivos em relação ao
controle do aumento do açúcar no sangue, possibilitando sua sobrevivência através
do uso de insulinas, alimentação balanceada e atividades físicas.
De acordo com Brasil (2006), o apoio da família é fundamental para que o
indivíduo com diabetes consiga incorporar em sua prática diária, as adaptações
necessárias para a sobrevivência. Por isso, a orientação fornecida pelos enfermeiros
às famílias é fundamental, pois as informações repassadas contribuem para manter
a motivação do paciente sobre o fato de que é possível conviver com a doença, sem
a perda em suas atividades.
Os fatores de risco relacionados ao Diabetes Mellitus Tipo 2, de acordo com
Lucena (2007, p. 29) são: “idade, obesidade, histórico familiar de diabetes,
inatividade física habitual, raça, glicemia de jejum e Triglicérides total alterados
anteriormente, histórico de diabetes gestacional, hipertensão, colesterol da
lipoproteína de alta densidade”.
Cada um dos fatores apresentados requer atenção dos indivíduos em relação
a sua possibilidade de desenvolvimento do Diabetes Mellitus, evidenciando que a
prevenção da doença deve ser um aspecto primordial para que os indivíduos
9
possam ser diagnosticados de maneira precoce evitando complicações em seu
quadro de saúde.
3.3 A contribuição do enfermeiro no tratamento do Diabetes Mellitus
O diabetes é uma doença que necessita de tratamento constante para que os
pacientes possam conviver com as adaptações necessárias em relação aos seus
hábitos cotidianos (ALMINO, QUEIROZ e JORGE, 2009).
O atendimento realizado pelos profissionais da saúde nas unidades do
Programa Saúde da Família é considerado um fator positivo no tratamento da
doença.
O enfermeiro pode contribuir significativamente para a sensibilização dos
pacientes realizando consultadas de enfermagem, orientando, monitorando,
informando aos pacientes sobre as suas necessidades e demonstrando que a
convivência com a doença torna-se uma possibilidade real se houver a participação
efetiva do paciente na realização das atividades propostas (BRASIL, 2011).
As campanhas que são realizadas pelo Ministério da Saúde contribuem para
o esclarecimento das dúvidas e questionamentos apresentados pelos pacientes
sobre o diabetes, o que é de grande importância para que se consiga convencer os
indivíduos sobre a importância do tratamento (LUCENA, 2007).
A educação em saúde objetiva a melhoria das condições de vida e de
saúde da população, e para fazer isto, faz-se necessário que esteja voltada
para a realidade a qual se destina. Destaca-se que as ações envolvendo
comunidades, serviços de saúde vinculados à atenção básica, escolas,
creches, hospitais e outros locais, deve compreender as relações entre os
sujeitos sociais, com uma abordagem ativa do sujeito (BORBA et al, 2012,
p. 173).
A educação em saúde realizada pelo enfermeiro junto aos pacientes com
diabetes é destacada com sendo uma ação que apresenta resultados favoráveis. O
envolvimento dos enfermeiros nas atividades referentes ao controle do diabetes é
um fator que possibilita a aproximação entre profissional e pacientes, possibilitando
a formação de novos conceitos e práticas que estimulam a busca por mais
atividades pelos pacientes (GONÇALVES e RAMOS, 2009).
O Programa Saúde da Família – PSF foi criado para o atendimento dos
pacientes em suas residências, e por isso, o trabalho desenvolvido pelo enfermeiro
10
se torna mais presente, por agir no monitoramento e na orientação dos pacientes n
controle do diabetes.
Os pacientes necessitam ser informados que o controle referente a uma
alimentação saudável, a prática de atividades físicas, a necessidade de visitas
periódicas ao PSF é fundamental para o controle da doença.
As práticas educativas trazem como benefícios para o indivíduo com
diabetes, além do controle metabólico, o suporte quanto aos aspectos
psicológicos e relacionamento familiar. Já para o profissional de saúde,
possibilita o entrelaçamento entre a teoria e a prática, com uma visão global
do sujeito como portador de uma doença crônica, cidadão e humano
(BORBA et al, 2012, p. 174).
Os conhecimentos dos enfermeiros sobre as suas responsabilidades
favorecem o desencadeamento da compreensão que a sua presença junto ao
portador de diabetes é positiva. As informações repassadas pelos enfermeiros
estimulam os pacientes a buscarem cumprir as novas atividades que lhes são
propostas (LUCENA, 2007).
Além disso, diferentes atividades podem ser realizadas pelos enfermeiros
durante o atendimento aos pacientes com diabetes, estabelecendo a aproximação
entre profissionais e pacientes, favorecendo a relação aproximada referente a
confiança que deve ser estabelecida para que as orientações repassadas possam
ser cumpridas em benefício dos pacientes.
Salienta-se ainda que, as palestras referentes ao diabetes são consideradas
de suma importância para a sensibilização dos pacientes. Assim, através dos postos
de atendimento, a realização periódica de palestras e eventos demonstrando na
prática
a
importância
da
mudança
de
hábitos
alimentares,
contribui
significativamente para o desenvolvimento de novas ações diárias (BRASIL, 2011).
As consultas de enfermagem são atividades que os enfermeiros necessitam
realizar, além de ser o momento pelo qual os pacientes apresentam a sua rotina,
queixas e perspectivas. O enfermeiro deve estar capacitado para a realização dessa
consulta evidenciando a orientação e a busca pelo acompanhamento contínuo das
atividades desenvolvidas pelos usuários, favorecendo a comunicação não apenas
com o portador do diabetes, mas também com os seus familiares, que são
considerados fundamentais para o sucesso do monitoramento da saúde do paciente
(LUCENA, 2007).
11
Nesse sentido, ressalta-se que, a contribuição do enfermeiro no tratamento do
paciente com Diabetes Mellitus é apontada como favorável por orientar e informar
sobre os cuidados necessários da saúde, além de ser um estimulador de novos
hábitos, orientando os pacientes a aprenderem a conviver com a doença,
melhorando a sua qualidade de vida e ampliando as possibilidades de controle do
diabetes.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem realizada sobre a contribuição do enfermeiro no tratamento dos
pacientes com diabetes demonstrou que é se trata de uma doença que preocupa a
população brasileira e o Ministério da Saúde, principalmente pelo aumento de casos
comprovados de pacientes que estão acima dos quarenta anos de idade.
Diferentes são os sintomas relacionados ao diabetes, o que esclareceu a
existência da classificação da doença em dois tipos, sendo o Diabetes Mellitus tipo 1
e o Diabetes Mellitus tipo 2; ambos os tipos apresentados necessitam de
orientações e acompanhamentos de profissionais de saúde que são capacitados a
oferecerem a ajuda necessária para que os pacientes possam recuperar a sua
autoestima frente aos desafios e perspectivas que são gerados em relação a
doença.
As campanhas que são realizadas pelo Ministério da Saúde através das
unidades do Programa Saúde da Família – PSF vem demonstrando resultados
positivos sobre o tratamento disponibilizado à população.
A atuação dos enfermeiros é apontada como crucial para que as propostas de
controle da doença sejam alcançadas, possibilitando a melhoria da qualidade de
vida dos pacientes.
Através de ações como a consulta de enfermagem, monitoramento através
das visitam em domicílio, realização de palestras e encontros semanais com grupos
de pacientes com diabetes fazem parte das funções executadas pelos enfermeiros
que atuam no PSF.
O diabetes é uma doença que deve ser controlada, atividades como mudança
nos hábitos alimentares, realização de atividades físicas são fundamentais para que
os pacientes possam controlar o nível de glicose.
12
Por isso, a orientação realizada pelo enfermeiro contribui para a melhoria da
qualidade da vida dos pacientes, pois além de informar e orientar, transmite através
de sua aproximação com o paciente e familiares, as noções necessárias para que o
paciente recupere a sua autoestima e busque ultrapassar os obstáculos que, a
princípio, parecem impossíveis de serem superados, mas com orientação e
acompanhamento especializado é capaz de vencer as barreiras que os prejudicam
de ter uma vida saudável com atividades que lhes promovam o bem-estar.
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