1 INTRODUÇÃO A sífilis é uma doença sistêmica infectocontagiosa

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INTRODUÇÃO
A sífilis é uma doença sistêmica infectocontagiosa, de evolução crônica,
com erupção cutâneas transitórias, provocadas por uma espiroqueta. Sua evolução
é caracterizada por estágio recente e tardia. A transmissão da sífilis adquirida é por
via sexual, na região genitoanal, na quase totalidade dos casos, mas qualquer órgão
do corpo humano pode ser afetado, inclusive o sistema nervoso central. Na sífilis
congênita, há infecção fetal via hematogênica, em qualquer estágio gestacional ou
período clínico da afecção materna. O contágio por transfusão sanguínea é
incomum na atualidade. (BRASIL, 2010).
Provocado por uma bactéria do filo espiroqueta, o Treponema pallidum, do
gênero Treponema, da família dos Treponemataceae, que engloba mais dois
gêneros: o Leptospira e Borrelia. O gênero apresenta no mínimo seis espécies não
patogênicas e quatro causadoras de patologia. As que causam doença no homem é
o Treponema
pertenue,
responsável
por
causar
a
bouba
ou
framboesia,
o Treponema carateum, propulsor da pinta e o Treponema pallidum, causador da
sífilis. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
O Treponema pallidum possui aproximadamente de 5 – 20 mm de
comprimento e somente 0,1 a 0,2 mm de espessura e forma espiraladas de 10 a 20
voltas. Não apresenta membrana celular e é abrigado por um invólucro exterior com
três camadas ricas em moléculas de ácido N-acetil murâmico e N-acetil
glucosamina. Exibem flagelos que começam na margem distal da bactéria e localiza
se junto à camada externa ao longo do eixo longitudinal. Locomove-se por giro do
tronco em volta dessas fibrilas. (RIBEIRO; PINTO; SOUZA, 2007).
A forma recente abrange o primeiro ano da evolução, nesta fase ocorre o
desenvolvimento imunitário na sífilis se não for tratada, e compreende as sífilis
primária, secundária e latente. Posteriormente o contato a infecção é iniciada quase
que imediatamente. Ocorre a proliferação das espiroquetas no local e adentram na
circulação linfática e sanguínea. (NAUD, 1993).
A sífilis primária determina-se por exibir lesão primária nomeado cancro duro
ou protossifiloma, apresenta geralmente uma ulceração única, que surge de 10 a 90
dias em média 21 dias, surgindo adenite satélite. Habitualmente em quatro semanas
o cancro duro desaparece, sem deixar cicatriz. A partir da terceira semana de
infecção, simultaneamente ao surgimento do cancro duro, as reações sorológicas
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treponêmicas para sífilis tornam-se positivas, e a partir da quarta ou quinta semana
após a contaminação as reações sorológicas não treponêmicas positivam-se.
(BRASIL, 2010).
A forma secundária é sinalizada pela propagação dos treponemas pelo corpo,
depois de um intervalo de latência a moléstia retorna suas manifestações, que
ocorrem de quatro a oito semanas após o aparecimento do cancro. O exantema
morbiliforme não pruriginoso forma uma lesão precoce, a roséola. Seguidamente,
podem aparecer feridas papulosas palmo plantares, adenopatias generalizada
placas mucosas, alopecia em clareira e os condilomas planos. Neste período as
reações sorológicas tornam sempre positivas. No estágio de sífilis latente precoce,
não tem indicações clínicas aparente, contudo existe treponema situado em alguns
tecidos. Deste modo, a determinação só é atingida através das reações sorológicas.
Podem surgir com regularidade polimicroadenopatia, particularmente de linfonodos
cervicais, epitrocleanso e inguinais. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006; OLIVEIRA et al.,
2005).
A sífilis tardia acontece depois do primeiro ano de evolução, podendo
postergar de 2 a 40 anos para que a sífilis terciária se manifeste. Sucede em
pessoas contaminadas pelo treponema que não obtiveram tratamento adequado ou
não foram tratados. Suas manifestações clínicas surgem após um período variável
de latência (tardia). Abrangem as formas cutâneas, óssea, cardiovascular, nervosa e
outras. As reações sorológicas são sempre positivas. A sífilis tardia cutânea
caracteriza-se por lesões gomosas e nodulares, de carácter destrutivo. Na sífilis
óssea,
pode
existir
artralgias,
artrites,
osteíte
gomosa,
periostite
osteíte
esclerosante, sinovites e nódulos justam-articulares. A situação mais habitual de
acometimento cardiovascular é a aortite sifilítica, aneurisma e estenose de
coronárias. A sífilis do sistema nervoso não apresenta sintomas ou manifesta com
as formas seguintes: meningite aguda, goma do cérebro ou da medula, meningovascular, atrofia do nervo óptico, crise epileptiforme, lesão do sétimo par, paralisia
geral e tabese dorsalis. (BRASIL, 2010; YACYSHYN et al., 2010).
A sífilis é uma doença pandêmica que teve sua ocorrência bastante reduzida
com o surgimento da penicilina, mas voltou a aparecer; a constância de formas
subclínicas em virtude de insuficientes doses de antibióticos, que tornam as lesões
atípicas, além disso, e bom lembrar que, a gonorreia está relacionada à Sífilis em 1
a 4%, e as doses de penicilina habitualmente administrado na Gonorreia é
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insatisfatório para exterminar a Sífilis. Outro sim é que a sífilis está ao condiloma
acuminado em até 5%. (PASSOS, 1989).
No Brasil, a sífilis é considerada como um dos principais problemas de saúde
pública, similar a outras enfermidades infecciosas emergentes no país. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é cerca de 12 milhões de nova
ocorrência de indivíduos contaminados por ano com alguma patologia associado ao
sexo, das quais a sífilis expressa alta representatividade; além, de tratar da segunda
ou terceira causa de úlcera genital. No Brasil, em 2003 o número de novos casos foi
estimado em 843.300, dos quais os mecanismos de contágio podem ser via
transplacentária, por contato direto com as lesões de sífilis na pele, ou ainda
transfusões sanguíneas. O diagnóstico para sífilis é feito associando exames
específicos e não específicos, visto que a maior parte dos laboratórios tem escolhido
o Veneral Disease Research Laboratory (VDRL) e o ensaio imunoenzimático
(ELISA) por serem de simples realização. (OLIVEIRA; VERDASCA; MONTEIRO,
2008).
1.1 Justificativa
A sífilis é uma patologia crônica, que instiga há séculos todo o mundo. Atinge
quase todo o organismo, e, mesmo que tenha tratamento efetivo e de pouco valor,
vem permanecendo como um impasse de saúde pública até no momento presente.
(AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2010 a hipótese de
episódio de 11 milhões de novos casos de sífilis por ano na humanidade, sendo 2,4
milhões para o caribe e América Latina. No Brasil, as unidades de atenção básica de
saúde estão disponíveis para o auxílio de indivíduos acometido por doenças
sexualmente transmissíveis. (PINTO et al., 2014).
A relevância deste trabalho atribui-se à necessidade de compreender e
orientar mulheres entre 18 e 35 anos de alguns bairros carentes de Unaí, Minas
Gerais (MG), diante da contaminação por sífilis, uma doença sexualmente
transmissível (DST) que está hoje relacionada a grandes problemas de saúde
pública no país.
Mulheres, em situação de baixa renda, podem apresentar dificuldades ao
acesso a estes serviços, por isso, mostra-se a necessidade de traçar um perfil
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epidemiológico da incidência da doença, analisando assim a ocorrência de novos
casos e identificar o perfil e fatores concorrentes. Tal situação implicará estudos que
fomentem a orientação dessas mulheres quanto a maneiras de se prevenirem,
melhorando assim a qualidade de vida e autoconfiança.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliar o perfil epidemiológico de sífilis em mulheres com vida sexual ativa,
com idade entre 18 e 35 anos, cadastradas no ESF Mamoeiro de Unaí - MG e as
possíveis causas.
2.2 Objetivos específicos

Traçar o perfil epidemiológico da incidência da doença.

Analisar a ocorrência de casos de sífilis em mulheres com vida sexual ativa.

Caracterizar o perfil socioeconômico e comportamental da população-alvo.

Identificar fatores concorrentes para a incidência de sífilis nessa população.

Sensibilizar a população, os profissionais e gestores de saúde pública para
intensificarem a quantidade e qualidade na informação sobre o tema.

Promover testagem sorológica neste grupo.

Em casos positivos, encaminhar para tratamento.
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3
METODOLOGIA
O presente trabalho intitulado Avaliação de sífilis em mulheres com vida
sexual ativa cadastradas no ESF Mamoeiro Unaí/MG no período de março a outubro
de 2015 foi desenvolvido pela acadêmica do oitavo período de Biomedicina da
Faculdade Tecsoma, auxiliada pela professora-orientadora do referido curso.
3.1 Tipo de estudo
Trata-se de uma pesquisa do tipo quanti-qualitativo, de caráter descritivo, pois
permitiu a obtenção de melhor compreensão do comportamento de diversos fatores
que influenciam o fenômeno em estudo, com abordagem qualitativa e quantitativa,
possibilitando, portanto a quantificação e qualificação relacionada à reatividade do
VDRL e positividade do muno-rápida sífilis.
Os estudos desse caráter têm amplo fundamento científico, visto que
possibilita a associação de elementos retrospectivos em um exclusivo documento,
viabilizando a percepção dos resultados e a compreensão instantânea das variantes
estudadas. (MARCONI; LAKATOS, 2007).
3.2 Local de estudo
O presente projeto foi realizado no município de Unaí, localizado no noroeste
do estado de Minas Gerais (Brasil), com análise de dados colhidos através de
questionário estruturado, composto de questões discursivas e de múltipla escolha e
realização de exames sorológicos para identificação da sífilis, em mulheres com vida
sexual ativa cadastradas no ESF Mamoeiro no período de março a outubro de 2015.
3.2.1 Caracterização do município
O município de Unaí está localizado no noroeste do estado de Minas Gerais
(Brasil), com área de 8.464 km2, com população estimada para 2014 em 82.298
habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE). Limita-se
ao norte com os municípios de Cabeceira Grande, Buritis e Arinos; ao sul com
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Paracatu e Brasilândia de Minas; a leste com Dom Bosco, Natalândia, Bonfinópolis
de Minas e Uruana de Minas, e a oeste com Cristalina (GO). (IBGE, 2011).
A topografia de Unaí apresenta 60% de sua área plana, ondulada e 25% e
montanhosa em 15%, pertencendo à bacia hidrográfica do Rio São Francisco. O
clima é tropical úmido com temperaturas variando entre máximas de 35 e mínimas
de 10. A temperatura média anual é de 24º Celsius (ºC). A precipitação pluviométrica
média anual é de 1.200 milímetros. Os meses de chuva são: outubro, novembro,
dezembro, janeiro, fevereiro e março. (UNAÍ, 2011).
A localização de Unaí é privilegiada uma vez que o município está inserido
numa rede urbana formada por prósperas cidades, estando a 170 km de Brasília
(Capital Federal), a 609.93 de Belo Horizonte (Capital do Estado), 350 km de
Goiânia e a 100 km de Paracatu, interligadas pelas rodovias BR-040, BR-251, MG188, e MG-121 respectivamente. (UNAÍ, 2011).
O município ocupa o sexto lugar no grupo dos cem com melhor desempenho
no quadro do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária nacional. Dados da
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA)
mostram por que Unaí alcançou uma boa posição no levantamento. É considerado o
segundo maior produtor de milho do Estado, tendo destaque na produção de soja e
sorgo, liderando a produção estadual. Outro produto com destaque nas lavouras de
Unaí é o feijão. (UNAÍ, 2011).
Entre os principais acidentes geográficos destacam-se: Gruta do Tamboril,
Gruta do Gentio, Cachoeira da Jiboia (120m de queda livre), Cachoeira do
Queimado, Cachoeira do Rio Preto (2 km do centro da cidade), Gruta do Quilombo,
Serra Geral do Rio Preto, Serra do Pico, Serra do Jataí. (UNAÍ, 2011).
3.2.2 Caracterização do bairro em estudo
O trabalho foi realizado na unidade de estratégia de saúde da família (ESF)
do
bairro
Mamoeiro,
localizado
na
Rua
Dona
Nina,
número
1030,
a
aproximadamente seis quilômetro (km) do centro, ao norte de Unaí, no qual possui
uma unidade ESF. Sendo que a área de sua abrangência são os bairros Mamoeiro,
Santa clara, Industrial e Água Branca l e ll. Que conta com uma equipe de saúde,
com os seguintes profissionais: 01 clínico geral, 01 dentista, 01 enfermeira
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coordenadora, 02 técnicas de enfermagem, 07 agentes comunitários de saúde e 01
auxiliar de serviços gerais.
3.3 Delimitação do público-alvo
Foram utilizados como critério de inclusão mulheres com vida sexual ativa,
que fazem parte do ESF (Estratégia de saúde da família) em estudo, com idade de
18 a 35 anos. Como critérios de exclusão foram adotados os seguintes padrões:
mulheres que não estejam com vida sexual ativa, idade inferior a 18 e superior a 35
anos, mulheres que se encontram em fase de tratamento e que não possuem
cadastro na unidade.
3.4 Instrumentos utilizados
Para realização do devido projeto foi utilizada à coleta de dados por meio de
questionário estruturado composto de questões discursivas e de múltipla escolha,
com objetivo de oferecer informação e liberdade das respostas.
O questionário é um mecanismo de colhimento de dados, composto por uma
sequência ordenada de perguntas respondidas por autor. (MARCONI; LAKATOS,
2010).
Foram também utilizadas análises sanguíneas coletadas por punção venosa
por meio do teste de VDRL e Imuno-Rápido sífilis, proporcionando maior
confiabilidade no resultado e confirmação se há presença ou ausência da patologia
pesquisada.
3.5 Aspectos éticos
Todas as etapas deste trabalho foram realizadas seguindo a resolução
196/1996 do Conselho Nacional de Saúde, de 10 de Outubro de 1996 sobre os
aspectos éticos, a qual afirma que:
A pesquisa abrangendo seres humanos necessariamente deverá tratá-los
com decência, obedecendo sua autonomia e protegendo-os em sua fragilidade;
comprometendo com o máximo de benéfico e o mínimo de riscos; garantindo que
danos previsíveis sejam evitados; com relevância social e vantagens significativas
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para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis, o
que garante a igual consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido
de sua destinação sócio humana: justiça e equidade. A identificação das pacientes
ficará em sigilo profissional, a fim de resguardar a confidencialidade individual.
(BRASIL, 1996).
3.6 Desenvolvimento
Segundo Marconi e Lakatos (2010, p.57), “a pesquisa bibliográfica tem como
finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou
filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que
tenham sido transcritos por alguma forma”.
Portanto, inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica, objetivando o
levantamento do assunto abordado, procurando aumentar os conhecimentos a
respeito da patologia e dos exames a serem realizados, visando subsidiar o
desenvolvimento do estudo, bem como a discussão dos resultados e conclusão do
trabalho.
O procedimento foi realizado em Unaí - MG, no período de março a outubro
de 2015 em mulheres com vida sexual ativa cadastradas no ESF Mamoeiro. Com o
ofício em mãos, foi procurado a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para entrega
e autorização dos mesmos (APÊNDICE A). Em seguida foi realizado contato com o
ESF do presente local. Foi realizado visita as mulheres convidadas a participarem e,
após serem esclarecidas sobre os objetivos e metodologia da pesquisa e terem
concordado em dela participar, assinando o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (APÊNDICE B), foram incluídas no estudo.
Posteriormente foi entregue o questionário (APÊNDICE C). As informações
foram coletadas e registradas em instrumento que continha pergunta sobre aspectos
socioeconômicos como: (escolaridade, renda, etnia, estado civil, número de filhos,
profissão e residência) e epidemiológicos (vida sexual, número de parceiros, uso de
preservativo, informações sobre a sífilis, frequência de visitas ao médico e etc).
Após foram avisadas sobre o dia da coleta e orientação em relação às formas
adequadas referentes ao jejum, para a exatidão dos exames. Foram realizados
conforme dia e horário marcado as coletas de sangue de punção venosa, estas
devidamente identificadas. Através do uso de algodão e álcool 70% foram feitas
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antissepsia assim como preconizado; além disso, foram empregados materiais como
garrote, agulhas para coleta a vácuo 25/8, tubo a vácuo com gel separador 5 ml,
seringas de 5 ml, agulha 25/8 e recipiente para material perfuro-cortante, as coletas
foram feitas no próprio ESF. Após a coleta de sangue cada participante foi
convidada a se dirigir a uma mesa de café da manhã e em seguida, receberam
informações de como aconteceriam as entregas de resultados.
Estes exames são de grande relevância no auxílio do diagnóstico em virtude
da leitura rápida. Foram produzidos a partir dos ensaios de aglutinação. O teste
imunocromatográfico é o mais eficiente, pois permite a localização visual e
qualitativa de anticorpos (IgG e IgM) contra um antígeno recombinado do
Treponema pallidum em sangue total, soro e plasma humano. (RIBEIRO; PINTO;
SOUZA, 2007).
O VDRL é um procedimento de triagem para localização de reaginas da sífilis,
exclusivamente para aplicação diagnóstica in vitro. A associação de lecitina,
colesterol e cardiolipina apresentam afinidade imunológica com antígenos do
Treponema pallidum, consistindo em um antígeno não treponêmico. A associação
das reaginas da amostra com este antígeno gera floculação que pode ser percebida
ao microscópio óptico. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
A técnica do teste de VDRL com soro consiste: em uma placa escavada
pipetar: 50µl da amostra e 20µl do reagente Nº 1. Agitar manualmente com
movimentos circulares ou em um agitador por 4 minutos a 180 rpm. Em seguida,
examinar no microscópio no aumento 100 X. Além da amostra sem diluição é
recomendado um teste com uma diluição de 1:8 com NaCl 0,85% (para todas as
amostras), a fim de evitar o efeito prozona. Na cavidade Nº1, pipetar 50 l da
amostra a ser titulada, homogeneizar; transferir 50 l da cavidade Nº1 para a Nº2 e
assim sucessivamente até a diluição desejada, desprezar os 50 l em excesso da
última cavidade, em seguida adicionar em cada cavidade, 20 l do Reagente Nº1,
agitar manualmente com movimentos circulares ou em um agitador rotativo por 4
minutos a 180 rpm em seguida, examinar no microscópio no aumento 100 X, logo
após a agitação. O título corresponde à maior diluição da amostra em que ocorreu a
floculação. (BIOCLIN, 2015).
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Resultado positivo - Reativo: Ocorre floculação com formação de grumos de
tamanhos variáveis, neste caso, proceder à diluição da amostra e realizar a prova
semi-quantitativa.
Negativo - Não Reativo: Ausência de floculação, suspensão de aspecto
homogêneo. (ANALISA, 2009).
O imuno-rápido Sífilis é um teste imunocromatográfico baseado em uma tira
de membrana qualitativa para a detecção de anticorpos (IgG e IgM) anti-Treponema
pallidum em soro, plasma ou sangue total. Neste procedimento de teste, um
antígeno recombinante de sífilis é imobilizado na região da linha de teste. A amostra
após ser adicionada à base da mostra reage com partículas revestidas de antígenos
de sífilis que foram aplicadas na base de amostra do teste. Esta mistura migra
cromatograficamente ao longo da tira de teste e interage com os antígenos de sífilis
imobilizados. Esta dupla combinação de antígenos pode detectar anticorpos da
classe IgG e IgM. (WAMA, 2015).
Se a amostra apresentar anticorpos anti-Treponema pallidum, uma banda
colorida aparecerá na região da banda teste indicando um resultado positivo. Essa
banda não aparecerá se a amostra não apresentar anticorpos anti-Treponema
pallidum, indicando um resultado negativo. Para servir como controle de
procedimento, uma banda sempre aparecerá na região de controle indicando que o
teste foi realizado corretamente. (BRASIL, 2007).
O procedimento consiste em deixar a embalagem da tira-teste atingir
temperatura ambiente de 15 a 30ºC antes de abri-la; assim como as amostras e a
solução tampão que também devem atingir a temperatura ambiente antes de realizar
o teste. Remover a tira-teste da embalagem e usar imediatamente, melhores
resultados será obtido se o teste for feito na primeira hora. Retirar a fita adesiva do
cartão de identificação e colar a tira-teste neste local com as setas apontadas para
baixo. Dispensar aproximadamente 50 l da amostra na base de amostra da tirateste. (WAMA, 2015).
As amostras de soro, plasma ou sangue total podem ser obtidas por coleta
intravenosa, as mostras de sangue total podem ser obtidas adicionalmente por
punção digital e ser capturadas em tubo capilar ou pingadas diretamente na base de
amostra do teste, neste caso utilizar duas gotas. Dispensar uma gota,
aproximadamente 40 l, da solução diluente (2) na base de amostra da tira-teste,
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fazer a leitura dos resultados entre 10 e 15 minutos, não considerar resultados lidos
após 30 minutos. (WAMA, 2015).
Os resultados são interpretados da seguinte forma: Negativo somente uma
banda rosa-clara aparecerá na área do controle (C); positivo aparecerá duas bandas
rosa clara, uma na área teste (T) e outra na área do controle (C); podem ocorrer
diferenças na intensidade entre a banda do teste e a banda controle, mas isto não
afeta a interpretação dos resultados, esta diferença é devido aos níveis de
anticorpos na amostra do paciente. O resultado é considerado inválido se não surgir
qualquer banda visível na área do teste e do controle, ou se não surgir banda na
área do controle, os resultados devem ser ignorados após o tempo determinado
para leitura. (WAMA, 2015).
Depois de realizada a coleta as amostras foram devidamente transportadas
para o laboratório Santa Rita Unaí-MG e analisadas para um retorno confiável ao
grupo participante do estudo.
3.7 Resultados e impactos esperados
Por meio deste projeto foi possível traçar o perfil epidemiológico da incidência
da doença, analisar a sua ocorrência em mulheres com vida sexual ativa, observar o
perfil da população-alvo atingida, identificar fatores para a incidência nessa
população e assim, sensibilizar o maior número de pessoas possíveis sobre a
quantidade e qualidade na informação do assunto abordado e por fim, em caso
positivo encaminhar para tratamento. Espera-se, portanto, uma mudança positiva na
saúde e frequente realização de exames e projetos, como meios de informações do
assunto, destinados às mulheres de todo o município.
49
4
REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) existem desde a antiguidade
em um elevado percentual de indivíduos sexualmente ativos, frequentemente de
maneira silenciosa, o que leva a sua disseminação. Os profissionais de saúde têm
conhecimento do tratamento, mas ainda encontram obstáculos ligados ao
preconceito e aos valores morais da sociedade. (ESPÍRITO SANTO, 2008).
As DST produzem desonra moral e social nos indivíduos que as adquirem
além de serem associadas à promiscuidade sexual, ocasionado à deterioração de
seus relacionamentos e desprestígio social. Como resultado, algumas mulheres
decidem por não buscar os cuidados médicos adequados. (GODINHO; MAMERI,
2002).
Pode ocorrer sofrimento por complicações e sequelas decorrentes da
ausência de tratamento das DST nas mulheres, independentemente de algumas
serem tratáveis, a maioria dessas moléstias exibem difícil detecção, já que provocam
poucas manifestações aparente e, por tantas vezes, mostram-se de modo
assintomático. Sérias complicações podem ser ocasionadas, por exemplo, doença
inflamatória pélvica, proporcionando o surgimento de esterilidade, assim como
gravidez ectópica, parto prematuro, infecções puerperais, dor pélvica crônica e
infecções recorrentes do trato superior. (JIMÉNEZ et al., 2001).
As DST são associadas a varias outras complicações como aborto, ruptura
prematura de membranas, oftalmia purulenta do recém-nascido, sífilis congênita,
baixo peso ao nascer e mortes perinatais podendo levar a mulher a morte quando
não tratadas adequadamente. Além do mais, a chance de ser contaminada pelo HIV
é elevada em pelo menos dez vezes. Também foi evidenciado que existe maior risco
de ter câncer de colo do útero associado à infecção por Papiloma vírus Humano
(HPV). (COSTA, 2010).
As DST reassumem importância não meramente pela elevada amplitude
pressuposta e consequências graves, todavia pela sua relação com o vírus da
imunodeficiência humana (HIV). E a razão que esclarecem o seu privilegio na
atenção básica, são a amplitude, a elevada presença estimada, agregada ao alto
índice de automedicação, origina um elevado índice de terapêutica ineficaz ou
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ilusório, resultando em aumento da resistência antimicrobiana e podendo levar a
quadros subclínicos, preservando assim os transmissores. Outro sim, as DST têm
recursos frágeis a ações de prevenção primaria que facilita a quebra da cadeia de
transmissão e com exclusão das provocadas por vírus, podem ser todas tratadas
com eficácia, auxiliando, também, para diminuição da infecção pelo HIV. Além disso,
é viável executar o domínio das DST com eficiente planejamento preventivo, uma
rede de serviços básicos resolutivos, profissionais preparados para a realização do
diagnóstico, tratamento e adequado acolhimento dos portadores de DST e de seus
parceiros sexuais, segurança de um fluxo constante de medicamentos e
preservativos. (ESPÍRITO SANTO, 2008).
No Brasil as doenças transmissíveis ainda são uma situação difícil de saúde,
uma vez que, sob a forma de endemias, correspondem por elevado índices de
mortalidade e incapacidade. Os avanços atuais obtidos no desenvolvimento
socioeconômico e científico também não foram satisfatórios para conter as
endemias e diminuí-las a um grau admissível. Esperava-se que o desenvolvimento
econômico seria o suficiente para restringir as doenças endêmicas. Todavia, isso só
acontecerá ao passo que o progresso do nível de vida tiver atingido todas as classes
sociais. Apesar de que endêmicas em todo o território, a disseminação e o episódio
das
DST
diversificam
em
conformidade
com
as
condições
ambientais,
socioeconômicas, culturais e políticas das distintas localidades brasileiras. (BRASIL,
2004; PHILIPPI; ARONE, 2002).
Para conter e evitar a ocorrência, o progresso e a propagação das doenças
transmissíveis é preciso diferentes ações no âmbito da saúde pública, tal como
controle dos doentes, vacinação, educação em saúde, saneamento ambiental e uma
incessante vigilância epidemiológica. No Brasil, o estudo e pesquisa da conjuntura e
da disposição das doenças são de incumbência do Sistema de Vigilância
Epidemiológica (SVE) e de seu meio de informações. Por intermédio dele é factível
preservar-se constante e cuidadosamente informado e esclarecido a respeito da
dinâmica das DST e acerca dos elementos e situação que auxiliam para maior
ocorrência, gravidade e ampliação, de forma a conduzir e qualificar o avanço das
doenças e oferecer maneiras apropriadas para seu controle e combate. (BRASIL,
2009).
Foram identificadas escassas referências de estudo populacionais sobre DST
e as grandes partes dos conteúdos identificados centralizam-se em grupos de
51
elevado risco, tal como, em hospitais especializados em DST, e/ou profissionais do
sexo. Alguns dos elementos concorrentes para o aumento dessas patologias são o
elevado percentual de jovens, o acelerado crescimento da urbanização e a baixa
posição da mulher nos países em desenvolvimento. Para muitos autores o maior
risco de adquirir DST e síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) está
associado a menor idade de iniciação sexual, baixa escolaridade e baixa renda. A
constância do sexo anal é menosprezada, no entanto, quando existente, é um
indicador de atitude de risco para contrair DST. Por características biológicas e de
papéis sociais as mulheres são especialmente vulneráveis às DST. (CARRET et al.,
2004).
A ampla parte dos esforços em relação à prevenção das DST, até o
momento, tem sido conduzida a alterar a prática sexual, encorajando a privação,
hábito da monogamia e a utilização do condom masculino. Dessa maneira, várias
ações educativas têm sido incentivadas, que casais se previnam das DST/AIDS com
seu uso, todavia, os casais que se dizem heterossexuais e que consideram suas
relações como sendo fixas ou de longa duração, por não fazer parte de sua rotina,
não adotam este método de forma regular. A justificativa mais plausível é que na
relação, as mulheres atinge lugar secundário, o que tornaria a conversa mais difícil
com o companheiro em relação ao sexo seguro. Além do mais, é que em uma
relação sexual que seja durável, não é fácil a negociação do uso do condom. A
credibilidade do parceiro estabelece o método de prevenção para algumas
mulheres. (OLIVEIRA et al., 2005; JIMÉNEZ et al., 2001).
O sucessivo episódio das DST entre mulheres monogâmicas, a ampliação da
persistência e a seriedade das consequências exibem a urgência de um
questionamento dessas indagações no aspecto de gênero. (GUEDES et al., 2009).
A ocorrência das doenças sexualmente transmissíveis (DST) vem crescendo
nos dias atuais, e como resultado rápido pode ter uretrites, salpingites e, em longo
período, infertilidade, gravidez ectópica ou câncer de colo uterino. Percebemos que
possuir uma DST eleva a possibilidade de contágio pelo HIV e, ainda, foi
comprovado que o perfil epidemiológico da AIDS indica uma maior persistência entre
adultos jovens e uma propensão à heterossexualização e pauperização da
patologia. A quantidade de ocorrências informado no Brasil está bem abaixo das
suspeitas e não há referências sobre a persistência de DST entre adolescentes,
possivelmente porque simplesmente a AIDS e a sífilis sejam de notificação
52
compulsória e cerca de 70% das pessoas com DST procurem terapêutica em
drogarias. (BORGES et al., 2010).
Foram inferidos por alguns autores nos Estados Unidos da América (EUA),
que a prevalência de DST deve ser em média de 25% entre adolescentes com faixa
etária de 15 a 24 anos, sendo esta a de maior risco. Fatores que podem aumentar a
vulnerabilidade dos adolescentes às DST são os biológicos, psíquicos e sociais. No
âmbito biológico, tanto as clamídias como os gonococos têm predileção pelo epitélio
cilíndrico do colo do útero, já que na mulher jovem este tecido se encontra mais
exposto. Também o início precoce da atividade sexual, influenciado pela baixa idade
da menarca, aumenta a possibilidade de contaminação. No âmbito psíquico, a
juventude é um período de definição das características sexuais com exploração e
oscilação de parceiros. Igualmente, o pensamento abstrato ainda incipiente que faz
com que os jovens se sintam invulneráveis, se expondo a riscos sem prever suas
consequências. Os níveis escolares e socioeconômicos baixos estão associados às
DST, na esfera social. O uso de álcool e drogas coloca em risco a saúde tanto do
homem quanto da mulher, assim como modelos hegemônicos de comportamento de
gênero. (TAQUETTE; VILHENA; PAULA, 2004).
Nas últimas décadas aconteceram mudanças na sociedade e na sexualidade
que têm transformado o delineamento das doenças sexualmente transmissíveis
(DST), tornando seu monitoramento uma afronta para a saúde pública no mundo.
Transformações econômicas que levaram ao aglomerado nos perímetros urbanos
das pessoas de baixa renda, onde quase sempre as condições de saúde são
precárias, e nem sempre é fácil o acesso aos serviços de saúde, o baixo nível de
instrução e o número elevado de adolescentes e adultos jovens que experimentam
sua sensualidade com maior ousadia têm elevado o número de casos novos de
doenças nessas duas populações. E depois, há indivíduos designados como gruposnúcleo por aceitarem o papel de propagadores dos agentes contaminantes dentro de
algumas comunidades e sociedades fechadas, devido ao elevado número de
parceiros e de suas atividades sexuais de risco, de modo igual, o evento da troca de
sexo por craque e cocaína. Consequentemente, as DST provocam aumento da
morbimortalidade perinatal e materna, redução da fertilidade na época da vida de
homens e mulheres de maior potencialidade reprodutiva, aumento da prevalência de
neoplasias de colo uterino, vulva, vagina e pênis. E depois, a contaminação pelo HIV
tem arrastado homens e mulheres para a AIDS. As complicações e sequelas das
53
DST são mais frequentes nos países em desenvolvimento, principalmente devido à
carência de recursos para identificação e tratamento corretos. (FERNANDES et al.,
2000).
Quadro 01 - Principais DSTs
(Continua)
Doença
Sífilis
Agente etiológico
Sinais e sintomas
Treponema
Lesão indolor
pallidum
Tratamento
Penicilina
benzatina,
doxiciclina.
AIDS
Vírus da
Febre constante,
imunodeficiência
manchas na pele
humana (HIV)
(sarcoma de
Antirretrovirais
Kaposi), calafrios,
ínguas, dores de
cabeça, garganta e
musculares, entre
outros.
HPV
Human
Hiperplasia epitelial Ácido
papillomavirus
focal, carcinoma de tricloroacético
(HPV)
Hiperplasia epitelial (ATA)
focal, carcinoma de Eletrocauterização
células escamosas
Vaporização a
e verruga vulgar.
laser, Crioterapia,
Exérese cirúrgica.
Úlcera genital
Sífilis Cancro mole
Úlcera genital
Herpes - aciclovir,
Herpes genital
Sífilis - Penicilina G
Donovanose
benzatina,
Cancro mole –
azitromicina.
54
(Conclusão)
Doença
Tricomoníase
Agente etiológico
Sinais e sintomas
Tratamento
Chomonas
Dor pélvica crônica, Secnidazol,
vaginalis.
doença inflamatória Metronidazol.
e
pélvica (DIP).
Endocervicite
Clamídia
Assintomática,
Azitromicina,
mucopurulenta.
trachomatis e ou
porem poderá
Eritromicina,
Neisseria
desenvolver graves
Ciprofloxacina,
gonorrhoeae.
complicações se
Cefixima.
não for tratada.
Desconforto ou
Gonorréia Infecção Corrimento cervical
Clamídia
dor pélvica na
por Clamídia
Dor à palpação
Azitromicina,
mulher.
Infecção por
abdominal, dor à
doxiciclina,
germes
mobilização do colo
eritromicina,
anaeróbios.
e Temperatura
tetraciclina, ofloxacina.
>37,5ºC.
Gonorréia
Ciprofloxacina,
ceftriaxona e cefixima.
Fonte: BRASIL, 2011
4.2 Sífilis
Ainda que existam algumas exceções e diversificações, as patologias
humanas
provocadas
por
espiroquetas
manifestam-se
caracteristicamente
combinado a um percurso único, com indícios clínicos sucessivos que refletem nos
eventos, propagação de microrganismos primeiramente no ponto de inoculação,
espiroquetas com proliferação sistêmica e pequena quantidade de microrganismos
constantes em diversas localidades. (MCPHERSON; PINCUS, 2012).
4.2.1
Agente etiológico
A sífilis é causada por uma espiroqueta o Treponema pallidum variação
pallidum. É uma bactéria pequena, medindo (5x15x0, 2nm), afilado, de hélices
regulares e em quantidade não maior que 12, com extremidades finas. Apresenta
55
locomoção em círculo, flexão e contração, também de translação. Não é visível ao
microscópio óptico por ser muito delgado, pode ser visualizado quando corada pela
prata. (BELDA JUNIOR; SHIRATSU; PINTO, 2009).
Figura 1- Bactéria Treponema pallidum
Fonte: BIOMEDINA PADRÃO, 2012
As espiroquetas são microrganismos delgados que exibem formato em hélice,
que executa uma ou mais voltas completas. Apenas podem ser visualizadas por
microscopia de campo escuro ou de fase, em cortes de tecido preparados por
técnicas de impregnação com prata e coloração imuno-histoquímica. Os movimentos
que realizam são semelhantes ao de um saca-rolha, proporcionado por organelas
semelhantes a flagelos, nominados fibrilas periplásmicas ou filamentos axiais, que
se encontram apreendidas junto aos polos da bactéria. Ainda que existam várias
espécies parasitas e não causadoras de doença de espiroquetas, a patologia
humana é restrita a infecções causadas por três gêneros: Treponema, Borrelia e
Leptospira. Bem diferentes do ponto de vista epidemiológico, porém, as bactérias
referentes a esses gêneros manifestam diversas semelhanças patogênicas.
(MCPHERSON; PINCUS, 2012).
56
4.2.2 Epidemiologia
Sífilis é uma doença universal que acomete todas as camadas da sociedade.
O meio de contaminação é restrito ao ser humano e são transmissíveis somente as
manifestações da sífilis primária e secundária. Sendo possível a reinfecção, uma vez
que não confere imunidade. Por ter atividade sexual com mais frequência, os jovens
entre
15
e
25
anos
são
especialmente
os
mais
acometidos.
(BELDA
JUNIOR; SHIRATSU; PINTO, 2009).
A Framboesia (bouba), sífilis endêmica (bejel) e pinta são endêmicas em
variadas localidades tropicais e do Oriente Médio, mas não são doenças
sexualmente transmissíveis. A moléstia mais habitualmente difundida através do
carrapato na América e na Europa e a doença de Lyme, provocada por Borrelia
garinii e Borrelia afzelii. (MCPHERSON; PINCUS, 2012).
Verifica-se que houve acréscimo de 68,2% em 2013, com aumento de 55,7 %
nos casos entre os homens e 97,7% entre as mulheres, das notificações em relação
ao ano anterior. Sendo, claramente observada a maior ocorrência de sífilis entre os
homens, em todos os anos avaliados, apesar do aumento do diagnóstico em
mulheres, diferente do observado nos dados estaduais. O mais provável é que os
estabelecimentos de saúde estejam disponibilizando mais testes aos homens.
Todavia, se considerarmos que as mulheres costumam buscar mais os serviços de
saúde que os homens, estes percentuais são muito assustadores, pois é bem
possível que estejam ainda subestimados. (BRASIL, 2014).
4.2.3 Formas de transmissão
A sífilis é transmitida através do contato direto com as feridas abertas,
raramente pode ocorrer por transfusão sanguínea e na sífilis congênita acontece por
via transplacentária. Pode ocorrer a penetração do treponema pela pele e mucosas
intactas, no entanto, quando há soluções de continuidade sua invasão é muito
favorecida. Proliferam-se velozmente no epitélio contaminado e via linfática,
alcançam os gânglios regionais no qual rapidamente proliferam. Pela via
hematogênica
sucede
também
a
disseminação
imediata.
Invadindo
consequentemente todo o organismo e em poucas horas a infecção propaga-se,
ainda que os sintomas sejam localmente. Já foram citados acidentes por
57
inoculações devido a manipulação de lesões infectadas em médicos, dentistas e
técnicos de laboratório. (BELDA JUNIOR; SHIRATSU; PINTO, 2009).
4.2.4
Manifestações clínicas
Os sintomas identificam-se por estágios de doença ativa, por períodos longos
de quietação clínicos e pela eficiência de alcançar diversos órgãos, provocando
lesões cutâneas, mucosas, cardiovasculares e nervosas. Surge uma lesão primária
com constância associada à linfadenopatia regional, de duas a seis semanas após o
estágio de latência. Está associado à fase secundária, as lesões muco cutâneas
generalizadas, linfadenopatia também generalizadas que é acompanhado de um
tempo oculto de infecção subclínica, que se perpetua por anos ou décadas. Nos
pacientes não tratados, aparece o estágio terciário, em média trinta e três por cento
que são determinadas por lesões muco cutâneas, musculoesqueléticas ou
parenquimatosas destrutivas devastadoras e continua a ortite ou doença sintomática
do sistema nervoso central (SNC). (FAUCI et al., 2008; GOLDMAN; AUSIELLO,
2009).
4.2.5
Patogênese
O T. pallidum adentra a membrana da mucosa íntegra ou através da pele
esfolada obtém passagem aos tecidos, logo depois, proliferam-se no ponto de
ingresso e penetra nos sistemas linfáticos e circulatórios, disseminando por todo o
corpo. Infecções foram geradas com no mínimo quatro espiroquetas, em animais de
laboratório. Surgem as lesões clínicas quando se constitui uma massa cística de
organismo localmente (~10/7 espiroquetas). Assim sendo, o tamanho do inóculo
está diretamente relacionado ao período de incubação inicial que pode variar de três
dias a três meses. A estrutura da bactéria influencia a resposta imunológica ao T.
pallidum. A membrana externa baseia-se em uma bicamada fosfolipídica incluindo
alguns antígenos proteicos demonstráveis. Em termos de resposta imune do
hospedeiro o mais importante desses antígenos é a lipoproteína encontrada unida
ao espaço periplásmico. Tudo indica que bactéria possa se autorrevestir com
proteínas do hospedeiro. O efeito líquido é o retardo da resposta humoral e
consequentemente perda de sua efetividade, já que as espiroquetas são localizadas
58
em regiões extravasculares no instante da geração de anticorpos. (MCPHERSON;
PINCUS, 2012).
4.2.6
Classificações da sífilis
Quadro 2 – Estágios da sífilis
Estágios
Primeiro estágio
Inicio
10 a 90 dias após o
Sinais/Sintomas
Cancro duro
contágio
Segundo estágio
Terceiro estágio
45 a 180 dias após o
Manchas na pele, feridas
contato
e erupções.
2 a 20 anos após a
Podem ocorrer lesões
infecção
nos ossos, coração,
sistema nervoso,
podendo levar a
paralisia, doença mental,
cegueira e até a morte.
Sífilis congênita
Pode ser transmitida,
Pode ocorrer aborto ou
durante a gestação, da
morte do bebê ao
mãe para o filho, através
nascer, os sintomas
do sangue.
podem surgir na criança
em qualquer idade.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
4.2.6.1
Sífilis congênita
Na sífilis congênita pode ocorrer a transmissão vertical da mãe para o feto por
via placentária, o T. pallidum existente na corrente sanguínea materna ultrapassa a
barreira placentária após 16 semanas de gestação e adentra na corrente sanguínea
do feto. As causas primordiais que ocasionam maior possibilidade de transmissão
encontram-se presentes apenas nos estágios iniciais da patologia, o perigo do feto
ser contaminado eleva na infecção recente, por que terão mais treponemas
circulantes. Na fase primária e secundária, a taxa de transmissão é de 70% a 100%
e aproximadamente de 40% na fase latente tardia. Haverá maior risco de acontecer
59
aborto espontâneo ou morte fetal, havendo a contaminação do feto. Quando a
doença se manifesta antes dos dois primeiros anos de vida é denominada de sífilis
congênita precoce e congênita tardia após os dois anos de vida. (SÃO PAULO,
2008).
4.2.6.2
Sífilis primária
Na fase primária surge na região da inoculação uma lesão característica que
é o cancro duro ou protossifiloma, que ocorre em média três semanas após a
contaminação. Aparece primeiramente uma pápula de cor rósea, que progride para
um vermelho mais vivo e exulceração. Na maioria das vezes o cancro é solitário,
indolor, quase sem sintomas inflamatórios perilesionais, extremidades endurecidas,
que estende até o interior plano e limpo, revestido por material seroso. Surge uma
reação ganglionar regional múltipla e bilateral, não supurativa, de nódulos sólidos e
sem dor, depois de uma ou duas semanas que se encontra na região genital em
90% a 95% das ocorrências. Habitualmente aparece no homem no sulco balanoprepucial,
prepúcio,
meato
uretral
ou
mais
esporadicamente
intra-uretral.
Assintomático, muitas vezes não é referido na mulher, quando citado é mais
constante nos pequenos lábios, parede vaginal e colo uterino. A boca, língua, região
mamária, quirodáctilos e região anal são os pontos extragenitais mais frequentes.
Em um tempo que varia de quatro a cinco semanas o cancro retrocede
voluntariamente sem deixar cicatriz. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
60
Figura 2 – Sífilis primária – cancro duro
Fonte: AVELLEIRA; BOTTINO, 2006
4.2.6.3
Sífilis secundária
A sífilis secundária aparece de quatro a oito semanas depois da lesão
primária. Por achar que ficaram curados, na grande parte das vezes, os pacientes
não se recordam de ter tido a lesão primária. Normalmente nos casos
diagnosticados de sífilis secundária, um quarto da lesão primária ainda existe. O
tempo de latência é de 7 a 90 dias após o contágio sexual. Os órgãos atingidos pela
doença em atividade afeta a pele e os órgãos internos conduzindo o T. pallidum pelo
corpo da pessoa contaminada. As manifestações comuns da sífilis secundária são:
dor nos olhos, mal-estar, cefaleia, dor óssea, artrite e rouquidão, artralgia,
meningismo, erupções no corpo e face. (OLIVEIRA et al., 2007).
61
Figura 3 – Sífilis secundária – lesões palmares
Fonte: AVELLEIRA; BOTTINO, 2006
4.2.6.4
Sífilis terciária
A sífilis terciária é o desfecho final do percurso natural da patologia, é também
denominada como tardia. São manifestadas nesta fase, as lesões com
características terciárias, desenvolvendo aos poucos uma doença inflamatória
evolutiva e existe muita possibilidade de progredir e atingir todos os órgãos nesse
estágio, abrangendo a pele, mucosas, sistema ósseo, cardiovascular e nervoso. As
lesões são únicas, irregulares, rígidas e com pouca infecção. Os sinais e/ou
sintomas mais corriqueiros são as lesões bucais atingindo mais regularidade o
palato duro e a língua, na sífilis óssea pode ocasionar artralgia, artrites, osteíte
gomosa, periostite, sinusites e nódulos justo-articulares. Pode acontecer também
implicação cardiovascular com a aortite sifilítica desenvolvendo a insuficiência
aórtica, aneurisma e estenose de coronárias. As manifestações no sistema nervoso
são geralmente o tabes dorsalis, a mielite transversa e a demência, sendo que na
neurossífilis pode ocorrer comprometimento do sistema nervoso central (SNC) em
qualquer estágio da doença. (FREITAS et al. , 2001).
62
Figura 4 – Sífilis terciária
Fonte: AVELLEIRA; BOTTINO, 2006
4.2.7
Diagnóstico laboratorial
As treponematoses humana são detectadas através da visualização direta do
organismo em material oriundo das lesões, ou indiretamente, com utilização de
métodos imunológicos, já que seus agentes etiológicos não podem ser isolados por
meio de métodos de cultivo de rotina. Para cada fase das treponematoses exige
uma forma de teste específico. Em ocasião que lesões estão presentes nas fases
iniciais, utiliza-se microscopia direta. Agora, os testes sorológicos são usados nos
estágios posteriores. Para fins de confirmação são utilizados os testes inespecíficos
não treponêmicos. Os testes laboratoriais habitualmente utilizados são incapazes de
diferenciar as espécies intimamente relacionadas das subespécies de treponemas
patogênicas, para distingui-las deve ter suporte clínico e epidemiológico.
(MCPHERSON; PINCUS, 2012).
4.2.7.1
Provas diretas
São consideradas definitivas, uma vez que confirmam a existência do T.
pallidum e não estão sujeitas à interferência de mecanismos cruzados, ou seja, falso
positivo. São indicados quando os microrganismos estão abundantes, isto é, na fase
inicial da doença. São indicados nas sífilis primária e secundária onde têm lesões
bolhosas, placas mucosas e condilomas. A utilização de amostra derivada da
mucosa oral precisa avaliar a probabilidade de existir dúvida em diferenciar o
63
treponema de outras espiroquetas saprófitas da boca, menos no caso do teste de
imunoflorescência direta. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
4.2.7.2
Exame em campo escuro
O procedimento é baseado nas amostras colhidas direto da linfa da lesão. As
amostras são transportadas para o microscópio com condensador de campo escuro,
onde é possível visualizar o T. pallidum através da luz indireta, vivo, móvel, corpos
espiralados brilhantes e brancos, iluminados contra um fundo preto. Além do mais,
pode ser identificado pela sua morfologia, tamanho e movimento típicos. É
classificado como um teste rápido, por ser de baixo custo e definitivo. Sendo que a
sensibilidade pode variar de 74 a 86%, e a especificidade sendo capaz de atingir
97% dependendo da experiência do avaliador. (MCPHERSON; PINCUS, 2012).
4.2.7.3
Pesquisa direta com material corado
Na pesquisa com material corado são empregados os métodos de FontanaTribondeau, de Burri, Giemsa e Levaditi. No procedimento de Fontana-Tribondeau
depois de fazer o colhimento da linfa à amostra é colocada na lâmina fazendo um
esfregaço adicionando a prata. O treponema então se torna evidente através da
infiltração da prata em sua parede. Já o Burri emprega a tinta da China ou método
de nanquim. O T. pallidum ganha uma coloração pálida pelo Giemsa, tornando a
observação da espiroqueta difícil. E por último, a técnica de Levaditi que utiliza a
prata em cortes histológicos. Sendo todos estes métodos de coloração inferiores ao
campo escuro. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
64
4.2.7.4
Microscopia de fluorescência
Podem ser utilizados para detecção direta de treponemas nas lesões,
anticorpos marcados com isotiocianato de fluoresceína (FITC) específicos para T.
pallidum, mostrando a necessidade de perceber a motilidade das bactérias. A
amostra de líquido tecidual é transferida para uma lâmina seca e fixada (anticorpo
fluorescente direto – AFD-TP), ou de incisões de tecido parafinizados (teste tecidual
de anticorpo fluorescente direto – AFDT-TP). Modificando os anticorpos policlonais
absorvidos de Reiter que eram utilizados no passado e menos específicos, que eram
obtidos de coelhos e seres humanos sifílicos, hoje em dia, encontram-se anticorpos
monoclonais comercializados que podem ser usados nos testes.
Os dois
demonstram uma sensibilidade perto de 100%, quando usados para avaliar líquidos
derivado de lesões frescas. Como são testes específicos para treponemas
patogênicos, são escolhidos para a avaliação de lesões orais. (MCPHERSON;
PINCUS, 2012).
4.2.7.5
Provas sorológicas
O desenvolvimento de duas formas de anticorpos no organismo é
proporcionado pelo T. pallidum, as reaginas (anticorpos inespecíficos IgM e IgG
contra cardiolipina), ocasionado aos testes não treponêmicos, e anticorpos
específicos contra o T. pallidum, que suscitam os testes treponêmicos. Os testes
treponêmicos são usados para comprovação do diagnóstico, ao passo que, os não
treponêmicos são empregados para triagem em classes populacionais e controle do
tratamento. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
4.2.7.5.1 Testes não treponêmicos
Os testes reagínicos são muito utilizados para triagem e acompanhamento do
sucesso terapêutico, os que são usados com maior frequência no dia a dia de um
laboratório são o RPR (reagina plasmática rápida) e o VDRL (Venereal Disease
Research Laboratory). (CENTERLAB, 2009).
É usado um antígeno no VDRL composto de lecitina, colesterol e cardiolipina
purificada. A cardiolipina é achada presente na parede do T. pallidum e é um
65
elemento da membrana plasmática das células dos mamíferos disponibilizado após
dano celular. Por volta de cinco a seis semanas depois da contaminação e de duas
a três semanas após o surgimento do cancro, o teste do VDRL torna-se positivo. Na
sífilis primária, entretanto, pode estar negativa. Apresenta alta sensibilidade na sífilis
secundária, que diminui nas formas tardias. Por não ser específica, a reação pode
estar reagente em outras treponematoses assim como em diversas situações. As
reações falso-positivas são classificadas em transitórias e persistentes. As que se
tornam não reagentes em seis meses são as transitórias e ocorrem na, gravidez,
viroses, mononucleose infecciosa, malária, tuberculose e outras. As que se
conservam positivas após seis meses, são as persistentes, que é o caso da
hanseníase virchowiana e doenças autoimunes, como lúpus. Nas treponematoses o
efeito prozona acontece devido ao excesso de anticorpos, que são os casos de
falso-negativos na sífilis secundária que ocorre em média 1% a 2%. Esses casos
poderão ser evitados utilizando-se maiores diluições do soro. (RIBEIRO; SOUZA;
PINTO, 2007).
Os testes rápidos não treponêmicos são de grande valor no controle e
acompanhamento da doença. O teste da reagina plasmática rápido (RPR) é o mais
utilizado e executado por punctura no quirodáctilo. Este teste sorológico foi o
primeiro teste de screening que proporcionou o resultado em 60 minutos e
dispensou o uso de equipamentos convencionais de laboratório. Apesar de poder
quantificar, não é equivalente com os títulos atingidos pelo VDRL. Os testes não
treponêmicos são importantes no controle da cura uma vez que são titulados.
Quando ocorre a permanência de baixos títulos em indivíduos que receberam
tratamento acertadamente é chamada de cicatriz sorológica e pode perdurar por
vários anos. (CENTERLAB, 2009).
4.2.7.5.2 Testes treponêmicos
Os testes treponêmicos detectam anticorpos específicos produzidos pela
infecção causada pelo T. pallidum e são utilizados para comprovar a reatividade de
testes não treponêmicos e na ocorrência de pouca sensibilidade dos testes não
treponêmicos como no caso da sífilis tardia. Os testes treponêmicos tornam se
positivos um pouco antes que os testes não treponêmicos. Os resultados continuam
66
reativos por anos ou até mesmo por toda a vida em 85% das pessoas receberam
tratamento adequado. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
O primeiro teste para detecção de anticorpos antitreponema, produzido foi o
TPI (prova de imobilização dos treponemas). São usados como antígenos em
treponemas vivos conseguidos de testículos do coelho. A técnica é dispendiosa e de
difícil realização mesmo que seja específica sendo, portanto, restrita a laboratórios
de pesquisa. (ROTTA, 2005).
O fluorescente treponemalantibody-absorption (FTA-ABS) é o resultado da
modificação na diluição sofrida pelo anticorpo treponêmico fluorescente (FTA) que
aumentou sua sensibilidade e especificidade. O FTA-ABS exige a utilização de um
microscópio fluorescente, porém apresenta custo baixo e execução rápida. Em
outras patologias podem ser ocasionados resultados falso-positivos como nas
treponematoses e nas patologias autoimunes. São conceituados como técnica de
hemoaglutinação para o Treponema Pallidum (TPHA) e o micro hemaglutinação
para o Treponema Pallidum (MHA-TP). O MHA-TP tem sensibilidade igual à do FTAABS na sífilis não tratada, com exclusão da doença primária inicial, neste caso o
derradeiro é mais sensível. São comprovatórios os testes EIA (imunoensaio
enzimático treponêmico) e Western-blot. O EIA combina o VDRL com TPHA é um
teste alternativo. Apresenta leitura objetiva dos resultados e o processo laboratorial é
automatizado. (RIBEIRO; PINTO; SOUZA, 2007).
O Western-blot apresenta-se altamente sensível e especifico em todos os
estágios da sífilis, porém é mais usado em pesquisa, este teste detecta anticorpos
contra imuno determinantes IgM e IgG de massas moleculares (15kDa, 17kDa,
44kDa e 47kDa). Dois métodos de proteína c reativa (PCR) foram referidos no início
dos anos 90 e passaram a ser utilizados, com alta sensibilidade e especificidade
especialmente para identificação de antígenos treponêmicos na sífilis primária.
Sendo o PCR da mesma forma de muita utilidade na detecção da sífilis congênita e
neurossífilis. Para que o DNA do T. pallidum seja identificado usa-se primers para o
gen codificador de proteína com peso molecular de47kD. Devido ao fato de
apresentar a viabilidade do treponema à ampliação do RNA do T. pallidum é mais
sensível, e utiliza os primers que ampliam uma região co366bp do gen 16S r RNA.
(BRASIL, 2005).
67
4.2.7.5.3 Testes rápidos treponêmicos
Os testes rápidos treponêmicos em virtude da leitura imediata são de muito
valor para auxiliar no diagnóstico e são produzidos baseados nos métodos de
aglutinação. O mais efetivo é o ensaio imunocromatográfico, pois permite a
identificação visual e qualitativa de anticorpos (IgG, IgM e IgA) do T. pallidum em
sangue total, soro e plasma humano contra um antígeno recombinado de 47-kDa. A
punctura do quirodáctilo pode ser uma escolha para a coleta sanguínea, e entre
cinco e vinte minutos depois do procedimento, pode proceder à leitura do teste. O
método é sensível e específico em média de 93,7% e 95,2%, nesta ordem, em
outras pesquisas foi demonstrado superioridade em relação ao RPR. Todavia, este
teste não deve ser utilizado na infecção pelo T. pallidum como critério exclusivo no
diagnóstico. Podem ser usados em especial, como testes de triagem, e assim
substituindo os testes rápidos não treponêmicos. (MCPHERSON; PICUS, 2012).
4.2.7.6
Exame do líquor
O exame do líquor cefalorraquidiano (LCR) é aplicado nos caso em que o
usuário, após ter realizado tratamento preciso às reações sorológicas continuou com
titulação aumentada e/ou em indivíduo que tenha diagnóstico sorológico de sífilis
recente ou tardia e que apresente indícios neurais. Têm-se indagado sobre punção
lombar em pessoa HIV-positivo em qualquer fase de sífilis latente tardia, mesmo que
manuais de controle indiquem. Não existe método sorológico que sozinho pode
oferecer diagnóstico garantido da neurossífilis. Deve-se combinar prova sorológica
positiva com aumento de célula maior que 10 linfócitos/ml e proteínas no LCR acima
de 40mg/dl, para estabelecer um diagnóstico. Para a análise do líquor, recomenda o
uso do VDRL, só que o VDRL no líquor é pouco sensível em média de 30-47% de
falso-negativo, porém é muito específico. Quando ocorre o transporte de anticorpos
do sangue para o LCR, o FTA-ABS pode positivar-se em pessoas com sífilis. Porém
é um teste altamente sensível, e a neurossífilis poderá ser excluída diante de um
FTA-ABS negativo. As modificações nas células e proteínas isoladas quando
dosadas, em indivíduos HIV positivos, podem ser devido ao comprometimento
neurológico do vírus HIV, devendo ser considerado pelo exame do líquor.
(AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
68
4.2.7.7
Diagnóstico sífilis congênita
Para realizar o diagnóstico da sífilis congênita é necessário que o achado do
T. pallidum nas lesões, líquidos corporais ou tecidos, sejam confirmados por provas
diretas. Podem ser realizados testes sorológicos através de sangue do cordão
umbilical e sangue periférico do recém-nato. Quando não existir lesão, deverá
considerar a hipótese que anticorpos da mãe podem passar para o filho sem
infecção, assim sendo, deve ser feito a sorologia quantitativa periódica que deve
negativar mais ou menos dentro de seis meses depois do nascimento, ou realizar o
FTA-ABS-IgM, sendo uma forma de diagnóstico, uma vez que a molécula de IgM
não atravessa a barreira placentária. Quando os resultados do VDRL do recémnascido são iguais ou superiores a quatro vezes o título da mãe. (BRASIL, 2006).
4.2.7.7.1 Histopatologia
A histopatologia não é um método usado na rotina diagnóstica, sendo apenas
sugestivo quando existe a desconfiança da sífilis pelo patologista, precisando ser
confirmado pela sorologia. A doença é fundamentada em todas as fases
configurando-se em edema, proliferação das células endoteliais e infiltrado
inflamatório perivascular com linfócitos e plasmócitos. Nos estágios primário e
secundário os vasos se tornam dilatados, espessados e ocorre a multiplicação das
células endoteliais. As modificações mais características são compostas pelo
infiltrado inflamatório de células mononucleares e plasmócitos de localização
perivascular e podem ser achados nos estágios tardios da sífilis secundária e na
sífilis terciária com modificações vasculares, e também, em granulomas de células
epitelióides enormes sem ou com necrose central. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).
4.2.7.7.2 Exame radiográfico
Na sífilis congênita, as modificações mais comuns são a osteocondrite,
periostite e a osteomielite e muitas vezes apresentam somente essas alterações
particulares no recém-nascido, neste caso, o diagnóstico pode ser proporcionado
pela radiografia dos ossos longos. (LARSEN; STEINER; RUDOLPH, 1995).
69
4.2.8
Tratamento
Um dos microrganismos mais susceptível à penicilina é o Treponema
pallidum, que some das lesões entre doze e dezoito horas após aplicação sistêmica.
Dessa forma, a quantidade terapêutica recomendada para a sífilis recente, que é
fase primária, secundária e latente que apresenta menos de um ano de evolução é
penicilina benzatina 2.400.000UI, intramuscular, dose única. Na sífilis tardia, latente,
cutânea e cardiovascular, recomenda- se a penicilina benzatina 7.200.000UI,
intramuscular, administrada em três doses semanais de 2.400.000UI. Nos casos de
alergia é recomendado a substituição da penicilina, na sífilis recente: doxiciclina
100mg VO, 12/12 horas por 15 dias; tetraciclina 500mg VO, 6/6 horas por 15 dias;
eritromicina 500mg VO, 6/6 horas por 15 dias; e ceftriaxone 250mg IM/dia por 10
dias. Na sífilis tardia, latente, cutânea e cardiovascular: doxiciclina 100mg VO, 12/12
horas por quatro semanas; tetraciclina 500mg VO, 6/6 horas por quatro semanas e,
eritromicina 500mg VO, 6/6/horas por quatro semanas. Alguns autores sugerem o
uso de azitromicina para o tratamento da sífilis, porém há relatos de falhas
terapêuticas. (BRASIL, 2005).
5.2.8.1 Controle de cura
Após tratamento ajustado é necessário recorrer aos testes sorológicos aos
três, seis e doze meses. Na sífilis recente, se não suceder a baixa de títulos
sorológicos em quatro vezes depois de três meses de terapêutica ou doença latente
recente aos seis meses, ou se permanecer as manifestações clínicas da doença a
ineficiência do tratamento deve ser assumido ou a probabilidade de uma nova
contaminação. Diante disto, antes de se iniciar nova terapêutica, o exame do LCR
deve ser executado, do mesmo modo que, todas as vezes que a titulação for
elevada em quatro vezes nos testes sorológicos. (BELDA JUNIOR; SHIRATSU;
PINTO, 2009).
70
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste estudo foi utilizado à coleta de dados por meio de questionário
estruturado composto de questões discursivas e de múltipla escolha, além de
análises sorológicas em amostras de 106 participantes, com a avaliação destes
dados foi possível avaliar o perfil epidemiológico de sífilis em mulheres com vida
sexual ativa com idade entre 18 e 35 anos, cadastradas no ESF Mamoeiro de
Unaí- MG e as possíveis causas.
Gráfico 1- Dados coletados das entrevistadas, por escolaridade, através de
questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida
sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período
Março/Outubro de 2015; (n=106).
1; 1% 5; 5%
46; 43%
Ensino fundamental
Ensino médio
Ensino superior
Não possuem
54; 51%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
O gráfico 1 mostra que apenas uma mulher possui ensino superior, cinco não
possuem nenhum estudo e 94 das entrevistadas apresentam ensino fundamental e
médio. O nível de escolaridade pode está diretamente relacionado ao acesso
deficiente as informações e cuidados a saúde; em virtude da falta de percepção das
mesmas. É possível constatar, portanto, que o entendimento ineficaz das
participantes pode estar relacionado ao grau de escolaridade das mesmas, que
lamentavelmente complica no procedimento do diálogo, intensificando ainda mais os
71
prejuízos à saúde em virtude da carência das informações pertinentes ao bem estar
próprio e geral.
Segundo o Ministério da Saúde, o nível de entendimento das pessoas pode
ter influência na percepção dos impasses de saúde e na capacidade de entender as
notícias nessa área, bem como na utilização e no emprego dos sistemas de saúde e
na aceitação aos procedimentos curativos. Além do mais, quanto menor o nível de
educação, assim como a obtenção de informações, mais exposto fica as pessoas ou
a população em sucessão de estados patológicos, conseguintemente, o processo de
promoção à saúde e prevenção de doença torna-se deficitário, não desenvolvendo
os resultados reais e esperados. (FERNANDES et al., 2000).
Em um estudo realizado no Rio de Janeiro por Saraceni e Leal (2003) foi
possível evidenciar que 85,9% das mulheres com sífilis, obtiveram apenas o primeiro
grau completo. Identicamente Lima e outros (2013); Araújo e outros (2012)
Investigando registros de ocorrência de sífilis de janeiro 2001 a dezembro de 2008,
no município de Brasília – DF e Belo Horizonte – MG, averiguaram que a maioria
das inqueridas possuíam menos de 8 anos de escolaridade; Discordando com este
estudo, entretanto, foi exposto pelo IBGE (2014) que a escolaridade média da
população de 25 anos ou mais de idade aumentou de 2004 a 2013, passando de 6,4
para 7,7 anos de estudo completos e apenas 41,8% das pessoas dessa faixa etária
alcançaram 11 anos de estudo ou mais, demonstrando que o nível de instrução das
mulheres vem aumentando com o passar do tempo o que pode explicar maiores
índice de instrução das entrevistadas neste estudo.
72
Gráfico 2 – Dados coletados das entrevistadas, por renda familiar, através de
questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida
sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período
Março/Outubro de 2015; (n=106).
2; 2%
9; 8%
37; 35%
Menos de 01 salário mínimo
01 salário mínimo
de 02 a 03 salários mínimos
Mais de 03 salários mínimos
58; 55%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Os dados do gráfico 2 revelam a renda mensal das entrevistadas, em que se
verifica que 89% das estudadas declaram receber até um salário mínimo e apenas
11% destas sobrevivem com 02 ou mais salários mínimo. Estudos mostram que
grupos com menor nível socioeconômico pode ser mais propenso a adquirirem
doenças sexualmente transmissíveis, mesmo que a sífilis não seja uma moléstia
exclusiva às classes menos favorecidas.
Estudo realizado por Magalhães e outros (2013) indica que pouca renda pode
ser indícios importantes de restrito acesso aos programas de saúde. Para Silveira e
outros (2002) o convívio desproporcional de poder e a submissão financeira das
mulheres, principalmente em países em desenvolvimento, restringe a obtenção
adequada e atualizada das informações. Foi verificado pelo o IBGE em 2013 que em
16,4% dos domicílios brasileiros o rendimento médio mensal domiciliar per capita era
de até ½ salário mínimo e que para a classe de rendimento mais alto (acima de 2
salários mínimos) este percentual alcançou 21,7%. A divergência com este estudo
se deve provavelmente ao momento político, que a população brasileira vivencia nos
dias atuais. (IBGE, 2015).
73
Gráfico 3 – Dados coletados das entrevistadas, por etnia, através de
questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida
sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período
Março/Outubro de 2015; (n=106).
3; 3%
19; 18%
Branco
Preto
21; 20%
Pardo
Não declararam
63; 59%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
O gráfico 3 demonstra que 63% das mulheres declararam a cor da pele como
parda, 21% sendo a cor da pele como preta, 19% branca e 3% não quiseram
declarar. Estudo realizado por Cavalcante e outros (2012) aponta que uma
proporção importante da população apresentou sintomas de DST no último ano e
um dos fatores que esteve significativamente associado à maior prevalência de
sintomas de DST foi à cor da pele não branca. Pesquisa realizada em Gurupi - TO
por Tavares e outros (2014) demonstrou a prevalência da cor parda entre as
entrevistadas. Outro estudo realizado por Nascimento e outros, (2012) no Hospital
Geral de Nova Iguaçu, observou-se a predominância de mulheres pardas em
relação às negras e brancas, cerca de 64,6% destas se diziam pardas. Pesquisa
similar realizada em Campo Grande – MS Por Figueiró Filho e outros (2007)
verificou-se que de 1.024 avaliadas, destas 75,9% eram pardas. Já em pesquisa
desenvolvida por Lima e outros (2013) em Belo Horizonte – BH 70% das estudadas
eram da cor parda ou preta. Em discordância, os estudos de Tabiz e outros (2012)
realizado no Hospital do Trabalhador em Curitiba-PR no período de 2007 a junho de
74
2011 demonstraram que houve predominância de mulheres brancas, cerca de
72,3%.
Ao comparar os resultados dessa pesquisa, observou-se que os dados são
concordantes com alguns estudos realizados em diferentes regiões do Brasil. Porém
houve divergência com pesquisa realizada pelo IBGE (2015), sobre a declaração da
raça da população brasileira entre 2009 e 2011, exibindo queda dos que se
declararam pardos que passou de 44,2% para 43,1%, também diminuíram a
expressão dos autodeclarados brancos de 48,2% para 47,8%, entretanto houve
aumento da representação populacional de negros que passou de 6,9% para 8,2%.
Gráfico 4 – Dados coletados das revistadas, por estado civil, através de
questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida
sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período
Março/Outubro de 2015; (n=106).
28; 26%
24; 23%
Solteira
União estável
Namorando
1; 1%
Separada
6; 6%
Casada
47; 44%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Das entrevistadas 75 dessas mulheres têm parceiros fixos, sendo que 31 não
possui um relacionamento estável. Estudo realizado inferiu que um dos parâmetros
a serem observados no diagnóstico da sífilis é a união estável, onde a maioria dos
VDRL reagentes se encontrava nessa condição. Dados semelhantes foram
publicados em trabalhos realizados no Ceará, no Pará, no Rio Grande do Sul e no
Rio de Janeiro. (LEITÃO et al., 2009). Além do mais, as mulheres vivem em
75
condições de vulnerabilidade em virtude ainda da submissão ao parceiro, e estes se
expõem mais, por acreditarem serem fortes imunes à doença e terem a infidelidade
como fato natural e as mulheres mesmo com único parceiro, muitas vezes são
acusadas de terem adquirido a doença (CAVALCANTE et al., 2012). Uma pesquisa
realizada em fortaleza – CE por Victor e outros. (2010) verificou que das 20
mulheres participantes 16 eram casadas. Semelhantemente Almeida, Lindolfo e
Alcântara (2009) desenvolveram um estudo na rede pública de Anápolis-GO, com 59
mulheres com sífilis atendidas na Unidade de Saúde do Progresso, onde cerca de
60% relataram serem casadas. Araújo e outros, (2006) realizou estudo parecido com
46 mulheres com VDRL positivo atendidas na Fundação Santa Casa do Pará,
constataram que 78,3% destas eram casadas. Pesquisa realizada por Brandão e
outros. (2011) também relata predominância de mulheres casadas. Confirmando os
dados achados neste estudo. Em contradição com a pesquisa inferida pelo IBGE
(2015) demonstrou que 57,1% dos entrevistados declararam viver em algum tipo de
união conjugal, quando questionados se viviam em algum tipo de união, contra
42,9% que disseram não manter qualquer tipo de relacionamento conjugal. E
também houve discordância dentro do grupo dos que viviam em união, a maioria
43,2% estava unida por laços de casamento civil e religioso e em segundo lugar,
com 34,8%, vinham os que viviam em união consensual.
76
Gráfico 5 – Dados coletados das entrevistadas, por mulheres que possuem
filhos e o número, através de questionário aplicado, referente à avaliação de
sífilis em mulheres com vida sexual ativa cadastradas no ESF Mamoeiro – Unaí
- MG no período Março/Outubro de 2015; (n=106).
Sim
38
24
7
Não
18
Um
4
26
Dois
Três
15
88
Quatro
Mais de cinco
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Segundo os dados do gráfico 5, 88 mulheres possuem filhos, o que reflete
diretamente na renda mensal, levando a uma menor qualidade de vida e apenas 18
não possuem filhos. De acordo com a projeção de população do IBGE divulgada em
2013, a taxa de fecundidade total para o Brasil passou de 2,39 filhos por mulher, em
2000, para 1,77 em 2013, representando uma queda de 26% neste indicador. Um
indicador relacionado à fecundidade é a proporção de mulheres, nos diferentes
grupos etários, que não tiveram filhos nascidos vivos. Seguindo a tendência de
queda na taxa de fecundidade total. Assim, nota-se que as mulheres com maior
escolaridade adiam mais a maternidade e, ao final do período reprodutivo, maior
proporção permanece não tendo filho. (IBGE, 2014). Os dados corroboram com os
encontrados neste estudo que mostra a queda em número de filhos pelas as
mulheres.
77
Gráfico 6 - Dados coletados das entrevistadas por trabalho através de
questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida
sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período
Março/Outubro de 2015; (n=106).
43; 41%
Sim
Não
63; 59%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
O gráfico 6, representa o número de mulheres que trabalham e as que não
trabalham, sendo que, 43% das entrevistadas trabalham e 63% não estão inseridas
no campo do trabalho. Os resultados corroboram com os obtidos por Mesquita e
outros (2012) que apontaram número elevado de donas de casa com essa DST,
com média total de 63,26%. Victor e outros (2010) em pesquisa realizada em
Salvador - BA testificou que a maioria das mulheres estavam fora do mercado de
trabalho, sendo que das 20 pesquisadas 15 eram donas de casa.
A população feminina teve uma redução no nível de desocupação, no
período, um pouco maior que a masculina, mas elas representam ainda o maior
contingente de desocupados (3,7 milhões) e registraram a maior taxa de
desocupação (8,3%), contudo, acerca dos movimentos da força de trabalho, deve-se
considerar que, nos últimos nove anos, foram às mulheres que mais incrementaram
a população ocupada. Com efeito, uma maior procura por trabalho implica numa
maior taxa de desocupação se a demanda é limitada. (IBGE, 2014).
78
Gráfico 7 - Dados coletados, sobre a profissão através de questionário
aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida sexual ativa
cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período Março/Outubro de 2015;
(n=106).
10; 23%
Doméstica
Diarista
Outros
25; 58%
8; 19%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Neste gráfico 7 foi possível observar que a predominância das profissões das
entrevistadas é de doméstica, sendo 23% das participantes, seguida das diaristas
19% e 57% possuem outras profissões como: babá, açougueira, autônoma,
trabalhadora rural, manicure, técnica em enfermagem, agente de endemias, boia
fria, artesã, revendedora, balconista atendente, cozinheira e auxiliar de serviços
gerais. Os resultados corroboram com os obtidos por Victor e outros (2010), em
pesquisa exploratória e descritiva na cidade de Fortaleza - CE, com 20 puérperas no
período entre fevereiro e junho de 2008, constataram que 4 eram domésticas .
Mesquita e outros (2012) em estudo realizado em Sobral – CE apontou que 10,2%
das estudadas eram domésticas. Valores mais elevados foram observados em
pesquisa realizada em Salvador - BA por Almeida, Pereira (2007), das entrevistadas
53,8% das mulheres com sífilis eram domésticas.
79
Gráfico 8 - Dados coletados, sobre o tipo de moradia através de questionário
aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida sexual ativa
cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período Março/Outubro de 2015;
(n=106).
13; 12%
25; 24%
Emprestada/cedida
Própria
Alugada
68; 64%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Os dados do gráfico 8 demonstram que 65% das participantes residem em
casa própria, 24% pagam aluguel e 11% moram em casa emprestada ou cedida. Foi
revelado pelo IBGE (2015) que cerca de 70% dos domicílios próprios já foram
pagos, e 4,7% estão em processo de aquisição. Os alugados representam 17,3%,
os cedidos 7,5% e os que tinham outra forma de ocupação, 0,5%. Valores bem
próximos dos encontrados neste estudo.
80
Gráfico 9 - Dados coletados, por número de pessoas que residem com
entrevistadas. Através de questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis
em mulheres com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG
no período Março/Outubro de 2015; (n=106).
8; 8%
46; 43%
22; 21%
Uma
Duas
Três
Quatro ou mais
30; 28%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
O gráfico 9 demonstra o número de pessoas que residem com as
entrevistadas; sendo que quatro pessoas ou mais correspondem a 43%, as
mulheres que moram com três pessoas 28%, com duas 21% e apenas 8% dessas
residem só com uma pessoa. Foi demonstrado pelo IBGE (2010) que 87,2% das
casas brasileiras são formadas por duas ou mais pessoas com algum grau de
parentesco, confirmando os achados nesta pesquisa. Porém houve discordância
entre os achados pelo o IBGE (2015) expondo que a proporção de residências com
quatro ou mais moradores reduziu de 40,4% para 37,7%, enquanto aqueles com até
três moradores passou de 59,6% para 62,3%.
81
Gráfico 10 - Distribuição das participantes, segundo a presença de atividade
sexual , através de questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em
mulheres com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no
período Março/Outubro de 2015; (n=106).
Sim
106; 100%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
No gráfico 10 evidencia que 100% das pesquisadas possuem vida sexual
ativa, justificado pela pesquisa ter sido realizada apenas com mulheres que
possuem vida sexual ativa. A maior ocorrência destas doenças se dá em pessoas
adultas, com atividade sexual e, quanto maior o número de parceiros, maior é a
probabilidade de contraí-las. (MIMS et al.,1999). As DST existem desde a
antiguidade em um elevado percentual de indivíduos sexualmente ativos.
(ESPÍRITO SANTO, 2008). Uma moléstia aparentemente provocada pelos excessos
sexuais, a comprometer a saúde das futuras gerações. (SANTOS JUNIOR et al.,
2007).
82
Gráfico 11 - Dados coletados, por número de parceiros sexuais, através de
questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida
sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período
Março/Outubro de 2015; (n=106).
28; 26%
Um
Dois
56; 53%
Três ou mais
22; 21%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Neste gráfico 11, foi possível evidenciar que 52% das mulheres tiveram
apenas um parceiro sexual, enquanto que 48% já tiveram 02 ou mais parceiros
sexuais, aumentando o risco de adquirirem doenças sexualmente transmissíveis.
Pouca referência sobre a incidência de sífilis relacionada ao número de parceiro
sexual foi encontrada. De qualquer forma, a utilização de condom impede a
contaminação nos pontos mais comuns de lesão, é necessário também, reduzir o
número de parceiros sexuais para diminuir o risco de pegar sífilis. (BRASIL, 2009).
Para Mesquita e outros (2012) não ter parceiros fixos, constitui um grupo vulnerável
a adquirir DST, além da maior dificuldade de captação e tratamento concomitante do
parceiro. Pesquisa realizada por Araújo e outros, (2006) com 46 mulheres
analisadas com VDRL positivo no Pará, constatou que 87% tiveram relação apenas
com 1 parceiro, sugerindo a contaminação da mulher por seu parceiro promíscuo.
Segundo pesquisa realizada em São Paulo – SP sobre a prevalência de sífilis por
Pinto e outros (2014) demonstrou uma porcentagem elevada de mulheres 34,3%
com parceria fixa. Segundo Oliveira, (2011) quanto maior o número de parceiros,
maior é a probabilidade de contrair a doença.
83
Gráfico 12 - Dados coletados, por uso de preservativo, através de questionário
aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida sexual ativa
cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período Março/Outubro de 2015;
(n=106).
23; 22%
22; 21%
Sempre
As vezes
Nunca
61; 57%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Os dados do gráfico 12 relata que 57% das mulheres não tem um
conhecimento sobre a importância de estar usando camisinha, 22% nunca usaram e
somente 21% sabem dessa importância. Apesar da grande relevância que o uso da
camisinha apresenta para prevenir doenças sexualmente transmissíveis, poucas
mulheres abdicam do sexo sem prevenção adequada mostrando, portanto que, cada
vez mais, os profissionais da área da saúde devem estar intervindo, com palestras e
ações educativas.
Para Costa e outros (2011) entre os possíveis determinantes para a
manutenção da transmissibilidade da sífilis e outras DST, destacam-se: o uso
irregular e pouco frequente de preservativos, baixa escolaridade, multiplicidade de
parceiros sexuais, sentimentos de onipotência e pouco envolvimento com os
aspectos preventivo. O comportamento deste grupo configura um desafio para a
Saúde Pública, em decorrência das repercussões psicossociais e econômicas em
âmbito individual, familiar e contexto social. Essa realidade vem sugerindo a
necessidade de reavaliação das estratégias de sensibilização, quanto ao estilo de
vida, planejamento da família e prevenção de doenças graves, como sífilis e
84
HIV/AIDS, entre outras. Estudos indicam que mulheres jovens apresentam dupla
vulnerabilidade. No Brasil (1996), encontrou-se uma prevalência de uso de condom
na última relação de risco de 11,4% em mulheres, na faixa etária de 15 a 49 anos.
Estudo realizado em São Paulo – SP por Pinto e outros (2014) sobre Prevalência de
Sífilis e fatores associados, reportou que o uso de preservativo, em algumas
relações sexuais, foi 50,5% entre as mulheres.
Gráfico 13 - Dados coletados, quanto a ter relação sexual contra suas
vontades, através de questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em
mulheres com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no
período Março/Outubro de 2015; (n=106).
7; 7%
Sim
Não
99; 93%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Neste gráfico 13 foi possível observar que 93% das entrevistadas nunca
tiveram relação contra sua vontade, porém 7% confirmaram que mantiveram relação
sexual contra suas vontades, mostrando a importância da ação dos profissionais da
saúde com orientação através de palestras e veículos de comunicação, para que a
realidade dessas mulheres possa mudar e que essa porcentagem possa ser zerada.
Segundo Oliveira e outros, (2005). A violência nas relações de gênero e,
particularmente, a violência sexual pode implicar na maior ocorrência de diversos
problemas de saúde física, reprodutiva e mental, como também acarreta maior uso
dos serviços de saúde por parte das mulheres. Os serviços de saúde, sobretudo os
85
pronto socorros, são os mais procurados pelas mulheres vítimas de violência sexual
e doméstica, que têm de responder a dois dilemas: perceber/reconhecer a violência
sofrida pela mulher, dando credibilidade a uma queixa e, romper com uma
recorrente prática de medicalizar os eventos observados. Na maioria das vezes, as
mulheres vítimas de violência apresentam problemas que não se reduzem às
consequências imediatas dos atos violentos vivenciados, mas apresentam interfaces
que precisam contar com o aporte interdisciplinar, como as cicatrizes deixadas na
vida sexual, afetiva, social, profissional.
Gráfico 14 - Dados coletados, de acordo com o conhecimento sobre o que é
sífilis, através de questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em
mulheres com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no
período Março/outubro de 2015; (n=106).
33; 31%
Sim
Não
73; 69%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
No gráfico 14 é possível observar que 73% das entrevistadas desconhece o
que é a sífilis, um percentual muito alto para dias atuais e somente 30% das
entrevistadas têm conhecimento do assunto em questão, isso nos mostra que a
carência de informações acerca da sífilis foi notória nesse estudo. Segundo
Cavalcante e outros (2012) apesar de a sífilis ser uma doença que existe desde a
antiguidade um percentual muito alto de mulheres desconhece essa patologia,
aumentando assim o risco de adquirirem essa moléstia, mantendo assim a cadeia
86
de transmissão, sendo assim, necessário uma mobilização rápida para que aumente
o índice de entendimento sobre essa DST que pode trazer sérias consequências é
até a morte, podendo ser evitada por uma simples ação. Vale ressaltar que o
conhecimento sobre a sífilis pode ajudá-las no enfrentamento da doença,
minimizando os sentimentos negativos e as repercussões deste problema em suas
vidas.
Gráfico 15 - Dados coletados, por conhecimento de como a sífilis é
transmitida, através de questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis
em mulheres com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG
no período Março/outubro de 2015; (n=106).
37; 35%
Sim
Não
69; 65%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
O gráfico 15 mostra que 64% das entrevistadas não sabem como a sífilis é
transmitida, mostrando que falta informação sobre essa DST, deixando assim essas
mulheres vulneráveis para adquirirem essa patologia, sendo que apenas 36%
sabem como essa doença é transmitida, evidenciando que é necessária uma
intervenção urgente, para aumentar o nível de conhecimento sobre essa doença. De
acordo com Araguaia (2015) conhecer sobre ela é de extrema importância, uma vez
que, não sendo curada, pode manifestar complicações sistêmicas e, inclusive,
causar problemas como cegueira, paralisia e danos cerebrais. Em um estudo
preliminar qualitativo realizado por Víctor e outros (2010, p. 118), foi possível
87
observar que para as participantes o conhecimento sobre a sífilis era incipiente, em
relação à prevenção, transmissão e tratamento. Assim como foi exposto neste
estudo.
Gráfico 16 - Dados coletados, por conhecimento das consequências dessa
doença, através de questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em
mulheres com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no
período Março/outubro de 2015; (n=106).
23; 22%
Sim
Não
83; 78%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Os dados do gráfico 16 apontam que apenas 22% sabem das sérias
consequências que essa doença pode causar e a grande maioria 78% desconhece
esses riscos. Dessa forma, mostra a necessidade de promoção de ações
direcionadas ao controle da doença, incluindo ações de notificação, busca ativa,
tratamento adequado e acompanhamento sorológico para comprovação da cura, a
fim de que possam ser propostas mudanças que impliquem em um melhor
enfrentamento da doença e, por sua vez, numa melhor qualidade de vida às
mulheres.
88
Gráfico 17 - Dados coletados, por formas de se proteger contra essa patologia,
através de questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis em mulheres
com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período
Março/outubro de 2015; (n=106).
43; 41%
Sim
Não
63; 59%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Neste gráfico foi possível constatar que 59% das mulheres entrevistadas não
têm informação como se proteger contra a sífilis, deixando-as desprotegidas para
adquirirem não só essas mais também outras DSTs, 41% sabem como se proteger,
número pequeno para os dias atuais com tantos veículos de informação.
Os profissionais da área de saúde têm o importante papel de produzir
informações, esclarecer e incentivar as famílias e os pacientes, sobre os tratamentos
e prevenção das DSTs. É preciso ressaltar que os custos e benefícios da prevenção
da sífilis, baseados na atenção primária, são mais favoráveis do que o tratamento,
reduzindo os gastos públicos e permitindo a aplicação de verbas em outros setores
da saúde pública, através de novos investimentos (BRASIL; 2010).
89
Gráfico 18 - Dados coletados sobre o direito de a mulher pedir ao parceiro que
use camisinha, através de questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis
em mulheres com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG
no período Março/outubro de 2015; (n=106).
5; 5%
2; 2%
Sim
Não
Não reponderam
99; 93%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Como foi exposto no gráfico 18, é possível constatar que algumas mulheres
ainda têm dificuldade em reivindicar seus direitos, mesmo que, isso as possibilite a
terem alguma consequência, mais a grande maioria já têm conhecimento dos seus
direitos.
Para Cavalcante e outros (2012) as mulheres vivem em condições de
vulnerabilidade em virtude ainda da submissão ao parceiro, e estes se expõem mais,
por acreditarem serem fortes imunes à doença e terem a infidelidade como fato
natural. Os homens se lamentam por não terem se prevenido, e as mulheres,
mesmo com único parceiro, muitas vezes são acusadas de terem adquirido a
doença. A recusa dos homens em usar preservativo permanece como a chave do
problema. Como visto em diversos estudos, os homens pensam que apenas podem
sentir o orgasmo de suas parceiras e o seu próprio orgasmo quando não usam
preservativos, e por isso não usam.
Em estudo realizado por Silveira e outros (2002) foi exposto que no geral, o
grupo que menos utilizou o preservativo foram as mulheres com parceria estável.
Araújo; Silveira (2007) demonstraram em seu trabalho que a confiança no parceiro
90
foi um dado bastante recorrente, entre outras justificativas para o não uso do
preservativo, além das dificuldades práticas de uso e uso de outro método
contraceptivo (pílula), apesar da consciência sobre as DST.
Além do que, o desenvolvimento de estratégias de prevenção de DST para
pessoas que vivem relacionamento estável, particularmente a mulher, é dificultado,
pois quando ela solicita o uso do preservativo, o companheiro pode desconfiar e
levantar a possibilidade de uma possível traição. A falta de diálogo sobre a
sexualidade entre casais influencia as atitudes de prevenção destes, e quando
ocorre é propiciado por momentos conflituosos, como o diagnóstico de alguma DST.
(ARAUJO; SILVEIRA, 2007).
Gráfico 19 - Dados coletados, sobre o conhecimento de quem está exposto a
essa doença, através de questionário aplicado, referente à avaliação de sífilis
em mulheres com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG
no período Março/outubro de 2015; (n=106).
15; 14%
Sim
Não
91; 86%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
O gráfico 19 nos mostra que é necessário intensificar a quantidade e a
qualidade das informações, principalmente em locais onde as pessoas são mais
carentes, onde têm dificuldades em receber essas informações ou têm problemas
para entendê-las, sendo que 86% não tem entendimento de quem está exposto à
sífilis e somente 14% sabem quem está exposto. Para Cavalcante e outros (2012) o
91
conhecimento e o desconhecimento da sífilis muitas vezes cruzaram-se nos relatos
das mulheres, já que algumas afirmam não conhecer a doença e outras ouviram
falar na sífilis, em algum momento de suas vidas, porém não reconhecem as
manifestações clínicas e as formas de prevenção e transmissão da doença,
dificultando o seu diagnóstico precoce.
Gráfico 20 - Dados coletados, sobre a frequência que as entrevistadas fazem
visitas ao Ginecologista ou Clínico geral, através de questionário aplicado,
referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida sexual ativa cadastrada
no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período Março/outubro de 2015; (n=106).
33; 31%
Raramete
Semestralmete
55; 52%
Anualmente
18; 17%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Os elementos deste gráfico indica que 52% das entrevistadas só fazem visitas
médicas raramente, 31% vão ao médico anualmente e 17 fazem visitas ao médico
semestralmente. Segundo Jiménez e outros (2011) as DST tem sido associado á
promiscuidade sexual, provocando estigma moral e social nas pessoas que as
contraem, levando à deterioração de seus relacionamentos e desvalorização social.
Como consequências, algumas mulheres optam por não procurar os devidos
cuidados médicos.
92
Gráfico 21 - Dados coletados, por VDRL reagente é não reagente, através de
análise sorológica, referente à avaliação de sífilis em mulheres com vida
sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no período
Março/outubro de 2015; (n=106).
2%
Reagente
Não reagente
104; 98%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
No Brasil, as taxas de soro positividade para sífilis em mulheres na idade fértil
variam entre 1,5 e 5,0%, com níveis mais elevados em grupos de maior risco, de
baixo nível socioeconômico e acesso mais complexo à educação e aos serviços de
saúde. As mulheres são especialmente vulneráveis à sífilis por características
biológicas: a superfície vaginal exposta ao sêmen é relativamente extensa. As
doenças sexualmente transmissíveis DST são mais frequentemente assintomáticas
e a mucosa vaginal é frágil, principalmente em mulheres mais jovens.
(CAVALCANTE et al, 2012). Os resultados corroboram com os encontrados nas
análises deste estudo, onde 2% das entrevistadas apresentaram VDRL reagentes.
Estudo realizado por Signorini e outros (2007), sobre a prevalência da co-infecção
HIV-sífilis em um hospital universitário da cidade do Rio de Janeiro - RJ no ano de
2005 demonstrou que a prevalência de sífilis entre as mulheres foi de 1,1%. Em
outro estudo realizado por Oliveira e Figueiredo (2011) denominado “Abordagem
conceitual sobre a sífilis na gestação e o tratamento de parceiros sexuais”, obtevese uma taxa de prevalência de 1,6% de sífilis em sua forma ativa. Oliveira;
Verdasca; Monteiro (2008), em pesquisa realizada em Guarapuava, Estado do
93
Paraná sobre a Detecção de sífilis por ensaios de ELISA e VDRL em doadores de
sangue do Hemonúcleo de dados mostraram índices de positividade para sífilis de
2,1%. Os resultados em si mostram em conformidade com esta pesquisa que
apresentou 2% de VDRL reagente, demonstrando a competência dos profissionais
que fazem parte da abrangência do ESF Mamoeiro, os números de resultados
reagentes refletem o sucesso de um trabalho amplo oferecido por essa equipe.
Gráfico 22 – Dados coletados, por positividade e negatividade do imuno-rápido
sífilis, através de análise sorológica, referente à avaliação de sífilis em
mulheres com vida sexual ativa cadastrada no ESF Mamoeiro – Unaí – MG no
período Março/outubro de 2015; (n=106).
3; 3%
Positivo
Negativo
103; 97%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015
Conforme publicação em 2010 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a
estimativa seria de aproximadamente 12 milhões de novos casos da doença no
mundo. A OMS estima ainda a hipótese de 937 mil ocorrências de sífilis em
brasileiros por contaminação sexual, nos indivíduos sexualmente ativos, a cada ano.
(PINTO et al., 2014).
O aumento de mulheres infectadas pela sífilis e as graves consequências
resultantes dessa patologia, especialmente quando não tratada, levantaram a
necessidade de questionamentos acerca do problema. Mostrando que ainda existem
94
lacunas sobre estudos abordando as características da ocorrência da sífilis em
mulheres na nossa realidade. (CAVALCANTE et al, 2012).
Houve divergência dos valores de VDRL e Imuno-Rápido sífilis, talvez por
serem testes de triagem. Também no inicio da doença segundo Larsen e outros
(1995) são muito úteis para indicar o estágio da doença, porém necessita de testes
confirmatórios que eliminam casos de falso positivo.
95
6
CONCLUSÃO
Ainda que a sífilis seja uma patologia conhecida há séculos e que tenha
agente etiológico bem definido, de fácil detecção, tratamento de baixo custo e 100%
eficaz, ainda assim é considerado um grave problema de saúde pública, que instiga
não só os gestores de saúde, mas também toda a humanidade, sendo, portanto
difícil de ser eliminada. Apesar de grave, a sífilis é uma doença curável e não deixa
sequelas, quando diagnosticada no início e tratada de forma ajustada, com
acompanhamento de uma equipe qualificada que utilize de normas que visem o
rastreio sistemático e a terapêutica adequada nas Unidades Básicas de Saúde; além
de utilizar de ações de orientação sexual e de planejamento familiar.
Foi notável a falta de informação e entendimento das entrevistadas neste
estudo, diante da gravidade que essa doença pode gerar, talvez porque os esforços
da Organização Mundial de Saúde, juntamente com a Organização Pan-Americana
da Saúde, adotada pela Coordenação Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde,
estejam voltados para as gestantes. É necessário por tanto campanhas direcionadas
especificamente para mulheres jovens, o que tudo indica são as principais causas
do problema, segundo alguns especialistas. Também é importante ressaltar que,
cada vez mais, pessoas se tornam portadoras da bactéria por falta de prevenção,
sendo que poderia eliminá-la de maneira simples e fácil, através da utilização de
preservativo que é essencial em toda relação sexual.
Os resultados reforçam que a redução da ocorrência da sífilis, somente será
possível quando as adoções de medidas mais efetivas de prevenção e controle
forem sistematicamente aplicadas. Neste contexto, é de suma importância o papel
do biomédico nas análises para detecção da patologia, oferecendo artifícios para a
identificação e monitoramento da patologia, uma vez que são de fácil execução e os
resultados podem ser liberados imediatamente, evitando assim a disseminação do
treponema pallidum.
96
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103
APÊNDICE A - OFICIO
Unaí, 2015.
Assunto: solicitação para execução de pesquisa.
A Faculdade TECSOMA, ciente do seu relevante trabalho para com o
Município de Unaí, vem apresentar a aluna Neuza Maria Teixeira de Jesus,
acadêmica do 8º período do Curso de Biomedicina da Instituição Faculdade
Tecsoma – Paracatu - MG, e por meio deste solicitar o Sr Secretário de Saúde
Hernandes Menezes a autorização para realização do Projeto de pesquisa de
Conclusão de Curso com fins científicos, intitulado AVALIAÇÃO DE SÍFILIS EM
MULHERES COM VIDA SEXUAL ATIVA CADASTRADAS NO ESF MAMOEIRO
DE UNAÍ-MG através de coleta dados na unidade, análise de prontuários e
amostras biológicas a ser realizado no período de março a outubro de 2015.
Através deste trabalho a secretaria terá dados compilados referentes à
incidência de Sífilis, fator que interfere nas relações sociais das mulheres, o que
permite ações direcionadas no controle desta doença. Todos os dados serão
coletados em conformidade com as normas éticas, respeitando o devido sigilo
referente ao nome das participantes. Finalizado o trabalho uma cópia será entregue
à secretária de saúde de Unaí-MG
Desde já agradecemos pela atenção e contamos com sua colaboração.
Colocamo-nos totalmente à disposição para demais esclarecimentos através do
telefone (38) 33115800 ou pelo e-mail: [email protected].
Atenciosamente,
_____________________________
Coordenadora
________________________
Aluna
104
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Prezada Senhora ____________________________________________________
Vimos através de este apresentar a proposta de Trabalho de Conclusão de
Curso que será desenvolvido pela acadêmica Neuza Maria Teixeira de Jesus,
regularmente matriculada no sétimo período de Graduação em Biomedicina, nesta
instituição de Ensino Superior, intitulada “AVALIAÇÃO DE SÍFILIS EM MULHERES
COM VIDA SEXUAL ATIVA CADASTRADAS NO ESF MAMOEIRO UNAÍ-MG”.
O presente estudo tem como objetivo avaliar presença ou ausência de sífilis
através de testes em mulheres de idade fértil e as possíveis causas. Para
concretização deste trabalho, a acadêmica necessita coletar amostras biológicas
das pacientes.
Este trabalho não tem intenção de denegrir valores, mas contribuir de forma
positiva na continuidade da assistência dessa clientela, também não visa lucros,
nem vai gerar encargos ao município.
Solicitamos, portanto, a colaboração e permissão de vossa senhoria para
coleta das informações necessárias ao estudo. As informações pessoais como
nome, endereço e contatos pessoais serão mantidas em sigilo e não serão
divulgadas em qualquer hipótese.
Declaro estar ciente e de acordo das informações deste Termo de
Consentimento e concorda em participar desta pesquisa.
Unaí, ____/_____/______
Assinatura: ___________________________________
______________________
________________________
Cláudia Peres da Silva
Neuza M° Teixeira de Jesus
Orientadora
Acadêmica do Curso de Biomedicina
105
APÊNDICE C- QUESTIONÁRIO
Iniciais: ___________________ Data de nascimento: ___/___/___
Questões socioeconômicas:
1. Qual a sua escolaridade?
(
) Ensino fundamental
(
) Ensino superior
(
) Ensino médio
(
) Não possui
2. Qual a sua renda familiar?
(
) Menos de 01 salário mínimo
(
) de 02 a 03 salários mínimos
(
) 01 salário mínimo
(
) Mais de 03 salários
3. Você se considera?
(
) Branco
(
) Pardo
(
) Preto
(
) Não declarado
4. Estado Civil
(
) Solteira
(
) Casada
(
) Separada
(
) Namorando
(
) União estável
(
) Viúva
5. Tem filhos?
(
) Sim
(
) Não
Se sim quantos?______________________
(
) Não
Se sim qual a sua profissão?____________
6. Trabalha?
(
) Sim
7. A casa em que você reside é:
(
) Emprestada
(
) Própria
(
8. Quantas pessoas moram com você?
(
) Uma (
) Duas (
) Três (
) Quatro ou mais
) Alugada
106
Questões epidemiologistas
9. Possui vida sexual ativa?
(
) Sim
(
) Não
10. Quantos parceiros já teve?
(
) Um
(
) Dois
(
) Três ou mais
(
) Ás vezes
(
) Nunca
11. Faz uso de preservativo?
(
) Sempre
12. Já teve relação sexual contra sua vontade?
(
) Sim
(
) Não
13. Você sabe o que é sífilis?
(
) Sim
(
) Não
14. Você sabe como a sífilis é transmitida?
(
) Sim
(
) Não
15. Você sabe quais as consequências dessa doença?
(
) Sim
(
) Não
16. Você sabe quais as formas de se proteger contra essa doença?
(
) Sim
(
) Não
17. Em sua opinião, é um direito da mulher pedir ao parceiro que use preservativo?
(
) Sim
(
) Não
18. Você tem informações sobre quem está exposto?
(
) Sim
(
) Não
19. Com qual frequência você faz visitas ao Ginecologista ou clínico geral?
(
) Raramente
(
) Semestralmente (
) Anualmente
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