FILOSOFIA Fonte:http://blog.csbno.net/formazione/files/filosofia1.jpg acesso em 28/02/2012,às 16:57h. 2º ANO -3º MÓDULO PROFª FERNANDA MAIA 1º SEMESTRE/2012 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..........................................................................................................05 UNIDADE I O PROBLEMA DO CONHECIMENTO E SUA POSSIBILIDADE.........06 Capítulo I Conhecimento ......................................................................................07 1.1 O que é conhecimento.........................................................................................08 1.2 Origem do conhecimento.....................................................................................09 1.3 Relações:Indivíduo-natureza e Conhecimento-cultura........................................10 1.4 Relação entre conhecimento e cultura.................................................................12 1.5 A possibilidade do conhecimento.........................................................................12 1.6 O caminho do conhecimento................................................................................14 Capítulo II Divisões do conhecimento....................................................................16 2.1 Conhecimento assistemático................................................................................16 2.2 Conhecimento sistemático...................................................................................18 2.3Conhecimento e Consciência................................................................................19 2.4 Denominações da consciência.............................................................................20 2.5 Indivíduo e sua consciência-Estudo de Casos.....................................................24 Capítulo III Caminho histórico da construção e produção do conhecimento humano-filosófico e científico.................................................................................26 3.1 Histórico da Filosofia............................................................................................26 3.2Filosofia Patrística.................................................................................................28 3.3 Filosofia Medieval ou Escolástica........................................................................29 3.4 Filosofia da Renascença......................................................................................30 3.5 Filosofia Moderna.................................................................................................31 3.6 Filosofia da Ilustração ou Iluminismo...................................................................32 3.7 Filosofia contemporânea......................................................................................33 Capítulo IV Óticas de conhecimento......................................................................34 4.1 Filosofia grega......................................................................................................34 2 4.2 Conhecimento segundo Platão............................................................................35 4.3 Conhecimento segundo Aristóteles......................................................................38 4.4 Relações e diferenças entre Platão e Aristóteles.................................................41 4.5 A importância e o legado que a Filosofia grega deixou para o Ocidente ....................................................................................................................................43 4.6 A importância da Filosofia grega..........................................................................43 4.7 Contribuições ao Ocidente...................................................................................45 UNIDADE II RACIONALISTAS E EMPIRISTAS-QUESTÃO DO MÉTODO NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO..........................................................................46 Capítulo I Racionalismo e Empirismo....................................................................47 1.1 Contexto histórico................................................................................................47 1.2 Racionalismo.......................................................................................................47 1.3 Empirismo............................................................................................................48 Capítulo II Razão e liberdade no contexto do Iluminismo...................................49 2.1 Iluminismo............................................................................................................49 2.2 Relações entre razão e liberdade........................................................................50 2.3 Conhecimento segundo Kant...............................................................................50 Capítulo III Noções de conhecimento e verdade-relação com as diversas ciências......................................................................................................................53 3.1 Conhecimento e verdade.....................................................................................53 3.2Filosofia e as diversas ciências.............................................................................56 Capítulo IV A Filosofia e suas relações com outras formas de conhecimento............................................................................................................... ....................................................................................................................................59 4.1 Senso comum.......................................................................................................59 4.2 Bom senso............................................................................................................61 4.3Filosofia e Religião................................................................................................62 4.4 A importância da religião para a Filosofia............................................................62 3 4.5 Significado da religião..........................................................................................64 4.6Filosofia e Arte.......................................................................................................65 4.7 Arte Poética..........................................................................................................65 4.8 Estética.................................................................................................................67 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................70 REFERENCIAS..........................................................................................................71 4 FILOSOFIA 2º ANO -3º MÓDULO PROFª FERNANDA MAIA INTRODUÇÃO A presente apostila tem como objetivo central estabelecer uma relação entre o ensino de Filosofia e os aspectos que envolvem o indivíduo através de indagações e reflexões sobre os assuntos existentes em seu cotidiano, respeitando a diversidade de nossa composição social,mas despertando-o para o entendimento e reflexão sobre o conhecimento.Podemos iniciar os estudos com a seguinte frase de Kant: “Não se aprende Filosofia,mas a filosofar.” O objetivo da disciplina de Filosofia não é apenas propiciar ao aluno um mero enriquecimento intelectual. Ela é parte de uma proposta de ensino que pretende desenvolver no aluno a capacidade para responder, lançando mão dos conhecimentos adquiridos, as questões advindas das mais variadas situações. (PCNPARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS) Somente a partir da reflexão constante e consciente é possível adentrar em questões complexas e pertinentes de nosso cotidiano. O ensino de Filosofia auxilia no desenvolvimento do indivíduo enquanto ser social através de suas relações com o mundo que o cerca. 5 UNIDADE I PROBLEMA DO CONHECIMENTO E SUA POSSIBILIDADE Capítulo I Conhecimento. Capítulo II Divisões do conhecimento. Capítulo III Caminho histórico da construção e produção do conhecimento. humano-filosófico e científico. Capítulo IV Óticas do conhecimento. 6 Capítulo I O conhecimento http://www.professorpaulinho.com.br/Atualidades/Texto_Resumo_de_filosofia.htm 09/01/2012 acesso em 27/02/2012,às 20:20h. 7 Uma frase para começar: “Conhece-te a ti mesmo?” Essa célebre frase atribuída ao Filósofo Sócrates nos impulsiona ao caminho do conhecimento. Fonte:http://nossasaladeconversa.blogspot.com/2011/05/envelhecer-com-sabedoria.html em 04/05/2011 acesso em 27/02/2012,às 20:45h 1.1 O que é conhecimento? O conhecimento constitui uma relação de ação e reação do indivíduo sobre o meio em que está inserido. O conhecimento está relacionado ao posicionamento frente a fatores como: limites, desafios e estímulos. 8 O panorama acerca do conhecimento está voltado para a relação estabelecida entre o sujeito que pretende alcançar o conhecimento e o objeto conhecido que proporciona o conhecimento. Atualmente o fluxo de informações que recebemos é constante, muitas vezes não damos conta de tantas novidades que adentram a nossa vida nos fazendo refletir sobre o mundo que nos rodeia. Não é algo novo a pretensão de alcançar o conhecimento. Mas, afinal o que é conhecimento? 1.2 Origem do conhecimento De acordo com estudos realizados ao longo de nossa história, podemos hoje contar com inúmeras hipóteses, ideias e conceitos sobre o conhecimento. Para os antigos gregos, anterior ao ordenamento existente havia o caos, que representava o abismo profundo. Portanto, refletir sobre o conhecimento e suas implicações nos insere em um universo composto por várias perguntas e consequentemente reflexões sobre o que é realmente o conhecimento ou como podemos chegar a ele ou até mesmo como o absorvermos e posteriormente propagamos as ideias assimiladas. Com o tempo, o indivíduo com a finalidade de compreender e dominar passou a utilizar o conhecimento como ferramenta para assimilar as coisas que envolvem os processos da natureza e que por ele serão compartilhados ao longo de sua existência. Portanto, dentro desse contexto, a permanente e intensa busca pelo conhecimento torna possível a sobrevivência da espécie humana. A necessidade do indivíduo de sobreviver às adversidades encontradas no meio estimulou e continua estimulando a sua ação sobre ele. 9 1.3 Relações:indivíduo-natureza e conhecimento-cultura Fonte: http://argonautasblog.blogspot.com em 01/03/2011 acesso em 27/02/2012,às 20:50h. Para entendermos a relação entre o indivíduo e a natureza,é preciso compreender que o indivíduo a princípio tinha um comportamento instintivo,com o passar do tempo,suas atitudes sofreram um reformulação,o que possibilitou o desenvolvimento de sua inteligência,causando um aprimoramento de suas ações diante da realidade existente. Em muitos casos, a abordagem de um determinado assunto pode contar com recursos didáticos, como os filmes, que se forem utilizados de forma eficaz,será um instrumento que auxiliará no desempenho do conteúdo exposto pelo professor. 10 Contextualizando... Filme:A Guerra do Fogo (1981). Fonte:http://www.cinedica.com.br/Filme-A-Guerra-do-Fogo-5092.php em 12/01/2012 acesso em 27/02/2012,às 21h A Pré-História é o período retratado no filme, e a questão a ser abordada e posteriormente refletida é a importância do domínio do fogo pelos primeiros homens, os hominídeos, e as trocas de conhecimentos realizadas por eles. O filme não é representado por diálogos, à linguagem é corporal, porém passível de compreensão por parte dos expectadores. Nesse contexto histórico, a preocupação existente é a absorção de conhecimento, no caso o objeto a ser conhecido é o fogo, e esse é a representação de poder. A partir desse exemplo, podemos imaginar como os primeiros homens como forma de sobrevivência se comportavam. 11 Anterior ao nascimento da Filosofia na Grécia, existiam culturas estabelecidas e atrelado a essas culturas, estruturas de entendimentos e percepções de mundo, através de crenças e sentimentos eram existentes. 1.4 Relação entre conhecimento e cultura As sociedades ao longo do tempo buscaram meios para se relacionar com a natureza, e o conjunto dessas práticas desenvolvidas, transmitidas e assimiladas entre os indivíduos de uma sociedade denominou-se cultura. Uma cultura não se sobrepõe a outra, cada cultura possui os seus elementos que são compartilhados com os membros integrantes. Na Antiguidade, o conhecimento predominante foi o conhecimento mítico. Posteriormente, os gregos desenvolveram bases teóricas e práticas favorecendo o desenvolvimento do conhecimento filosófico-científico. 1.5Possibilidade de conhecimento Mesmo em meio às crenças e aos sentimentos, podemos identificar em textos épicos de Hesíodo e Homero e também nos conhecimentos rudimentares dos gregos do século VI a.C, aspectos que envolvem a Astronomia, com a preocupação dos indivíduos com o entendimento do universo e da realidade existente. Conhecimento mítico A palavra “mito” advém do grego mithos e quer dizer “fábula”. Sua utilização está ligada ao imaginário. O mito pode ser relacionado a um tipo de conhecimento que tem como característica o sobrenatural. Esse conhecimento tenta explicar a origem do mundo e seus processos naturais, assim como o comportamento humano. Nas sociedades em que o conhecimento mítico foi presente, ele era manifestado oralmente. A relação entre a sociedade e o mito que se estabelece nela, surge das raízes que sustentam tal sociedade,e o fato do questionamento seria uma forma de 12 entender o próprio passado dessa sociedade,a sua existência.A partir disso,encontramos o dogmatismo. Dogmatismo Corresponde a doutrina que atribui ao indivíduo à capacidade de alcançar a verdade, ou seja, encontrar o conhecimento. Dentro do aspecto religioso, associamos ao dogmatismo uma verdade considerada indiscutível. Muitas religiões têm seu princípio fundamentado na revelação divina. Representação religiosa Fonte:http://margaretebarbosa.wordpress.com/um-encontro-mito-poetico-e-metaforico em 15/04/2010 acesso em 27/02/2012,às 21:15h. Ceticismo Doutrina pela qual considera a incapacidade do indivíduo de encontrar o conhecimento. Porém dentro do ceticismo, podemos observar variações quanto as suas definições. Os céticos considerados moderados atribuem a capacidade humana de alcançar o conhecimento como algo relativo,em contrapartida os céticos 13 radicais são inflexíveis em suas colocações afirmando a impossibilidade do indivíduo de chegar a uma certeza. 1.6 O caminho do conhecimento O período que corresponde ao século VI a.C até o final do século V a.C,está relacionado ao período pré-socrático ou cosmológico, onde houve uma preocupação em desvendar os mistérios existentes e assim desencadear uma crise na tradição mítica,ocasionando o questionamento dos primeiros filósofos sobre a origem do universo,e consequentemente sobre o que é o Ser. Podemos fazer uma ligação entre esses acontecimentos e atribuindo assim o surgimento ou nascimento de uma preocupação com o conhecimento. Essa preocupação posteriormente passou a ser entendida como um problema a ser resolvido pelos primeiros filósofos. A capacidade de observar o mundo, suas possibilidades e assim adquirir o saber sem dependência do caráter religioso ou mítico, propiciou uma nova estrutura de posicionamentos frente ao desconhecido. Para os primeiros filósofos, era possível a explicação física e espiritual do mundo através da razão. Afinal, a palavra problema advém do grego obstáculo, e para eles o problema deveria ser superado. A manifestação do conhecimento pode ser compreendida de diferentes modos: afirmações ou negações, na tentativa de estabelecer uma relação indivíduo-mundo, respeitando as variações pertinentes ao tempo e ao espaço, tempo esse referente à época e espaço ao lugar. Com o surgimento da Filosofia, o indivíduo passa a utilizá-la como ciência do conhecimento, na perspectiva de solucionar os problemas cotidianos. A história cultural da humanidade nos mostra que o indivíduo através da práxis social, atividade coletiva ou política, sempre esteve ligada a busca do conhecimento. Afinal, é através da transmissão de seus valores que a sociedade transcende ao próprio conhecimento. 14 Para entender o “conhecimento”, é preciso identificar os vários tipos de conhecimento. Fonte:http://www.pedagogiaaopedaletra.com/wp-content/uploads/2011/04/filosofia.jpg em 09/10/2011 acesso em 27/02/2012,às 21:20h. 15 Capítulo II Divisões do conhecimento Assistemático e Sistemático Conhecimento Assistemático Empírico (vulgar) Conhecimento Sistemático Científico Filosófico Teológico 2.1Conhecimento Assistemático Conhecimento empírico(vulgar) Pode ser denominado a partir de ações não planejadas, obtido por meio do acaso, através de experimentos e também observações. O conhecimento empírico também é conhecido como conhecimento vulgar, proveniente da cultura popular. Características: Intuitivo Inexato Imediatista 16 2.2Conhecimento sistemático Conhecimento Científico É baseado na verificação através da metodologia científica. O conhecimento científico está associado à sistematização e exatidão de dados pertinentes ao conhecimento. A sua aplicabilidade consiste em tornar inteligíveis questões que envolvem o universo e os indivíduos de maneira explicativa e lógica. Características: Racional Sistemático Exato Verificável Conhecimento Filosófico Caracterizado por conceitos subjetivos, através de provas especulativas. O conhecimento filosófico busca respostas para questões referentes ao universo e aos indivíduos, refletindo criticamente sobre esses fenômenos. A compreensão de valores que dão sentido as ações humanas também estão relacionadas a esse conhecimento. Características: Raciocínio Reflexão humana 17 Conhecimento Teológico Depende da formação moral e das crenças absorvidas pelos indivíduos ao longo de sua existência,refletem a sua maneira compreender o mundo.Em função da subjetividade que caracteriza esse tipo de conhecimento,é entendido que ele não deve ser confirmado nem negado,pois a sua origem prevê que sua adesão é atribuída as crenças de cada um ou de um grupo. Características: Formação moral Crença religiosa Sujeito e objeto Como se dá a relação entre o sujeito e o objeto a ser conhecido? Relação entre o sujeito e o objeto a ser conhecido Conhecimento Sujeito Objeto Entendendo... 18 O conhecimento surge como mediação entre um objeto a ser conhecido e o sujeito que busca o conhecimento sobre o objeto. Sua efetivação não se dá somente através de experiências, no campo empírico, mas também no campo ideal de dados, a partir da nossa consciência com representações do nosso intelecto. Campo empírico- experiência sensível entre o sujeito e o objeto. Campo ideal -ideias e representações oriundas da consciência. O objetivo do conhecimento é buscar a assimilação intelectual de um objeto para o exercício de domínio e supostamente de utilização. 2.3 Conhecimento e consciência Fonte:http://soturnaprimavera.blogspot.com/2010_01_01_archive.html em 31/01/2010 acesso em 27/02/2012 às 21:30h. 19 Podemos relacionar o conhecimento absorvido pelo indivíduo com a sua consciência. No ponto de vista das teorias do conhecimento, a consciência corresponde uma atividade que tem relações coma a sensibilidade e a intelectualidade de um indivíduo. 2.4 Denominações da consciência: Consciência mítica A consciência mítica está associada ao conhecimento do mito que narra os fenômenos referentes à criação. O mitos se relacionam com aspectos humanos como:medo,poder,esperança,felicidade,etc. Zeus,Rei do Olimpo. Fonte:http://hypescience.com/descoberto-local-de-nascimento-origem-de-zeus em 09/02/2009 acesso em 27/02/2012,às 21:45h. 20 Consciência religiosa A consciência religiosa associa-se à consciência mítica.As duas retratam a existência e a importância do sobrenatural,chegando a dimensão do que consideram sagrado. Obra: “ A criação de Adão” de Michelangelo(1475-1564) Fonte:http://casadamemoriadocabo.blogspot.com em 02/03/2010 acesso em 27/02/2012,às 21:55h. Consciencia intuitiva Corresponde ao saber imediato,pode ser denominada como insight.A intuição pode ser utilizada como uma verdade considerada provisória na busca por verdades científicas. Intuição Fonte:http://site.suamente.com.br/conheca-tua-intuicao-e-memoria-parte-2 em 22/11/2011 acesso em 27/02/2012 às 21:55h. 21 Consciência moral e senso moral A consciência moral refere-se aos valores assimilados durante a vida de um indivíduo.Podemos dizer que a consciência moral está presente nas relações interpessoais e intersubjetivas que derivam das relações familiares,das amizades,do âmbito profissional,etc. Senso moral é a maneira pela qual avaliamos a nossa situação e as dos demais indivíduos segundo conceitos de justiça ou injustiça,certo ou errado,etc. Fonte:http://rotasfilosoficas.blogs.sapo.pt/30023.html em 23/03/2010 acesso em 27/02/2012,às 22h. 22 Consciência racional A consciência racional é a relação com o conhecimento racional,ou seja,a passagem da intuição para a razão,assim como do senso comum para conhecimento racional. Fonte:http://www.humaniversidade.com.br/boletins/treinando_mente_parte_3.htm em 14/01/2011 acesso em 27/02/2012,às 22:10h. Como você se relaciona com a sua consciência? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 23 2.5 O Indivíduo e sua consciência:Estudo de casos. Atenção:os casos mencionados são hipotéticos. Caso 01 Um pai de família honesto perante aos preceitos da sociedade,encontra-se desempregado,com 04(quatro) filhos e uma esposa com sérios problemas de saúde,carente de cuidados médicos.Então esse indivíduo recebe uma proposta de emprego,em um ambiente de corrupção, ao aceitar essa oferta,terá que se corromper diante do contexto.O que ele deve fazer?Aceitar o emprego e dar suporte a sua familia,aceitando corromper-se?Ou deverá agir de encontro aos seus valores e recusar o emprego oferecido a ele? Caso 02 Uma senhora presencia um furto em um pequeno estabelecimento comercial praticado por uma criança,sabendo que criança segundo o Estatura da Criança e do Adolescente(ECA), não comete crime,mas sim Ato Infracional,a Senhora identifica que essa criança encontra-se maltrapilha e aparenta fome.Qual deverá ser a sua atitude diante da situação?Ela deverá sinalizar ao responsável estabelecimento sobre o furto na tentativa de impedir a continuidade de mau comportamento?Ou silenciar diante do fato? A criança não é um marginal e correrá o risco de receber uma “punição” excessiva.Qual deve ser a sua atitude? O que fazer? Fonte:http://focoemnegocios.wordpress.com/2010/02/07/discernimento-bom-senso-ahn em 07/02/2010 acesso em 27/02/2012,às 22:15h. 24 Refletindo sobre o assunto... Fonte:http://semsofia.blogspot.com/2007/03/senso-moral-e-concincia-moral.html em 18/03/2007 acesso em 27/02/2012,às 22:25h. 1-Qual a sua opinião em relação aos casos apresentados?O que você faria diante dessas situações? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 25 Capítulo III Caminho histórico da construção e produção do conhecimento humano-filosófico e científico 3.1 Histórico da Filosofia Vejamos: Sócrates (470-399 a.C) Fonte:http://www.dialogocomosfilosofos.com.br em 27/02/2010 acesso em 27/02/2012,às 22:40h. 26 Podemos dividir a História da Filosofia em 07 (sete) períodos. São eles: Filosofia Antiga- Século VI a.C até VI depois de Cristo. Período Pré-socrático ou cosmológico-Século VI a.C até o final do século V a.C Compreensão e entendimento sobre a origem do universo e seus fenômenos, relacionado à explicação da natureza. Período Socrático ou antropológico-Século V a.C até o final do século IV a.C Questões ligadas ao comportamento humano, como a ética e a justiça estão relacionadas a esse período da Filosofia. Período Sistemático.-Final do século IV a.C até o final do século III a.C. Caracterizado pelo processo de sistematização de conceitos referentes a tudo o que foi pensado e refletido até esse momento. O personagem central é Aristóteles. Período Helenístico ou Greco-romano -Final do século III a.C até o século VI depois de Cristo. Momento caracterizado por transformações na cultura grega a partir da influência do Império Romano e posteriormente do Cristianismo. 27 3.2 Filosofia Patrística - Século I até o século VII Fonte:http://reflexoesentremundos.blogspot.com em 19/05/2010 acesso em 27/02/2012,às 22:42h. Questões relacionadas à religião tais como: criação, pecado original e temas ligados ao comportamento são características desse período. A Filosofia Patrística é marcada pela tentativa de harmonizar os conceitos do Cristianismo com o pensamento filosófico greco-latino. A Patrística teve em Santo Agostinho (354-430), o seu representante mais significativo. O filósofo procurou respostas para a resolução de questões conflitantes do cotidiano. Ele admitia que o conhecimento seria possível tanto pelo aspecto sensível quanto pelo aspecto inteligível.Segundo ele,o aspecto inteligível tinha um caráter mais elevado.Sua inspiração para as teorias é baseada na filosofia platônica. 28 3.3 Filosofia Medieval ou Escolástica -século VIII até o século XIV. Fonte:http://www.uco.es/investiga/grupos/speculum em 14/01/2012 acesso em 27/02/2012,às 22:45h. A Idade Média foi caracterizada pela influência religiosa, baseada nos princípios e nos limites determinados pela Igreja Católica, o que causou um atraso no debate filosófico. O período também sofreu influências de conceitos platônicos e aristotélicos. A referência desse período na Filosofia, foi a Escolástica conhecida como a principal Filosofia medieval. A Escolástica representa à tentativa de conciliar fé e razão. O principal expoente da Escolástica foi São Tomás de Aquino(1225-1274),que através de seus pensamentos fez alusões aos conceitos aristotélicos. Para refletir... A Patrística tem como referência para seus conceitos o misticismo enquanto a Escolástica é baseada no pensamento aristotélico e retoma a dialética. 29 3.4 Filosofia da Renascença- século XIV até o século XVI. Obra: “Mona Lisa” de Leonardo da Vinci (1452-1519) Fonte:http://news.discovery.com/history/mona-lisa-grave-bones-110407.html em 07/04/2011 acesso em 27/02/2012,às 22:47h. Historicamente o período é caracterizado pela transição do pensamento teocêntrico, centrado em Deus, para o pensamento antropocêntrico, centrado no homem. Outra característica é o resgate de obras de autores greco-latinos. 30 3.5 Filosofia Moderna - século XVII até o século XVIII. René Descartes (1596-1650) Fonte: http://www.britannica.com/EBchecked/media/75140/Rene-Descartes-lithograph-19th-century em 14/01/2012 acesso em 27/02/2012,às 22:48h. Período caracterizado pela reflexão como elemento imprescindível para o raciocínio filosófico. A possibilidade de conhecimento e transformação pelos indivíduos são características marcantes desse período. 31 3.6 Filosofia da Ilustração ou Iluminismo - meados do século XVIII ao início do século XIX. Fonte: http://www.sohistoria.com.br/resumos/iluminismo.php em 09/01/2012 acesso em 27/02/2012 às 22:51h. O objetivo principal consiste em propiciar aos indivíduos a chamada “luz”, ou seja, a iluminação para uma nova realidade, rompendo com a mentalidade presente no período medieval baseada no Teocentrismo. Através da luz, o indivíduo atingiria a razão e por meio desta, alcançaria a liberdade. As transformações ocorridas influenciaram em vários aspectos da vida dos indivíduos, entre eles, a parte social, envolvendo a moralidade, o cotidiano, a técnica, além do contexto político e artístico. 32 3.7 Filosofia Contemporânea- meados do século XIX aos dias atuais. Karl Marx (1818-1883) Fonte:http://blog-filosofia-lu.blogspot.com em 10/01/2012 acesso em 27/02/2012,às 22:54h. As características que seguem a Filosofia Contemporânea são as questões que envolvem o indivíduo no contexto social. As transformações ocorridas desde meados do século XIX impulsionaram mudanças na mentalidade e no comportamento dos indivíduos em âmbito social. Podemos apontar como mudança no panorama histórico referente a esse período, a ascensão da Burguesia ao poder vigente, Guerras Mundiais e avanços científicos. 33 Capítulo IV Óticas de conhecimento 4.1 Filosofia grega De acordo com a própria história da Filosofia,não existe hierarquia de valores entre os filósofos Sócrates,Platão e Aristóteles,podendo ser atribuída aos três sem distinção a significativa importância para a disciplina estudada. Sócrates dentro desse contexto será o personagem simbólico da Filosofia, sendo a figura que marcará a divisão do mundo filosófico em eras: pré e pós Socrática. Estima-se que tenha vivido por volta do ano do ano de 470 a.C e morrido em 399 a.C,condenado a morte sob acusação de corromper a juventude. Sócrates não deixou registros, o que sabemos sobre seus conceitos são através de registros de discípulos, entre eles, Platão. Não podemos deixar de mencionar a ótica de Sócrates em relação ao conhecimento, que segundo o filósofo, deveria ser fundamentado através de conceitos, onde o verdadeiro objeto de conhecimento era a realidade inteligível, pois o conhecimento verdadeiro consistia na busca pelo essencial, ou seja, a partir da generalização, da universalização das coisas e não do aspecto particular. O entendimento desse processo pode ser identificado nos diálogos de Platão,quando nos apresenta o metodologia empregada por Sócrates como dialética.A chamada dialética socrática era constituída de 02(duas) etapas:a ironia e a maiêutica. É evidente a influência de Sócrates no caminho da Filosofia, portanto falar de Platão e Aristóteles e não situar Sócrates nesse contexto seria impossível. 34 4.2 O Conhecimento segundo Platão Platão(428-348 a.C) Fonte:http://www.dialogocomosfilosofos.com.br/category/platao em 27/02/2010 acesso em 27/02/2012,às 23:09h. A obra de Platão sobre o conhecimento pode ser compreendida a partir da divisão do conhecimento. Vejamos: Platão divide o conhecimento em 02(dois) momentos. O primeiro é denominado Conhecimento sensível, esse conhecimento é composto por crenças e opiniões. O segundo é denominado Conhecimento inteligível, esse conhecimento é corresponde ao raciocínio e a intuição intelectual. Platão adverte que para o alcance da verdade, é preciso abandonar os componentes do conhecimento sensível e considerar o raciocínio e a intuição intelectual, componentes do conhecimento inteligível. 35 O raciocínio é expresso de maneira mais eficaz a partir da Matemática e a intuição intelectual, associada à ideia, tem sua propagação por meio do conhecimento da essência das coisas. Mundo das ideias Para Platão,as ideias são manifestadas de maneira transcendente,pois o mundo das ideias seria intransitável aos sentidos e somente por meio da inteligência poderia ser alcançado. Método dos geômetras O método tinha como objetivo principal raciocinar através das hipóteses levantadas.O método, originário da Matemática,para Platão tinha como propósito ir além de um simples confronto de consciências: Pretendia fazer do teses,utilizando-se,para diálogo isso,do um embate “método de dos geômetras”,por meio do qual buscava resolver problemasteórico. (PESSANHA apud CARNEIRO;ZANLORENZI,2009) Para refletir... Um embate na obra de Platão 36 Mito da caverna Fonte:http://fpslivroaberto.blogspot.com/2010/05/o-mito-da-caverna-de-platao.html em 05/05/2010 acesso em 27/02/2012,às 23:12h. O mito relata uma caverna,onde homens e mulheres vivem presos e acorrentados,em completa escuridão,visualizando sombras de fora da caverna.Essas sombras causam medo,apresentando a esses prisioneiros uma ameaça.Relatado no Livro VII de República,O mito da caverna.Platão faz uma reflexão sobre conhecimento e ilusão a partir da condição humana de romper com o estabelecido e buscar novas perspectivas. Esse mito nos revela que muitas vezes o desconhecimento nos impulsiona ao imaginário,e esse imaginário nos provoca receio de uma realidade que ainda não conhecemos. 37 4.3 O conhecimento segundo Aristóteles Aristóteles(384-322 a.C ) Fonte:http://www.dialogocomosfilosofos.com.br/category/Aristóteles em 06/01/2011 acesso em 27/02/2012,às 23:14h. Para entendermos a ótica de Aristóteles em relação ao conhecimento, é preciso identificar a sua divisão para o alcance do conhecimento. 38 Aristóteles divide o conhecimento em 07(sete) aspectos.São eles: Sensação Percepção Imaginação Memória Linguagem Intuição Intelectual Raciocínio Para Aristóteles, nenhum conhecimento deve ser abandonado ou substituído, mas sim acumulado através de informações adquiridas por meio de todos os graus de conhecimentos. 39 A intuição intelectual seria a única a ser separada dos demais graus,pois para ele corresponde ao pensamento puro que independe dos demais: Em cada um deles temos acesso a um aspecto do Ser ou da realidade e, na intuição intelectual, temos o conhecimento dos princípios universais e necessários do pensamento (...). Nos outros graus, o conhecimento é obtido por indução ou por dedução, por demonstrações e provas, mas no último grau conhecemos o que é indemonstrável (princípios) porque é condição de todas as demonstrações e raciocínios. (CHAUI, 2010) Entendendo Aristóteles Segundo o filósofo, dentro da perspectiva de conhecimento, é necessária a definição sobre o que realmente importa ser conhecido. Para Aristóteles, a conciliação entre o conhecimento da essência das coisas com o movimento harmonioso dos entes materiais é uma questão a ser considerada. O objeto de estudo da Filosofia na ótica de Aristóteles é o ser,compreendido como sabedoria.Posteriormente passou a ser denominada de Metafísica. Metafísica aristotélica Na concepção da metafísica aristotélica, o acidente seria o movimento que não interfere ou altera a identidade do ser, mas há também o movimento que o alcança em sua substância, dando procedência a outro ser, denominado como o movimento de transição da potência ao ato. Para a efetivação do conhecimento da substância, Aristóteles considerava essencial o contato sensível, através dos sentidos. Para ele, a substância é considerada imanente ao ente e seu conhecimento só poderá acontecer se considerada sua manifestação material. 40 4.4 Relações e diferenças entre Platão e Aristóteles Platão e Aristóteles Fonte: http://philosophiagrega.no.comunidades.net/index.php?pagina=1162097976 em 15/01/2012 acesso em 27/02/2012,às 23:16h. 41 Trecho do texto: “Da interrogação socrática à fundamentação em Aristóteles”. (...) Aristóteles herda de Platão esse anseio por satisfazer a noção de epistéme,que deve tratar sempre de conteúdos imutáveis de conhecimento.Afastase,porém,do mestre ao rejeitar a existência de ideias ou formas apartadas da matéria,existentes por si.Confere a ousía as próprias coisas,entende Aristóteles.Ousía aplica-se às coisas sensíveis,ao domínio da natureza. Maria Eduarda Martins de Oliveira, Revista Filosofia Ciência e Vida, Coletâneas, editora escala, ano II nº 18, junho, 2008. Significado Ousía- substância ou essência. Diferenças entre o pensamento platônico e o aristotélico Aristóteles se opõe ao conceito de ideias de Platão, alegando limitação em relação ao conhecimento dos seres. A existência dos seres não é explicada, porque a essência é atribuída a algo transcendente e não imanente. 42 4.5 A importância e o legado que a Filosofia grega deixou para o Ocidente Parthenon -Atenas Fonte:http://mreginaldo.blogspot.com/2009/10/os-filosofos-e-suas-teoriasperiodo.html em31/10/2009 acesso em 27/02/2012,às 23:18h. 4.6 A importância da Filosofia grega No século V a.C, a Filosofia surge dentro de um contexto em que a insatisfação torna-se um componente fundamental para alguns gregos buscar o entendimento sobre o mundo e os indivíduos. 43 As explicações decorridas de sua cultura criaram uma insatisfação,iniciando assim as primeiras indagações acerca da realidade através da procura de respostas para as questões vigentes. A Filosofia pode ser entendida como uma pretensão para alcançar o conhecimento da realidade natural e humana. Atribuir à origem da Filosofia à Grécia não impossibilita que outros povos tenham pensado sobre o conhecimento e suas vertentes. A influência da Filosofia pode ser identificada a partir de princípios fundamentais que fazem parte de nosso cotidiano, seja através de termos como: anarquia ou cronologia até conceitos desenvolvidos como: arte, ética, política, razão, entre outros. Segundo CHAUI (2011), a Filosofia é uma instituição cultural e tipicamente grega. O legado da Filosofia ao ocidente corresponde aos fatores históricos e políticos que impulsionaram sua propagação e predominância na cultura ocidental: Quando se diz que a Filosofia é um fato grego, o que se quer dizer é que ela possui certas características, apresenta certas formas de pensar e de exprimir os pensamentos, estabelecem certas concepções sobre o que seja a realidade, a razão, a linguagem, a ação, as técnicas, completamente diferentes das de outros povos e outras culturas. (CHAUI, 2011) 44 4.7 Contribuições ao Ocidente O desenvolvimento da ideia de que a natureza age satisfazendo as leis e princípios universais; Leis geométricas; A concepção de que as leis necessárias e universais da natureza podem alcançar o conhecimento humano; Pensamento atrelado as leis, as regras ou normas universais, possibilitando a distinção do conceito de verdadeiro do conceito de falso, criando assim a concepção de que nosso pensamento é lógico; A ideia de que os indivíduos buscam realizações como: felicidade, justiça ou verdade, criando valores que justificam suas atitudes frente ao cotidiano; Percepção de que o conhecimento não é algo secreto ou misterioso, mas sim pertinente a todos que se dispuser a encontrá-lo. 45 UNIDADE II RACIONALISTA E EMPIRISTAS- QUESTÃO DO MÉTODO NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Capítulo I Racionalismo e empirismo Capítulo II Razão e liberdade no contexto do Iluminismo Capítulo III Noções de conhecimento e verdade-relação com as diversas ciências. Capítulo IV A Filosofia e suas relações com outras formas de conheciemento. 46 Capítulo I Racionalismo e Empirismo 1.1 Contexto histórico O século XVII representa um momento de mudanças para a humanidade, pois é a partir desse período que a percepção em relação ao indivíduo e ao mundo começam a ter conotações diferenciadas. A participação da nova classe, a burguesa, determina novidades em relação à produção cultural. Revolução científica A chamada Revolução científica significou uma ruptura com a proposta aristotélica em relação à inteligibilidade. Com o objetivo de não cometer equívocos surge como característica do pensamento moderno, a Questão do método. Questão do método Destinado ao problema do conhecimento (teoria do conhecimento ou epistemologia) através da centralização da questão do conhecimento no sujeito. As tentativas de encontrar soluções para o conhecimento deram origem a duas correntes, o empirismo e o racionalismo. 1.2 Racionalismo A teoria do racionalismo atribui à razão a forma pela qual se alcança o conhecimento. A matemática surge para os racionalistas como um conhecimento verdadeiro. A razão é o princípio fundamental para qualquer produção de conhecimento. 47 Racionalismo cartesiano René Descartes (1596-1650) pretende alcançar a verdade através da razão, não deixando espaços para possíveis dúvidas. Descartes combate as ideias do senso comum. 1.3 Empirismo O empirismo tem como fundamento para o alcance do conhecimento as experiências. O conhecimento entendido como verdadeiro é obtido por meio das ciências naturais, como a química. Na perspectiva empirista, a sensação e a percepção são oriundas de fatores exteriores. O empirismo tem como significado a experiência, segundo os empiristas o conhecimento é alcançado através das experiências sensíveis, divergindo do racionalismo. Empirismo inglês Francis Bacon (1561-1626) Segundo métodos considerados precisos, Bacon adverte para a necessidade da experiência e da investigação. John Locke(1632-1704) Locke considera que o conhecimento será efetivado através da experiência sensível, opondo-se a Descartes por suas ideias inatas. Para refletir... O racionalismo é associado à razão e o empirismo às experiências sensíveis. 48 Capítulo II Razão e liberdade no contexto do Iluminismo 2.1 Iluminismo(Século XVIII) O Iluminismo também ficou conhecido como Época do Esclarecimento ou Era da Razão. Corresponde ao período histórico marcado pela movimentação intelectual de elite, tinha como objetivo transformar a estrutura social através da razão e do conhecimento prévio. Qual o diferencial existente que marca o período mencionado? A diferença está no comportamento crítico relacionado tanto ao poder quanto ao pensamento existente. Durante esse período foi possível identificar a mudança de conceitos, a razão torna-se elemento essencial para entendimento e atrelada a ela, a liberdade. Afinal, a razão está associada à liberdade? Razão X Liberdade Fonte: http://tec.nologia.com em 18/10/2009 Fonte:http://tulio02.blogspot.com em 10/08/2010 acesso em 27/02/2012,às 23:26;23:30. 49 2.2 Relações entre Razão e Liberdade O período corresponde ao Iluminismo e está amparado na pretensão de que o indivíduo através da razão tem direito natural a liberdade de pensamento, ação e manifestação. A associação da razão à liberdade é presente durante o período. Segundo os iluministas, somente a liberdade individual impulsionaria a efetivação do esclarecimento. A característica principal seria a crença na razão. Durante o período vários nomes integram o quadro do Iluminismo, entre eles, temos, Immanuel Kant. 2.3 Conhecimento segundo Kant O que dizia Kant? Segundo Kant, a razão está vinculada ao reconhecimento de seus próprios limites, pois somente assim não tenderia ao dogmatismo. Texto de Kant: Em todos os seus empreendimentos, a razão tem que se submeter à crítica, e não pode limitar a liberdade da mesma por uma proibição sem que isso a prejudique e lhe acarrete uma suspeição desvantajosa. No que tange à sua utilidade, nada é tão importante nem tão sagrado que lhe seja permitido esquivar-se a essa inspeção atenta e examinadora que desconhece qualquer respeito pela pessoa. Sobre essa liberdade repousa até a existência da razão; o veredito dessa última, longe de possuir uma autoridade ditatorial, consiste sempre em nada mais do que o consenso de cidadãos livres, dos quais cada um tem que poder externar, sem constrangimento algum, as suas objeções e até o seu veto. KANT, Immanuel. CRÍTICA DA RAZÃO PURA. São Paulo: Abril Cultural, 1980. 50 Kant e o conhecimento Immanuel Kant Fonte:http://filosofianocotidiano.com.br em 11/01/2012 acesso em 27/02/2012,às 23:33h. Para Kant,o conhecimento está presente na faculdade de conhecer do sujeito.O conhecimento ocorre por meio da interação entre intuições proporcionadas,dadas pela sensibilidade(noções de tempo e espaço),seguidas das categorias do entendimento. Kant adverte que a partir do momento em que o sujeito vai de encontro ao conhecimento,ele o concebe não como uma coisa,mas sim fenômeno,através da percepção do sujeito em meio as suas limitações. 51 como um Vejamos: Conhecimento= sujeito e objeto 52 Capítulo III- Noções de conhecimento e verdade-relação com as diversas ciências. Fonte: http://www.soniamoura.com.br em 07/02/2011 acesso em 27/02/2012,às 23:40h. 3.1 Conhecimento e verdade Com o tempo, o indivíduo com a perspectiva de compreender e dominar passou a desenvolver o conhecimento como instrumento para a sua própria existência. Esse processo é manifestado pelos indivíduos e consiste em condição primordial para a continuidade da espécie humana. Perguntas conhecimento e indagações tem seu início penetram na o primeira imaginário da humanidade, infância,quando a partir o de imitações,reproduções de gestos e palavras,a criança propaga o que visualiza de adultos em seu meio. Com o nascimento da Filosofia na Grécia,identificamos os filósofos chamados de Pré-Socráticos ou Filósofos da natureza,que através de indagações como:Como é o mundo?Por que e como as coisas existem?Qual a origem das coisas e suas 53 transformações?Todas essas perguntas implicam em hipóteses e anseios para explicar a origem do indivíduo e do mundo que o cerca. A interação com os elementos que compõem a realidade,permite ao indivíduo desenvolver o conhecimento.Mas,qual a relação entre conhecimento e verdade?O indivíduo conhece o objeto e atinge a verdade?Existe então uma verdade?Qual o conceito sobre verdade?Ou quais os conceitos existentes sobre verdade?O indivíduo é capaz de alcançar a verdade? Perguntas como essas são comuns em nosso cotidiano.Mas,afinal será que existe realmente verdade? Vejamos: Segundo Marilena Chauí (2000), nossa concepção de verdade tem origem em 03(três) concepções diferentes. São elas: Em grego,verdade se diz alétheia,palavra composta do prefixo a(que em grego indica “negação”) e de léthe(que significa “esquecimento”).Nessa concepção verdade seria a manifestação daquilo que é realmente ou do que existe realmente tal como se manifesta ou se mostra; Em latim,verdade se diz veritas seu significado é precisão,ao rigor e à exatidão de um relato e a fidelidade sobre o que realmente aconteceu; Em hebraico,verdade se diz emunah e significa “confiança”.A verdade se relaciona com a presença de alguém(Deus ou humano) e com espera de que aquilo que foi prometido será cumprido ou acontecerá. 54 De acordo com essas definições, é possível identificar a influência dessas 03(três) concepções na ideia de verdade que temos atualmente. Cada ciência tem como objetivo estabelecer meios para que sua metodologia de trabalho, ou seja, seus conceitos proporcionem o saber. Quando observamos a preocupação de cada uma, visualizamos a diversidade existente no campo do saber. Vejamos: A Filosofia estuda o pensamento e a sua relação com as demais ciências se dá a partir das ligações feitas ao longo da história. Como vimos anteriormente, a tentativa para explicar a origem e o funcionamento do universo, não são questões recentes, mas antigas. Entender o Universo e os seres que o habitam corresponde uma instigante preocupação do indivíduo ao longo de sua existência. O indivíduo e a procura pelo conhecimento Fonte:http://luadebarro.blogspot.com/2010/05/homem-conhecimento.html em 13/05/2010 acesso em 27/02/2012,às 23:44h. 55 3.2 A Filosofia e as diversas ciências A Filosofia e as ciências Fonte:http://www.portalmedquimica.com.br/textocontexto.php?id=157 em 28/11/2010 acesso em 27/02/2012,às23:45h 56 Para entendermos a relação da Filosofia através da sua reflexão e pensamento com outras ciências, temos que adentrar em campos variados. A partir do momento em que definimos o que é conhecimento, podemos inserílo no contexto da educação e assim ser processado em função da constituição do saber através de estudiosos, cientistas ou filósofos como resultado de reflexão e sistematização que impulsionará novos conhecimentos. Conteúdos foram construídos ao longo do tempo, constituindo componentes de disciplinas como: Biologia, Física, Matemática, Química,etc. O indivíduo não “descobre” o conhecimento pronto na natureza,mas sim relaciona os dados dela recebidos construindo assim os saberes que compõem as ciências. Para entender a relação... Desde o início da construção do pensamento filosófico, os primórdios da chamada especulação filosófica ocidental que teve sua origem na Grécia entre os séculos VII e VI a.C estabeleceram relações com outras ciências. Foi nesse período que os primeiros filósofos iniciaram os questionamentos sobre a origem e estruturação do Universo, afastando-se da perspectiva presente na explicação através dos mitos. Esses filósofos iniciaram uma relação entre a Filosofia e outras ciências, a partir da preocupação em explicar a origem do Cosmos, é possível estabelecer uma vínculo da Filosofia com as demais ciências. Para exemplificarmos essa relação,basta adentrar nos conceitos elaborados por alguns filósofos pré-socráticos,como Tales de Mileto(624-548 a.C),que atribuía a água a causa primeira de tudo,o elemento primordial,no caso o arché. 57 Ainda no mesmo percurso é possível citar Demócrito de Abdera(460-370 a.C),que acreditava e fixava sua teoria nos átomos,tendo desenvolvido seu pensamento baseado no conceito de que os átomos compõem a realidade. Dentre muitos conceitos, podemos destacar Pitágoras (580-497 a.C), que tinha sua ideia principal associada aos números. Segundo os pitagóricos, o estudo da Matemática por meio dos números proporcionava à aproximação da razão humana à mente divina. No contexto histórico que a Filosofia caminha, é comum encontrarmos a ligação com outras ciências. A Filosofia através da reflexão entra no âmbito de outras ciências quando estuda o comportamento vinculado à Psicologia,além da História por meio de ideias e fatos como as transformações ocorridas. Sendo assim,a Filosofia a partir da reflexão crítica,torna-se um instrumento enriquecedor no auxilio para o entendimento de elementos componentes apresentados de forma diferenciada ao longo do processo histórico. 58 Capítulo IV A Filosofia e suas relações com outras formas de conhecimento 4.1 Senso comum Senso comum Crédito da Charge: Normalidade I - Quino e site Só Filosofia Fonte:http://blogfilosofiaevida.com/index.php/2010/02/17/o-senso-comum-2/#ixzz1jFCrgZT5 em 17/02/2010 acesso em 27/02/2012 às 23:50h. 59 Como podemos definir Senso comum? É comum ouvirmos frases como: “Onde há fumaça, há fogo” ou “Filho de peixe,peixinho é”.Essas frases são integrantes de nosso cotidiano e estão carregadas de causas e efeitos características próprias do senso comum. Definição: A filosofia surge num contexto em que o indivíduo inicia seu processo de questionamento em relação ao senso comum. Senso comum corresponde ao conhecimento transmitido pelos nossos antepassados por tradição, fixado em um saber sem evidências que comprovam sua veracidade. Geralmente é reproduzido por um grupo.Senso pode ser um conjunto de ideias que nos permitem interpretar a realidade a partir de crenças. O senso comum não é fundamentado a partir de reflexão, é associado a crenças, valores e preconceitos obtidos sem base investigativa, que com o passar do tempo torna-se parte integrante dos costumes de um lugar e do imaginário de uma sociedade. Características: Generalidade; Sentido de causa e efeito; Subjetivos; Avaliação qualitativa; 60 4.2 Bom senso Como ter? Fonte:http://focoemnegocios.wordpress.com/2010/02/07/discernimento-bom-senso-ahn em 07/02/2010 acesso em 27/02/2012,às 23:51h. O bom senso pode ser entendido a partir do momento em que o indivíduo começa a avaliação sobre os fatos, articulando causas e consequencias, e tomando para si a responsabilidade de tal efeito.São atitudes com capacidade de compreender e refletir sobre a realidade,sendo crítico e abandonando ideologias e comportamentos tendenciosos. Características: Atitudes coerentes; Discernimento. 61 4.3Filosofia e Religião Fonte:http://hypescience.com/a-religiao-pode-estar-em-risco-de-extincao-em-nove-paises em 15/04/2011 acesso em 27/02/2012,às 23:54h. 4.4 A importância da religião para a Filosofia A relação entre Filosofia e religião, envolve inúmeras análises,podemos adentrar no campo histórico e tornar evidente a presença da temática na vida e no imaginário dos indivíduos. Nos tempos primórdios a relação que o indivíduo estabelecia com a religiosidade ou a questão sobrenatural, possuía um caráter meramente subjetivo, 62 através de emoções instantâneas acerca dos obstáculos encontrados.A ligação existente pode ser atrelada a uma tentativa de justificar um dado momento ou um fato em si. Posteriormente a relação com o divino ganhou uma conotação mais individual, pois nesse contexto o indivíduo já tem sua atuação no mundo de uma forma mais complexa. A relação efetivada atribui ao divino uma forma de regular a vida cotidiana. Dentro dessa perspectiva, os ciclos naturais através de sua periodicidade são ligados ao caráter divino, estabelecendo assim a proximidade do individuo com o sobrenatural. Para os gregos, os deuses proporcionavam proteção ao indivíduo. A interpretação do divino como algo inacessível, buscado muitas vezes pelos indivíduos em função de um medo existente adentra um novo panorama, a nova percepção do divino, insere um deus pessoal, sendo influência de todo o processo histórico, oriundo da interação com a importância do desenvolvimento da linguagem. Assim, podemos dizer que essa nova leitura de deus pode ser relacionada ao fato de sua idealização estar vinculada ao comportamento humano, no sentido de sentir e agir como os indivíduos. Outro dado importante a ser destacado é o fato do aparecimento das religiões monoteístas,sendo assim,os fenômenos naturais são destacados a partir de um posicionamento racional em relação ao emocional.Encontramos também,as questões morais e a problemática do bem e do mal. A ótica da religião foi alterada em função de como o indivíduo observa e aceita o caráter religioso.A mentalidade de um indivíduo muda em função das características vigentes no tempo e no espaço. Observamos a transição do modelo que se baseava na magia para a o sentido ético,ou seja,com base no comportamento dos indivíduos. 63 Como entender esse diálogo? Fonte:http://alfafilos.blogspot.com/2009/10/sera-que-jose-saramago-vestiu-pele-de.html em 19/10/2009 acesso em 27/02/2012,às 23:58h. 4.5 Significado de Religião O termo Religião significa ligação ou vínculo. Desde os tempos antigos a Filosofia mantém uma relação com o aspecto religioso. O fato do indivíduo buscar respostas, explicações ou conformismo para situações da realidade não são perspectivas recentes. Religião é um conjunto de práticas ou rituais simbólicos que tem como objetivo principal vincular os indivíduos ao sagrado. Qual seria o papel da Filosofia em relação a essa questão? 64 A Filosofia busca racionalizar os conceitos que são atribuídos pela religião. Em todo panorama histórico da humanidade, a religião constitui presença efetiva. 4.6 Filosofia e Arte O que entendemos como arte? Fonte:http://www.historiadomundo.com.br/grega/arte-grega.htm em 12/01/2012 acesso em 27/02/2012,às 23:59h 4.7Arte Poética Platão e Aristóteles Período histórico:século IV a.C até a modernidade.Introduzida por Platão e Aristóteles. Abordagem das artes sob a ótica da Poética, que é a tradução para poiesis, significa fabricação. 65 Na concepção da arte poética, a obra de arte é vista como fabricação de seres e atitudes. Fonte:http://abelezadopensar.blogspot.com/2010/06/arte-poetica-aristoteles.html em 23/06/2010 acesso em 23h. Arte Poética é o nome de uma obra aristotélica- sobre poesia e teatro (tragédia e comédia), relação das artes sobre a palavra falada e escrita. A arte poética mantém relações com a ética, a política e a metafísica.As características dessa teorização são os aspectos normativos e prescritivos: Oferecem normas corretas e adequadas que cada uma das artes deve seguir para bem realizar seu fim, bem como as normas ou regras que o espectador deve seguir para avaliar a qualidade das obras. Sob esse aspecto, a arte poética é uma preceptiva, isto é, a apresentação de preceitos para o fazer e o julgar das artes.(CHAUI,2011) 66 4.8 Estética Período histórico: séculos XVIII e XIX. A estética está relacionada ao estudo das obras de artes a partir das experiências causadas pelos nossos sentidos, ou seja, através da sensibilidade. Segundo o filósofo francês Luc Ferry,assim como o conceito de gosto,o conceito de belo relaciona-se com a subjetividade que encontra sua definição por meio dos prazeres que desperta nos indivíduos. Qual o objetivo da estética? A busca do belo. É comum atribuirmos a uma obra de arte o valor da beleza. Para refletir... Os gregos diziam que tudo o que é belo é bom. Será? Atualmente como é a nossa concepção de beleza? Contextualizando Vejamos as imagens abaixo: Fonte:http://listasde10.blogspot.com/2010/09/10-personagens-horrorosos-dos-filmes.html em 22/09/2010 acesso em 27/02/2012,às 23:02h. Esses personagens da ficção são considerados belos? 67 E essas personagens? Fonte:http://transparenteassim.zip.net/arch em 26/06/2011 acesso em 27/02/2012 às 23:41h. No ponto de vista da Estética, a arte surge com independência sem interferência de aspectos da sociedade que envolvem a política ou a religião. A arte vincula-se a sensibilidade, a imaginação e inspiração do artista: O belo é diferente do bom e do verdadeiro. O bem é objeto da ética; a verdade, objeto da ciência e da metafísica; e a beleza, o objeto próprio da estética. (...) A estética afirma a autonomia das artes pela distinção entre beleza, bondade e verdade. (CHAUI, 2011) A Característica essencial da estética é a subjetividade, proporcionando assim a contemplação da beleza. 68 Ótica da estética Relação: artista X público Visão do artista:busca do belo. Visão do público:juízo de gosto e caráter avaliativo. A estética tem como característica a autonomia. Diferença entre o que é belo e o que é verdadeiro. Definições: O que é Verdadeiro? O conceito de verdadeiro está ligado ao conhecimento procedente do intelecto através de demonstrações e provas. O que é belo? A beleza,possui um valor universal,não há necessidade de comprovações. 69 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao término da apostila é evidente identificar a importância do ensino de Filosofia, pois é através da reflexão sobre um determinado tema que descobrimos a utilidade da ciência e a partir de seus conceitos, torna-se possível compreender os efeitos da reflexão humana para o processo de evolução da humanidade. Somente a partir da reflexão do indivíduo e de sua incansável busca pelo conhecimento é possível lidar com as questões que envolvem o nosso cotidiano. A partir do entendimento sobre as teorias do conhecimento apresentadas, o indivíduo consegue adentrar em campos variados,percebendo as diferenças de concepções ao longo da história e suas implicações no âmbito social. 70 REFERENCIAS ARANHA, Maria Lúcia; MARTINS, Maria Helena. FILOSOFANDO-INTRODUÇÃO À FILOSOFIA. Ed. Moderna. 2003 CHAUI, Marilena. CONVITE À FILOSOFIA. Ed.Ática. São Paulo. 2011 CARNEIRO, Mari; ZANLORENZI, Rafael. TEMAS DE FILOSOFIA PARA O ENSINO MÉDIO. Ed.Aymará. Curitiba. 2009 KANT, Immanuel. CRÍTICA DA RAZÃO PURA. São Paulo. 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