LINFOSSARCOMA HEPÁTICO

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Ciência Animal 21(2):96-109, 2011
ONCOLOGIA: LINFOSSARCOMA HEPÁTICO
(Oncology: lymphosarcoma liver)
Vanessa Diniz VIEIRA1, Nilza Dutra ALVES1, Maria Luiza do Nascimento CESARINO1,
Rafaella de Siqueira MELO1, Rosileide dos Santos CARNEIRO2, Thiago Heráclito de
Matos COSTA1, Dayana Evans Belém de MELO1
1. Universidade Federal Fural do Semiárido; 2. Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande
no Campus de Saúde e Tecnologia Rural
RESUMO
O linfoma ou linfossarcoma é o principal tumor hematopoiético no cão, acomete cerca de 90% dos
casos clínicos de neoplasia canina e isso demonstra a necessidade de aumentar os conhecimentos
nesta área, para que o diagnóstico seja feito precocemente e o tratamento possa ser prescrito com
um maior índice de sucesso. A oncologia veterinária avançou muito nos últimos anos e muitos
veterinários tratam os pacientes com câncer por cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O aumento
no número de cães e gatos, principalmente geriátricos, resultará em uma população maior de pacientes
necessitando de tais serviços. As decisões terapêuticas nesses pacientes não devem ser feitas com
base na idade cronológica, mas muito mais com base na avaliação do estado de saúde geral de cada
indivíduo, proporcionando o prolongamento esperado de vida e qualidade prevista de vida com o
tratamento.
PALAVRAS-CHAVES: Linfoma, Cão, Neoplasia, Fígado.
ABSTRACT
Lymphoma or lymphosarcoma is the main hematopoietic tumor in dogs, affecting about 90% of
clinical cases of canine cancer and this demonstrates the need for increased knowledge in this area,
so that the diagnosis is made early and treatment can be prescribed with greater success rate. The
veterinary oncology has advanced greatly in recent years and many veterinarians treat cancer patients
by surgery, radiotherapy and chemotherapy. The increase in the number of dogs and cats, mostly
elderly, will result in a larger population of patients requiring such services. Therapeutic decisions
in these patients should not be made based on chronological age, but more with assessing the
overall health of each individual, providing the expected prolongation of life and expected quality
of life with treatment.
KEY-WORDS: Lymphoma, Dog, Neoplasia, Liver.
INTRODUÇÃO
cães e gatos, é de tratamento muito difícil, e os
procedimentos terapêuticos recomendados são
A Neoplasia Hepática Canina é rara, mas direcionados apenas para os sintomas. O fígado
de grande repercussão em nosso meio, pois atinge acometido não consegue metabolizar muitas
cerca de 2% dos tumores hoje encontrados em vezes os medicamentos para seu tratamento,
tornando a terapia quase impossível a ser
realizada, e muitas vezes realizam-se
*Endereço para correpondência:
Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)
hepatectomia parcial quando possível e, quando
e.mail: [email protected]/
não apenas paliativos para diminuir o sofrimento
[email protected]
do animal.
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Ciência Animal 21(2):96-109, 2011
A importância do estudo da neoplasia é
fundamental para a compreensão de suas causas,
tipos e formas de tratamento. Cânceres são
doenças genéticas, caracterizadas pelo acúmulo
progressivo de mutações no genoma das células
alteradas. As células alteradas apresentam
vantagens quanto à proliferação e/ou resistência
a mecanismos de indução de morte celular, o que
culmina na manutenção da célula geneticamente
alterada no tecido de origem. Ao longo do tempo,
as células alteradas podem adquirir capacidade
de invasão local, indução sustentada de alterações
no micro-ambiente tecidual, como por exemplo,
formação de novos vasos (angiogênese), e
finalmente a capacidade de metastatização,
responsável pela morte de cerca de 2 a cada 3
pacientes com câncer (CHAMMAS et al., 2004).
RELATO DO CASO
O animal da espécie canina, fêmea, de nome
“Darlene” de registro número 5106/05, nascida
no dia 11 de novembro de 2003, na data do exame
com 4 anos e 2 meses, da raça cocker spaneil
inglês. A primeira vez que este animal veio ao
Centro de Saúde e Tecnologia (CSTR) – Hospital
Veterinário (HOVET), da Faculdade de Medicina
Veterinária da UNIVERSIDADE FEDERAL DE
CAMPINA GRANDE (UFCG), Campus Patos,
PB, foi no dia 11 de fevereiro de 2005, com a
idade de 1 ano e 2 meses, apresentando a seguinte
queixa: feridas pelo corpo, na região do tórax e
ânus, seus pêlos estavam caindo intensamente
apresentando áreas de alopecia, pele espessada
e enrugada, com prurido intenso, e esse quadro
clínico vinha se desenvolvendo há 30 dias. Antes
de conduzir o animal ao HOVET, o proprietário
havia administrado Meticorten® para diminuir o
prurido apresentado, obtendo o alívio esperado.
Sem realizar nenhum exame complementar, a
partir de anamnese obteve-se a suspeita clínica
de Dermatite Alérgica e, então, iniciou-se o
tratamento com Peroxyderm® e Meticorten®.
Após três meses do início do primeiro
tratamento, o animal retornou ao hospital com a
seguinte queixa: apresentava ferimentos na pele
por vários locais, áreas de alopecias no dorso e
membros posteriores e pruridos intenso, neste
observou-se uma melhora sempre que se fazia
uso de Meticorten®. Foi realizado um raspado
cutâneo, dosagem hormonal de T3 e T4 e uma
biópsia da pele no animal, obtendo-se um
diagnóstico de doença endócrina autoimune
“Hipotireoidismo”, prescrevendo um tratamento
de repo sição do s ho rmônios T3 e T4
(Levotiroxina Sódica – T4 sintética).
No dia 05 de março de 2008 o proprietário
trouxe ao CSTR – HOVET – UFCG, o citado
animal com a seguinte queixa clínica: há oito dias
que a fêmea apresentou uma secreção nos dois
olhos e um prurido intenso nas pálpebras, seus
olho s ficaram vermelhos e inflamado s, o
proprietário administrou Dexametasona e
Clorofenicol e a inflamação diminuiu muito, mas
o proprietário achou melhor trazer ao Médico
Veterinário para a realização do exame clínico,
depois do histórico, anamnese, exame físico
obteve como diagnóstico “Conjuntivite”, com
tratamento Clorofenicol (Feniclor®) e solução
fisiológica NaCl a 0,9%.
No dia 19 de março de 2008 o proprietário
voltou ao hospital veterinário da UFCG, um
canino, fêmea, Cocker spaniel inglês, de nome
Darlene, co m peso 11 kg e 200 gramas,
queixando-se que o animal estava emagrecendo
rapidamente, com abdômen distendido. Relatou
ainda, que o animal defecava pouco e suas fezes
eram pastosas de cor amarelada. Alimentava-se
bem. Quanto a sua vacinação, estava em dia com
todas as vacinas (antirrábica e a óctupla). Era
vermifugada a cada 6 meses, e a última vez foi
no início do mês de março de 2008.
O animal apresentava-se em estado geral
regular, com grau de desidratação em torno de
8%; temperatura retal de 38,6 oC, abdômen
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abaulado (com suspeita de ascite), mucosas
oculares congestas e vasos episclerais congestos;
alo pecia da região genital e inguinal,
hiperquerat ose,
hiperpigmentação,
hepatoesplenomegalia, conjuntivite crônica e
ot ite média crônica. Possuía ainda áreas
eritematosas e erosivas na região abdominal e
inguinal. Os exames solicit ados foram:
hemograma, plaquetas, pesquisa de
hemoparasitas, bio química sérica renal e
hepática, análise do líquido cavitário.
O tratamento realizado no dia 19 de março
de 2008 foi uma punção abdominal para a
drenagem do líquido peritoneal, foi administrado
vitamina K, realizou-se uma Fluidoterapia com
Ringer com Lactato, soro glicosado a 50% com
solução fisioló gica NaCl a 0,9%, dieta
equilibrada, rica em proteínas, alimentos como:
arroz branco, requeijão é o ideal para o animal,
oferecer ao animal alimentos três vezes ao dia.
No dia 31 de março de 2008 o proprietário
retornou ao hospital veterinário com a mesma
queixa a fim de obter o diagnóstico da provável
doença em questão. Seu animal continua com
falta de apetit e, perda de peso , apático,
inapetência e anoréxico, abdômen distendido a
qual não queria nem andar, pesando 10 Kg e 300
gramas, seu pro prietário estava muito
preocupado, pois sua cadela perdeu 1 Kg em 11
dias.
No exame clínico do animal observou-se
um estado geral regular, com estado nutricional
bom, mucosas levemente ictéricas e
comportamento triste. O animal apresentava
ainda, com falta de apetite, inapetência, abdômen
distendido, e vasos episclerais congestos. Foram
realizados exames complementares para se
chegar há um diagnost ico. Os exames
complementares solicitados foram: hemograma,
plaquet as, pesquisa de hemo parasitas,
ultrassonografia gástrica, bioquímica (ALT, AST,
ALB, PT, FA, Uréia e Creatinina), laparotomia
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exploratória, análise do líquido cavitário, biópsia
do fígado e baço.
No dia 31 de março de 2008 logo que
chegou ao HOVET, foi realizada uma punção
abdominal para a drenagem do líquido peritoneal,
coleta de sangue para exame laboratorial,
realização da ultra-sonografia, e logo em seguida
a realização da laparotomia exploratória da
cavidade abdominal.
Para realização da laparatomia exploratória
foi utilizado o seguinte procedimento anestésico:
medicação pré-anestésica Midazolan (0,5%), na
dose de 0,2mg/Kg, com uma posologia de 0,4mL,
realizou-se um pro cedimento anest ésico,
anestesia Epidural com Lido caína (2%)
administrou 1,6mL mais Bupvacaína (0,5%) na
posologia de 0,8mL, logo em seguida realizou
anestesia Inalatória com Propofol (1%) na
posologia de 5mL e Halotano 2,5mL.
Logo em seguida realizo u-se o
procedimento cirúrgico do animal, que se seguiu
da seguinte maneira: incisão pré-reto-umbilical
na pele e na linha Alba, realizou logo em seguida
a avaliação dos órgãos da cavidade abdominal.
Então foi realizada uma esplenectomia
(Figuras 1 e 2) com ligaduras com fio cat gut 2.0
nos vasos esplênicos. Seguindo as observações
do fígado, este apresentava nodulações em todos
os lobos, o parênquima estava em processo de
hemorragia intensa. Deste órgão coletou-se um
fragmento para realização de histopatológico. A
miorafia com nylon 0,35cm forma de X, redução
do espaço com cat gut 2.0 intradérmico e
dermarrafia com nylon 0,35cm com pontos
simples separados.
O baço foi levado para fazer a biópsia e o
mesmo foi descrito como órgão aumentado de
volume e de tamanho, de coloração vermelhaarroxeado, com grande quantidade de nódulos
pequenos em toda a sua extensão e um tumor
ulcerado de volume grande, com aspecto brancoamarelado, na região cranial esquerda, que fica
Ciência Animal 21(2):96-109, 2011
A
B
C
D
Figura 1 – A, B, C, D - Fígado com presença de tumor nos vários lóbulos, HOVET-UFCG, 31/03/08.
Fonte: VIEIRA, 2008
em contato com o fígado.
Durante o pós-operatório foi prescrito e o
monitoramento do paciente foi recomendado para
a realização das mudanças que fossem
necessárias. O tratamento clínico teve por
objetivo amenizar a dor e tentar melhorar a
metabolização no fígado com substancias, tais
como, meloxicam a 1mg, vitamina K para
diminuir a hemorragia do parênquima,
administração de aminomix na alimentação,
amo xicilina para co mbat er as bactérias
anaeróbicas, e, Legalon, um fitoterápico.
A cadela veio a óbito com 40 dias após a
determinação do diagnóstico de neoplasia
hepática, linfossarcoma de tecido linfóide do
fígado e baço.
Figura - 2 – Presença de tumor no baço, HOVET-UFCG, 31/03/08.
Fonte: VIEIRA, 2008.
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Tabela 1. Resultado do hemograma e plaquetometria do cão 5106, realizado no HOVET – UFCG,
em 19/03/2008, durante estágio supervisionado (ESO), no período de janeiro a abril de 2008.
Hemograma
Série Vermelha
Eritrócitos
Hematócrito
Hemoglobinas
VGM
CHGM
Plaquetas
Leucócitos
Resultados
7.670 X 106/ µL
47 (%)
15.0 (g / dL)
61.2 fl
31,9 %
849.000/ µL
Série Branca
7.250 /µL
Valores Normais
5.500.000 a 8.500.000
37 – 55
12 – 18
60 – 77
31 – 36
200.000 – 500.000
6 – 17 x 10³
Relativa (%)
Neutrófilos: 92
Valores Normais
–
Absoluta (/µL)
6.670
Valores Normais
–
Bastonetes: 00
0–3
–
0 – 500
60 – 77
12 – 30
3 – 10
2 – 10
Raros
–
363
142
73
–
3.000 – 11.000
1.000 – 5.000
100 – 1.300
100 – 1.200
Raros
Segmentados: 00
Linfócitos: 05
Monócitos: 02
Eosinófilos: 01
Basófilos: 00
Outros dados
PPT (g/100 mL)
5.4 g/dL
6–8
Fonte: dados obtidos através de pesquisas do ESO - HOVET – UFCG (VIEIRA, 2008).
RESULTADOS
Para confirmar a suspeita clínica, de
neoplasia hepática foram realizados exames
complementares, os quais são: hemograma
completo e plaquetometria (Tabela 1), ultrassonografia abdominal, bioquímica sérica hepática
e renal (Tabela 2), urinálise (Tabela 3), radiografia
do abdômen, análise do líquido cavitário (Tabela
4).
De acordo com o s result ados do
hemograma completo e plaquetometria, o animal
apresenta neutrofilia, linfopenia e eosinopenia.
No exame de pesquisa de hemoparasitas,
no esfregaço sanguíneo não foram encontradas
100
alterações nas células sanguíneas, assim como
parasitas nas células.
Depois de quinze dias o animal retornou
ao hospital para realizar novos exames
complementares, os quais foram: hemograma e
plaquetas (Tabela 5), ultrassonografia abdominal,
bioquímica sérica renal e hepática (Tabela 6) e
análise do líquido cavitário.
Após 15 dias do primeiro exame houve um
aumento na produção da uréia, mas a mesma
continuou nos padrõ es de no rmalidade.
Observou-se também que as proteínas estavam
sendo produzidas em pequenas quantidades,
como o fígado é essencial para a homeostase
normal das proteínas, alterações nas proteínas
Ciência Animal 21(2):96-109, 2011
Tabela 2. Resultado da bioquímica sérica do cão 5106, realizado no HOVET – UFCG, em 19/
03/2008, durante estágio supervisionado, no período de janeiro a abril de 2008.
Bioquímica Sérica
Resultados
27 mg/dL
0,7 mg/dL
49 g%
1,60 g%
172 U/L
Referência Canina
21 – 60
0,5 – 1,5
50 – 80
25 – 45
21 – 102
AST
178 U/L
6,2 – 13
Fosfatase alcalina
265 UI/L
20 – 156
Uréia
Creatinina
Proteínas totais
Albumina
ALT
Fonte: dados obtidos através de pesquisas do ESO - HOVET – UFCG (VIEIRA, 2008).
plasmáticas podem sugerir alterações hepáticas algumas lesões hepáticas.
Observou-se a presença de nodulações no
e os animais poderão necessitar de alimentos
ricos em proteínas para serem absorvidas no baço e fígado. O baço estava comprometido e
organismo, pois o mesmo precisará para recuperar não tinha como retirar o nódulo, porque eram
Tabela 3. Resultado da urinálise do cão 5106, realizado no HOVET – UFCG, em 19/03/2008,
durante estágio supervisionado, no período de janeiro a abril de 2008.
Urinálise
Resultados
Volume
Cor
Odor
Densidade Específica
Consistência
Aspectos
pH
Proteína Total
Glicose
Urólitos
Nitrogênio
Ácidos Cetônicos
Sangue oculto
Leucócitos
Bilirrubina
23 mL
Âmbar
sui generis
1.040
Normal
Turvo
6,5
Positivo
Negativo
Negativos
Negativo
Negativo
Negativo
Ausente
Presente
Sedimento
Resultados
Cristais de Triplofosfato
0 – 2 por campo
Células Epiteliais Escamosas
0 – 3 por campo
Fonte: dados obtidos através de pesquisas do ESO - HOVET – UFCG (VIEIRA, 2008).
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101
Tabela 4. Resultado da análise do líquido cavitário do cão 5106, realizado no HOVET – UFCG,
em 19/03/2008, durante estágio supervisionado, no período de janeiro a abril de 2008.
Líquido Cavitário
Resultado
Volume
Cor
Coagulação
Densidade
Reação pH
Proteínas totais
Prova Rivalta
18 mL
Avermelhada
Presente
1,028
7,0
4,6 g/dL
Negativa
Leucócitos
700 uL
Diferencial
Impossibilidade devido à pequena quantidade de
leucócitos
Fonte: dados obtidos através de pesquisas do ESO - HOVET – UFCG (VIEIRA, 2008).
muitos e em todo o órgão. O fígado, também,
estava todo comprometido, com vários nódulos
em todos os lobos, com hemorragia difusa do
parênquima e grande quantidade de neoplasias
hepáticas que não tinha como realizar uma
hepatectomia parcial, porque todos os lobos
estavam com presença de nódulos. Observou-se
grande quantidade de sangue na cavidade
abdominal decorrent e da hemorragia do
parênquima hepático.
Ao realizar a biópsia do fragmento do
fígado e do tumor do baço, observou-se uma
massa tumoral formada por células de núcleos
redondos, pouco citoplasma e figuras mitóticas
3 – 4 (por campo 40x). Estes órgãos apresentaram
também células com núcleos vesículosos,
citoplasma abundante, eosinofílico e presença de
vacúolo s, nucléolos evident es, células
binucleadas, congestão, hemorragias e áreas de
infarto.
A indicação que o cirurgião fez ao
proprietário foi a realização da quimioterapia ou
a eutanásia do animal caso o proprietário não
tivesse como realizá-la. O proprietário não
aceitou fazê-la, tendo preferido ficar com o
animal até que o mesmo tivesse uma morte
102
natural, mas sabendo que o animal não teria
tratamento clínico nem cirúrgico, considerando
este caso e o estágio que se encontrava o fígado
do animal.
DISCUSSÃO
Segundo alguns estudiosos como
Maclachlan e Culler (1998) e, Fighera (2000) o
linfoma hepático corresponde a 63% dos tumores
metastáticos do fígado e induz uma elevação de
leve à moderada da atividade sérica da ALT
(alanina aminotransferase) em 46 a 70% dos
casos. De acordo com Hammer e Sikkema (2001)
devemos considerar que os tumores de órgãos
na área de drenagem portal se metastatizar
primeiramente no fígado, talvez isso justifique
esse alto índice.
Nelson e Couto (2003) relataram que as
manifestações clínicas anormais raras do
hipotireoidismo em cães foram distúrbios
oculares, cardiovasculares, gastrointestinais e da
co agulação . As mais comuns fo ram as
anormalidades bioquímicas ou funcionais.
Anormalidades de sangramento não foram
comuns em cães com hipotireoidismo.
Ciência Animal 21(2):96-109, 2011
Tabela 5. Resultado do hemograma e plaquetometria do cão 5106, realizado no HOVET – UFCG,
em 31/03/2008, durante estágio supervisionado, no período de janeiro a abril de 2008.
Hemograma
Série Vermelha
Eritrócitos
Hematócrito
Hemoglobinas
VGM
CHGM
Plaquetas
Leucócitos
Resultados
7.010X 106/µL
42%
13,5g/dL
59,9%
32,1%
605.000/ µL
Série Branca
8.250 /µL
Valores Normais
5.500.000 a 8.500.000
37 – 55
12 – 18
60 – 77
31 – 36
200.000 – 500.000
6 – 17 x 10³
Relativa (%)
Neutrófilos: 91
Valores Normais
–
Absoluta (/µL)
-
Valores Normais
–
Bastonetes: 00
0–3
–
0 – 500
60 – 77
12 – 30
3 – 10
2 – 10
Raros
–
–
3.000 – 11.000
1.000 – 5.000
100 – 1.300
100 – 1.200
Raros
Segmentados: 00
Linfócitos: 05
Monócitos: 04
Eosinófilos: 00
Basófilos: 00
Outros dados
PPT (g/100 ml)
4,8g/dl
6–8
Fonte: dados obtidos através de pesquisas do ESO - HOVET – UFCG (VIEIRA, 2008).
O histórico do quadro clínico apresentado
foi de inapetência, conjuntivite, otite média
crô nica, distensão abdo minal, mucosas
levemente ictéricas, anemia, apatia, anorexia,
com perda de peso progressiva e ascite
hemorrágica. Esse dados estão de acordo com
Dunn (2001) que cit ou que t umores
mesenquimatosos apresentam geralmente um
curso grave e rápido, com anorexia, vômito,
perda de peso e, algumas vezes, icterícia. Podem
ocorrer distensão abdominal e ascite hemorrágica
devida à ruptura tumoral. Wilcock e Yager (1989)
relataram que quando o linfoma acomete o
fígado , po de o correr icterícia pela
hiperbilirrubinemia indiret a e ascite pela
hipoproteinemia, corroborando os achados
clínicos encontrados.
Já outros estudioso s co mo Gavelli,
Chiglione e Huguet (1993) afirmam que a anemia
tem sido observada principalmente nas
neoplasias altamente vascularizadas. Anemia não
regenerativa associada à quimio terapia
anticancerígena. Já Fournell et al. (1997)
expressa que a anemia ocorre pela redução da
eritropoese quando há invasão da medula óssea
vermelha pelas neoplasias e a destruição do
tecido eritropoético.
Para Ehrhart (1998) a caquexia se deve em
parte a anorexia causada pela depressão dos
centros do apetite do sistema nervoso central. É
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103
Tabela 6. Resultado da bioquímica sérica do cão 5106, realizado no HOVET – UFCG, em 31/
03/2008, durante estágio supervisionado, no período de janeiro a abril de 2008.
Bioquímica Sérica
Uréia
Creatinina
Proteínas totais
Albumina
ALT
AST
Fosfatase alcalina UI/L
Resultados
41,9 mg/dL
0,8 mg/dL
47 g%
175 g%
539 U/L
Referência Canina
21 – 60
0,5 – 1,5
50 – 80
25 – 45
21 – 102
460 U/L
6,2 – 13
1720 UI/L
20 – 156
Fonte: dados obtidos através de pesquisas do ESO - HOVET – UFCG (VIEIRA, 2008).
possível que algum fator hormonal desconhecido
seja liberado pela neoplasia, influenciando o
hipotálamo, mas nem toda perda de peso nos
pacientes se devem a anorexia. Parte desta perda
está associada a fatores humorais secretados pelas
células neoplásicas ou pelos macrófagos.
Lima (1993) relatou que pacientes com
linfoma comumente desenvolviam a anemia de
leve a moderada, decorrente da liberação de
fatores neoplásicos que deprimem a eritropoese
(anemia hipoplásica).
Segundo Nelson e Cout o (2003) a
hepatomegalia pode ser focal ou generalizada.
Os processos infiltrativos e congestivos ou
aqueles que estimulam a hipertrofia hepatocelular
tendem a resultar em hepatomegalia difusa de
consistência física e observada em doenças
expansivas ou proliferativas que resultam na
formação de lesões expansivas ou císticas. A
hepatoesplenomegalia em cães ictéricos pode ser
atribuída à hiperplasia benigna de células
fagocíticas mononucleares, a hematopoese
extramedular secundária, a anemia hemolítica
imunomediada ou a processos infiltrativos, como
mastocitose sistêmica, linfoma, leucemia
mielóide e neoplasias hepáticas primárias e ou
secundárias.
Center (1986) relatou que em um exame
104
abdominal, pode ser palpável uma
hepatomegalia. Ela ocorre somente em casos de
tumores e de envolvimento secundário do fígado
em doenças sistêmicas, tais como congestão
venosa, infiltração gordurosa em diabetes melito,
acúmulo
de
glicogênio
em
hiperadrenocorticismo, amiloidose, linfoma ou
linfossarcoma e tumores metastáticos.
Parisi (2000) diz que a infiltração da medula
óssea pelo linfoma pode ocasionar anemia
mielitísica, agravando o processo. Nesses casos
é muito difícil obter o diagnóstico diferencial
entre linfoma e leucemia linfóide, pois não é
possível saber se a proliferação teve início na
medula ou se esta foi infiltrada por células
tumorais.
De aco rdo com o result ado do
hemograma completo e plaquetometria o animal,
este apresenta-se com neutrofilia, linfopenia e
eosinopenia. Segundo Cheville (1993) animais
com neoplasia hepática são pacientes anêmicos,
apresentando hemorragia pela erosão dos tecidos
normais ou pelo tumor invasor e também redução
da eritropoese devido à invasão da medula óssea
pelo tumor e a destruição do tecido eritropoético.
A anemia é comum nas doenças neoplásicas
metastáticas, sendo responsável com frequência
por uma parte significativa das células que
Ciência Animal 21(2):96-109, 2011
passam pelos vasos sanguíneos anormais do
tumor.
Mas Boother (1996) demonstrou que no
hemograma completo ocorreram poucas
alterações nas células sanguíneas sugerindo
doença hepática. A maioria foram alterações nos
eritrócitos associadas com fragmentação ou
modificação no tamanho das células ou na
composição da membrana. A maioria dos animais
acometidos por neoplasia hepática apresentou o
número normal de eritrócitos e não estavam
anêmico s. Anemia regenerativa, com
macrocitose, contagem de reticuló cito s,
concentração de proteína sérica normal a
levemente aumentada em um cão ictérico,
sugerem que a causa seja anemia hemolítica com
formação aumentada de bilirrubina.
Na análise do exame da bioquímica sérica
observou-se que a uréia estava entre os padrões
normais. Sabe-se que a uréia avalia a função
renal, entretanto esta é produzida pelas células
hepáticas e quando o fígado não está funcionando
bem ou suas células estão lesadas pode ser
resultado de uma provável lesão. Segundo Meyer
(1995) a uréia é produzida pelo fígado e sua
mensuração no soro é normalmente feita para
avaliar a função renal, entretanto, pode está
diminuída em associação a falência hepática e
anormalidades congênitas do sistema porta.
Observo u-se que a ALT (Alamina
Aminotransferase),
AST
(Aspartato
Aminotransferase) e FA (Fosfatase Alcalina)
estavam muito aumentadas, isto significa que o
fígado estava produzindo rapidamente essas
enzimas para reverter a provável lesão dos
hepatócitos, pois é nos hepatócitos onde são
produzidas as enzimas acima citadas.
De acordo com Maia (2008) a AST está
presente em grandes quantidades nos hepatócitos,
eritrócitos, células renais e pancreáticas e, em
menores quantidades, em células musculares
esqueléticas e cardíacas. Sua meia-vida na
espécie canina é menor que 24 horas. Devido a
sua localização mais interna na célula, o aumento
da atividade de AST indicando um dano mais
grave aos hepatócitos, com degeneração ou
necrose. Também pode estar elevada durante a
fase de reparação da doença hepática, em lesões
musculares (incluindo injeções por via
intramuscular) ou em presença de hemólise. Não
há um teste específico para determinar a exata
origem do aumento da atividade de AST.
Segundo Souza (2008) o aumento da
at ividade da enzima hepática Alanina
Aminotransferase (ALT), significa, uma real
lesão hepática. A ALT é considerada útil na
diferenciação da doença hepatocelular e do
processo colestático do fígado. Em cães, devido
à curta meia-vida desta enzima, é utilizada como
indicador de lesão hepática ativa. AALT tem uma
meia-vida biológica, de 3 a 5 horas.
Lucke (1984) citou que nos cães jovens em
crescimento, a atividade da Fosfatase Alcalina
(FA) estar alta é normal, pois nesse momento está
ocorrendo um aumento na at ividade do
osteoblasto, que produz a matriz óssea orgânica,
então, esta alta nos valores de FA pode ser de
duas a três vezes maior que os valores normais
da FA nos cães adultos. O aumento na FA
plasmática tem sempre origem hepática.
Ao ser analisado o resultado da urinálise,
observou-se a presença de muitas células
epiteliais escamosas que podem ser de origem
neoplásica e tem grande quantidade de cristais
de triplofosfato. Na urina ocorreu a presença de
bilirrubina indicando que a bilirrubina estava
sendo produzida, mas em pequenas quantidades,
pois esta presença na urina não foi tão significante
para se dizer que a produção estava em grande
quantidade, pois o animal apresentou uma
deficiência na excreção da bilirrubina e teve
características de mucosas levemente ictéricas.
Segundo Owen (1976) o fígado normal tem
a capacidade de captar e excretar grande
Ciência Animal 21(2):96-109, 2011
105
quantidade de bilirrubina. Um aumento grande
e persistente na produção do pigmento biliar
(hiperbilirrubinemia) ou uma deficiência da
excreção da bile pode determinar icterícia no
animal e seus tecidos ficam de coloração
amarelada (concentração de bilirrubina sérica e”
2 mg/dL) ou bioquimicamente (concentração de
bilirrubina sérica e” 1,5 mg/dL).
A análise da cavidade abdominal
encontrou-se pequena quantidade de leucócitos
no líquido, quando se realizou a laparotomia
exploratória identificou-se que este líquido teve
origem da hemorragia do parênquima do fígado,
po is o parênquima dest e órgão estava
completamente degenerado e liquefeito. A cor do
líquido era serosanguinolento, ocorreu a presença
de pingos de sangue coagulado e pouca
quantidade de proteínas, pois o fígado não estava
conseguindo metabolizar as proteínas.
Segundo Hardy (1986) as doenças hepáticas
malignas intra-abdominais que se disseminam
pelo peritônio promovem reações inflamatórias
com subsequente exsudação de linfa e fibrina. O
líquido pode ter aspecto serosanguinolento,
hemorrágico ou pseudoquiloso. Independente do
aspecto macroscópico do líquido, o conteúdo
protéico é variável, podendo conter células
malignas esfoliadas de neoplasias primárias.
Os leucócitos aumentaram sua produção em
quinze dias, isso significa que as células de defesa
do sangue estavam trabalhando para cessar a
infecção causada pelo líquido peritoneal da
hemorragia do parênquima do fígado. O animal
continuou com eosinopenia, linfocitopenia e este
não estava conseguindo produzir novas células
sanguíneas.
Segundo Anisimov (1983) a anemia
fortemente regenerativa, com macrocitose,
contagem elementares de ret iculócit os,
concentração de proteína sérica normal a
levemente aumentada em um cão ictérico,
especialmente se esferócitos também são
106
identificados, sugerindo que a causa seja icterícia
anemia hemólitica com formação aumentada de
bilirrubina.
De acordo com os estudiosos Amadio,
Moreno e Souza (2006) o animal apresentou
perito nite ou efusão abdo minal po de t er
diagnóstico de leucocitose com neutrofilia, isso
seria provável nesses casos de doença hepática
infecciosa canina.
No exame de pesquisa de hemoparasitas
detectou-se que o animal não era positivo para
infecções por parasitas no sangue, pois em seu
esfregaço sanguíneo o resultado foi negativo,
uma vez que houve a confecção e exames de
várias lâminas.
Para Aminlari, Vaseghi e Sajedianfard
(1994) o fígado processa os aminoácidos
derivados das proteínas ingeridas, para suas
próprias necessidades, e para as necessidades dos
tecidos periféricos, e recebe aminoácidos dos
tecido s periférico s, para as reações de
glicogênese e transaminase.
A albumina estava muito alta significando
que a lesão hepática era grave, sendo ela a
principal proteína hepática de exportação, pois
compreende a cerca de 20% da retroalimentação
protéica do corpo, quando esta se encontra muito
elevada é por que não está realizando suas
funções e sim tentando equilibrar as lesões nos
hepatócitos.
Ham (1938) citou em seu trabalho que
qualquer animal anorético pode apresentar
reduções secundárias na concentração sérica de
albumina, em decorrência da desnutrição, mas
em alguns pacientes com ascite, a albumina
recém-sintetizada é diretamente liberada pelos
vasos linfáticos hepáticos ou cápsula hepática,
até o líquido ascítico, circundante descarte o
compartimento vascular.
A ALT estava cinco vezes mais alta do que
há quinze dias isso significa que o fígado estava
em processo de necrose, pois a ALT foi produzida
Ciência Animal 21(2):96-109, 2011
e não foi liberada para realizar suas devidas
funções.
Segundo Lord (1982) quando o fígado entra
em necrose, a atividade sérica da ALT aumenta
abruptamente dentro de 24 a 48 horas, em até
100 vezes o normal, ou ainda mais, fazendo um
pico durante os primeiros cinco dias após a lesão.
Se o agente ou evento agressor foi removido, a
atividade da ALT gradualmente declina até à
normalidade, ao longo de 2 a 3 semanas.
De acordo com Samols e Holdsworth
(1968) o aumento brusco da ALT pode ser
causado pela necrose dos tumores, compressão
e necrose dos hepatócitos normais adjacentes,
produção de isoenzimas, ou permeabilidade
anormal das membranas em células neoplásicas.
Enquanto para Keer (2003) em pequenos
animais, a atividade da ALT está frequentemente
alta, enquanto a atividade da FA está somente
moderadamente elevada, em certas doenças
hepáticas crônicas, pode não haver alterações nas
enzimas hepáticas, mas a etiologia hepática pode
ser demonstrada por outros sinais de disfunção
hepática, tal como hipoalbuminemia e a ausência
de qualquer evidência de hemólise ou obstrução
biliar.
Há alguns autores como Calderon et al.
(2002) que recomendaram o efeito terapêutico
anti-tumor de diversas drogas através da ação
combinada das vitaminas C e K3, onde o stress
oxidativo induzido por reduções e oxidações
cíclicas destas proteínas originaram células
cancerígenas, os quais são deficientes em
enzimas antioxidantes mais sensíveis aos
compostos anti-tumor.
Segundo Chagas, (2008), na realidade,
tem sido relatado que a perda da homeostasia
tanto pela vitamina C como pela vitamina K3,
resulta na morte celular por apoptose. Devido às
relações fechadas entre apoptose e stress
oxidativo, o aumento nos níveis intracelulares
de peróxido de hidrogénio (H2O2) é tido como
sendo a explicação para citotoxicidade das
vitaminas combinadas. De fato, a vitamina K3
pode estar sujeita a ciclos inúteis de oxidaçãoredução, deste modo, produzindo espécies de
oxigênio reativo.
Tams (1985) afirma que a Ampicilina ou a
Amoxicilina são as dro gas de escolha
inicialmente no tratamento da doença hepática.
Para se ter um melhor efeito, é preferível que se
utilize uma droga de amplo espectro, podendose usar as cefalosporinas, entre outros
antibióticos, associadas à aminoglicosídeos.
De acordo com Taxaka (2006) o meloxicam
é um po tente inibidor de t rombo xano s e
prostaglandinas, com excelentes propriedades
antipirética e analgésica. Os produtos da quebra
do ácido aracdônico pelo COX 1 levam a
formação de prostaglandinas (PGs) relacionadas
com relações fisilógicas renais, gastrointestinais
e vasculares, enquanto os produtos originados
pela quebra da COX 2 levam a formação de PGs
que participam dos eventos inflamatórios álgicos
e térmicos. Tanto a COX 1 como a COX 2 levam
a formação de PGs que participam de outros
eventos inclusive alguns bastante importantes
para o organismo.
Lima (1993) relata que o meloxicam é um
inibidor da síntese de prostaglandinas e os
principais efeitos adversos são gástricos e renais,
mas que est e age no tratamento da dor
oncológica, dando alívio rádipo.
Para Kitchell (1996) o Legalon, cujo
componente ativo é a silimarina age como
estabilizador das membranas dos hepatócitos,
resguardando sua integridade e, assim, a função
fisiológica
do
fígado ;
protege,
experiment almente, a célula hepát ica da
influencia nosiva de subst âncias t óxicas
endógenas e / ou exógenas. De acordo com
Sitzmann e Greenne (1985) o Legalon atua de
forma benéfica como coadjuvante no tratamento
das doenças hepáticas crônicas inflamatórias,
Ciência Animal 21(2):96-109, 2011
107
cirrose e lesões hepatotóxicas, promovendo
rápida melhora dos sintomas clínicos, como
cefaléia, astenia, anorexia, distúrbios digestivos,
sensação de peso epigástrico. Em animais, a
silimarina demo nstrou a regeneração do
parênquima
hepático ,
aparentemente
aumentando a síntese de RNA no fígado. Já Parisi
(1999) o poder da silimarina é de remover os
radicais livres, tendo uma atividade antioxidante
e Everett (1977) diz que a silimarina estimula a
síntese protéica e normaliza o metabolismo
fosfolpídico. Tones, Aunt e King (2000) afirmam
que a silimarina estimula a formação de RNA
polimerase I, aumentando a formação de RNA
ribossômico com aumento da síntese de proteínas
estruturas e funcional (enzimas), resultando em
um aumento na capacidade reparadora e
regenerativa do fígado.
Harvey (1996) afirma que os diuréticos são
usados juntamente com uma dieta pobre em Na+
no tratamento da ascite. A abdominocentese deve
ser reservada para os casos em que o grau de
ascite causa desconforto ao paciente, aumentando
significativamente a pressão intra-abdominal
com comprometimento da circulação venosa ou
dificuldade respiratória.
E os estudiosos Thomason e Feldman
(1985) concordam e assegura que os diuréticos
ajudam a manter a diurese e impedem a retenção
de sódio. Os diuréticos mais comumente usados
são: furosemida, tiazidas e espironolactona.
Pastam e Gottesman (1988) afirma que os
corticosteróides podem apresentar efeitos
anticâncer diretos e são últeis para garantir apetite
e aparente aumento da atitude e níveis da
atividade em cães e gatos. Entretant o, a
administração de corticosteróides é postulado
co mo contribuindo para o fenômeno de
resistência pleitrópica a drogas.
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