"Novo" Código Florestal - GOAMet

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Informativo do GOA #1 0, Inverno de 2011 - Departamento de Física - Centro de Ciências Exatas - UFES - www.cce.ufes.br/goa
acompanhamento. Atualmente está operando pelos Software
A Equipe GOA continua a concentrar esforços no processo
Bisque TheSky6 e CCDSoft, que por serve tanto para controlar o
de automatição do TeRES (Telescópio Robótico do Espírito Santo).
CCD principal quanto o secundário, que auxilia em pequenas
Inaugurado para funcionar localmente durante o Encontro de
correções no acompanhamento. Mas já estão sendo buscadas
Astronomia do GOA (EAG), em Agosto de 2009, o TeRES é fruto da
alternativas de softwares livres para a realização dessa tarefa,
aplicação de Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs) e
sendo um dos objetivos do grupo a utilização e programas livres.
poderá ser controlado de qualquer parte do mundo, pela internet,
Instalamos a estação meteorológica (GOAMet) e a câmeratendo como objetivo a divulgação e pesquisa em Astronomia e
de-todo-céu (CTC) que juntas irão integrar o futuro observatório
ciências afins.
automático, fornecendo informações instantâneas do tempo e
Entre os inúmeros desafios de planejamento,
análises
implementação e
estatísticas
do
testes, o TeRES
comportamento
encontra-se em
meteorológico
fase
de
local. Com a CTC
concepção
da
podemos fazer o
interface
de
registro e busca
comunicação
de
meteoritos.
entre homem e
Foto da Lua 47% Cheia, 07 de junho de 2011, TeRES/GOA
Estamos
máquina.
Em
estudando a compra de um telescópio refrator para obtenção de
outras palavras, estamos entrando na etapa de elaboração de como
imagens com maior campo de visão, a ser instalado junto ao
o usuário se comunicará com o telescópio , e como será o
TeRES, cujo tubo ótico é um LX200, 1 4”, sobre uma montagem
gerenciamento computacional por trás desse procedimento.
Paramount. Isso ajudará, por exemplo, na busca de cometas e
Pretende-se integrar este observatório ao programa "Telescópios na
asteroides próximos à Terra. Quem sabe um dia ainda poderemos
Escola".
avisar:
corra,
vem
pedra
do
céu!
O TeRES vem sendo continuamente submetido a testes.
Os testes com o TeRES estão acontecendo na UFES, mas
Exemplos são a captura de imagens com a câmera CCD (SBIG STeste não será o lugar definitivo do telescópio.
8XME), o alinhamento dos espelhos e ajustes na precisão do
O "Novo" Código Florestal
O debate em torno do Código Florestal se estende há mais de 1 0 anos e sua revisão é necessária para que sejam claramente estabelecidos os
limites da exploração dos recursos naturais brasileiros. A discussão entre ruralistas e ambientalistas evidência o conflito gerado pela
oportunidade de crescimento econômico (devido a crescente demanda por alimentos) em detrimento da necessidade de preservação dos
biomas do país. Algumas das principais mudanças propostas pelo novo Código estão relacionadas às Áreas de Preservação Permanente
(APPs). Entre elas estão, por exemplo, a redução da margem de proteção obrigatória dos rios (aumentando o risco de assoreamento) e a
liberação do desmatamento em alguns topos de morros (com mais de 1 800m de altitude) até então protegidos. Em 2009 os desastres naturais
custaram 1 ,1 bi de reais aos cofres públicos, além de uma relevante queda na qualidade da água. “ A comunidade científica não foi consultada e
o código proposto foi feito sem o auxílio do estudo detalhado dos impactos, o que pode causar gravíssimos danos ao país e ao planeta” – alerta
a SBPC (Sociedade Brasileira para o progresso da ciência).
Auroras de Saturno
Eclipse Lunar
Amanhecer
Saturno, o grande planeta anelado, é
um dos mais intrigantes corpos que orbitam
o nosso Sol. Essa imagem feita pelo
Telescópio Espacial Hubble em 2009 mostra
Saturno e seus anéis quase alinhados
dando uma bela visão dos dois polos
envoltos em auroras esvoaçantes.
Criada pela interação do vento solar
com o campo magnético e a atmosfera do
planeta, a aurora de saturno é análoga a
que podemos apreciar nos polos terrestres.
Nessa imagem Saturno se aproxima de seu
equinócio e ambos os hemisférios são
igualmente iluminados pelos raios solares.
A aurora de Saturno, porém, não é
simétrica nos dois polos. A do polo norte se
revela um pouco menor e mais brilhante, o
que sugere que o campo magnético nessa
região é mais intenso que no polo oposto.
No último dia 1 5 aconteceu o eclipse
lunar mais longo dos últimos dez anos. Na
costa brasileira a Lua nasceu já eclipsada
pouco depois das 1 7h00 e “saiu das
sombras” pouco depois das 1 9h00.
Como todos os corpos quando
iluminados, a Terra projeta uma sombra no
espaço quando sob incidência da luz solar.
Em sua fase cheia, a Lua pode passar por
esta sombra e deixar de receber iluminação
proveniente do Sol. Quanto mais próxima à
região central da sombra da Terra a Lua
passar, maior será a duração do eclipse.
O que pode ser visto então é uma Lua
de cor avermelhada. Mais uma vez a
atmosfera terrestre funciona como lente e a
Lua reflete apenas a luz que chega até ela.
Em muitas cidades, o eclipse não pôde ser
observado por conta do céu nublado.
O céu da madrugada do início de julho
estará presenteando os espectadores com
uma belíssima combinação de alvos para a
observação. Na direção leste, por volta da
meia noite, nasce o planeta Urano entre as
constelações de Peixes e Baleia. Cerca de
duas horas depois, é possível contemplar
nascimento do planeta Júpiter, próximo à
constelação de Áries e por volta das 4h00
da manhã, na constelação do Touro,
podemos observar o aglomerado das
Plêiades e a cor avermelhada do planeta
Marte. Pouco antes do amanhecer, Vênus
brinda a aurora com seu brilho intenso.
Estes objetos são visíveis até o final de
julho, nascendo um pouco mais tarde a
cada dia. Para possíveis madrugadas em
claro durante as férias, estas são algumas
das atrações do céu de inverno.
Auroras em Saturno - Foto do Telescópio Espacial Hubble
Perseidas é uma chuva de estrelas cadentes (meteoros) associada ao rastro de
fragmentos que o cometa Swift-Tuttle deixa ao se aproximar do Sol. Devido a trajetória da
órbita do cometa, a observação da chuva é melhor no hemisfério norte. No hemisfério sul
deve ser feita pouco antes do amanhecer, olhando na direção norte sob a constelação de
Perseus – daí o nome “Perseidas”. Esta famosa chuva de estrelas cadentes tem sido
observada ao longo dos últimos 2.000 anos, sendo a primeira descrição conhecida do
fenômeno registrada no Extremo Oriente, ano 36. Na Europa recém cristianizada, as
Perseidas tornaram-se conhecidas como Lágrimas de São Lourenço.
O fenômeno é visível anualmente a partir de meados de julho, registrando-se a maior
atividade entre os dias 8 e 1 4 de agosto, quando a taxa de estrelas cadentes pode
ultrapassar 60 por hora.
"A estrela que escolhi não cumpriu com o que eu pedi e hoje não a encontrei, pois caiu no
mar e se apagou... Se souber nadar, faça-me o favor?
O milagre que esperei nunca me aconteceu, Quem sabe só você pra trazer o que já é meu?"
Brilha Onde Estiver - O Teatro Mágico
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CARTA CELESTE
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Como Usar a Carta Celeste
Para boa parte do Brasil, esta carta representa a posição
aproximada dos astros no céu nas seguintes datas:
Início de julho
00h00min
De julho para agosto
22h00min
De agosto para setembro
20h00min
Final de setembro
1 8h00min
Para entender a carta, posicione-a sobre a cabeça e
observe de baixo para cima, lendo as instruções no contorno.
A linha azul (o Equador Celeste) representa o limite entre
o Hemisfério Celeste Sul e o Hemisfério Celeste Norte, é a
projeção da Linha do Equador terrestre no céu.
Os nomes dos Astros estão com inicial maiúscula e os
das CONSTELAÇÕES em caixa alta. As principais estrelas das
contelações ocidentais visíveis nesta carta estão unidas por linhas.
A "grande mancha azul" é a Via Láctea, a nossa galáxia,
que infelizmente não conseguimos visualizar das cidades devido à
poluição luminosa.
Desde a antiguidade a Astronomia teve um papel
central no desenvolvimento das civilizações. Há até quem diga
que a própria ciência tem suas origens na astronomia da
antiguidade. E de fato muitos momentos cruciais da história foram
acompanhados ou auxiliados por avanços na Astronomia e na
percepção do Universo. Assim não é uma surpresa que mais uma
vez neste início de séc. XXI nos deparamos com uma série de
observações astronômicas que dizem que, aparentemente, 95%
de todo o conteúdo de matéria/energia do Universo é composto
de duas substâncias que jamais foram detectadas ou observadas
diretamente
em
laboratório,
aqui
na
Terra.
Essas duas substâncias parecem ter um papel
antagônico no Cosmos. A primeira delas é a chamada Matéria
Escura, que aparentemente é uma partícula que praticamente
não interage com a matéria convencional (da qual nós, os
planetas e as estrelas são compostos), a não ser pela força da
gravidade. Isso explica porque essa partícula ainda não foi
detectada (já que não emite qualquer tipo de radiação), e o
porquê de todas as galáxias observadas até hoje parecem ter
muito mais massa do que pode ser detectada. E mais ainda, a
teoria atualmente aceita diz que as galáxias, incluindo a nossa,
não seriam capazes de se formar sozinhas – elas precisariam da
matéria escura para formar as sementes sobre as quais
cresceriam. Assim a matéria escura tem o papel de “segurar” o
Universo, permitindo que as estruturas se formem.
Por outro lado vários projetos astronômicos na última
década têm confirmado a presença de outra forma de energia
ainda mais misteriosa, a chamada Energia Escura. Na verdade, o
que tem sido observado de fato é a aceleração na expansão do
Universo, que só pode ser explicada pela presença de uma
substância que produz um efeito “anti-gravitacional”. A melhor
explicação para essa energia é que ela seja a própria energia do
vácuo, que aumenta conforme o Universo se expande, embora
essa possibilidade enfrente sérios problemas teóricos. De
qualquer forma essa energia escura parece ter um papel de
expandir
cada
vez
mais
o
Universo.
Considerando as várias evidências astronômicas,
atualmente existe uma concordância de que enquanto a matéria
convencional constitui apenas cerca de 5% do Universo, a
matéria escura contribui com cerca de 25%, e a energia escura,
70%. No entanto, a presença dessas substâncias é explicada no
contexto da física do século XX, que poderia não estar correta
neste caso. Ou seja, há ainda a possibilidade de que estas
substâncias não existam, mas de qualquer forma, seus efeitos
indicam a necessidade de uma nova física a ser descoberta. E
por isso a ciência que estuda estes fenômenos, a Cosmologia, é
hoje uma das principais áreas de pesquisa na física, estando
presente na maioria das universidades, a exemplo da UFES pela
equipe do grupo de Cosmologia e Gravitação do depto. de Física.
Voltando ao paralelo histórico, pode-se dizer que hoje
estamos em uma situação semelhante a de 1 00 anos atrás, onde
uma avalanche de experimentos indicavam a existência de uma
nova física sendo descoberta. E julgando pelo passado, não há
como prever as conseqüências das descobertas científicas, que
são a base para toda a tecnologia que utilizamos hoje no
cotidiano, mas também serviram à expansão das indústrias de
armamentos, de energia e outras, para as quais continuamos a
pagar um enorme preço humano até hoje, pelo fato de que em
nossa sociedade nem sempre o desenvolvimento tecnológico
promove o desenvolvimento da sociedade como um todo.
Por outro lado podemos ser otimistas, nos lembrando
de outras mudanças onde a Astronomia atuou, como foi o caso
provocado por Copérnico, Galileu e outros. Ao mostrar que a
Terra e o homem não eram o centro do Universo iniciaram uma
era onde a ciência e seus métodos passaram a ter um papel
central, ao invés da fé, superstição e preconceito. E como
estamos vivendo um momento crítico, onde possivelmente
decidiremos como a ação humana afetará o futuro da Terra e da
própria humanidade, podemos ao menos esperar que essa nova
física do século XXI, que tende a mostrar a pequenez do ser
humano no Universo, venha à tona ao mesmo tempo em que
nossa sociedade comece a acordar para um futuro mais justo e
equilibrado, com uma ciência que sirva a toda humanidade, e não
apenas parte dela.
Paulo L.C. de Oliveira
Doutorando / Grupo de Cosmologia e Gravitação / UFES
Expediente
Equipe GOA: Bolsistas: Julio Xavier, Nikolai B. S. Neves, Polyanna Bruna A. Oliveira e Colaboradores: Conrado Adverci,
Mário N. De Prá, Syrios Gomes, Maikon Araujo. Coordenação: Marcio Malacarne
Apoio
Realização
Textos, projeto gráfico e diagramação: Equipe GOA.
Revisão: Equipe GOA.
Contatos: (+55 27) 4009 7664 www.cce.ufes.br/goa - [email protected]
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UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ESPÍRITO SANTO
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