Interação entre o biocarvão e bactérias cultiváveis do solo e

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Interação entre o biocarvão e bactérias cultiváveis do solo e colonização
radicular por rizobactérias em tomateiro
Matheus Miranda Caniato1
A utilização de rizobáctérias como promotoras de crescimento e indutoras de resistência
sistêmica contra doenças tem apresentado resultados positivos. Entretanto, alguns
autores relatam dificuldade no estabelecimento planta-rizobactéria em campo, sendo a
habilidade das rizobactérias em colonizar o sistema radicular um importante critério
para a seleção dos isolados. Pesquisas têm mostrado que o biocarvão pode aumentar a
atividade de micro-organismos benéficos presentes no solo, entre eles as bactérias.
Dessa forma, avaliou-se a influência do biocarvão sobre a população bacteriana
cultivável do solo e a capacidade de rizobactérias em colonizar o sistema radicular do
tomateiro (Solanum lycopersicum L.). Para quantificação do número de bactérias totais
cultiváveis (unidades formadoras de colônias – UFCs), amostras de solo foram
coletadas, na profundidade de 0-10 cm em uma área com parcelas constituídas por doses
crescentes de biocarvão: 0 t ha-1, 40 t ha-1, 80 t ha-1 e 120 t ha-1. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos e cinco repetições.
Para avaliação da capacidade de colonização radicular foram selecionados 60 isolados, a
partir das placas utilizadas para a contagem de bactérias totais. Cada isolado foi
marcado como positivo ou negativo para a capacidade de colonização radicular. A
quantificação de bactérias totais cultiváveis não mostrou diferenças significativas entre
a testemunha e os tratamentos com biocarvão nas doses de 40 e 80 t ha-1. Entretanto, a
dose de 120 t ha-1 diferiu significativamente da testemunha, sendo que a população de
microrganismos foi menor nessa dosagem. Dos 60 isolados testados para avaliação da
capacidade de colonização radicular 29 (48,33%) foram positivos. Os resultados da
contagem de UFCs permitem inferir que o biocarvão nas condições estudadas não se
mostrou favorável às populações bacterianas cultiváveis, principalmente na maior dose
testada. Esse fato possivelmente está relacionado à liberação de compostos como
alcatrões residuais, os quais podem interferir negativamente sobre as bactérias. Além
disso, os resultados de colonização radicular mostram que mesmo selecionando-se
rizobactérias da camada de 0-10 cm, ao invés da rizosfera da espécie estudada é
possível obter uma ampla gama de isolados capazes de colonizar efetivamente o sistema
radicular e consequentemente selecionar potenciais promotores de crescimento e/ou
indutores de resistência.
Palavras-chave: Controle biológico, Promoção de crescimento, Indução de resistência.
GT - Agricultura sustentável e soberania alimentar
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Especialista em Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental. Professor do Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM. Mestrando do Programa de Pós-graduação em Agricultura
no Trópico Úmido – PPGATU - INPA. Email: [email protected]
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