Grande parte desses imigrantes muçulmanos – veja, o problema não é ser árabe, e sim a ideia do Islã como religião, como cultura, como matriz de pensamento – vive um choque entre a visão republicana e laica e a sua própria visão religiosa. Se você fala francês com algum sotaque, eles acham que você é um primitivo. A França se coloca no topo de uma pirâmide do saber e hierarquiza para baixo. E as pessoas não gostam de ser colocadas nisso. Se você observar a maneira como os árabes são mostrados nessas publicações, eles têm as mesmas características das caricaturas raciais feitas antes sobre os judeus: são sujeitos com barbas longas, nariz adunco, turbantes. Continua a haver uma estereotipação. Estamos no momento de repudiar a violência dos ataques. Haverá tempo para discutir todas as complexidades. Pessoas foram mortas de uma maneira que você não pode coonestar. É preciso perguntar: se num mundo tão diverso e cosmopolita, a França pode se manter tão exclusivamente francesa?