1 1 INTRODUÇÃO O Tumor de Córtex Adrenal (TCA) é raro, acomete ambos os sexos, e atinge mais a faixa etária abaixo de quatro anos ou acima de cinqüenta anos (YOUNG et al., 1981). As características apresentadas pelos TCAs de crianças são semelhantes em todos os países, diferenciando-se apenas na proporção de estádios ao diagnóstico, no resultado do tratamento e na origem do tumor ligada ou não à síndrome de Li-Fraumeni ou a outras alterações moleculares (SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997, RIBEIRO; FIGUEIREDO, 2004, RODRIGUES-GALINDO et al., 2005, MICHALKIEWICZ et al., 2004, FIGUEIREDO et al., 2005). No Paraná e em São Paulo, a grande maioria dos TCAs de crianças têm uma origem muito parecida, relacionada com a mutação TP53 R337H encontrada na linhagem germinativa associada com perda do segundo alelo (RIBEIRO et al., 2001 e LATRONICO et al., 2001). Os parâmetros histológicos e critérios de benignidade e malignidade dos TCAs em crianças, e conseqüentemente os resultados de tratamentos, têm diferenças importantes em relação aos mesmos parâmetros analisados em pacientes adultos. Um dos parâmetros mais importantes na separação entre grupos com melhor ou pior prognóstico em crianças é o tamanho do tumor (SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997, MICHALKIEWICZ et al., 2004). Do ponto de vista clínico, os sinais e sintomas do TCA são os mesmos em crianças ou adultos. Em todas as faixas etárias o tumor pode ser assintomático (em um número pequeno de casos), ou se apresentar como forma virilizante, forma cushingóide ou forma mista. Este trabalho procurou, entre outros objetivos, identificar possíveis associações entre as diferentes manifestações clínicas do tumor de córtex adrenal e a presença ou ausência de linfócitos T citotóxicas. O tratamento do TCA baseia-se principalmente na cirurgia. O diagnóstico efetuado precocemente, juntamente com a ressecção total do tumor são fundamentais para o sucesso terapêutico. A sobrevida global do TCA, segundo dados do registro internacional (IPACTR) é de aproximadamente 55%, mas, em se tratando de estádios avançados, esta é muito mais baixa (MICHALKIEWICZ et al., 2004). A estatística atual dos resultados preliminares com o protocolo farmacológico antitumoral para estádios III e IV (associação de mitotano, etoposide, cisplatina e doxorrubicina), como já foi analisado preliminarmente em pacientes adultos 2 (BERRUTI et al., 1998), não mostra evidências de melhores resultados (estudo em análise), e portanto, é importante que novas formas de tratamento sejam pesquisadas. A maior quantidade de células do sistema imunológico no TCA de melhor prognóstico, como já foi observado em vários outros tipos de tumores, é evidência a favor da idéia para se desenvolver novas estratégias terapêuticas relacionadas à imunoterapia.. As opções em maior uso vão desde a administração de interleucina 2, interferon-alfa, e inibidores da liberação de radicais livres (inibidores de receptores histamínicos 2), até o uso de células dendríticas autólogas ativadas ex vivo. Um aspecto importante de outras pesquisas do mesmo grupo (em andamento) é a informação sobre o comportamento do TCA de crianças em relação ao sistema imunológico humoral e celular, o que irá complementar com dados da presente pesquisa para se chegar a uma melhor definição do que realmente precisa ser modificado. Neste sentido, nem sempre a deficiência de uma resposta imunocelular é uma limitação apenas da defesa celular contra o TCA, poderá existir também situações inerentes ao TCA, como seu potencial de expressão ou não de apresentadores de antígenos CMH da classe I, antígenos especificamente de tumores (MAGE, BAGE, GAGE) que irá definir se haverá ou não uma atuação de linfócitos T citotóxicos (VAN DEN EYNDE; BOON, 1997). O foco desta pesquisa foi identificar e quantificar células imunocompetentes CD8+ e CD25+ nas diversas condições do TCA de crianças. 3 1.1 - OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral Verificar se há evidência do envolvimento da imunidade celular no tumor de córtex adrenal de crianças. 1.1.2 Objetivos Específicos 1) Verificar se existe associação entre a proporção de linfócitos CD8+ ou CD25+ com a apresentação clínica (presença ou ausência da síndrome de Cushing) e evolução das crianças com tumor de córtex adrenal. 2) Verificar se o estádio, presença de recidiva, ou tamanho do tumor de córtex adrenal em crianças está associado com a infiltração de linfócitos T CD8+ ou CD25+. 4 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A glândula adrenal, também chamada como supra-renal, situa-se sobre o pólo superior de cada rim, ocupando uma posição ântero-medial, ao nível da 11a vértebra torácica. O parênquima cortical, parte mais importante da glândula, é responsável por 90% do seu tamanho no adulto e surge na 5a semana de vida intrauterina, de origem embrionária do tecido mesodérmico. Já a medula adrenal surge na 7a semana, tendo origem da crista neural, de onde se originam também os gânglios simpáticos. O volume da medula pouco se altera da vida fetal para a adulta, mas o córtex tem crescimento em várias fases, fato este importante para o entendimento da gênese dos TCAs. O primeiro período de crescimento ocorre por volta do nascimento, seguindo depois, um período de hipotrofia fisiológica e depois voltando a crescer até a adolescência, atingindo seu tamanho máximo na fase de adulto jovem, chegando a um peso aproximado de 4,5g (KEENE; HEWER1, e SUCHESTON; CANNON2, citado por MESIANO; JAFFE, 1997). Além do ACTH, outros hormônios como o hormônio do crescimento, prolactina, vasopressina, ocitocina, insulina e IGF-II podem promover o crescimento do córtex adrenal (DHOM, 1973, MESIANO; JAFFE, 1997 e SPENCER et al., 1999). O tumor de córtex adrenal é uma doença rara, que acomete ambos os sexos, e que atinge mais a faixa etária abaixo de quatro anos ou acima de cinqüenta anos (YOUNG et al., 1981, MCWHIRTER; STILLER; LENNOX, 1989, RIBEIRO et al., 1990, MOSSO et al., 1992 e MICHALKIEWICZ et al., 1997). No Paraná e em São Paulo, a grande maioria dos TCAs de crianças têm uma origem comum, que é a mutação R337H TP53 encontrada na linhagem germinativa associada com perda do segundo alelo (RIBEIRO et al., 2001 e LATRONICO et al., 2001). As características apresentadas pelos TCAs de crianças são semelhantes em todos os países, diferenciando-se apenas na proporção de estádios ao diagnóstico, no resultado do tratamento e na origem do tumor ligada ou não à síndrome de Li-Fraumeni ou 1 a outras alterações moleculares (RIBEIRO; KEENE, M. F. L.; HEWER, E. E. Observations on the development of the human suprarenal gland. J Anat, v.61, p.302-324, 1927. 2 SUCHESTON, M. E.; CANNON, M. S. Development of zonular patterns in the human adrenal gland. J Morphol, v.126, p 477-491, 1968. 5 FIGUEIREDO, 2004). Os primeiros levantamentos sobre grande número de casos de TCA no sul e sudeste do Brasil foram registrados por MARIGO; MULLER; DAVIES, em São Paulo (1968) e no Paraná, por RIBEIRO et al., (1990) e SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, (1997). Assim, enquanto a incidência mundial é em torno de 0,2 a 0,38/milhão de crianças até 15 anos de idade (STILLER, 1994; HISADA et al., 1998; DESANDES et al., 2004), no Paraná é cerca de 3,5/milhão (PIANOVSKI et al., 2005). Entre janeiro de 1990 e dezembro de 2001, foram registrados no IPACTR (Registro Internacional de Tumores Adrenocorticais Pediátricos) 259 pacientes, sendo 79,5% deles procedentes de Paraná e São Paulo (MICHALKIEWICZ et al., 2004). Muito embora alguns dos achados moleculares relacionados com a etiologia do TCA no Paraná (RIBEIRO et al., 2001) e São Paulo (LATRÔNICO et al., 2001) sejam quase exclusivos destas regiões, nota-se que a fisiopatologia, as manifestações clínicas e as características microscópicas são semelhantes a de outras grandes séries de TCA (revisões feitas por SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997, MICHALKIEWICZ et al., 2004, RIBEIRO; FIGUEIREDO, 2004, RODRIGUES-GALINDO et al., 2005). 2.1 CARACTERÍSTICAS DE BENIGNIDADE E MALIGNIDADE Carcinoma é definido como neoplasia maligna das células de origem de qualquer um dos tecidos epiteliais. Os carcinomas originários de epitélio glandular são também chamados adenocarcinomas (COTRAN; KUMAR; ROBBINS, 1994). Enquanto os adenomas são geralmente pequenos, encapsulados e esteróidesecretores, os carcinomas têm suas células caracteristicamente com numerosas mitoses, citoplasma escasso, pleomorfismo, e com áreas de necrose e hemorragia dentro do tumor. Permanecem controvérsias na definição de parâmetros macro e microscópicos para adenoma e carcinoma de córtex adrenal (STEWART; JONES; JOLLEYS, 1974, HOLCOMBE; PYSHER; KIRKLAND, 1984, WEATHERBY; CARNEY, 1984), mas este tema não é objetivo do presente trabalho. Um dos problemas relacionados com o significado de alguns parâmetros histológicos e critérios de benignidade e malignidade dos TCAs em crianças é que muitos dos 6 parâmetros e conclusões foram deduzidos de estudos de tumores de adultos. Esta preocupação tem fundamento, uma vez que existem diferenças epidemiológicas, clínicas e patológicas (microscopia e macroscopia) dos TCAs entre crianças e adultos (FIGUEIREDO et al., 2000 e RODRIGUES-GALINDO et al., 2005). Um dos parâmetros mais importantes em crianças é o tamanho do tumor (SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997), utilizado para distinguir estádio I (<200g, com 10% de risco de não sobreviver), de II (com quase 50% de probabilidade de ir a óbito em 5 anos) (MICHALKIEWICZ et al., 2004). Este risco de 10% para o estádio I poderia ter sido mais baixo, se o critério tivesse limitado o peso em até 100g, o que corresponderia a um volume de aproximadamente 200cm3 (SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997). A massa tumoral foi considerada importante anteriormente (HOUGH et al., 1979), enquanto o limite de peso estudado por WEISS; MEDEIROS; VICKERY, (1989), de mais de 250g, juntamente com outros parâmetros (invasão de cápsula, mitoses atípicas e maior diâmetro acima de 10cm) não se associou significativamente com menor sobrevida. A falta de consenso em relação ao peso e/ou tamanho parece estar também no tipo de tumor (diferença entre tumor pediátrico e do adulto), e na falta de associação com tumor residual microscópico ou macroscópico (estádio III ou IV, segundo critérios para tumor pediátrico) (MICHALKIEWICZ et al., 2004). Além da massa do TCA, HOUGH et al., (1979) defendiam ser importante, na classificação de malignidade, a presença de bandas fibrosas largas atravessando o TCA, crescimento difuso, invasão vascular, necrose e perda de peso corporal do paciente (variáveis que até o presente não foram confirmadas como preditivas de mau prognóstico em crianças). Os critérios de classificação, como doença benigna ou maligna, segundo GANDOUR; GRIZZLE (1986) (um pouco modificado de HOUGH et al., 1979) não conseguiram diferenciar as crianças que sobreviveram das que foram a óbito por progressão da doença (SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997). Estes autores também concluíram que não havia boa concordância entre prognóstico e os critérios adotados por VAN SLOOTEN et al., (1985), os quais defenderam sete parâmetros ponderados entre 1, 6 e 9, onde o escore inferior a 8 classificaria o TCA como benigno (atividade mitótica; necrose; hemorragia, fibrose e/ou calcificação; estrutura 7 do nucléolo; invasão da cápsula; hipercromasia nuclear; atipia nuclear). WEISS; MEDEIROS; VICKERY, em 1989, propuseram que apenas uma de 12 variáveis estudadas, índice mitótico acima de 20, conseguia definir TCA como sendo bastante maligno. Estes autores já não admitiam ser tão importante o que havia sido anteriormente proposto pelo próprio WEISS em 1984, o qual defendeu como pior prognóstico a presença de três ou mais de nove parâmetros classificados como maligno: grau nuclear, acima de 5 mitoses por 50 campos de grande aumento, mitoses atípicas, característica do citoplasma (as células claras compreendem 25% ou menos do tumor), arquitetura difusa (se mais de 1/3 do tumor é composto por camadas de células sem um padrão definido), necrose, invasão de estruturas venosas, invasão de estruturas sinusoidais, e invasão da cápsula do tumor. E da mesma forma, estes achados não foram satisfatórios na avaliação de 58 TCAs de crianças feita por SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, em 1997. Entretanto, na avaliação de 107 pacientes (29 crianças e 78 adultos) de São Paulo (LUCON et al., 2002), estratificados de acordo com os critérios de WEISS (1984), concluiu-se que 100% dos pacientes com escore de Weiss < ou igual a 3 sobreviveram, em contraste com aqueles com escore > 3 que tiveram sobrevida mais baixa (61,65%). Em relação ao peso do tumor, os tumores com escore de Weiss inferior ou igual a 3 e maior que 3 tiveram pesos de 23,38 g ± 41,36 g e 376,3 g ± 538,76 g, respectivamente. Em relação ao tamanho, os escores < ou igual a 3 e > 3 tinham média de tamanho de 3,67 ± 2,2 cm e 9,64 ± 5,8 cm, respectivamente. Infelizmente, este estudo não fez comparações entre tumores de crianças e de adultos, e ainda não é possível estimar se estes parâmetros são válidos para prever o prognóstico de TCAs de crianças. Mesmo assim, percebe-se algo interessante neste estudo: o escore de Weiss (inferior ou igual a 3) se associou bem com peso e tamanho encontrados por LUCON et al. (2002). A tentativa de associação de dois ou mais parâmetros pode acrescentar melhor precisão na definição como tumor maligno; o problema é identificar a seleção de marcadores com maior especificidade. STOJADINOVIC et al. (2003) observaram que a existência de necrose, mitose atípica, mais que 5 mitoses em 50 campos de grande aumento, invasão sinusoidal, índice histológico superior a 5, e presença de mais de dois marcadores moleculares desfavoráveis [Ki-67 (+), p21 (+), p27 (+), mdm-2(-)] foram associados com metástases de carcinoma de córtex adrenal. Este 8 estudo foi concluído a partir de análises realizadas em 37 adenomas e 67 carcinomas de córtex adrenal. Obviamente os tumores pequenos podem não ter tido o tempo necessário para acumular as características apontadas por WEISS (1984), e por outro lado, o que realmente influenciaria na recidiva e no aparecimento de metástases não seria o simples fato de ter ou não células do TCA saindo por via linfática, hematogênica e/ou por falhas ou acidentes ocorridos durante a cirurgia para outros locais. Invasão vascular ou de cápsula pelas células do TCA pode ser a evidência de que estas células estão transpondo as barreiras do tumor, e neste sentido, não existe nenhuma evidência que diferencie risco de recidiva a partir de células de estádio I, II, III ou IV que crescem fora do TCA (todas são igualmente malignas até que se prove o contrário). Entretanto, o conceito de que células tumorais que crescem bem no seu local primário ou como metástases, parece depender muito mais se elas são ou possuem características de células tronco (TROSKO et al., 2004), não importando se elas são de estádio inicial ou avançado. Neste conceito de células que crescem e proliferam em outros tecidos (como as células tronco), existem características como a permanência nelas da atividade de telomerase. 2.2 ESTADIAMENTO DO TCA O estadiamento adotado neste trabalho (Tabela 1), leva em consideração o tamanho igual ou menor que 100g ou volume igual ou abaixo de 200cm3 para estádio I, e as condições de ressecabilidade cirúrgica, sem levar em consideração qualquer dos critérios anátomo-patológicos de malignidade (SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997). Os resultados do IPACTR mostram uma chance de sobrevida livre de eventos, em 5 anos, no momento do diagnóstico, de 90% para o estádio I (limite de peso até 200g), valor que decresce para cerca de 50% para o estádio II (MICHALKIEWICZ et al., 2004). As demais características dos outros estádios (Tabela 1) permanecem como foram anteriormente descritas (SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997). Acredita-se que quanto menor o limite de corte para estádio I, maior será a sobrevida de cinco anos. Isto não foi observado em um estudo francês com 253 tumores de adulto (ICARD et al., 2001), onde se notou apenas 66% de 9 sobrevida para o estádio I (TCA<5cm) e 58% para o II (tumor >5cm). É interessante notar neste estudo realizado na França, que o máximo que um tumor do estádio I pode atingir é 125cm3 (aproximadamente 70g), o que significa que além do tamanho ou peso do tumor, a faixa etária pode identificar um tumor de prognóstico melhor ou pior. Assim, é possível que TCA em crianças de maior idade possa ter mais semelhança com TCAs de adultos (RIBEIRO et al., 2000, FIGUEIREDO et al., 2000, RIBEIRO; FIGUEIREDO, 2004). TABELA 1 - ESTADIAMENTO DO TCA PARA CRIANÇAS Estadiamento 3 Estádio I Tumor completamente ressecado,volume tumoral < 200 cm ou menor de 100g, ausência de metástases e níveis hormonais normais após cirurgia. 3, Tumor residual microscópico ou tumor > 200 cm “spillage” durante cirurgia ou Estádio II persistência de níveis hormonais anormais depois da cirurgia. Estádio III Tumor residual macroscópico ou irressecável. Estádio IV Metástase à distância FONTE: SANDRINI, R.; RIBEIRO, R. C.; DELACERDA, L. Childhood adrenocortical tumors. J Clin Endocrinol Metab, v. 82, p. 2027-2031, 1997. 2.3 PRODUÇÃO DE ESTERÓIDES PELO CÓRTEX ADRENAL E TCA O córtex adrenal sintetiza, a partir do colesterol, vários hormônios como os glicocorticóides, mineralocorticóides e os esteróides sexuais, que possuem a mesma estrutura em comum do ciclopentanoperidrofenantreno. A secreção dos esteróides adrenais é aproximadamente igual ao que é recém-sintetizado, pois o armazenamento destes hormônios é insignificante. O ritmo circadiano da secreção de cortisol é dependente das flutuações de ACTH, que por sua vez está sob controle 10 hipotalâmico, em retro-alimentação negativa pelo cortisol. As secreções de desoxicorticosterona, corticosterona, 18-hidroxi-corticosterona e de aldosterona, acompanham também as flutuações do ACTH, porém em menores proporções que o cortisol. Suas funções principais são: armazenamento de glicogênio e manutenção da glicemia, atuação no metabolismo de proteínas e lipídeos, estimulação do apetite, e propriedades antiinflamatórias. A aldosterona é controlada principalmente pelo sistema renina-angiotensina e é bastante sensível às variações de potássio sérico. Sua função principal é a regulação da retenção de sódio e potássio urinários através do sistema renina angiotensina aldosterona, com o conseqüente controle da pressão arterial (MOURA; FIGUEIREDO, 2004). A produção elevada de esteróides pelo TCA não depende de ACTH (este pode estar bloqueado se existir excesso de cortisol), pode não ter um ritmo circadiano preservado e nem sempre apresenta elevação dos principais representantes de cada classe [cortisol na classe dos glicocorticóides, aldosterona na classe dos mineralocorticóides e dehidroepiandrosterona (com ou sem o radical sulfato) ou testosterona na classe dos andrógenos] (MENDONÇA et al., 1995). Uma das finalidades do presente trabalho é rever a questão do excesso de cortisol sérico com manifestação de síndrome de Cushing como parâmetro que pode interferir no total de linfócitos T citotóxicos no TCA, baseado no pressuposto de que foi observado menor sobrevida quando havia síndrome de Cushing em crianças (BERGADA et al., 1996, MICHALKIEWICZ et al., 2004). Enquanto predomina excesso de andrógenos em crianças com TCA (MICHALKIEWICZ et al., 2004), nos adultos observa-se mais freqüentemente síndrome de Cushing, seguida de síndrome não-funcionante (ICARD et al., 2001, FAVIA; LUMACHI; D’AMICO, 2001). Talvez esta maior proporção de síndrome de Cushing em adultos do que em crianças, seja um dos motivos para o pior prognóstico do TCA em adultos, como verificado por ICARD et al., (2001) para os 253 casos avaliados, com sobrevida de 66%, 58%, 24% e 0% para os estádios I, II, III e IV, respectivamente. 2.4 CÉLULAS TRONCO, HEMATOPOIESE E IMUNIDADE As células tronco ou células mãe são células pluripotentes capacitadas em gerar duas linhagens principais: uma para as células linfóides e outra para as células 11 mielóides com a finalidade de reconstituir a hematopoiese a longo prazo e de forma completa em animais. Uma de suas características principais é a auto-regeneração, isto é, ao se dividirem dão origem a uma nova célula tronco. Embora exista no sangue circulante, a maior parte das células tronco se encontra na medula óssea. A Figura 1 mostra um esquema simplificado da diferenciação das células tronco hematopoiéticas e da maturação das células T e B. As células tronco são capazes de se dividirem assimetricamente, dando origem na mesma divisão a uma nova célula tronco e a uma célula comprometida. Ao se dividirem, sob a ação dos fatores de crescimento e das citocinas, as células tronco dão origem às células precursoras, que se caracterizam pela perda do potencial de auto-regeneração e pelo comprometimento com uma determinada via de diferenciação. Estas células precursoras são encontradas na medula óssea e elas têm capacidade de originar colônias contendo células de diferentes linhagens, que com o tempo, ao se dividirem e se diferenciarem, tornam-se restritas a uma única linhagem. O comprometimento da célula com uma linhagem ocorre segundo uma ordem específica. Assim, primeiro ocorreria a separação entre linhagens mielóide e linfóide. A seguir ocorre a separação entre a linhagem granulocítica e monocítica e depois a eritróidemegacariocítica. Na continuação do processo de divisão, quando já diferenciadas, estas células saem para o sangue periférico circulante, para exercerem suas funções especificas. Dentro de suas respectivas linhagens, os linfócitos T ativados, as imunoglobulinas e anticorpos produzidos pelas células B, e os macrófagos, derivados dos monócitos deixam a corrente sanguínea e penetram diretamente nos diferentes tecidos (REGO, 2001). 12 FIGURA 1 – HEMATOPOIESE E ORIGEM CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO Ilustração demonstra a diferenciação de células responsáveis pela imunidade no sangue e nos tecidos, a partir de seus progenitores linfóides e mielóides na medula óssea, a partir da célula tronco. Reproduzido e modificado de www.acm.uiuc.edu ,com permissão. 2.5 EVIDÊNCIAS DE IMUNIDADE CELULAR CONTRA TUMORES Os linfócitos T podem ser tipo T citotóxico (CD8+), que reagem contra proteínas expressas na superfície das células, ou do tipo T auxiliar (T “helper”, CD4+) com subtipos auxiliar 1 (que estimula linfócitos T citotóxicos) e auxiliar 2 (que ativa anticorpos). Linfócitos T citotóxicos são apresentados a antígenos por moléculas CMH da classe I. Os linfócitos B se transformam em plasmócitos que liberam anticorpos que também participam no combate ao tumor (KIRKIN; DZHANDZHUGAZYAN; ZEUTHEN, 1998, ZENG, 2001). Entretanto, o mecanismo humoral não é um objetivo de pesquisa deste projeto, e portanto, não será revisado aqui. 13 Além da biologia mais ou menos agressiva dos tumores, é importante considerar a existência ou não de reação do sistema de defesa celular contra possíveis antígenos presentes no tumor. Os tumores sólidos humanos são infiltrados por linfócitos, principalmente T. Linfócitos T citotóxicos (CD8+) e linfócitos T auxiliares (CD4+) foram identificados em tumores, juntamente com antígenos associados com tumores, tais como mart-1, gp100 e tirosinase (VAN DEN EYNDE; BOON, 1997). Genes que codificam antígenos tumorais reconhecidos pelos linfócitos T citotóxicos, como MAGE, BAGE E GAGE, muitas vezes têm sua expressão aumentada (BOON; COULIE; VAN DER EYNDE, 1997, ROSENBERG, 1997, VAN DEN EYNDE; VAN DER BRUGGEN, 1997). Estes e outros antígenos podem estimular os linfócitos CD8+ e CD4+ após a apresentação feita por moléculas codificadas por genes CMH da classe I (expressas na superfície de algumas células), resultando em produção de linfocinas pelos linfócitos auxiliares 1, ativação de linfócitos citotóxicos CD8+ e, finalmente resultando na lesão e morte da célula tumoral (KIRKIN et al., 1988, ZENG, 2001) (Figura 2). Toda proteína estranha ao sistema imunológico, produzida a partir de transformações do tumor, poderá resultar em recrutamento e acúmulo de linfócitos T citotóxicos (LTC) contra o tumor (PISARRA et al., 1999) ou, se os antígenos estiverem livres em meio solúvel, poderá haver reação com anticorpos secretados pelos plasmócitos. Na análise de 131 tumores colo-retais, foi encontrado, por meio de células marcadas para CD8+, associação entre maior número de LTC nos tumores e melhor sobrevida (NAITO et al., 1998). A associação entre a presença de linfócitos e outros fatores prognósticos como tamanho do tumor, estádio ou tempo de sobrevida, também foi encontrada em tumores de próstata (VESALAINEN et al., 1994), câncer gástrico (SETALA et al., 1996, ISHIGAMI et al., 2002), carcinoma oral (REICHERT et al., 1998), melanoma (PISARRA et al., 1999, LADÁNYI et al., 2004), câncer de pulmão (ECHCHAKIR et al., 2000), câncer de ovário (ZHANG et al., 2003), carcinoma de endométrio (KONDRATIEV et al., 2004), estudos anteriores em câncer colo-retal (ROPPONEN et al., 1997) e outros. Entretanto, outros estudos não conseguiram demonstrar associação entre maior infiltração de linfócitos T e melhor sobrevida, como no câncer de esôfago (SHIBAKITA et al., 1999) e câncer renal (NAKANO et al., 2001). A localização de linfócitos T dos casos estudados e citados acima tinha um padrão mais ou menos semelhante: nos tumores colo-retais, os LTCs localizavam-se 14 em ilhas de células cancerosas dos tumores, associado a melhores índices de sobrevida (NAITO et al., 1998); no câncer de endométrio havia maior predominância de LTCs em células epiteliais do tumor (KONDRATIEV et al., 2004) e no câncer de ovário, na porção intratumoral (ZHANG et al., 2003). Em todos estes casos, no entanto, a interpretação dos dados das contagens de linfócitos deve ser cuidadosa, sobretudo nas áreas de tumor onde há excesso de necrose. A maioria dos estudos realizados sobre o papel antitumoral dos LTCs não explorou o estado de ativação destes linfócitos, e, segundo alguns autores, pode haver falhas na associação entre número expressivo de LTCs (não ativados) e progressão do tumor. Esta avaliação tem sido feita a partir da identificação de marcadores [receptor alfa de interleucina 2 (CD25) e OX40 (CD134)] de ativação de linfócitos T em melanomas (LADÁNYI et al., 2004). Outros ativadores, como CD69 não foram eficientes em mostrar associação entre presença de linfócitos e evidência de atividade anti-tumoral de LTCs (BERD et al., 1994, DIEDERICHSEN et al., 1999). Assim, nestes estudos, em vez de se limitar a mostrar apenas o número de LTCs, os autores optaram por mostrar a co-localização de marcadores de ativação na mesma célula, por exemplo, CD4+ ou CD8+ com CD25 ou CD134 (LADÁNYI et al., 2004). Verificou-se que estes marcadores estavam mais freqüentemente associados a linfócitos T CD4+ do que a CD8+. Acredita-se que linfócitos T positivos para alguns marcadores de ativação, como CD134, representam um subtipo específico de células contra o tumor (VETTO et al., 1997, RAMSTAD et al., 2000, KJAERGAARD et al., 2000, PETTY et al., 2002). A infiltração de linfócitos freqüentemente acontece em tumores que progridem para estádios avançados, mas é importante distinguir os casos onde realmente estas células estão atuando como agentes anti-tumorais. Alguns mecanismos foram propostos para explicar quando elas não estão sendo eficientes: falha na ativação de linfócitos T devido à perda ou redução de atividade de antígenos associados a tumores ou moléculas da classe I do CMH, falha na apresentação de antígenos, falta de co-estimulação, ou participação de fatores imunossupressores produzidos por células do tecido tumoral (WHITESIDE, 1999, MARINCOLA et al., 2000). Os achados de alguns estudos só foram significativos quando se especificou a localização dos linfócitos no tumor, quando os tumores foram estratificados por 15 faixa etária ou outras características (AALTOMAA et al., 1992, MÉNARD et al., 1997, JOHNSON et al., 2000). FIGURA 2 – ATIVAÇÃO DE LINFÓCITOS CONTRA CÉLULAS DO CÂNCER Diagrama modificado da Universidade da Virgínia (www.people.virginia.edu/~rjh9u/imresp/html), ilustrando as imunidades humoral e celular em alguns tumores. Vários antígenos associados a tumores já foram identificados, tais como mart-1, gp100 e tirosinase (BOON et al., 1997; ROSENBERG, 1997; VAN DEN EYNDE ; VAN DER BRUGGEN, 1997). As moléculas codificadas por genes CMH das classes I e II desempenham um papel importante nas respostas imunes. Linfócitos T antígeno-específicos não reconhecem antígenos na forma livre ou solúvel, mas, ao contrário, reconhecem porções de antígenos protéicos não covalentemente ligados às moléculas CMH I e II. Os ativadores reportados em alguns estudos (por exemplo, HLA-DR, CD69, CD25 e CD134) constituem marcadores importantes no processo de identificação de linfócitos T ativados (CD4+ ou CD8+), porém é possível a identificação de linfócitos T citotóxicos CD8+ em maior proporção em alguns tipos de tumores com melhor prognóstico, sem a comprovação de indicadores de ativação. 16 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 CASUÍSTICA Este estudo caracteriza-se por ser retrospectivo e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Paraná e pelo CEP do Hospital Pequeno Príncipe, para ser realizado no Centro de Genética Molecular e Pesquisa do Câncer em Crianças (CEGEMPAC). A casuística consiste de amostras de tumor de córtex adrenal de trinta e quatro pacientes, oriundas de duas instituições: dezenove do Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba e quinze do Hospital do Câncer (A C Camargo, São Paulo). Doze casos eram do sexo masculino e vinte e dois do sexo feminino, com idade no diagnóstico variando de 5 dias a 15 anos, em acompanhamento por mais de seis meses. As amostras dos TCAs de pacientes das duas instituições foram conservados em blocos de parafina, nos casos precedentes de Curitiba, e em microcortes, já fixados em lâminas, nos casos oriundos de São Paulo. Todas estiveram arquivadas no CEGEMPAC (setor de citogenética), na vigência do estudo e, ao final, foram devolvidas às instituições de origem. O processo de seleção dos pacientes foi baseado na disponibilidade de amostra do tumor em blocos de parafina e de dados clínicos. Com exceção de um paciente, todos os demais 33 pacientes tinham os dados clínicos disponíveis. O diagnóstico de tumor de córtex adrenal foi confirmado pela análise histopatológica do tumor primário ou de amostras de metástases. Todas as lâminas disponíveis foram previamente revisadas e classificadas de acordo com o estadiamento proposto já descrito anteriormente (SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997), considerando os registros nos prontuários dos pacientes, mas não os dados histopatológicos. Entretanto, houve diferenças nos protocolos de tratamento, sobretudo no que diz respeito à conduta cirúrgica para o estádio II (com ou sem extração de todos os linfonodos), e seleção de quimioterápicos com ou sem mitotano. 17 3.2 IMUNOHISTOQUÍMICA PARA CD8+ E CD25+ 3.2.1 Preparo dos Cortes de TCA e de Tecido para Controle (amígdala) Foi obtido material de amígdala humana para controle dos exames de imunohistoquímica, conforme orientação do fabricante dos anticorpos utilizados (Novocastra, Newcastle, Reino Unido). Cortes de 4µm de TCA e de amígdala foram montados em lâminas, sendo utilizado uma lâmina para controle negativo e uma para controle positivo em cada lote dos ensaios realizados. Inicialmente um corte de cada amostra de TCA foi fixado em lâmina e corado com hematoxilina e eosina pelo método convencional. Um patologista confirmou o diagnóstico de tumor de córtex adrenal e a amostra passou a ser utilizada nos ensaios de imunohistoquímica. 3.2.2 Desparafinização do Tecido Os cortes de cada tumor, nas lâminas, foram previamente preparados, com duas amostras de tecido controle positivo e negativo (amígdala), e deixados em estufa a 37oC durante a noite anterior ao ensaio. O procedimento de desparafinização utilizado incluiu as seguintes etapas: imersão em xilol por 10 minutos (duas vezes), seguidos de imersão em álcool absoluto a 100% por 5 minutos (duas vezes), imersão em álcool a 90% por 2 minutos (duas vezes), imersão em álcool a 70% por 2 minutos (duas vezes) e finalmente as lâminas com os cortes foram mantidas submersas em água destilada por 5 minutos no mínimo. 3.2.3 Fase de Recuperação Antigênica Utilizou-se o tampão citrato a 10mM em pH=6,0 (acetato de sódio monobásico), preparado no dia anterior ao estudo. Simultaneamente à o desparafinização do tecido, este tampão foi aquecido e mantido a 100 C. As lâminas foram retiradas da água destilada e imersas nesta solução tampão para provocar um choque térmico, e conservadas a 100o C durante 8 minutos. Em seguida, as lâminas foram mantidas por 15 minutos na mesma solução em temperatura ambiente. 18 3.2.4 Inibição da Peroxidase Endógena Imediatamente após a recuperação antigênica iniciou-se o procedimento para inibição da peroxidase endógena. Cem microlitros de uma solução de PBS com água oxigenada a 0,3% foram pipetados cobrindo todo o tecido montado na lâmina por 30 minutos. Em seguida as lâminas foram lavadas com solução de PBS por 5 minutos. 3.2.5 Incubação com os Anticorpos Primários Inicialmente foi adicionado soro de cavalo (100µl) sobre cada lâmina e incubado por 20 minutos. Cada um dos dois anticorpos primários de camundongo (anti-CD8 e anti-CD25) foi utilizado na diluição recomendada pelo fabricante: 1/40 (anti-CD8), e 1/150 (anti-CD25). Em cada lâmina do estudo foi aplicado o mesmo volume da solução, com o anticorpo (100µl) cobrindo todo o corte, e incubado em uma câmara umedecida a 8oC, por toda a noite. Nas lâminas identificadas como “controle negativo”, em vez do anticorpo primário, foi aplicado 100µl de solução PBS, sendo este o único procedimento diferente efetuado nas lâminas controles e nas testadas. 3.2.6 Lavagens e Incubação com o Anticorpo Secundário e Complexo AvidinaHorseradish Peroxidase No dia seguinte, pela manhã, as lâminas foram lavadas com PBS (três lavagens de 5 minutos). O anticorpo secundário (Novocastra, Newcastle, Reino Unido), uma imunoglobulina conjugada com biotina que reconhece a imunoglobulina de camundongo primária, foi utilizado nas duas reações (CD8 e CD25). Este conjugado foi preparado com 2 gotas da solução fornecida pelo fabricante para cada 5 ml de tampão. Cem microlitros da solução do conjugado foram aplicados sobre o corte e incubado por 30 minutos em temperatura ambiente. Após lavagem em tampão PBS, para retirar o anticorpo conjugado não ligado ao antígeno específico (CD8 ou CD25), os cortes foram incubados por 30 minutos em uma solução denominada “AB”: 5ml de tampão PBS com 2 gotas do reagente A 19 (solução de avidina) + 2 gotas do reagente B (enzima Horseradish peroxidase), ambos os reagentes fornecido no kit. 3.2.7 Revelação com Solução de Tetrahidrocloreto de Diaminobenzidina (DAB) Após lavagem com tampão PBS por 5 minutos (três vezes), foi preparada uma solução tampão com DAB fornecida pelo fabricante do kit (solução de ácido cítrico + H202= 1ml + 1 gota da solução DAB), e aplicado 100µl em cada lâmina, por um período de 10 minutos. O DAB, na presença de enzima peroxidase, produz um precipitado marrom insolúvel em álcool. 3.2.8 Contra-coloração com Hematoxilina Após a revelação com DAB, as lâminas foram lavadas em água destilada por 5 minutos, e posteriormente imersas em solução de hematoxilina de Harris por mais um minuto. As lâminas foram novamente lavadas em água corrente fria por 2 minutos, e depois imersas sucessivamente em solução de álcool a 100%, 90% e álcool a 70%, e finalmente foram montadas as lamínulas sobre os cortes com meio de montagem. 3.3 CONTAGEM DOS LINFÓCITOS POSITIVOS PARA CD8 OU CD25 Em microscópio óptico, em campo de grande aumento (400 vezes), foram contadas as células positivas para CD8 e CD25, em 10 campos, traduzindo o resultado (soma de células em 10 campos), o equivalente a contagem de células por milímetro quadrado do tumor. Esta contagem foi feita (em cada amostra) por um patologista (Dr. Gilberto Sampaio) e pelo responsável por este projeto (Guilherme A. Parise). Foram evitadas contagens em áreas muito próximas à necrose. Os campos escolhidos eram aleatórios, dentro de áreas com tumor em cada lâmina. Nos casos onde contagens baixas foram obtidas, outros campos foram observados para confirmar a pequena presença de linfócitos. Em nenhum caso, houve alteração do número expresso em 10 campos, em função de uma revisão de outros campos. 20 Posteriormente, na análise dos resultados, arbitrariamente foi escolhido um patamar que separasse os números extremos obtidos nas contagens preliminares. Assim, passou-se a considerar contagem elevada de células marcadas, quando o número obtido fosse maior ou igual a 60/mm2, no caso das células CD8+, e maior ou igual a 4/mm2, no caso das células CD25+. 3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA Todos os dados obtidos foram incluídos em uma planilha eletrônica (Microsoft Excel) e posteriormente exportados para o software Statistica para que fosse efetuada a análise estatística, seguindo a orientação do professor Luiz Gonzaga Caleffe, da Faculdade Evangélica do Paraná. As variáveis contínuas foram avaliadas quanto à sua distribuição e, para aquelas com distribuição normal, foram calculados a média aritmética e o desvio padrão. Para comparação de grupos em relação a variáveis quantitativas foi considerado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney. Para variáveis categóricas foram utilizados o teste exato de Fisher (bilateral) e o teste Qui-quadrado de Pearson para avaliação das hipóteses de interesse. Para a análise de associação entre duas variáveis contínuas foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson. Na análise de sobrevida global foi considerada a curva de Kaplan-Meier. Em todos os testes estatísticos valores de p< 0,05 indicaram significância estatística 21 4 RESULTADOS Neste estudo retrospectivo, foram analisadas por imunohistoquímica amostras de córtex adrenal de 34 crianças, 12 (35%) do sexo masculino e 22 (65%) do sexo feminino, obtidas de duas instituições: Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba (n=19) e Hospital do Câncer de São Paulo (n=15). A idade no diagnóstico variou de cinco dias até 15 anos, com mediana de 30 meses. Os pacientes tiveram acompanhamento de seis ou mais meses. A Tabela 2 mostra todos os pacientes estudados e seus dados clínicos relevantes a este estudo: sexo, idade, estádio da doença, forma de apresentação clínica, evolução e contagens de linfócitos T CD8+ e CD25+. Vinte e sete pacientes tinham idade ao diagnóstico inferior a 4 anos de idade (79,4% dos casos), cinco entre 4 e 12 anos (14,8%) e dois pacientes apresentavam idade superior a 12 anos (5,8%). Treze pacientes (41%) estavam no estádio I, três (9%) no estádio II, cinco (16%) no estádio III, e onze (34%) no estádio IV. Dezessete (52%) pacientes apresentaram-se com síndrome virilizante, e doze (36%) com a forma mista, (sinais virilizantes e de síndrome de Cushing). Quatro (12%) pacientes, sem manifestações endócrinas, tiveram o diagnóstico realizado pela presença de massa abdominal, ou como achado de exame. Os tamanhos dos tumores, após ressecção cirúrgica, foram analisados em função do volume (n= 30 pacientes) e/ou do peso (n=25 pacientes). A relação peso com o volume do TCA é de 100g para 200cm3 (MICHALKIEWICZ et al., 2004), porém houve algumas diferenças no presente estudo que impossibilitam agrupar peso abaixo de 100g (n=13) com o grupo abaixo de 200cm3 (n=17). Para efeito de estadiamento, o estádio I foi considerado com ambos os parâmetros. Assim, para efeito de comparação com contagem de linfócitos, o tamanho do tumor foi baseado no peso, ou seja, considerou-se estádio I apenas tumores J Foram analisados os pesos de 25 tumores. Estes tiveram uma variação entre 1 e 2700g (Tabela 2). Treze pacientes apresentavam tumores com peso menor ou igual a 100g ao diagnóstico e doze pacientes com peso maior que 100g. Nesta pequena casuística todos os pacientes dos estádios I (n=13) e II (n=3) sobreviveram e portanto não aparecem no gráfico de Kaplan-Meier (Figura 3). Dois pacientes não 22 tiveram classificação do estádio (dados de peso e tamanho foram perdidos dos prontuários). FIGURA 3 – SOBREVIDA DOS PACIENTES DOS ESTÁDIOS III E IV Óbito Vivo 1,0 0,9 Sobrevida Acumulada 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0 50 100 150 200 250 300 Estádio Estadio 4IV Estádio Estadio 3III Tempo de Sobrevida (meses) A Figura 3 demonstra, neste gráfico, que a sobrevida dos pacientes dos estádios III e IV nesta casuística foi semelhante aos resultados reportados no IPACTR/2004. . 23 TABELA 2 - RESULTADO DA CONTAGEM DE LINFÓCITOS CD8+ E CD25+ INTRATUMORAL E DADOS CLÍNICOS continua Paciente Sexo Idade Estádio Peso (g) Evolução CD 8+ 2 (n/mm )* CD25+ 2 (n/mm )* 20 20 Bem 31 2 mista fragmentado >400 Óbito 48 0 3 Forma clínica Volume (cm ) 1 F 1a 6m I mista 2 F 7a 3m IV 3 M 2a 8m I virilização 52,5 50 PS 43 2 4 F 2a 7m I virilização 43 20 Bem 22 6 5 F 2a 3m I mista 23 60 Bem 32 1 6 F 8m I virilização 179 100 Bem 37 0 7 F 6m IV virilização 122 50 Bem 0 0 8 F 3a IV massa 123 210 Óbito 0 0 9 F 15a IV mista SD SD Óbito 0 0 10 M 2a 9m IV virilização 1232 620 Óbito 1 0 11 F 7m I mista 117 100 Bem 68 3 12 M 10m III Não funcionante 539 320 PS 12 1 13 M 4a 5m I virilização 24 15 Bem 111 12 14 M 1a 10m II virilização 280 170 PS 0 0 15 M 2a 9m III Não descrito 2244 1050 Óbito 10 0 16 F 5dias I Não funcionante 16 SD Bem 117 8 17 M 3a 4m III virilização 841 370 Doença ativa 9 2 conclusão 24 Paciente Sexo Idade Estádio 18 F 1a 1m 19 F 1a 3m 20 3 Forma clínica Volume (cm ) Peso (g) Evolução CD 8+ 2 (n/mm ) CD25+ 2 (n/mm ) I virilização 1 1 Bem 160 43 Não funcionante 396 265 Bem 76 0 F II Não 1a 10m descrito mista 8,5 SD Óbito 7 4 21 F 1a 9m I virilização 96 58 Bem 64 0 22 F 4a 7m IV virilização 4968 1880 Doença ativa 9 2 23 M 4a 4m IV virilização 4323 1540 Bem 0 0 24 F 2a 10m II virilização 370 104 PS 12 3 25 F 10a IV virilização 3800 SD Óbito 14 0 26 M virilização 5231 2700 Óbito 8 0 27 F IV Não 2a 8m descrito virilização SD SD PS 22 5 28 F 1a 1m I virilização 150 41 Bem 25 0 29 F 1a 4m IV virilização 175 Óbito 54 1 30 M 3a 10m IV mista 1296 95 SD Óbito 14 1 31 M 3a 4m I virilização 72 Bem 2 11 32 F 1a 2m I mista Bem 66 13 33 F 11m III mista 125 SD Bem 91 13 14a SD 60 SD 34 M 3a 7m III mista 4840 SD Bem 1 2 Bem= sem doença ativa; CIR= cirurgia; M=mitotano; QT= quimioterapia; PS=perda de seguimento. SD= sem descrição no prontuário.*n/mm = 2 soma de linfócitos marcados em 10 campos de grande aumento (400X, equivalente a 1mm de tumor). 1 25 4.1 CONTAGEM DE LINFÓCITOS CD8+ E CD25+ Enquanto células CD8+ são linfócitos T citotóxicos, as marcadas com CD25+ são expressas em linfócitos T, B e macrófagos. A Tabela 2 apresenta o número de linfócitos CD8+ e CD25+ por 10 campos de grande aumento (1 mm2). A morfologia e o padrão de coloração dos linfócitos marcados com CD8 e CD25 estão apresentados nas Figuras 5 e 6. A intensidade e a localização da coloração para CD8 e CD25 foram satisfatórias em todas as lâminas estudadas nas diluições dos anticorpos primários (CD8, 1/40; e CD25, 1/150) seguindo protocolos sugeridos pelo fabricante, indicando boa especificidade para estes anticorpos, sem coloração “não específica” (ou seja, com artefatos no preparo provocando coloração muito baixa em matriz extracelular). O número de linfócitos CD8+ observados nos TCAs variou entre 0 e 168/mm2 e houve correlação (r=0,71) com o número de células CD25+ que apresentou variação entre 0 e 43 (Figura 4). FIGURA 4 – CORRELAÇÃO ENTRE POPULAÇÃO DE LINFÓCITOS T CD8+ E CD25+ EM TUMORES DE CÓRTEX ADRENAL (n=34) CD8+ (N/mm2) CD25+ (N/mm2) 26 FIGURA 5 - LINFÓCITOS T CITOTÓXICO CD8+ NO TCA Fotomicrografia que apresenta, em coloração marrom, positividade para CD8 em linfócitos T citotóxicos CD8+ (setas), junto a células de tumor de córtex adrenal (núcleos indicados por “NTCA”). Aumento de 1000 vezes. 27 FIGURA 6 - LINFÓCITOS T CITOTÓXICO CD25+ NO TCA N-TCA N-TCA Fotomicrografia que apresenta célula em coloração marrom, (marcada positivamente para CD25), que pode ser linfócito T citotóxico ativado (seta), próxima a células de tumor de córtex adrenal (núcleos indicados por “N-TCA”). Aumento de 1000 vezes. 28 4.2 ASSOCIAÇÃO ENTRE LINFÓCITOS T CD8+ E CÉLULAS CD25+ COM O PESO DO TUMOR Foi investigada a relação entre o número de linfócitos T e vários parâmetros encontrados nos TCAs e nos pacientes. Embora houvesse uma tendência à existência de maior número de linfócitos em tumores com peso inferior a 100g, esta tendência não foi confirmada pela análise estatística, como demonstrado na Tabela 3 (p=0,088). TABELA 3 – ASSOCIAÇÃO ENTRE CONTAGEM DE CÉLULAS CD8+ E O PESO DO TUMOR CD8+ n/mm 2 Peso > 100g n 6 1 7 < 60 células 11 12 23 Total 17 13 30 Peso Teste Exato de Fisher bilateral p=0,088 A tendência, que não obteve significância estatística na contagem de células CD8+, foi confirmada, analisando os dados obtidos com a contagem de células CD25+, observando-se uma associação entre maior número de células marcadas, com os tumores com peso inferior a 100g (p= 0,026), não sendo registrado nenhum caso de contagens elevadas de células CD25+, com peso do tumor superior a 100g(Tabela 4). 29 TABELA 4 - ASSOCIAÇÃO ENTRE CONTAGEM DE CÉLULAS CD25+ E O PESO DO TUMOR CD 25+ n/mm 2 Peso Peso > 100g n 4 0 4 < 4 células 7 14 21 Total 11 14 25 ! "# Teste Exato de Fisher bilateral p=0,026 Os TCAs com maior número de Linfócitos T CD8+ (contagem acima de 60 células/mm2), estavam todos em estádio inicial (estádio I), muito embora, outros pacientes de estádio I possuíam também, contagem baixa de células CD8+. Ao contrário, os TCAs em estádio IV, possuíam todos, contagem de linfócitos CD8+ abaixo de 60 células/mm2. Na Tabela 5, está expresso a associação entre a contagem de células CD8+ e o estadiamento do TCA. Não houve diferença estatisticamente significativa, quando comparados todos os quatro estádios. Por isso, procurou-se mais uma vez a comparação com os dados extremos do estadiamento, e também analisar a média e mediana das contagens absolutas das células em cada um dos estádios. Os dados indicam uma associação estatisticamente significativa entre maior contagem de células e um menor estádio; e entre uma menor contagem de células associada com o estádio mais avançado. TABELA 5 - ASSOCIAÇÃO ENTRE NÚMERO DE CÉLULAS CD8+ E ESTÁDIOS I E IV Estadiamento Número de Média da contagem pacientes de células CD8/mm 2 Mediana Estádio I 13 59,85 43 Estádio IV 11 13,45 8 Teste não paramétrico de Mann-Whitney . p=0,001 30 Da mesma forma, verifica-se na Tabela 6 que os tumores do estádio I Estadiamento Número de Média da contagem pacientes de células CD25/mm 2 Mediana Estádio I 13 7,77 3 Estádio IV 11 0,36 0 Teste não paramétrico de Mann-Whitney . p=0,005 possuíam uma contagem média mais elevada em relação aos TCAs do estádio IV, que possuíam uma contagem média de células CD25+ mais baixa. TABELA 6 - ASSOCIAÇÃO ENTRE NÚMERO DE CÉLULAS CD25+ E ESTÁDIOS I E IV A contagem de células representativa de um bom prognóstico, isto é, uma contagem de células CD8+ PP , ou de células CD25+ PP 2 2 , foi observada no estádio I, uma situação oposta à demonstrada no estádio IV (Tabela 7). TABELA 7- ASSOCIAÇÃO ENTRE CONTAGEM ELEVADAS DE CÉLULAS CD8+ E CD25+ COM ESTÁDIOS I E IV 31 4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE LINFÓCITOS T CD8+ E CÉLULAS CD25+ COM RECIDIVA Em relação às recidivas, a Tabela 8 mostra que os pacientes com maior contagem de Linfócitos T CD8+ ( 60 células/mm2) foram os que não recidivaram, enquanto todos os TCAs que recidivaram apresentavam contagem baixa de linfócitos CD8. TABELA 8 – ASSOCIAÇÃO ENTRE CONTAGEM DE CÉLULAS CD8+ E RECIDIVA CD8+ n/mm 2 Sem Recidiva $%'.-/0 *0 12 Uma ou mais n recidiva 7 Estádio I 7 8(100%) 14 0 Estádio IV 10 0 10 7 Total 17 8 24 CD8 <60 e CD25 <4 5(31%) Teste Exato de Fisher bilateral Total 13 11(69%) 16 p=0,019 24 Marcadores < 60 células CD8 $&%')(* $,+ Total Teste Exato de Fisher 11 p=0,002 32 Esta mesma comparação é também apresentada na tabela 9, desta vez, através da análise comparando a presença de uma ou mais recidiva associada com a contagem absoluta de linfócitos T CD8+. Observa-se que a média da contagem de células CD8+ é 56,8 e a mediana 64, para os tumores sem recidiva; e 14,3 e 8 respectivamente para os casos com uma ou mais recidiva. TABELA 9– ASSOCIAÇÃO ENTRE NÚMERO ABSOLUTO DE CÉLULAS CD8+ E RECIDIVA Analisando a presença de células CD25+ (que podem ser linfócitos ativados) e recidivas, (Tabela 10), todos os tumores com maior número de células CD25+ ( 4 células/mm2), não apresentaram recidiva. Entretanto, o grupo CD25+ <4 células/mm2 não ficou bem definido, talvez pelo número reduzido da amostragem. TABELA 10 - ASSOCIAÇÃO ENTRE CONTAGEM DE CÉLULAS CD25+ E RECIDIVA Número de Média da contagem Uma ou mais Mediana Recidiva 2 2 CD25+ n/mm pacientes Sem Recidiva n de células CD8/mm recidivas 3 45Sem 687 97 :; 13 56,8 64 5 0 5 Uma ou mais 10 14,3 8 < 4 células 9 10 19 Total 14 Teste não paramétrico de Mann-Whitney Teste Exato de Fisher bilateral 10 p=0,018 24 p=0,053 33 Embora tenha sido notada uma tendência para tumores com maior número de células CD25+ não recidivarem, esta associação não teve significância estatística, considerando as contagens extremas (RXPP 2 na Tabela 10), ou contagem absoluta das células CD 25+(Tabela 11). TABELA 11 - ASSOCIAÇÃO ENTRE NÚMERO ABSOLUTO DE CÉLULAS CD25+ E RECIDIVA Recidiva Número de pacientes Média da contagem Median de células CD25/mm 2 a Sem 13 7,15 1 Uma ou mais 10 0,80 0 Teste não paramétrico de Mann-Whitney p=0,166 Não foi encontrado nenhuma relação estatisticamente significativa entre número baixo ou aumentado de linfócitos CD8+ ou células CD25+ com sexo, idade de diagnóstico, forma de apresentação clínica (entre tumores funcionantes com e sem síndrome de Cushing), histopatologia, estádios II e III e sobrevida, muito embora, 34 conforme já citado anteriormente, tenha sido observado relação direta com o estádio I e IV. Para uma análise conjunta da associação entre a contagem de células CD8+ e CD25+ com a presença ou não de recidivas, a Tabela 12 mostra a união destes dados, onde se analisa a presença de pelo menos um indicador favorável (CD8+ D 60/ mm2 ou de CD25+PP2, com a presença ou ausência de recidivas. TABELA 12- ASSOCIAÇÃO ENTRE NÚMERO DE CÉLULAS CD8+ E CD25+ E RECIDIVA Marcadores CD8 <&=>)?@ <,A CD8 <60 e CD25 <4 Número de Média da contagem de 2 Mediana 8(100%) 0 8 5(36%) 9(64%) 16 13 10 23 pacientes Total Teste Exato de Fisher células CD25/mm 0,029 35 5 DISCUSSÃO Diversos trabalhos avaliaram a relação do sistema imunocelular com tamanho (peso ou volume), recidiva, histopatologia, metástases e sobrevida, na tentativa de esclarecer o papel de linfócitos T citotóxicos contra o tumor (Tabela 9). Os tumores de córtex adrenal de crianças, analisados neste trabalho, também apresentaram dados de um papel defensor de linfócitos T (e possivelmente outras células imunocompetentes CD8+ e CD25+) contra o TCA. Foi encontrado que o peso reduzido do tumor, estádio baixo e ausência de metástases estão diretamente relacionados com maior contagem de linfócitos intratumorais. Apesar destes parâmetros (baixo peso, estádio e ausência de metástases) estarem relacionados a um melhor prognóstico do TCA (ou maior sobrevida), não foi possível obter um número de pacientes suficientemente grande para encontrar uma relação direta entre a maior presença de linfócitos T e menor número de óbitos. Entretanto, considerando apenas os pacientes dos estádios I e IV, nota-se uma relação entre número de células e óbito. A maior quantidade de linfócitos T citotóxicos foi o parâmetro mais freqüentemente associado à maior sobrevida pela maioria dos autores (Tabela 9). Neste estudo foi mostrado que houve correlação entre resultados de linfócitos CD8+ com células CD25+ (r=0,7), indicando existir uma proporcionalidade de linfócitos ativados em relação aos não ativados no tumor. Entretanto, CD25 pode ser encontrado em linfócitos T e B ativados e macrófagos (WEISS; CHANG, 1999). Marcadores de ativação de linfócitos foram usados em outros estudos, CD25 e CD134 no melanoma (LADÁNYI et al., 2004), redução da cadeia zeta do CD3 nos tumores gástricos (ISHIGAMI et al., 2002) e orais (REICHERT et al., 1998). O papel central das células T na imunidade antitumoral está bem estabelecido. Entretanto, a progressão tumoral, freqüente na presença de substancial infiltração linfocítária, sugere que células T não são totalmente capazes de manter uma resposta imunológica efetiva para controlar o crescimento tumoral. Evidências sugerem que infiltrações de linfócitos T em neoplasias humanas são funcionalmente deficientes, incompletamente ativadas ou anérgicas. As células imunocompetentes dentro dos infiltrados linfóides tumorais podem não estar no estado ativado. As expressões de dois marcadores de células T ativadas, receptor α(CD25) de interleucina 2 e OX 40 36 (CD134, um marcador apenas encontrado em linfócitos T ativados), foram estudadas através da imunohistoquímica em amostras de melanoma cutâneo primário de 76 pacientes (LADÁNYI et al., 2004). Maiores graus de infiltração de linfócitos intratumorais CD25+ e CD134+ se relacionaram com menores espessuras dos melanomas. A freqüência de amostras com altos números de células peritumorais CD25+ e CD134+ foi significativamente mais baixa em melanomas que desenvolviam metástases à distância, comparada com tumores com metástases em nódulos linfáticos (LADÁNYI et al., 2004). A alta densidade peritumoral esteve associada com sobrevida mais longa (pela análise univariada), enquanto que, em análise multivariada, a densidade de células CD134+ no espaço peritumoral e com infiltração linfocítica tinha também impacto na sobrevida. NAKANO et al. (2001) analisaram o significado biológico da infiltração linfocitária tumoral em 221 pacientes com carcinoma de células renais, sem um tratamento pré-operatório, e encontraram resultados diferentes do encontrado neste estudo e por LADÁNYI et al., em 2004. A infiltração do tecido tumoral não só por CD8+, mas também por células CD4+, estava associada com uma sobrevida mais curta. Os autores atribuíram as reações das células imunes, maiores quanto mais avançado ou quanto mais maligno for o tumor, provavelmente pela sua maior antigenicidade. Estes autores também encontraram uma maior freqüência de Ki67 em linfócitos CD8+ (por meio de dupla coloração), um antígeno associado com proliferação (presumivelmente células efetoras citotóxicas), e relacionaram este resultado com uma longa sobrevida nos pacientes, e uma correlação entre CD8 e o grau tumoral (atipia) ou malignidade do tumor, sugerindo um possível aumento na quantidade de antígenos associados ao tumor que podem ser reconhecidos pelas células T em casos de câncer mais diferenciados. ZHANG et al. (2003) realizaram análise imunohistoquímica em 186 amostras congeladas de carcinomas ovarianos em estádio avançado (III e IV) para verificar a distribuição da infiltração de células T tumorais. A infiltração por células T CD3∈+ (detectados por anticorpos que reconhecem a cadeia ∈) dentro do tumor (células T intratumorais) foi encontrada em 102 de 186 tumores (54,8%), e foi indetectável em 72 tumores (38,7%). Houve diferenças significativas na distribuição de pacientes com sobrevida livre de doença e sobrevida global, de acordo com a presença ou ausência de células T intratumorais. A sobrevida em 5 anos foi de 38% entre os 37 pacientes que possuíam células T e de 4,5% ente os pacientes que não continham nenhuma célula T intratumoral. Diferenças também estatisticamente significativas na taxa de sobrevida livre de doença e global, de acordo com a presença ou ausência de células T intratumorais, foram observadas entre os 74 pacientes com uma resposta clínica completa após ressecção total e quimioterapia (Cisplatina; Cisplatina e Ciclofosfamida; ou Cisplatina e Paclitaxel). A sobrevida em 5 anos foi de 73,9% nos pacientes que possuíam células T intratumorais, enquanto foi de 11,9% nos que não as possuíam. A presença de células T intratumorais correlacionou-se independentemente, com recaída tardia ou prolongamento da vida, em análises multivariadas e estava associada com uma expressão aumentada de interferon γ e interleucina 2 no tumor. A ausência de células T intratumorais estava associada com níveis aumentados de fator de crescimento do endotélio dos vasos. 38 TABELA 9 – COMPORTAMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO CELULAR EM DIVERSAS FORMAS DE CÂNCER T C A Melanoma Marcador de Linfócitos Marcadores de ativação CD8+ 1 CD25+ , CD134+ CD25+ 1 CA esôfago CA endométrio CA Rim CA Ovário CA Gástrico CD3∈ CD3∈, Zeta CD3+ CD8+ CD8+ CD 8 + Ki 67 Interferon γ, Interleuc.2 Granzima B Ki 67 Ki 67, CD45 Ca Oral Zeta CD3+ Número de pacientes Peso 34 76 131 70 90 221 186 185 138 Sim NA NA NA NA NA NA NA NA Tamanho NA NA NA Sim NA NA NA Sim NA Estádio Sim NA NA NA Não Sim NA NA Sim Recidiva Sim NA NA NA NA NA NA NA NA Histopatologia Não NA NA NA NA Sim NA NA NA Invasão Vascular Diferenciação NA NA NA NA Sim NA NA Sim NA NA NA NA Sim NA Sim NA NA NA Metástase Sim Sim NA NA NA NA NA Sim NA Sobrevida Sim e não* Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim LADANYI et al., 2004 NAITO et al., 1998 SCHUMACHER KONDRATIEV NAKANO ZHANG et ISHIGAMI et al.,2001 et al., 2004 et al.,2001 al., 2003 et al.,2002 REICHERT et al.,1998 Referência 1- CD8+ Coloretal CD8+ ESTE ESTUDO, 2005 CD25 é um receptor de interleucina 2 (interleu 2). NA= Dado não avaliado no estudo; SR=sem relação; TIL= Linfócito Intra Tumoral. Todos os casos citados como “sim” significa que foi encontrado relação com melhor condição clínica, e “não”, sem relação; * Não houve relação considerando todos os pacientes, mas houve, quando incluído apenas os pacientes de estádio I e IV. 39 Os glicocorticóides em elevadas concentrações desempenham um papel inibitório sobre a imunidade humoral e celular. Assim, a existência de elevadas concentrações de glicocorticóides (cortisol), na síndrome de Cushing, além de reduzir a resposta imunológica, poderia estar relacionada com pior prognóstico (BERGADA et al., 1996; MICHALKIEWICZ et al., 2004) devido a presença de hipertensão arterial/crise hipertensiva ou outros efeitos metabólicos. No presente estudo não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre o número de células (baixo ou aumentado) em relação aos casos com presença (n=10) e ausência de síndrome de Cushing (n=18). Este resultado pode supostamente ter ocorrido devido ao fato da concentração de corticóide não estar suficientemente elevada nos pacientes com síndrome de Cushing para alterar a imunidade celular, ou ainda por este mecanismo não ter um papel importante neste sistema. A expressão diminuída da cadeia zeta de CD3 em células T tem sido identificada em vários tipos de câncer e pode estar relacionada com uma resposta imunológica inefetiva. ISHIGAMI et al., (2002) estudaram 185 casos de câncer gástrico, e verificaram que 121 tumores tinham uma expressão normal, enquanto 64 tumores tiveram uma diminuição da cadeia zeta de CD3. Estes autores concluíram que um menor número de linfócitos intra tumoral estava correlacionado com doença progressiva, sugerindo que a cadeia zeta de CD3 é um marcador prognóstico importante em carcinoma gástrico. Vários clones de linfócitos citotóxicos infiltrando carcinoma de grandes células de pulmão humano foram isolados por ECHCHAKIR et al., (2000). Os clones foram pesquisados para fenótipos com expressão de CD3, TCRαβ, CD8, CD4 e CD28. Clones de linfócitos T citotóxicos estavam seletivamente aumentados no tumor, quando comparados aos linfócitos sanguíneos periféricos autólogos. Outros marcadores foram avaliados por imunohistoquímica (cadeias zeta e Epson de CD3) em linfócitos de 138 amostras de carcinoma oral de células escamosas (REICHERT et al., 1998). A expressão da cadeia zeta era inversamente correlacionada com o estádio do tumor. A sobrevida era significantemente menor em pacientes onde linfócitos T intratumorais CD3 zeta+ estavam ausentes ou diminuídos. Assim, alterações na expressão de marcadores de células T em tumores tem sido relatadas em vários outros estudos. Uma diminuição na expressão ou 40 ausência da cadeia zeta, é possível causa para o não funcionamento das células imunes no sítio tumoral e na circulação periférica de pacientes com doenças malignas (WHITESIDE; RABINOWICH, 1998). A partir do conhecimento da relação entre o sistema imunológico e tecido tumoral obtido por meios de vários marcadores, é possível propor um modelo simplificado sobre como visualizamos esta integração. Quando antígenos são apresentados por proteínas CMH (complexo maior de histocompatibilidade) da classe I por células de TCA, identificados por macrófagos e linfócitos T citotóxicos, os macrófagos fagocitam estes antígenos quebrando-os em partes e liberam pequenas porções destes antígenos com 6 a 20 aminoácidos. A Figura 7 resume o processo de identificação dos antígenos e ativação do sistema de defesa contra células do TCA. Os pequenos antígenos são apresentados na superfície do macrófago por proteínas CMH da classe I para linfócitos T citotóxicos que são ativados, se infiltram no tumor e destroem as células do TCA que apresentam os antígenos. Da mesma forma, os macrófagos apresentam os antígenos às células T auxiliares. As células auxiliares, por sua vez, apresentam os antígenos para os linfócitos B, que produzem anticorpos contra os antígenos de TCA. O sistema imunológico não reage contra proteína CMH da classe II para destruir células imunocompetentes (BERNSTEIN et al., 1995; ANTONY; RESTIFO, 2005). Na ilustração da Figura 7, aparecem outros dois mecanismos que podem contribuir ou impedir a morte da célula do TCA. Um deles é o sistema de destruição por células Natural Killer (NK), que são ativadas e atacam células de TCA, que possuem antígenos ligados a anticorpos na sua superfície (CALIGIURI, et al., 1993 e GLUCK, et al., 2004). O outro mecanismo, também ilustrado na Figura 7, envolve um processo ativo do tumor contra linfócitos T citotóxicos desenvolvido pelas células tumorais. O ligante de Fas (FasL) se liga ao Fas expresso em linfócitos T citotóxicos induzindo a apoptose destas células. O mecanismo de defesa do tumor contra os linfócitos T ocorre de duas maneiras, diminuindo a expressão de Fas ou aumentando a expressão de FasL. Este mecanismo tem sido observado em melanoma (HAHNE et al., 1996), câncer de colon (O’CONNELL et al., 1996), câncer de fígado (STRAND et al., 1996 e YANO et al., 1996), câncer de pulmão (NIEHANS et al.,1997), câncer de cérebro (SAAS et al., 1997), carcinoma de ovário (RABINOWICH et al., 1998) e carcinoma de esôfago (SHIBAKITA et al., 1999). Outros motivos para uma atuação 41 inadequada do sistema imunológico podem ser inerentes ao tumor ou à célula do sistema imunológico. Estas falhas podem ser decorrentes da baixa expressão ou redução na expressão de CMH da classe I (em células tumorais) ou CMH da classe II (células apresentadoras de antígenos) (GARRIDO; RUIZ-CABELLO, 1991). A necrose observada nos tumores são resultados de vários fatores que variam de tumor para tumor, na intensidade e na qualidade dos fatores. Estes fatores podem ser inerentes ao próprio tumor (ritmo de morte celular, vascularização, etc), ou externos ao tumor, como o ataque do sistema imunológico. A presença de células do sistema imunológico no tumor pode ser inespecífica (a partir de uma simples reação inflamatória), ou pode significar um processo ativado a partir de antígenos. A separação das duas populações de linfócitos pode ser feita a partir da localização no tumor. Em geral, admite-se que as células mais distantes da área de necrose podem estar mais relacionadas ao processo mediado pelos apresentadores de antígenos. Assim, valorizou-se neste estudo a avaliação deste último mecanismo, cujos resultados sugerem existir um importante sistema de defesa contra o tumor de córtex adrenal de crianças. . 42 43 Diante do que foi observado e interpretado para o TCA e outros tipos de câncer, existe um papel importante do sistema imunológico contra o câncer que poderia ser fortalecido com medidas que aumentassem a intensidade de resposta contra o tumor. As opções que poderiam ser empregadas oferecem oportunidades para estudos sobre várias modalidades de imunoterapia (KLEBANOFF et al., 2005): 1- Uso de agentes farmacológicos que ativem o sistema imunológico (por exemplo, interferon, interleucina 2, etc); 2- Tratamento com antígenos do tumor, processo de vacinação (PARMIANI et al., 2002; YU et al., 2002); 3- Transferência de linfócitos T autólogos ativados (DUMMER et al., 2002); 4- Transferência de células dendríticas (PILON-THOMAS; VERHAEGEN; MULE, 2004). 5- Transferência de células NK (ativadas ex vivo) para combate às metástases (WHITESIDE; VUJANOVIC; HERBERMAN, 1998). 44 6 CONCLUSÕES 1) O sistema imunocelular é um sistema de defesa importante contra o TCA de crianças, entretanto, nos estádios III e IV os pacientes poderiam se beneficiar com uma complementação terapêutica através de agentes farmacológicos que garantam uma ativação de linfócitos T citotóxicos, linfócitos B e células NK, contra os TCAs que apresentem adequadamente seus antígenos. 2) Não foi encontrada uma associação estatisticamente significativa entre a proporção de linfócitos CD8+ ou células CD25+ e a apresentação clínica ou a evolução das crianças com tumor de córtex adrenal. Acredita-se que um dos principais motivos foi o pequeno número de casos analisados. 3) Existe uma associação estatisticamente significativa entre a proporção de linfócitos CD8+ ou células CD25+ e o estádio, a recidiva, e o tamanho do tumor de córtex adrenal em crianças. 45 7. REFERÊNCIAS ALTOMAA, S.; LIPPONEN, P.; ESKELINEN M.; KOSMA, V. M.; MARIN, S.; ALHAVA, E.; SYRJANEN, K. Lymphocyte infiltrates as prognostic variable in female breast cancer. Eur J Cancer, v. 28 A, p. 859-864, 1992. ANTHONY, P. A.; RESTIFO, N. P. CD4+ CD25+ T regulatory cells, immunotherapy of cancer, and interleukin-2. J Immunother, v. 2, p. 120-128, 2005. BERD, D.; MAGUIRE Jr, H. C.; MASTRANGELO, M. J.; MURPHY, G. Activation markers on T cells infiltrating melanoma metastases after therapy with dinitrophenylconjugated vaccine. Cancer Immunol Immunother, v. 39, p. 141-147, 1994. BERGADA, I.; VENARA, M.; MAGLIO, S; CIACCIO, M.; DIEZ, B.; BERGADA, C.; CHEMES, H. 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Este termo de consentimento visa dar informações sobre a pesquisa que será discutida com você. Assim que entender este estudo, e concordar em participar dele, será solicitado sua assinatura e você receberá uma cópia dele. Antes de compreender sobre esta pesquisa, é importante você saber o seguinte: - Fica inteiramente a seu critério decidir se você deseja participar ou não deste estudo. - Caso você decida não mais participar deste estudo, ou venha mais tarde a desistir de continuar neste estudo a criança da sua família que teve/tem o tumor de córtex adrenal não perderá os benefícios do tratamento médico que recebe do Hospital Pequeno Príncipe. Qual é o envolvimento deste estudo ? Apenas utilizaremos material já retirado e excisado, e dados dos prontuários médicos. Não haverá necessidade de fazer nenhum exame na sua criança. Nós informaremos ao médico da sua criança sobre os resultados destes testes . Se você desejar ser informado(a) sobre os resultados deste estudo nós concordaremos em informar e o seu médico irá discutir com você o significado do teste. Quais os riscos deste estudo ? Praticamente não há riscos, visto que usaremos apenas o material que já foi retirados do tumor e os dados clínicos que estão prontuário da sua criança. Quais são os benefícios deste estudo ? Nós não podemos prever se você receberá qualquer benefício por tomar parte deste estudo. Entretanto, a informação obtida a partir deste estudo poderá nos propiciar um melhor entendimento sobre os tumores da córtex adrenal em crianças. Que outras opções existem ? Você poderá escolher não participar deste estudo. O que se sabe sobre informação nova ? Você será informado sobre qualquer informação nova obtida durante o curso desta pesquisa que poderá causar desistência da continuidade neste estudo. Você tem o direito de saber sobre os resultados deste estudo. Se desejar saber mais sobre quando e como obter os resultados desta pesquisa você poderá contactar Dr. *XLOKHUPH 60 $XJXVWR3DULVH pelos telefones H Cavalcante de Figueiredo pelo telefone 41-30293204. ou Dr. Bonald O que dizer sobre confidencialidade ? A sua amostra de tumor será codificada. O código e o resultado do teste serão mantidos num arquivo separado. DECLARAÇÃO DE ENTENDIMENTO 1. Eu li o texto acima e aceito de livre e espontânea vontade que minha criança tome parte neste estudo. 2. Tive a oportunidade de conversar tanto quanto eu quis com o médico Dr. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ , que está cuidando da criança da minha família que teve/tem o tumor de córtex adrenal, sobre as razões deste estudo e sobre seus riscos. 3. Fui informado que dados clínicos meus não serão disponibilizados para qualquer pessoa fora destes hospitais sem minha permissão. 4. Estou ciente de que quando eu precisar esclarecer mais dúvidas a respeito deste estudo ou sobre injúrias que acontecerem por conta da coleta de sangue poderei telefonar para Dr. *XLOKHUPH$XJXVWR ou Dr. Bonald C. Figueiredo 3DULVH pelos telefones H através do fone 41-30293204 (CEGEMPAC de Curitiba) ou 41-3336-8010 (residência). 5. Sei que poderei obter mais informações sobre os meus direitos como participante deste estudo através do escritório da Comissão de Ética do Hospital Pequeno Príncipe (41H e do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (41-3601800, 41-360-1839). 6. Receberei uma cópia deste termo de consentimento. 61 DECLARAÇÃO DO VOLUNTÁRIO Eu li (ou alguém leu para mim) o conteúdo deste formulário de consentimento e fui incentivado a fazer perguntas. Eu recebi respostas para todas as minhas perguntas. Eu aceito participar desta pesquisa. Nome:___________________________________ ________________________________________ Assinatura do voluntário _____________________________ Local e data ___________ Hora DECLARAÇÃO DO MÉDICO/PESQUISADOR OU DE PESSOA DESIGNADA PELO MÉDICO RESPONSÁVEL Eu, abaixo assinado, certifico que discuti o projeto de pesquisa com o voluntário adulto acima referido. Expliquei todas as informações apresentadas neste termo de consentimento, incluindo sobre quaisquer riscos que podem ocorrer. Ainda declaro que fui incentivado a fazer perguntas sobre este estudo. Nome: ________________________________ ______________________________________ Médico/pesquisador ou designado ___________________________ Local e data ______________ Hora DECLARAÇÃO DA TESTEMUNHA Eu acompanhei o processo de consentimento informado e certifico que a pesquisa, o tratamento, riscos, benefícios e outras opções de tratamento foram apresentadas ao voluntário acima citado. Nome: ________________________________ ______________________________________ Testemunha ___________________________ Local e data ______________ Hora Em caso de perguntas ou emergências com referência a este protocolo, por favor, contatar diretamente: Serviço de Hematologia e Oncologia-Hospital Pequeno Príncipe-Rua Desembargador. Mota,1070, CEP 80250-060-Água Verde-Curitiba-PRou CEGEMPAC, Rua Agostinho Leão Júnior, 400, Alto da Glória, Curitiba, PR, 80.060-240.