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E SE UM BLOOM DE CIANOBACTÉRIAS TE BATESSE À PORTA?
Grupo Spiralis: Morgado, Ana Isabel; Melo, Daniela; Morais, Mariana; Pinto, Sara
Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida
Introdução
As cianobactérias são seres unicelulares, autotróficos que habitam os oceanos, adaptadas a condições adversas do meio e tolerantes a inúmeras
situações de stress. Condições ambientais favoráveis que contribuam para o aumento de temperatura da água do mar poderão favorecer o crescimento destes organismos, cuja dinâmica pode resultar no seu desenvolvimento em elevadas densidades (bloom).
A espécie de cianobactérias em estudo foi Microcystis aeruginosa produtora de moléculas tóxicas, resultantes do seu metabolismo. No ecossistema
marinho, a Microcystis aeruginosa coabita com outras espécies, nomeadamente, a Clorella vulgaris, seres produtores com quem compete, e são fonte de alimento de consumidores primários, como por exemplo, Artemia salina. Neste vasto ecossistema, numa complexa rede de cadeias alimentares, a toxina produzida pelas cianobactérias poderá ter um efeito nefasto sobre os diversos organismos.A actividade experimental desenvolvida tem
como objectivo compreender esta dinâmica e as suas consequências nas populações, nomeadamente em relação à saúde humana.
Actividades Experimentais
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Concentração (células/ml)
Actividade I — Observação do crescimento de Microcystis aeruginosa, por quantificação na câmara de
Neubauer.
Actividade II — Avaliação da toxicidade da Microcystis
aeruginosa com um microalga verde: Chlorella vulgaris.
Actividade III- Avaliação da toxicidade da Microcystis
aeruginosa com náuplios de Artemia salina.
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Tempo (dias)
Gráfico 1—Crescimento de Microcystis aerugino-
- Verificam-se algumas irregularidades no crescimento da cultura de Microcystis aeruginosa (gráfico 1), que relacionamos com a diminuição da temperatura causada pela avaria do termóstato e a possíveis erros de contagem. O gráfico 1 regista um período inicial de crescimento significativo das
células, correspondente à fase de latência (primeiros 6 dias), aquando da inoculação da estirpe num novo meio. Após a sua adaptação ao meio, ocorre um período de maior crescimento (do 6º ao 16º dia), havendo de seguida uma tendência inconclusiva, que poderá ter sido causada por falta de
nutrientes, limitação de dióxido de carbono ou luz, devido à opacidade, uma vez que a concentração celular é muito elevada, factores que não foram
controlados continuamente.
- Dos ensaios de toxicidade efectuados com extracto de Microcystis aeruginosa
com a população de Chlorella vulgaris (gráfico 2) podemos concluir que o filtrado
(solução tóxica obtida a partir do extracto de Microcystis) limita o crescimento desta espécie. Quanto maior for a concentração de filtrado menor é o crescimento da
população de Chlorella, concluindo assim que as toxinas são prejudiciais ao desenvolvimento desta espécie de algas. Apesar de não haver toxinas no Controlo Z8 o
crescimento está aquém do que era esperado. Este facto poderá relacionar-se com
as condições desfavoráveis do laboratório. Também não foi possível repetir este
ensaio.
Gráfico 2—Ensaio de Toxicidade de Chlorella vulgaris
- Pelo ensaio de toxicidade realizado, a partir de extracto evaporado de
Microcystis aeruginosa face a naúplios de Artemia salina (gráfico 3), pode
concluir-se que o tóxico é nefasto para a espécie, provocando a sua morte.
Apesar de ser esperado uma maior percentagem de mortes nos poços que
continham tóxico sem ser diluído, tal não se verificou. Este facto deve
estar relacionado com o reduzido número de naúplios de Artemia utilizados neste ensaio. Assim, conclui-se que quanto maior a concentração de
toxinas no meio, maior é a mortalidade de Artemia salina.
Gráfico 3—Ensaio de toxicidade de Artemia salina
Alterações das condições ambientais, como o aquecimento global e consequente aumento da temperatura dos oceanos, em parte resultado da actividade humana, poderão contribuir para um bloom de cianobactérias. Este facto implica o aumento de biomassa e da toxina produzida pela população de cianobactérias que terá então, um efeito nocivo sobre as populações, nomeadamente as que foram alvo do nosso estudo. A sua diminuição e
morte poderá afectar a biodiversidade marinha, a dinâmica dos ecossistemas e directa ou indirectamente, a saúde humana.
O ecossistema marinho além de constituir um factor económico significativo é uma fonte de recursos naturais, objecto de estudos científicos que em
muito tem contribuído para o desenvolvimento de produtos de elevado interesse em farmacêutica e em medicina.
Pequenas mudanças podem fazer a diferença, preservemos o ambiente … salvemos os oceanos!
Referências Bibliográficas
http://www.cienciaviva.pt/rede/oceanos/1desafio/bloomprof.asp
http://www.cienciaviva.pt/rede/oceanos/1desafio/Cianobactérias%20-%20culturas%20laboratoriais.pdf
http://www.cienciaviva.pt/rede/oceanos/1desafio/bloomaluno.asp
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