ASTRONOMIA DO SISTEMA SOLAR Enos Picazzio (IAGUSP 2006) DINÂMICA DO SISTEMA SOLAR NÃO HÁ PERMISSÃO DE USO PARCIAL OU TOTAL DESTE MATERIAL PARA OUTRAS OUTRAS FINALIDADES. Até o final do século XVII eram conhecidos: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno. Urano foi descoberto em 1781, Netuno em 1846 (baseados em previsões teóricas de Adams (1845) e Leverrier (1846) e Plutão em 1930 (também por previsões teóricas). Enos Picazzio – IAGUSP (2006) O que são planeta, planeta duplo e satélite? União Astronômica Internacional (IAU) (Proposta a ser votada) Planeta: corpo celeste que (a) tenha massa suficiente para que sua autogravitação supere a rigidez de seu material e estabeleça o regime de equilíbrio hidrostático - responsável pela forma aproximadamente esférica -, e (b) que orbite uma estrela, sem ser estrela ou satélite. Pela nova classificação, haveria 12 planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Ceres, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão-Caronte e Xena (2003UB313). Porém, há uma lista de quase uma dezena de candidatos a planetas. Um corpo com massa superior a 5×1020 kg (1.400 vezes menor que a da Lua) e diâmetro mínimo de 800 km (4 vezes menor que o da Lua) satisfaz essa condição. Enos Picazzio – IAGUSP (2006) O que são planeta, planeta duplo e satélite? União Astronômica Internacional (IAU) (Proposta a ser votada) Planeta duplo: quando o baricentro (centro de massa) do sistema está fora do corpo maior. O baricentro da dupla Plutão e Caronte está cerca de 1.200 km acima da superfície de Plutão. S/2005P2 S/2005P1 Plutão Caronte Diâmetros aproximados em km: Plutão: 2.400, Caronte:1.200, P1: 60 a 165, P2: 40 a 140 Enos Picazzio – IAGUSP (2006) http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/65/TheKuiperBelt_Orbits_PlutoQuadSystem.svg O que são planeta, planeta duplo e satélite? União Astronômica Internacional (IAU) (Proposta a ser votada) Satélite: corpo celeste girando em torno de um baricentro localizado no interior do planeta que órbita. Esta condição vale independentemente de o corpo satisfazer a condição de planeta (massa e diâmetro mínimos). No caso da dupla Terra e Lua, o baricentro do sistema está cerca de 1.400 km abaixo da superfície terrestre, apesar de a Lua satisfazer a condição de planeta. Os baricentros dos satélites Ganimedes (Júpiter) e Titã (Saturno), que são maiores que Mercúrio, estão fora dos seus planetas. Enos Picazzio – IAGUSP (2006) Parâmetros orbitais Inclinação (i) - é o ângulo formado entre a órbita do planeta e o plano da eclíptica. Se i > 90º, o corpo orbita o Sol em sentido contrário ao movimento da Terra (movimento retrógrado). Longitude do nodo ascendente (Ω Ω) - é o ângulo entre o ponto Vernal (γ) e o nodo ascendente do corpo. (0 ≤ Ω ≤ 360º) Argumento do periélio (ω ω) - é o ângulo, medido sobre o plano orbital do corpo, entre o periélio P e o nodo ascendente, contado no sentido do movimento do corpo.(0 ≤ ω ≤ 360º) Semi-eixo maior da órbita (a) - distância média do astro ao Sol. Excentricidade da órbita (e) - relação entre a semi -distância focal e o semi-eixo maior. Instante (época) de passagem pelo periélio (t0) - é a época de uma determinada passagem pelo periélio. Período sideral (P) - é o tempo necessário para o objeto orbitar uma vez em torno do Sol. Longitude do periélio (ϖ ϖ) - é definido como a soma algébrica entre a longitude do nodo ascendente (Ω) e o argumento do periélio (ω): ϖ = Ω + ω 2π Movimento médio (n) - é a velocidade angular média do corpo em torno do Sol: n = P Enos Picazzio – IAGUSP (2006) Leis de Kepler Obtidas empiricamente no século XVII, através da redução das observações de Tycho Brahe. Resultados obtidos só foram ajustados a órbitas elípticas. Enos Picazzio – IAGUSP (2006) Lei de Gravitação Universal Galileu Galilei: estudando as leis do movimento procurava a resposta à pergunta básica: Por que os planetas estão em movimento? Princípio da Inércia: Se um corpo não for perturbado, permanecerá em MRU. Newton: Interpretou esse “Princípio” da seguinte maneira: A única maneira de modificar o movimento de um corpo é utilizar o conceito de força. Como? Direção do movimento ≡ Direção da força Então: deve existir uma “força lateral” , aplicada ao planeta, para mantê-lo em órbita fechada. Lei de Gravitação Universal Problema de 3 corpos Neste caso existem 5 soluções estacionárias Æ 5 pontos Lagrangianos. Soluções estáveis: L4 e L5. Havendo perturbação, o corpo pode voltar à posição de equilíbrio dependendo da relação entre as massas envolvidas. Exemplo típico: asteróides Troianos de Júpiter. Enos Picazzio – IAGUSP (2006) Planetas: Classificação e Configuração clássicos anão duplo Ceres Xena Enos Picazzio – IAGUSP (2007) -Caronte Plútons Planetas: Classificação e Configuração clássicos anão duplo (PERUDSUHVHQWHVQDOLWHUDWXUDRVWHUPRV LQIHULRUHVLQWHULRUHVWHUUHVWUHV Ceres VXSHULRUHVH[WHULRUHVMRYLDQRVDQmR JLJDQWHVVyOLGRVJDVRVRVJHODGRVQmR VmRWHUPRVRILFLDOL]DGRVSHOD8QLmR $VWURQ{PLFD,QWHUQDFLRQDO Xena Enos Picazzio – IAGUSP (2007) -Caronte Plútons Planetas: Classificação e Configuração Configurações planetárias Planetas internos: I1 - conjunção inferior I2 - máxima elongação ocidental (O) I3 - conjunção superior I4 - máxima elongação oriental (L) Planetas exteriores: E1 - oposição E2 - quadratura ocidental (O) E3 – conjunção E4 - quadratura oriental (L) S – Sol T – Terra I – planeta interno E – planeta externo Enos Picazzio – IAGUSP (2006) Planeta Superior D d A – duração do ano ; T – período sideral (orbital) ; S – período sinódico (aparente) Enos Picazzio – IAGUSP (2006) Planeta Superior D d A – duração do ano ; T – período sideral (orbital) ; S – período sinódico (aparente) S ≡ período sinódico entre 2 oposições S = t( T3 ) − t( T1 ) ⇒ planeta percorreu α Terra percorreu 360º + α Para a Terra : 360º → A 360 S α= − 360 A 360º + α → S 360 S Para o planeta : 360º → T T= α α →S Enos Picazzio – IAGUSP (2006) 1 1 1 = − T A S Planeta Superior D d A – duração do ano ; T – período sideral (orbital) ; S – período sinódico (aparente) Seja t = t( T2 ) − t( T1 ) Intervalo entre uma oposição e quadratura mais próxima : Para a Terra : 360º → A 360t α →t Para o planeta : 360º → T β →t Enos Picazzio – IAGUSP (2006) α= β= A 360t T Da figura (B) : d= D cos γ onde γ = α - β Planeta Inferior ST1 = ST2 = ST3 = d SP1 = SP2 = SP3 = D Distância heliocêntrica do planeta : D = d senβ Período sinódico: tempo decorrido entre duas posições idênticas sucessivas S = t (T3 ) − t (T1 ) A – duração do ano T – período sideral (orbital) S – período sinódico (aparente) Enos Picazzio – IAGUSP (2006) t ≡ instantes de elongação máxima Planeta Inferior No intervalo de tempo S : 1. Terra deslocou - se de um ângulo "α " (A ≡ 365,256 d) ∴ 360º → A α →S 360S ou α = A 2. Planeta foi de P1 → P3 , ou deslocou - se de 360º +α ∴ S → 360º +α ou T = 360 S 360 S = 360 + α 360 + (360 S / A) T → 360º A – duração do ano T – período sideral (orbital) S – período sinódico (aparente) Enos Picazzio – IAGUSP (2006) logo : 1 1 1 = + T A S Mercúrio: período Período orbital em torno do Sol: ~ 116 d (M1ÆM2ÆM3); portanto o intervalo entre elongações máximas é ~ 58 d Terra : 365 d → 360º 58 d → 57º ˆT ) (T1S 2 Mercúrio :116 d → mesma posição de elong. máx. (M1 , M 3 ) ∴ em 116 d descreve 360º +2 x 57º = 474º então : 474º → 116 d 360º → 88 d * A – duração do ano T – período sideral (orbital) S – período sinódico (aparente) * Enos Picazzio – IAGUSP (2006) 1 1 1 1 1 1 = + = + = 0.0113636 = ⇒ T = 88 d T A S 365,256 116 88 Mercúrio: distância relativa Aproximando a órbita para circular : a distância heliocêntrica da Terra : ST1 , ST2 , ... ˆ M = ST ˆ M = ST ˆ M ≅ 23º da observação : ST 1 1 2 2 3 3 ˆ T = SM ˆ T = SM ˆ T = 90º da órbita circular : SM 1 1 2 2 3 3 ∴ Enos Picazzio – IAGUSP (2006) SM1 = ST1 sen23º ≅ 0.39 ST1 4XHWDOID]HUDVSDVVDJHQVGDV HTXDo}HVQDPmR" 6HUiPDLVGLYHUWLGRTXHLUDXPD EDODGD Enos Picazzio – IAGUSP (2007)