I. Movimento Aparente e o Sistema Solar 1º Simpósio do Ensino Médio, Etec Vasco Antonio Venchiarutti, Jundiaí-SP, 21-22/07/2010 Enos Picazzio IAGUSP / Jul.2010 O que é Sistema Solar? A matéria que circunda a estrela Sol, atraída pela sua força gravitacional. Essa matéria se concentra em distintos objetos celestes com composição química, temperatura, tamanho, forma e distância diferentes. Tudo formou-se de um mesmo estofo: uma grande nuvem molecular densa que colapsou sobre si mesma. Só existe um Sistema Solar: o sistema planetário da estrela Sol. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Qual é o tamanho do Sistema Solar? Nuvem de Oort 30.000 a 100.000 UA Cinturão Edgeworht-Kuiper 30 a 55 UA Plutão Planetas: Rochosos até 1,5 UA Gasosos 5 a 30 UA Planeta anão 30 a 50 UA Sol Onde se localiza o Sistema Solar? Esboço mais fidedigno da nossa galáxia (Via Láctea) 30.000 a.l. Braço de Órion 100.000 anos-luz (6,3 bilhões de Unidades Astronômicas) Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Colapso Gravitacional de Nuvem Molecular Como se formou o Sistema Solar? Our Solar System and Its Origin, Haosheng Lin Matéria da Nebulosa Solar Condensação Acreção Acúmulo gradativo de poeira rochosa. Processo lento Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Colapso Gasoso Processo rápido Esse mecanismo de formação é plausível? Formação de disco protoplanetário durante a contração nebular também é observada em estrelas em formação. A posição do disco é indicada nas imagens. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Do que é feito o Sistema Solar? A composição química relativa entre os elementos químicos mais pesados é preservada entre s diferentes objetos do Sistema Solar. Meteorito Carbonáceo Todos os objetos se formaram de uma mesma nuvem primordial. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Como se estrutura o Sistema Solar? ROCHOSOS GASOSOS Asteroids PLANETAS ANÕES O plano básico do Sistema Solar é aquele que contém a eclíptica. As órbitas dos planetas têm baixa excentricidade e estão praticamente sobre ele. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Quadro Comparativo Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 ESTRUTURA INTERNA DOS PLANETAS Planetas-anões Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Mercúrio: o menor planeta solar Questões a responder Por que ele é tão denso? Núcleo é 60% da massa, na Terra é ~30% História geological? Apenas 45% de sua superfície é conhecida. Natureza do campo magnético? Mercúrio tem campo magnético global, como a Terra, mas Vênus e Marte não! Estrutura do núcleo? O que é aquele material brilhante nos pólos? Que voláteis são importantes ? H e He provém do Sol, mas e O, Na, K, Ca, Mg? Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Região polar norte Vênus: o vizinho quente e inóspito T = 460oC 80% do terreno é basáltico não há indícios de vulcânismo idade ~ 500 milhões de anos Vênus e Terra: gêmeas fraternas com destinos diferentes A magnetosfera protege a atmosfera do arrastamento pelo vento solar. Ruddiman, W. F., 2001. Earth's Climate: past and future. W.H. Freeman & Sons, New York. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 TERRA: um planeta ativo As bordas de placas podem ser de 3 tipos, definidos pelo tipo de processo tectônico ativo Margens Destrutivas (convergência) Margens Conservativas Margens Conservativas (deslocamento relativo entre placas)(deslocamento relativo) Margens Construtivas (centros de espalhamento) Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Eder C. Molina - IAGUSP MARTE: nosso vizinho menor, frio e árido ROCHOSOS Terreno basáltico, plano e baixo TERRA ` VÊNUS MARTE Terreno acidentado e antigo Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 MARTE: nosso vizinho menor, frio e árido Monte Olimpo: o maior vulcão (extinto) do Sistema Solar • base: 600 km • altura: 27 km PLATÔ - Mars Express, ESA, 2004 ESCARPAS - Mars Express, ESA, 2004 600 km ESCARPAS - Mars Express, ESA, 2004 Fluxos de lavas de diferentes idades, mostram que as erupções ocorreram por longo período (centenas de milhões de anos). MARTE: nosso vizinho menor, frio e árido ALBA PATERA ARSIA Erosão por escoamento de lavas, hoje solidificadas Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Atmosferas dos planetas rochosos ROCHOSOS Vescape = 10,4 km/h Vescape = 11,2 km/h N (78%), O (21%), Ar (0,9%) CO2 (0,03%) TERRA Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 CO2 (~96%), N (~3,5%), traços de H2O (vapor), CO, SO2, Ar. ` VÊNUS Vescape = 5 km/h CO2 (~95%), N (~2,7%), traços de Ar , O, CO, H2O . MARTE Os planetas gasosos e seus anéis Grande Mancha Vermelha JÚPITER Vescape = 59,5 km/s H (~86,1), He (~13,8), traços de CH4 , NH3 e vapor de H2O SATURNO Vescape = 35,5 km/s H (~92,4), He (~7,4), traços de CH4 (~0,2) , NH3 (~0,02). 1,33 g/cc 0,7 g/cc URANO 1,3 g/cc E NETUNO 1,76 g/cc M M == 100 100 M MTT M == 318 318 M MTT M núcleo: < 10 Mt Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 15 a 20 H (~84), He (~14) e CH4 (Urano:~2% M==15 15 MTT M M == 17 17 M MTT M M Netuno ~3%) Mt Traços de NH3. Os planetas gasosos e seus anéis Sistema de anéis (do interno ao externo): D, C, B, A, F, G e E 110 K B 70 K A 90 K Divisão de Cassini Temperatura poeira gelo Região externa do anel C e interna do anel B (~meio da imagem). Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Dois satélites especiais Huygens: pousou em 14/01/2005 Química predominante: N (~90%), Ar (~10%) e traços de CH4. TITÃ Canais de erosão produzidos por metano líquido Lago: lama de hidrocarbonetos Temperatura próxima a de congelamento? Ilhas de água (?) congelada EUROPA Superfície de água congelada, mas condutora (sais). Sem atmosfera, mas com de O2. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Tholins: heteropolímero orgânico formado pela exposição de metano e/ou etano à luz ultravioleta. Asteróides – fragmentos planetários Cápsula da sonda Hayabusa Asteróide Itokawa Toutatis Eros CINTURÃO ASTEROIDAL MTOTAL = 0,0006 MT Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Região Transnetuniana – corpos congelados Planetas: órbitas neste azul Plutão Localização corrente: símbolos grandes nesta cor Objetos raros com órbitas de elevada excentricidade. Objetos Centauro: Objetos Plutinos: (Plutão é o grande círculo branco) Objetos espalhados do disco Objetos clássicos Cometas periódicos Outros cometas Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Região Transnetuniana – corpos congelados NEAT (C2002 V1) ENCKE (2P) gás ionizado gás neutro + poeira Cometa Hale-Bopp (C/1995 O1) Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Região Transnetuniana – corpos congelados 81P/Wild 2, P~6,4 anos 5 km Os cometas abasteceram a Terra com água e material orgânico Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 gás ionizado gás neutro + poeira Cometa Hale-Bopp (C/1995 O1) Cometas Giotto 1P/Halley, P~75 anos [Giotto 1985] 16 x 8 x 8 km Deep Space 1 19P/Borrelly, P~6,7 anos [Deep Space 1 1999] Impacto: 4/7/2004 Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Deep Impact 81P/Wild 2, P~ 6,4 anos [Stardust 1999] Cometa NOVO, capturado por Júpiter em 1974 8 x 4 km 5 km 4 x 14 km Cometa 9P/Tempel 1, P ~ 5,5 anos [Deep Impact 2005]: Stardust Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko Período ~ 6,6 anos [Rosetta 2004 – 2015] Pouso em nov/2014. Registro até dez/2015. Tamanho: 4 km Cometas: de onde eles vêm? Nuvem de Oort 30.000 a 100.000 UA Períodos longos: formados na região dos gasosos e expelidos para cá por interação gravitacional. Cinturão Edgeworht-Kuiper Plutão Períodos curtos e médios: formados nesta região Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 A Zona Habitável Região em torno de uma estrela em que um planeta com atmosfera pode sustentar água líquida em sua superfície. 3000 K Vênus está próximo do limite interno e Marte, do limite externo. 6000 K Atualmente o Sol brilha 30% que no passado. Portanto, sua zona habitável já esteve mais próxima dele e estará mais distante no futuro. O limite externo da zona habitável pode se estender devido à presença de CO2 na atmosfera pois ele favorece o efeito estufa e mantém a temperatura em níveis elevados mesmo a grandes distâncias da estrela. Sistema Solar 9000 K Água líquida pode ainda existir fora da zona habitável, desde que haja mecanismo de aquecimento. Decaimento radioativo no núcleo e dissipação de energia por maré em Europa (satélite de Júpiter) liquefazem a água da superfície e sua capa congelada dificulta a perda de calor. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Há água onde não se imagina! SOL Espectro no IV marcado por linhas de absorção da água CERES (planeta-anão): 25% do manto pode ser água doce (200 milhões de km3) TERRA: total 1,4 bilhão de km3, água doce: 41 milhões de km3 Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Bolha Água salgada 5 m Meteorito Monahans (condrito ordinário) MARTE: hoje é frio e árido, mas nem sempre foi assim Massa = 0,104 MTERRA Temp = -60oC a 20oC A água deve estar congelada abaixo da superfície Phoenix 5/6/08 Terreno sedimentar água escorre do subsolo 19/6/08 CO2 + H2O Possível história da água marciana em bilhões de anos. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Erosão Fluvial Pólo Sul MARTE tem neve de madrugada. Cristais de gelo precipitam à noite e sublimam pela manhã. O vapor de água é misturado e lançado novamente para a atmosfera por turbulência e convecção dirna, alcança altura de 4 km, formam nuvens à noite e precipita. Cristais de gelo caem das nuvens sobre o ártico. Evaporam –se antes de tocar ao solo, e saturam atmosfera de água. Essa neblina espessa produz uma geada que vira vapor ao amanhecer, devolvendo a água à atmosfera. Por volta da meianoite, as nuvens formam-se outra vez, nutrindo os cristais que cairão na madrugada seguinte. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Dois satélites especiais úmidos EUROPA Superfície de água congelada, mas condutora (sais). Sem atmosfera, mas com de O2. Encélado Jatos de gelo lançam poeira a centenas de km acima da superfície no pólo sul. Parte dessa poeira escapa e forma o anel difuso E, por onde ele circula. Sonda Cassini passa por jato vulcânico e revela composição química semelhante a dos cometas. As densidades são mais elevadas que se pensava. Voláteis predominantes: vapor d’água, dióxido e monóxido de carbono, e material orgânico Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010 Habitabilidade e vida Condições para desenvolvimento e sustentabilidade de vida em um planeta: • • • • • • • • Deve possuir composição química favorável. Deve ter fonte interna de calor. Deve possuir atmosfera, que propicie efeito estufa e o proteja de radiação maléfica à vida (UV, raios X). Deve possuir magnetosfera, para protegê-lo de radiação corpuscular da estrela – vento estelar). Sua órbita não pode ter excentricidade elevada, senão sofrerá variação acetuada de temperatura. A rotação e a translação não podem ser sincronizadas senão ele terá sempre a mesma face voltada para sua estrela. A orientação do eixo de rotação deve ser estável para evitar glaciação. Manter estas condições por tempo prolongado. Por ora, o nosso é o único planeta que apresenta estas características. Enos Picazzio – IAGUSP - Jul.2010