Teatro do Oprimido e Saúde Mental: expressão, arte e cultura como estratégias de reabilitação psicossocial Nathali Correa Cristino Conteúdo programático: Identificação e caracterização dos diversos dispositivos de tratamento em Saúde Mental vinculados ao Sistema Único de Saúde Brasileiro. Elucidação com maior profundidade sobre o funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial. Apresentação dos conceitos de Reabilitação e Reinserção social. Apontamentos sobre a importância da utilização das oficinas terapêuticas como estratégias de intervenção para a alteração do "lugar social da loucura". Delineamentos sobre a posição ocupada pelas oficinas de teatro, sobretudo pelo Teatro do Oprimido, como intervenções privilegiadas sobre relações de poder no circuito social. Caracterização da ligação entre o desenvolvimento do Teatro do Oprimido e as lutas sociais das camadas populares da América latina entre as décadas de 70 e 80. Apontamentos sobre a expansão mundial do Teatro do Oprimido como técnica de intervenção nas mais diversas situações de opressão social. Esclarecimentos sobre como é o trabalho do Centro do Teatro do Oprimido do Rio de janeiro e sua vinculação com o Ministério da Saúde. Aprofundamento sobre a experiência prática de utilização do Teatro do Oprimido em Centros de Atenção Psicossocial, com a apresentação de alguns jogos utilizados neste contexto. Relevância: A utilização do Teatro do Oprimido como ferramenta de intervenção em Saúde Mental vem crescendo de forma notável, porém pouco noticiada pela mídia convencional e até mesmo pelos meios científicos e acadêmicos. Desta forma, acreditamos que o tema proposto é relevante para o desenvolvimento da área na medida em que apresenta uma forma inovadora de se abordar a expansão de técnicas de reabilitação e reinserção social. Objetivo: Pretende-se contextualizar a afinidade ideológica do Teatro do Oprimido com os direcionamentos oferecidos pelos conceitos de reabilitação e reinserção social para demonstrarmos como, na prática, esta ferramenta pode se mostrar de grande valia a fim de estimular os aspectos mais saudáveis dos usuários, fortalecer seu potencial criativo e expressivo, favorecendo sua circulação social. Método de apresentação: Haverá uma parte de exposição teórica, apresentada em datashow, na qual abordaremos o conteúdo programático, citando autores importantes para a argumentação a ser desenvolvida. Em um segundo momento, iremos propor a vivência de jogos como aqueles que são utilizados na oficina de teatro que conduzo com meus pacientes, a fim de oferecer uma visão prática sobre como estas técnicas podem proporcionar reflexões importantes sobre conteúdos diversos. Resumo: O Teatro do Oprimido vem se fortalecendo como estratégia de intervenção no tratamento em Saúde Mental, na medida em que propõe a abertura de um espaço no qual os usuários exercitam suas características mais saudáveis, potencializando sua capacidade criativa e expressiva. Este curso pretende abordar, através de contextualização teórica e de vivências de jogos teatrais, como é possível utilizar o Teatro do Oprimido como uma ferramenta importante de reabilitação e reinserção social, focalizando, principalmente, o contexto de oficinas terapêuticas de um CAPS. Bibliografia: AMARANTE, P. D., NOCAM, F. (organizadores) (2012). Saúde Mental e Arte: práticas, saberes e debates. São Paulo: Zagodoni, AMARANTE, P. (2007). Saúde Mental e atenção Psicossocial. Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ. _____________. (1998). Loucos pela Vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: FIOCRUZ. BOAL, A. (1980) Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. São Paulo: Cosac Naify, 2013. BOAL, A. (1998) Jogos para atores e não atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. CRISTINO, N. C. (2012). Autonomia, Contratualidade e Mobilidade no Laço Social: um estudo focal sobre as possibilidades de intervenção do serviço em articulação ao desejo do usuário. Monografia de pós-graduação em Saúde Mental/Núcleo em Políticas Públicas de Saúde Mental. NUPPSAM – IPUB – UFRJ. Rio de Janeiro. DE PAULA, V. (produção), & VIANA, Z. (direção). (2012). Augusto Boal e o Teatro do Oprimido [DVD]. Rio de Janeiro: Canal Brasil. DIMENSTEIN, M. (jun. 2006). O desafio da política de saúde mental: a (re) inserção social dos portadores de transtornos mentais. Mental, Barbacena, ano IV, nº 6. GHERARD-DONATO, E. C. S, CORRADI-WEBSTER, C. M, BRAGAGNOLLO, G. C, FERREIRA, C. R. P, GHERARD- DONATO, M. (2011). Teatro e Saúde Mental: Experiência de Usuários em Hospital-Dia. Saúde & Transformação Social, Florianópolis, V.2, n.1, p. 121-126. KINOSHITA, R.T. (1996). Contratualidade e Reabilitação Psicossocial. In: PITTA, A. (Org.). Reabilitação Psicossocial no Brasil, São Paulo: Hucitec. LIMA, E. M. F. A, PELBART, P. P. (jul./set. 2007). Arte, Clínica e loucura: um território em mutação. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.14, n.3, p.709-735. MONTECINOS, M. M. (2005). Teatro Del Oprimido: uma herramienta de intervención social. Tesis para optar a Grado de licenciado em Educación. Faculdade de Filosofia y Humanidades. Escuela de Lenguage y Comunicación. Universidad Austral de Chile. Chile. MOTTA, N. (2011). Teatro do Oprimido na Saúde Mental. [Acesso 03 de dezembro 2013]. Disponível em: HTTP://ctorio.org.br/novosite/imprensa/releases/saude-mentalteatro-do-oprimido/ SILVA, J. J. S, SILVA, P. M. C, AZEVEDO, E. B. et al. (Dez. 2011). Desvelando os caminhos do teatro do oprimido como estratégia de reabilitação psicossocial. Revista de Pesquisa: Cuidado é fundamental online, (Ed. Supl.): 164-175. TEIXEIRA, T. M. B. (2005) Dimensões Sócio Educativas do Teatro do Oprimido de Augusto Boal. Revista Recrearte. [acesso em 24/11/2013]. Disponível em: http://www.iacat.com/revista/recrearte/recrearte04/seccion4/teatro%del%oprimido.pdf