editorial Neste primeiro boletim do ano apresentando mais um exemplo da disposiçao dos integrantes de nossos comites de difundir conhecimentos, abordando temas importantes na terapianutricional. Contamos com a participaçao da Nutricionista Nara Lopes e das enfermeiras Karla Lopes Pereira Gomes e Janaína de Medeiros Tavares, para discutir cuidados com as ostomias. O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas de uma complicação, e intervenções pontuais são cruciais para manutenção de uma ostomia viável e um bom resultado cirúrgico. A avaliação das complicações periostomais durante o período pós-operatório precoce são fundamentais para uma adaptação bem sucedida a uma nova situação. Aproveitamos para lembrar o retorno das atividades de para o ano de 2013, com as reunioes mensais no audotorio do Hospital Copa D´or. Diretoria SBNPE-RJ 2013 promete!!! Veja alguns eventos que temos pela frente Nesta edição Cuidados nutricionais no paciente com ileostomia Prevenção e controle de complicações com gastrostomia e jejunostomia Cuidados com estomas V i s i t e n o s s o s i t e : w w w . sbnperj.com.br Cuidados nutricionais no paciente com ileostomia Patrícia Hanako Ribeiro Sato Nutricionista do Hospital Naval Marcílio Dias; Pós-graduada em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro; Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela SBNPE 1 - Introdução A Terapia Nutricional Parenteral (TNP) não deve ser iniciada no pós-operatório imediato, mas deve ser proposta entre 5 a 7 dias, caso não haja possibilidade de iniciar a TNE. Se o paciente for desnutrido, a TNP deverá ser iniciada assim que possível após a admissão e adequada ressuscitação7. A oclusão vascular mesentérica, a doença de Crohn, as complicações de procedimentos cirúrgicos abdominais, as neoplasias malignas e os distúrbios de motilidade são as causas mais comuns das ressecções intestinais extensas1. Muitas vezes a confecção de uma ileostomia torna-se necessária e o grau de insuficiência intestinal dependerá do comprimento da ressecção; do local da ressecção; da função do intestino remanescente, estômago, pâncreas e fígado; da capacidade de adaptação do intestino remanescente; e da patologia, que foi a causa da cirurgia 2. A terapia nutricional no paciente ostomizado deve ser implantada com o objetivo de recuperação ou manutenção do estado nutricional, adequada às suas necessidades individuais, diferenciada em cada etapa distinta: pósoperatório imediato e acompanhamento ambulatorial. A reabilitação do individuo ileostomizado exige esforços de toda equipe interdisciplinar para adoção de medidas que contribuam para a adaptação intestinal e prevenção de intercorrências como: desidratação, obstrução intestinal e/ou extravasamento de fezes na parede abdominal3. 2.1 - Líquidos, vitaminas e minerais Uma pessoa normal saudável necessita de 1,5 a 2L de líquidos diariamente1. Os pacientes com ileostomia têm necessidades acima da média de sal (perda de 1,4g/dia) e água (1L de água + débito da ileostomia ou de acordo com o débito da ileostomia) 8. As perdas de líquidos podem estar estimuladas pelo efeito laxativo de altas doses de lactose, sacarose, sorbitol e gordura. A água pura ou líquidos hipotônicos podem aumentar a perda hídrica por provocar uma excreção de sódio para o lúmen intestinal. As soluções de reidratação oral com alto teor de sal podem ser úteis, se toleradas1. A suplementação de sódio na dieta é extremamente importante. Sua presença no lúmen intestinal é absolutamente necessária para a absorção de muitos nutrientes e sua suplementação é fundamental em função da grande perda deste mineral no fluido intestinal1. Atenção também deve ser dada a ingestão de potássio, magnésio, cálcio, vitaminas lipossolúveis, vitamina C, folato e vitamina B121. 2 - Terapia Nutricional A terapia nutricional para indivíduos ileostomizados deve compreender avaliações nutricionais periódicas, planejamento dietoterápico individualizado e educação nutricional4. No pós-operatório imediato, os grandes volumes de líquidos e eletrólitos perdidos através da diarreia, débito excessivo pela ileostomia e drenagem da sonda nasogástrica devem ser monitorados e repostos1. Ocorre uma redução significativa na perda de água pela ileostomia após 10 dias, devido ao processo de adaptação do intestino5. A terapia nutricional por via digestiva, por ser potente estímulo para a adaptação intestinal, seja por via oral ou por meio de sonda nasoenteral e deve ser iniciada assim que as perdas fecais estiverem controladas. A Terapia Nutricional Enteral (TNE), além de ser a fonte preferencial de substratos, é, provavelmente, o estímulo primário para a resposta proliferativa do epitélio da mucosa que recobre o tubo digestivo6. 2.2 - Carboidratos e Fibras O carboidrato é um macronutriente de fácil digestão, quando for necessário aumentar a ingestão de energia, a maltodextrina solúvel pode ser acrescentada as refeições1. As fibras solúveis específicas não aumentam o bolo fecal e já foi evidenciado que sua utilização retarda o esvaziamento gástrico, aumenta o tempo total do trânsito intestinal e tem leve efeito antidiarreico em indivíduos adultos. As fibras fermentáveis e solúveis, como a pectina, e os carboidratos complexos (por exemplo, amidos, maltodextrinas etc) não absorvíveis e resistentes, portanto são coadjuvantes na adaptação intestinal. O seu metabolismo pelas bactérias anaeróbias resulta principalmente na produção dos Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 13 2 Os laticínios contêm lactose e podem causar diarreia. O uso de laticínios fermentados e queijo podem ser boas opções. A caseína desses produtos se coagula parcialmente no estômago e após digestão parcial é liberada vagarosamente no intestino delgado. Além disso, ela possui alguns efeitos tróficos sobre a mucosa intestinal. Ovos, aves, peixes e carne magra também são algumas opções1. ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e de outros subprodutos no cólon, auxiliando ainda na absorção do nitrogênio. Os AGCC são rapidamente absorvidos pela mucosa colônica e utilizados como energia6. Com a adaptação intestinal, as fibras insolúveis podem ser introduzidas na alimentação do paciente de acordo com a sua tolerância9. Alguns alimentos com características fermentativas também devem ser avaliados individualmente e evitados se for o caso. São exemplos de alimentos formadores de gases: brócolis, couve, couve-flor, cebola, repolho, nabo, batata doce, feijão, pimentão, melão10. 3 - Conclusão Priorizar a administração suficiente de líquidos e eletrólitos, bem como dos macro e demais micronutrientes, a fim de equilibrar essas perdas e manter o balanço de nitrogênio, é fundamental para se obter o ótimo desfecho clínico6. A longo prazo e quando o fornecimento calórico/protéico/hídrico por via oral não for adequado, a TNE pode ser utilizada6. O nutricionista deve orientar o paciente ileostomizado quanto à ação dos alimentos, segundo o seu efeito habitual no intestino e capacitá-lo a fazer substituições de alimentos no cardápio. A capacitação junto ao aconselhamento de mudanças comportamentais, como disciplina nos horários das refeições, tempo mais prolongado de mastigação e ingestão fracionada ao longo do dia, integram à educação para o auto cuidado. Faz-se cumprir assim o direito do indivíduo ileostomizado de receber apoio e informações para aumentar o entendimento sobre as condições e adaptações necessárias para alcançar um padrão de vida satisfatório para viver com o estoma4. 2.3 - Gorduras Higham SE e colaboradores compararam pacientes ileostomizados que ingeriram uma dieta rica em lipídeos e pacientes que ingeriram uma dieta pobre em lipídeos, aqueles que ingeriram dieta rica em lipídeos, tiveram um débito maior pela ileostomia11. Os triglicerídeos de cadeia média (TCM), que são hidrossolúveis como os AGCC e, logo, não necessitam da lípase pancreática no processo de digestão, são usados com frequência, visando reduzir a esteatorreia. Em um estudo que comparou duas dietas hiperlipídicas (50% do total de kcal, enriquecidas ou não com TCM), em 19 pacientes com ressecção intestinal – nove com cólon (intestino delgado com ± 203 cm) e 10 sem cólon (intestino delgado com ± 143 cm). A dieta enriquecida com TCM melhorou a absorção de energia e de gordura em pacientes com cólon, mas somente houve melhora da absorção de gordura nos pacientes sem cólon. Apesar da consideração de longa data que os TCM são benéficos pela sua rápida absorção no intestino delgado, esses autores concluem que, nos pacientes do estudo, somente aqueles com cólon se beneficiam dos TCM. Assim, a tolerância aos lipídios deverá ser avaliada individualmente6. A utilização clínica do ácido oleico – lipídios ômega-9 – pela via oral (VO), em comparação com outros lipídios – lipídios ômega-3 e ômega-6 –, mostrou que há redução do trânsito intestinal, diminuição da frequência e do volume das defecações em pacientes com diarreia de diversas etiologias. Assim, o consumo do ácido oleico antes das refeições ativa os mecanismos de retroalimentação inibidores fisiológicos, que são estimulados pelos nutrientes, diminuindo o trânsito gastrointestinal (GI) e a eliminação fecal6. 4 - R eferências Bibliográficas 1. Sobotka L et al. Terapia Nutricional em Ressecções Intestinais Extensas. Bases da Nutrição Clínica. Rio de Janeiro: Rubio; 2008. 2. Zarkovic M, Milicevic M. Enteral nutrition in patients with ileostomies and jejunostomis. Act Chir Lugosl. 1995;42: 17-20. 3. Carvalho WAF. Estomas em pediatria. Estima. 2003; 1: 16-23. 4. Purcino LS. Terapia nutricional para pessoas com ileostomia. Rev Estima - vol 3 (1) 2005 p. 37 - 41 5. Ladas SD et al. Fasting and postprandial ileal function adapted ileostomates and normal subjects. Gut, 1986;27: 906-912. 6. Rocha EEM et al. Terapia Nutricional na Síndrome do Intestino Curto - Insuficiência/Falência Intestinal. Projeto Diretrizes. 2011. 7. Stephen A. McClave et al. ASPEN. JPEN J Parenter Enteral Nutr 2009; 33; 277. 8. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia 2010; Edição 12. 2.4 - Proteínas 9. Marlett jA, McBurney Mi, Slavin Jl. Position of the American Dietetic Association helth implications of dietary fiber. J Am Diet Assoc. 2002; 102 7: 993-1000. Fórmulas contendo proteína intacta devem ser a primeira opção na nutrição desses pacientes. Se a proteína intacta não consegue ser absorvida, provavelmente os oligopeptídeos possam ser, então o uso de uma dieta a base de peptídeos deverá ser o próximo passo1. 10. Souza DM. Bolsas pediátricas para estomas. Estima. 2004; 2:41-3. 11. Higham SE et al. Effect of ingestion of fato on ileostomy effluent. Gut, 1990, 31, 435-438. Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 13 3 Prevenção e controle de complicações com gastrostomia e jejunostomia Enf. Janaína de Medeiros Tavares Gerência de Risco Sanitário Hospitalar – HFSE/Hospital Federal dos Servidores do Estado/MS; Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela SBNPE; Membro do Comitê de Enfermagem da SBNPE cap. RJ e SBNPE Nacional Enf. Cleusa Rodrigues dos Santos Rotina da EMTN Hospital Quinta D´or; Pós Graduada em Terapia Nutricional Multidisciplinar pela Santa Casa de Misericórdia RJ Contra Indicação para GEP A gastrostomia (GTT) é um procedimento em que uma abertura (estoma) é criada entre a parede abdominal e o estômago. A utilização mais Dentre as causas absolutas destacam-se as seguintes: recusa do paciente, coagulopatias ,doenças em fase terminal, exame endoscópicos, ausência de modalidade intestinal, estomago intratorácico. Relativas quando ao procedimento não pode ser realizado momentaneamente por causas corrigíveis, reversíveis ou temporárias, como: hepatopatias descompensadas, distúrbio de coagulação tratáveis, peritonites, diálise peritonial e ascite maciça, gastrectomia total, hepatomegalia, varizes esofagogástrica, cateter de derivação ventriculoperitoneal, obesidade mórbida, hérnia hiatal volumosa, gastrectomia total, cirurgia abdominal prévia em andar superior, lesões ulceradas ou infectadas na parede abdominal ou gástrica, fístula esofágica ou fístula próxima de intestino delgada. comum visa a obtenção de uma via de acesso para nutrição enteral prolongada de pacientes com condições clínicas agudas ou crônicas que apresentem desnutrição ou risco nutricional. A GTT deve ser considerada em pacientes que apresentem o trato gastrointestinal (TGI) íntegro e funcional, mas que sejam incapazes de ingerir uma quantidade de nutrientes suficientes para suprir suas demandas metabólicas. Segundo o DITEN (Projeto Diretrizes CFM 2011), são recomendadas quando a TNE está prevista para exceder 3 a 4 semanas. Grau de recomendação e Força de Evidência ( C ), (D). Em 1837 encontramos registro que o cirurgião Egeberg da marinha norueguesa começou a pensar na possibilidade da realização de uma gastrostomia (GTT) cirúrgica eletiva para alimentar paciente, com uma sonda diretamente na luz do estômago. O inicio do experimento aconteceu com o Recomendações: cirurgião francês Seddilot em 1845 usando cães, em ser humano encontramos A Gastrostomia pode estar indicada para pacientes idosos com necessidade de ingesta enteral prolongada, desde que seja realizada emmomento clínico adequado. DITEN (D) Não existe consenso, na literatura, sobre qual é o melhor ou mais adequado método para realização da GTT. A escolha provavelmente deve levar em consideração fatores como preferência e experiência pessoal com determinada técnica pelos médicos endoscopistas, disponibilidade de material no serviço, doença de base e quadro clínicopatológico do paciente. DITEN (D) A alimentação precoce (dentro das primeiras 3 a 4 horas) é considerada uma opção segura e bem tolerada pelos pacientes, diminuindo o tempo de hospitalização e custos de internação. DITEN (A) registro de inicio em 1849, sendo que todos os casos evoluíram para óbito no pós operatório, tendo como causa peritonite. A partir de 1875, são descritas as primeiras GTT com sucesso. A cirúrgica é um procedimento invasivo, geralmente sob anestesia geral, o que vai limitar o paciente de acordo com seu estado hemodinâmico, apesar da técnica simples é passível de acontecer complicações relevantes. Dr. Michael Gauderer cirurgião pediátrico nascido na Alemanha e criado no Brasil, começou a estudar um método de realizar o procedimento que fosse minimamente invasiva e com menor morbidade. No dia 12 de junho de 1979, o Dr. Michael Gauderer juntamente com outros médicos nos EUA trabalhando no Rainbow Barbies and Childrens Hospital Of University Hospitals, realizaam a primeira GTT endoscópica percutânea com sucesso, sendo esta técnica publicada em 1980 com grande disseminação no meio científico. Na prática clinica diária a principal indicação para a Gastrostomia é a administração de dieta enteral de longo prazo em pacientes com: Ilustração de Gastrostomia Disfagia - Disfunção neurológica: neuropatias, Parkinson, quadros demências, AVE, TCE, tumores do SNC, lesões metastáticas e seqüelas do tratamento, tumores de cabeça e pescoço e esôfago, Traumatismo Nos pacientes em que não é possível ou não é seguro a utilização do estômago para alimentação, pode-se utilizar a jejunostomia, que consiste na colocação de uma sonda através da confecção de um estoma no jejuno proximal, indicado nos casos de retardo ao esvaziamento gástrico, refluxos freqüentes, aspiração e no pós operatório de grandes cirurgias do tubo digestivo superior. Existem sondas com anteparo interno e sondas com balonete, ambos dispositivos evitam a exteriorização da sonda, pois ficam em contato direto com a parede interna do estômago. Nas sondas com balonete, este deverá ser insuflado com água destilada em volume de acordo com o fabricante. Também existe o botton gástrico que é esteticamente mais confortável para os pacientes. São produzidas basicamente de dois tipos de material, silicone ou poliuretano, com diâmetros que variam de 14 a 24 Fr. Sonda de Gastrostomia com Balão Atentar para as sondas com lumém gástrico (esvaziamento gástrico) e lumém jejunal (alimentação). Higienização: Manter a pele perigastrostomia sempre limpa e livre de umidade. Higienizar as mãos antes e após manipular o estoma e a sonda: É a medida mais eficiente para o controle de infecção hospitalar. Limpar diariamente a pele, na hora do banho e sempre que houver presença de secreção, com água e sabão (algumas literaturas indicam água morna e sabão neutro), secá-la após a higiene com pequenos golpes. Manter sempre a inserção da sonda limpa e seca. Para remover qualquer incrustação utilizar água destilada (evitar soro fisiológico 0,9%, pois poderá haver deposição de cristais de sais na pele) enxaguar bem a área com água e secá-la com pequenos golpes. Posicionamento da sonda Botton Nas sondas com balonete (cuff), especificado na própria via (geralmente de cor diferenciada e sem tampa), manter o balonete com adequado volume de água para fixar a sonda no estômago e em contato com a parede gástrica, evitando assim a ocorrência de vazamentos, o mesmo não deverá ser manipulado de rotina. Verificar a adequação da insuflação do balão uma vez por semana desinsuflando o balão com o uso de uma seringa. Cuidados após a confecção do estoma Nas primeiras 48 horas da realização do estoma ou enquanto for necessário (quando houver drenagem de secreção serossanguinolenta), mantenha um pequeno curativo (gaze seca ou cobertura seca) aplicado sobre a saída da sonda para proteger a pele ao redor contra o extravasamento de ácido gástrico e derramamento de alimentos, trocá-lo diariamente e cada vez que estiver sujo ou molhado. ATENÇÃO: Uma vez o estoma formado e sem drenagem periestomal, não Sonda com disco ou placa de fixação externa (anteparo): esta placa deve ficar em contato com a parede abdominal, porém sem exercer pressão na pele. há necessidade de manter o curativo. Para manter a sonda na posição, fixá-la à parede abdominal com fita adesiva ou dispositivo próprio de fixação externa (anteparo), sem tracioná-la e sem exercer pressão sob a pele, a fim de evitar remoção da sonda ou comprometer a integridade tissular. Cuidados diários Monitoramento: xx Checar aspectos da pele ao redor do estoma, avaliando eritema, edema, exsudato; xx Rachadura na pele e aumento de temperatura; xx Observar necrose por pressão; xx Observar vazamento gástrico e estoma alargado; xx Evitar maceração da pele; Tenha o cuidado de proteger durante procedimentos e transporte para que não ocorra remoção acidental da sonda. Inspecione diariamente se marcação externa da sonda continua na mesma posição ou se houve movimentação da mesma. Cuidados com a administração da dieta e medicamentos Avaliar diariamente posicionamento da sonda e atentar para pacientes confusos e agitados; proteger a sonda durante procedimentos e transporte para que não ocorra remoção acidental da sonda. Os cuidados com a permeabilidade da sonda são iguais com os das sondas oro/nasoenterais. A administração da dieta no ambiente hospitalar é sempre através de bomba infusora. Monitorar quanto à presença de sangramento originário do local de inserção da sonda e observar toda a drenagem a partir do local. de face e mandíbula; Manter cabeceira elevada 30/45° durante todo período de infusão da nutrição enteral (NE), até 30 minutos após a interrupção. A utilização de gastrostomia ou jejunostomia não evita a ocorrência de broncoaspiração. Condições catabólicas - Grandes queimados, SIDA, fibrose sística, doença cardíaca congênita, necessidade de suplementação nutricional: síndrome do intestino curto, crohn, má-absorção; Descompressão Gástrica/gastrointestinal crônica - Obstrução intestinal Gastrostomia posicionada por tumor ou carcinomatose peritonial, gastroparesia e gastrectomia, entre outras. Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 13 4 Nas sondas com balonete, apesar de geralmente possuir cor diferenciada nas vias, com o passar do tempo podem ficar apagadas, portanto, especificar de forma legível qual a via para insuflação do balonete e qual a via para administração das medicações e alimentos, a fim de evitar a ocorrência de erros. Checar a integridade do balão uma vez pôr semana; Lave a sonda antes e após a administração de medicamentos com 50ml de água e de 6/6h independente da administração de medicamentos, afim de prevenir a obstrução das sondas (Protocolo Instutucional). Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 13 5 Cuidados em caso de complicação Remoção acidental da sonda: água, podendo ser aspirado suco gástrico, resíduo da dieta ou nenhum conteúdo, nessa situação, suspender a dieta, fixar a sonda no abdome para manter o pertuito e providenciar a troca. Se houver perda da sonda por tração ou rompimento do balão, inserir imediatamente uma sonda Foley do mesmo calibre para manter o pertuito e otimizar a troca (este procedimento poderá ser realizado pelo enfermeiro capacitado em caso de GTT já bem maturada; se a remoção da sonda for prematura, (protocolo institucional) solicitar avaliação médica com urgência). ATENÇÃO: O trato pode se fechar dentro de 4 a 6 horas quando a sonda não é substituída de imediato. informações, prevenindo complicações e eventos adversos. Para isso, a elaboração e padronização dos procedimentos de enfermagem relacionadas às TN são fundamentais, bem como o planejamento educacional do paciente e da família para continuidade do cuidado domiciliar e qualidade de vida, buscando sempre a qualidade e segurança na assistência de Enfermagem, humanizada e individualizada. Os profissionais das EMTN devem utilizar-se de protocolos e procedimentos operacionais padão (POP), permitindo a uniformidade das ações, prevenção de erros e até de desperdício, garantindo a qualidade. Lesão periestoma: Em caso de dermatite periestoma ou de infecção por causa de extravasamento de líquido gástrico/jejunal ou de dieta: solicitar avaliação de um especialista (terapeuta enterostomal ou especialista em cuidados com feridas). Em caso de ulceração do ponto de inserção pela tensão do tubo sobre a pele com formação de granuloma (crescimento tecidual): verificar tensão do tubo sobre a pele, ajustar se necessário; verificar as condições do balão; avaliar a dor; minimizar movimentos com o tubo para diminuir a irritação; solicitar avaliação de um especialista (terapeuta enterostomal ou especialista em cuidados com feridas). Extravasamento de líquido gástrico ou dieta: Em caso de extravasamento do conteúdo gástrico/jejunal ou de dieta ao redor do estoma pelo rompimento do balonete: interromper imediatamente a infusão da dieta; verificar as condições do balão (se rompido ou desinsuflado); ajustar o tubo à pele; verificar: Ao redor da inserção quanto à presença de edema, eritema ou abaulamento; avaliar queixas de dor; identificar causa do extravasamento e características do conteúdo. R eferências bibliográficas 1. Matsuba Claudia Sakito Takemura, Magnoni, Daniel. Enfermagem em terapia nutricional. São Paulo: SARVIER, 2009. 2. Souza e Mello, Gustaco Francisco. Avaliação da gastrostomia endoscópica percutânea como procedimento ambulatorial em pacientes com câncer de cabeça e pescoço: viabilidade, complicações e impacto clínico do momento da realização (pré, per ou pós-tratamento). Dissertação (Mestrado em Oncologia) – Instituto Nacional de Câncer – INCA, 2011. 3. Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância Sanitária. Resolução nº 63 de 06 de julho de 2000. Dispóe sobre o Regulamento Técnico para Terapia de Nutrição Enteral. Diário Oficial da União, Brasília, 13 de jul 2000. 4. DITEN - Projeto Diretrizes em Terapia Nutricional 2011. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina – Volume IX O enfermeiro especialista tem função importante em todo o processo da Terapia Nutricional, especialmente no que tange à administração, relacionada com os cuidados na administração e monitorização da terapia, de modo que o paciente receba a formulação correta e adequada, nos acessos via cateter e / ou ostomias, garantido os seus cuidados adequados e a manutenção do posicionamento correto e finalmente no controle das complicações inerentes a todo o processo da TN. Além de participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores. Ressaltamos a importância da clareza e datalhamento das Testando o esvaziamento do balão para verificar se o mesmo murchou ou se houve rompimento: conectar uma seringa de 20 ml se murchou haverá retorno de água, porém em menor quantidade da especificada no próprio conector da via do balão, neste caso, completar o volume de água designado. Se houve rompimento do balão, não haverá retorno de Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 13 6 Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 13 7 Cuidados com estomas Enf. Karla Gomes Pós-graduada em Estomaterapia pela UERJ; Enfermeira Rotina da EMTN e da Estomaterapia do Hospital Copa D’or; Membro do Comitê de Enfermagem da SBNPE cap. RJ Estoma significa “abertura artificial entre os órgãos internos com o meio externo”, ou seja, é a exteriorização dos sistemas digestório, respiratório ou urinário através de um procedimento cirúrgico (Portaria 400 do Ministério da saúde-16 de novembro de 2009). O termo estoma passou a ser utilizado após se verificar junto a Academia Brasileira de Letras em 2005 a inexistência do termo “ostomia” na língua portuguesa. Dentre os estomas intestinais, nos quais temos a exteriorização de parte do intestino para o meio externo através da parede abdominal, temos as colostomias (confeccionadas no intestino grosso) e as ileostomias (confeccionadas no íleo). Ambos são estomas de excreção pelos quais sairão fezes que deverão ser coletadas em equipamentos coletores, mais conhecidos como bolsas de colostomias. O cuidado com os estomas é fundamental para evitarmos complicações como o surgimento de lesões na pele ao redor do mesmo, pois o efluente (fezes) é ácido e pode provocar desde uma dermatite até a deiscência do estoma. Este se inicia com a higiene da pele periestomal e vai até a escolha e manipulação do equipamento coletor. A higiene do estoma e da pele ao seu redor deve ser realizada com água e sabão neutro. É desaconselhado a utilização do álcool que causa irritação e do soro fisiológico, pois o mesmo é composto por sódio, o qual acarreta o ressecamento da pele íntegra e propicia abertura de lesão. Quanto aos equipamentos coletores, encontramos desde equipamentos de peça única, nos quais a placa adesiva e a bolsa coletora formam um único equipamento, até equipamentos de duas peças, nos quais as bolsas coletoras podem ser desconectadas das placas adesivas facilitando o esvaziamento e a lavagem das mesmas. Os equipamentos coletores devem ter suas placas adesivas recortadas do tamanho do estoma para evitar que haja exposição da pele periestomal ao efluente. Para tal, o estoma deve ser medido com réguas próprias que são adquiridas juntamente com o equipamento. A troca dos mesmos deverá ser realizado a cada 5 a 7 dias, ou quando a placa adesiva estiver “saturada” e descolando. Bem como deverá ser esvaziado sempre que estiver cheio em 1/3 de sua capacidade, assim evita-se que a placa solte da pele de forma inadequada e não programada. Protetores cutâneos em spray ou em película podem ser utilizados para formar uma barreira entre a pele e a placa adesiva a fim de evitar que, caso haja extravasamento do efluente para a pele, a mesma seja lesionada. O uso indiscriminado de pastas e pós como “cola” para favorecer a adesividade dos equipamentos coletores deve ser abolido, pois estes produtos têm outra finalidade e só devem ser utilizados caso haja necessidade. Outro cuidado que deve ser tomado é a atenção com as possíveis alterações de coloração e tamanho dos estomas e das características do efluente a fim de evitar complicações como isquemia, prolapso, estenose e invaginação do mesmo. As equipes de enfermagem e de cuidadores devem ser orientadas e treinadas a fim de prestarem uma assistência de qualidade para o portador de estomas proporcionando tranqüilidade e confiança. O ostomizado e sua família devem receber orientação sobre os principais cuidados com os estomas e sobre os equipamentos coletores (quais existem no mercado, onde adquirir, como manipular...) a fim de evitar angústia e ansiedade no momento da alta hospitalar, bem como de procurar um estomaterapeuta caso haja dúvidas ou alguma alteração na pele e/ou estoma. Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 13 8 Fiquem atentos aos eventos de 2013. Reservem estas datas!! I ENCONTRO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM EM TERAPIA NUTRICIONAL II SIMPÓSIO NACIONAL DE ENFERMAGEM EM NUTRIÇÃO PARENTERAL E ENTERAL 18 de maio 2013 - São Paulo TEMA CENTRAL Qualidade e Segurança na Terapia Nutricional para Equipe de Enfermagem Organização: Comitê de Enfermagem da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral - SBNPE Pontuação pela SBNPE: 15 pontos Inscrições e informações: Expansão Eventos Tel: (11) 5081-7718 / www.expansaoeventos.com.br 1 a 4 de dezembro de 2013 XX CONGRESSO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL E ENTERAL VIII Congresso Brasileiro de Nutrição Clínica III Congresso de Gastronomia Hospitalar Congresso Brasileiro de Nutrição Clínica Pediátrica Congresso Brasileiro de Nutrição Esportiva Encontro Mundial de Terapia Nutricional Prof. Dudrick Centro de Convenções - Recife - Pernambuco Em breve mais informações Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 13 9 9912289863/2010-DR/RJ SBNPE-RJ Prezado sócio, Atualize seus dados cadastrais em nosso site. Assim, você garante o recebimento regular do Boletim e de nossos comunicados. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL E ENTERAL - CAPÍTULO RIO DE JANEIRO Presidente: Carmen T. Cordier Leite Vice-Presidente: Gabriela Addor Secretário: Haroldo Falcão Ramos da Cunha Tesoureiro: Ricardo Schilling Rosenfeld BOLETIM SBNPE-RJ Programação visual: Mauro Corrêa Filho Editor Científico: Carmem Cordier Leite Comitê Científico Eduardo Rocha, Laura Velloso, Mônica Hissa e Pedro Portari Comitê de Nutrição Nara Lopes e Raila Emmel Comitê de Farmácia Mário Jorge Sobreira Comitê de Enfermagem Janaína de Medeiros Tavares e Karla Lopes Gomes Comitê de Divulgação Sofia Portugal Comitê de Valorização Profissional Armando Porto Carreiro Comitê de Pediatria Eneida Veiga e Patrícia Padilha Comitê de Fonoaudiologia Fátima Lago Endereço para correspondência: Rua Voluntários da Pátria, 450/sl. 710 - Botafogo CEP: 22270-010 Rio de Janeiro - RJ