em Fisioterapia Traum

Propaganda
UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pós Graduação ―Lato Sensu‖ em Fisioterapia Traumato Ortopédica
Funcional
Everton Berlato
Luis Fernando Tokumoto
Marcus Vinicius Noronha de Oliveira
O PAPEL DA FISIOTERAPIA EM LESÕES TRAUMATO ORTOPÉDICAS DE
QUADRIL EM IDOSOS
LINS - SP
2009
EVERTON BERLATO
LUIS FERNANDO TOKUMOTO
MARCUS VINICIUS NORONHA DE OLIVEIRA
O PAPEL DA FISIOTERAPIA EM LESÕES TRAUMATO ORTOPÉDICAS DE
QUADRIL EM IDOSOS
Monografia apresentada à Banca
Examidora do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium, como
requisito parcial para obtenção do título
de
especialista
em
Fisioterapia
Traumato Ortopédica Funcional sob a
orientação dos professores M.Sc.
Evandro Emanoel Sauro e M.Sc Heloísa
Helena Rovery da Silva
LINS –SP
2009
EVERTON BERLATO
LUIS FERNANDO TOKUMOTO
MARCUS VINICIUS NORONHA DE OLIVEIRA
O PAPEL DA FISIOTERAPIA EM LESÕES TRAUMATO ORTOPÉDICAS DE
QUADRIL EM IDOSOS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de especialista em Fisioterapia Traumato Ortopédica
Funcional.
Aprovada em ____/____/_____.
Banca Examinadora
Prof. M.sc. Evandro Emanoel Sauro
Mestre em Medicina Experimental pela Universidade de Marília - SP
_______________________________________________________________
Prof. M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva
Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG
_______________________________________________________________
LINS – SP
2009
4
DEDICATÓRIA
Aos meus Pais
Obrigado pelo carinho, paciência, dedicação e conforto que vocês me proporcionaram
nesta etapa de minha vida.
Amo vocês
Everton Berlato
A minha família
Obrigado pelo respeito e por me ajudar a vencer mais essa etapa da minha vida.
Everton
A minha namorada Ana
Obrigado por estar presente mais uma vez em outra etapa vencida em minha vida.
Te amo
Everton
Aos meus parceiros
Obrigado a vocês pela união e amizade.
Everton
5
A Deus
Agradeço primeiramente a Deus na realização e conclusão deste trabalho porque ele
nos ofereceu muita sabedoria e gratidão nesta etapa de nossas vidas para q
pudéssemos finalizar este trabalho com muita satisfação
Obrigado Senhor
A toda minha família
Dedico a minha família pelo apoio e incentivo dado a todos momentos em que precisei
e que foram essenciais para conclusão deste trabalho, porque cada um teve sua
participação direta e indiretamente.
Amo todos vocês
A minha namorada Marcela
Pela compreensão e pela força oferecida nesta trajetória. E que sempre esteve presente
nesta batalha, nunca desanimando das barreiras que tinham pelo caminho.
Valeu Má
Aos meus parceiros
Dedico aos meus parceiros Everton Berlato e Marcus Noronha pela união, pela
compreensão e pelo empenho dado por cada um na realização deste trabalho.
Valeu Marquinhus e Berlato
6
Aos meus pais: José Roberto e Fátima
A vocês que me deram o dom da vida, me educaram e são os principais responsáveis
pela conclusão de mais uma etapa de minha vida, sempre com muito amor e carinho, se
esforçando para realizar este sonho em minha vida, sou muito grato a vocês.
AMO VOCÊS
DO SEU FILHO MARCUS
A toda minha família
A vocês que me mostraram o que é união, integridade, honestidade e caráter, meu
muito obrigado.
Amo vocês
Marcus
A todos meus amigos
Obrigado por dividirem comigo essa fase da minha vida, pelos bons e maus momentos,
sempre com muita amizade
Sucesso a vocês
Obrigado
Markinhus
A minha namorada Juliana
O que posso dizer desta pessoa tão especial que é você hein? Bom apesar de estarmos
juntos a pouco tempo você já me encantou. Quero te agradecer, pois você com seu jeito
meigo e carinhoso sabe me fazer feliz. Mais do que uma namorada você é uma grande
amiga, com quem posso contar a todas as horas.
Te adoro muito
Do seu namorado Marcus
Aos meus parceiros
Dedico a vocês meus parceiros, Tokumoto e Berlato, pela união e amizade que sempre
cultivamos. Sucesso para vocês.
Marcus
7
AGRADECIMENTOS
A Deus
Grandes foram as lutas, maiores as vitórias/ Sempre estiveste conosco/ Muitas
vezes pensamos que este momento nunca chegaria/ No entanto, Tu sempre estavas
presente, na alegria ou na tristeza, fazendo da vitória uma derrota, da fraqueza uma
força/ Com Tua ajuda vencemos/ Não chegamos ao fim, mas ao início de uma longa
caminhada.
Everton, Luis Fernando e Marcus
À nosso orientador Evandro
Obrigado pela paciência.Suscesso e que Deus o abençoe.
Everton, Luis Fernando e Marcus
À nossa orientadora Heloísa
Obrigado pela dedicação, confiança, entusiasmo dedicado a nós, pelo auxílio
para vencermos mais uma etapa de nossas vidas, por transmitir um pouquinho de sua
sabedoria e conhecimentos, e claro pela paciência. Que Deus te abençoe.
Everton, Luis Fernando e Marcus
Aos nossos mestres
Obrigado a vocês que conseguiram passar de uma forma simples e objeitva os
seus conhecimentos, somos muitos gratos a todos vocês pela nossa formação.
Everton, Luis Fernando e Marcus
Ao pessoal da biblioteca.
Obrigado pela colaboração e paciência de vocês, que sempre nos atendeu com
muito carinho. Valeu.
Everton, Luis Fernando e Marcus
8
RESUMO
A fisioterapia é a ciência da saúde que estuda, previne e trata disfunções
cinéticas funcionais dos sistemas e órgãos do corpo humano. O papel do
fisioterapeuta é elaborar o diagnóstico cinesiológico funcional, solicitar exames
complementares, se necessário, e elaborar o projeto de intervenção
fisioterapêutica adotando a melhor estratégia para superar os déficits
funcionais apresentados. Este profissional realiza suas condutas até atingir o
melhor resultado terapêutico, podendo atuar em diversas áreas como a
Ortopedia e Traumatologia, Neurologia e Pneumologia. A palavra Ortopedia
surgiu do grego Orthos (correto) e Pedia (criança), com significado de correção
dos defeitos das crianças. Mas a história da ortopedia é tão antiga quanto à da
medicina, sendo chamados de ortopedistas antigos médicos que tratavam do
aparelho locomotor. A traumatologia é a especialidade médica que lida com o
trauma do aparelho músculo-esquelético. Embora pareça ser o estudo de todo
tipo de trauma ela se limita a traumas ósseos e tendinosos dos MMSS e MMII,
por exemplo, traumas na região do quadril. O quadril é uma articulação que se
localiza entre a cintura pélvica e a extremidade inferior, sendo formada pela
cabeça do fêmur e que se encaixa a outra estrutura chamada acetábulo, que é
uma região do osso da pélvis. Por ser uma articulação o quadril este sujeito a
processos degenerativos com o passar dos anos, ocasionando problemas
como a artrose. O processo do envelhecimento é um fenômeno normal para
todo ser humano capaz de causar diversas modificações deixando – o mais
exposto a diversas afecções ósseas. O presente estudo objetiva ressaltar o
papel da fisioterapia nas lesões traumato ortopédico de quadril em idosos. Para
tanto foi realizada uma ampla revisão bibliográfica que abrange a historiografia
da fisioterapia, sua importância e a origem da ortopedia e traumatologia para
assim adentrar na funcionalidade do quadril. As lesões traumato ortopédicas de
quadril aqui tratadas se referem especificamente ao idoso.
Palavras – chave: Fisioterapia. Ortopedia e Traumatologia. Quadril. Idoso.
9
ABSTRACT
Physical health is a science, which studies, prevent and treat disfunctions
kinetic functional systems and organs of human body. The role of the
physiotherapist is to make the diagnosis Kinesiologic functional, request
additional tests if necessary, draw up the design of physiotherapy intervention,
adopting the best strategy to overcome the functional deficits presented. This
professional performs its pipelines until discharge, to achieve the best
therapeutic result. The word orthopedics came from the Greek Orthos (correct)
and ask (child), significant correction of the defects of children, but the story of
orthopedics is as old as the medical and called orthopedists old doctor who
treated the locomotor system. The trauma is the medical specialty that deals
with the trauma of the musculo-skeletal system, although the study appears to
be all kinds of trauma it is limited to trauma of bone and tendonous MMSS and
MMII. The hip is a link that is located between the pelvic girdle and lower
extremity, is formed by the head of the femur and fits another structure called
the acetabulum, which is a region of the pelvis bone. The process of aging is a
normal phenomenon for any human being capable of causing several changes,
such as cartilaginous degeneration, leaving - the most exposed to various bone
diseases. This study aims to highlight the role of physiotherapy in orthopedic
injuries of hip in the elderly. To that end was made a broad review covering the
historiography of physiotherapy, its importance, the origin of orthopedics and
traumatology so enter the functionality of the hip. The orthopedic injuries of hip
treated here is specific to the elderly.
Keywords: Physical Therapy. Orthopedics and Traumatology. Hip. Aged.
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Palpação – Crista Ilíaca... .............................................................
19
Figura 2: Espinha Ilíaca Postero-superior.....................................................
19
Figura 3: Exercício de flexibilidade para os músculos flexores e 20
extensores do quadril....................................................................................
Figura 4: Articulação do Quadril....................................................................
26
Figura 5: Anatomia do Quadril....................................................................... 28
42
Figura 6: Próteses de quadril........................................................................
Figura 7: RX prótese cimentada.................................................................... 43
Figura 8: RX prótese não-cimentada............................................................. 43
LISTA DE SIGLAS
ABBR – Associação Beneficente de Reabilitação
A.C. – Antes de Cristo
ATQ – Artroplastia Total de Quadril
D. C. – Depois de Cristo
MMII – Membros Inferiores
MMSS – Membros Superiores
RX – Radiografia
USP – Universidade de São Paulo
U.T.I – Unidade de Terapia Intensiva
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO…………………………………………………………………... 11
CAPÍTULO I – A FISIOTERAPIA……………………………………………
13
1
HISTÓRIA………………………..………………………………………..
13
1.1
Definição………...…………………………………………………….......
15
1.2
Perfil Do Fisioterapeuta………………………………………................
16
1.3 A Importância Da Fisioterapia………………………….……….............. 16
1.4 Ortopedia E Traumatologia……………………………………...............
22
CAPÍTULO II – O QUADRIL…………………………………………………
26
2
ANATOMIA DO QUADRIL…………………………………………….... 26
2.1
Cinesiologia do quadril………………………………………….............. 28
CAPÍTULO III – O IDOSO……………………………………………………… 31
3
ENVELHECIMENTO……………………………………………………..
CAPÍTULO IV – LESÕES TRAUMATO ORTOPÉDICAS DO QUADRIL
31
34
ORIGEM DA DOR…………………………………………………………
34
4.1 Lesões de quadril................................................................................
37
4.2 Intervenção cirúrgica...........................................................................
40
4
CONCLUSÃO.............................................................................................. 45
REFERÊNCAIS...........................................................................................
46
12
INTRODUÇÃO
Diante desse mundo globalizado, que apresenta múltiplos desafios para
o homem, tem sido compelido a um agir que a muito nos tem distanciado de
um viver com qualidade.
Infelizmente é fato notório a séria crise pela qual passa a saúde no Brasil
como um todo e quando se relaciona a Saúde Pública, geralmente observa-se
um agravamento dessa situação. Exatamente em uma área que deveria
abraçar o ser humano por completo, minimizando ao máximo suas mazelas.
Nesse sentido a pesquisa pretende avaliar: A que ponto a fisioterapia é
importante na recuperação de pacientes idosos com
doenças traumato
ortopédicas de quadril?
Tendo em vista o alto índice de doenças traumato ortopédicas em
membros inferiores é de grande valia a construção de um estudo detalhado
dessas doenças, dando ênfase no quadril, com fins de atualização e
aprofundamento sobre tão relevante temática.
Este estudo tem como objetivo esclarecer dúvidas a respeito do tema e
realizar uma atualização dos métodos específicos de tratamento e a partir
deste ponto focar nas técnicas atuais em relação à reabilitação de quadril nas
diversas doenças traumato ortopédicas.
Sabe-se de antemão que o quadril é uma articulação proximal do
membro inferior, e os seus movimentos são realizados por uma única
articulação, a articulação coxofemural.
Talvez, pelo fato de esta articulação apresentar suas superfícies
articulares semelhantes às de uma esfera, ainda hoje é fator preponderante de
problemas. Aliás, haja visto que o quadril apresenta alguns dos mais
importantes problemas em todo o campo da cirurgia ortopédica, e devido a esta
articulação que surgiu a era das próteses articulares.
Esta pesquisa adentra ao campo da Saúde e tem como cunho central
valorizar o papel da fisioterapia nas doenças traumato ortopédicas de quadril.
O trabalho apresenta a seguinte divisão:
Capítulo I – Descreve sobre a importância da Fisioterapia e a Ortopedia
e Traumatologia.
13
Capítulo II – Descreve sobre a articulação do quadril.
Capítulo III – Descreve sobre o idoso.
Capítulo IV – Relata as diversas lesões traumato ortopédicas do quadril,
tratamentos, intervenção cirúrgica.
Para finalizar apresenta-se a conclusão do trabalho.
14
CAPÍTULO I
A FISIOTERAPIA
1
HISTÓRIA
Na Antigüidade, no período de 4.000 a.C. e 395 d.C. os cidadãos que
apresentavam todo tipo de doença, na época denominada de diferenças
incomodam, já causavam intensa preocupação e havia forte preocupação em
eliminar essas diferenças incomodas e o utilizado para isso era através de
recursos, técnicas, instrumentos e procedimentos.
Nessa época, acreditava-se que o uso da ginástica estava unicamente
nas mãos dos sacerdotes e que era empregada somente com fins terapêuticos,
ou seja, os movimentos do corpo humano, quando estudados, racionalizados e
planejados eram utilizados no tratamento de disfunções orgânicas já
instaladas.
Galeno (130 a 199 d.C.) conseguiu por meio de uma ginástica
planificada do tronco e dos pulmões corrigir o tórax deformado de um rapaz até
chegar á condições normais A pretensão era exclusivamente à cura dos
indivíduos que fossem portadores de alguma doença ou deformidade.
As ordens eclesiásticas eram inimigas do corpo. Os hospitais da idade
média tinham caráter eclesiástico, localizavam-se junto aos mosteiros e suas
salas de enfermos estavam ao lado das capelas, havendo inclusive altares na
sala dos enfermos, não havendo local apropriado para a realização de
exercícios.
No Renascimento volta a aparecer alguma preocupação com o corpo
saudável. O humanismo e as artes desenvolveram-se e permitiram,
paralelamente a retomada dos estudos relativos aos cuidados com o corpo e o
culto ao físico.
Nessa época nota-se uma preocupação com o tratamento e os cuidados
com o organismo lesado e também com a manutenção das condições normais
já existentes em organismos sãos. No final do renascimento o interesse pela
saúde corporal começa a especializar-se.
No que tange especificamente ao Brasil, na década de 50 a incidência
15
de poliomielite atingia índices alarmantes e como conseqüência o número de
indivíduos portadores de seqüelas motoras e que necessitavam de uma
reabilitação para a sociedade. O número de pessoas acometidas pêlos
acidentes de trabalho no Brasil se apresentava como um dos maiores da
América do Sul, e essa expressiva faixa populacional precisavam ser
reabilitados para reintegrar o sistema produtivo do país.
Em 1951, surge no Brasil o primeiro curso para a formação de técnicos
em fisioterapia. Em 1956 surgiu o primeiro curso com duração de dois anos
para formar fisioterapeutas que atuassem na reabilitação
Em homenagem ao professor de física biológica da Faculdade de
Medicina, criador de um serviço de eletrorradiologia na referida cadeira em
1919, o curso paramédico levou o nome de Raphael de Barros, formando então
aqueles que na época eram considerados como primeiros fisioterapeutas. Em
1952, a cátedra de Fisioterapia é retomada na Faculdade de Ciências Médicas
do RJ e é criada, em 1954, a Associação Beneficente de Reabilitação (ABBR),
que 2 anos depois ministra o curso de técnico em reabilitação.
No que tange ao papel do fisioterapeuta nos anos 50 e 60, aparecia
como mera modalidade
integrante da terapêutica médica que, o Conselho
Federal de Educação emite a definição oficial do fisioterapeuta, a saber:
é definido como auxiliar médico; compete-lhe a
realização apenas de tarefas de caráter terapêutico
(ou seja, incapaz de avaliar o paciente); e que a
execução das mesmas tarefas deve ser precedida
de uma prescrição médica - o exercício profissional é
desempenhado sob a orientação e responsabilidade
do médico.
A década de 60 caracterizou-se por intensas mobilizações da categoria,
mesmo que deforma centralizada no eixo Rio-São Paulo, e que culminou com o
Decreto Lei nº 938, do dia 13 de Outubro de 1969 reconhecendo a profissão de
Fisioterapeuta. Em 1975 cria-se o Conselho Federal de Fisioterapia e
conseqüentemente os Conselhos Regionais
16
1.1
Definição
Segundo as Leis e Atos Normativos das Profissões de Fisioterapeuta e
do Terapeuta Ocupacional (2001), na atualidade, a fisioterapia é tida como uma
ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais
intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações
genéticas, traumas e doenças adquiridas. Fundamenta,
suas ações em
mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da biologia,
das ciências morfológicas,das ciências fisiológicas, das patologias, da
bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da cinesia e da sinergia funcional de
órgãos e sistemas do corpo humano.
Segundo a lei, o Fisioterapeuta é um profissional da saúde com
formação acadêmica superior, habilitado à construção do diagnóstico dos
distúrbios cinéticos funcionais, a prescrição das condutas fisioterapêuticas, sua
ordenação e indução no paciente, bem como, o acompanhamento da evolução
do quadro funcional e sua alta do serviço.
Em assim sendo, tem como principais atribuições: elaborar o diagnóstico
cinesiológico funcional, prescrever, planejar, ordenar, analisar, supervisionar e
avaliar as atividades fisioterápicas dos clientes, sua eficácia, resolutividade e
condições de alta.
Ainda com base nas Leis e Atos Normativos das Profissões de
Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional (2001) faz-se saber que as
principais áreas de atuação são: a Fisioterapia Clínica que se desenvolve em
hospitais, clínicas, ambulatórios, consultórios e centros de reabilitação; a
Saúde Coletiva que abrange programas institucionais, ações básicas de saúde,
fisioterapia do trabalho e vigilância sanitária; a Educação que inclui a docência,
a extensão, a pesquisa, supervisão, direção e coordenação de Cursos de
Fisioterapia; a Indústria que abrange os projetos de aparelhos de fisioterapia e
supervisão de qualidade; o Esporte desenvolvido em clubes esportivos,
seleções de modalidades coletivas; e a Fisioterapia veterinária que trata de
animais domésticos e cavalos de corrida. As especialidades reconhecidas pelo
Conselho
Federal
são:
Fisioterapia
Neurofuncional,
Pneumofuncional, Acupuntura, Osteopatia, Quiropraxia.
Fisioterapia
17
1.2
Perfil do fisioterapeuta
Por conseguinte, em vistas de abarcar tantas responsabilidades, os
profissionais de Fisioterapia necessitam ter uma formação holística, que
permita a eles pensar e agir, não somente direcionados pela área de atuação,
mas interrelacionando-se com outras áreas.
A partir desta visão de interdisciplinaridade na atuação do profissional
propõe que o currículo do curso de Fisioterapia deva ser integrado à realidade,
de forma a permitir uma reflexão da teoria e prática, formando um profissional
com base geral sólida e específica, com visão global do paciente, inserido em
um contexto social específico.
O perfil do profissional a ser formado é de um fisioterapeuta apto a
superar os desafios diários dos inúmeros distúrbios ou lesões apresentadas
pelos pacientes. O fisioterapeuta elabora o diagnóstico cinesiológico funcional
apresentado pelo paciente, solicita exames complementares de imagem,
hematológicos ou outros, para de forma crítica, proceder à elaboração do
projeto de intervenção fisioterapêutica, adotando a melhor estratégia para
superar os déficits funcionais apresentados por cada paciente. Este profissional
administra suas condutas até a alta, ao atingir o máximo resultado terapêutico.
1.3
Importância da fisioterapia
O tempo é algo interessante e a história parece se repetir a todo
instante. Fato relevante é se observar que o sol, calor, água e eletricidade mais
massagens e exercícios venham sendo utilizados desde os primórdios da
humanidade até a atualidade sem perder sua origem.
Com a evolução dos tempos tem-se hoje o que se constitui como
fisioterapia e por desenvolver um estudo que adentra ao campo da saúde, é
necessário uma atenção maior em prol de um processo de construção de
conhecimento
mais humanizado, que desenvolva no futuro profissional um
pensar e agir embalado pelo amor, carinho, respeito, dedicação, acolhimento.
18
Ações esta de extrema importância em função de que este profissional
fisioterapeuta estará integralmente com pacientes, que, é uma pessoa que
padece; doente; pessoa que está sob cuidados médicos.
Essa definição, sugere um cerceamento no campo de atuação
profissional, cabendo ao fisioterapeuta desenvolver suas atividades apenas
num indivíduo já acometido por uma patologia.
O Tratamento fisioterapêutico é proposto em função da sintomatologia
apresentada: dor localizada (tender points) - laser, tens, massoterapia, fadiga:
programas de condicionamento físico, dores musculoesqueléticas difusas,
cefaléia crônica, rigidez matinal, parestesias: exercícios globais e exercícios de
alongamento.
Os exercícios de baixa intensidade são os mais benéficos. Outros
recursos fisioterapêuticos são menos utilizados - Tens, eletroacupuntura,
crioterapia, terapia manual e biofeedback, e mostram efeitos benéficos em
curto prazo.
A fisioterapia tem importante papel na diminuição do impacto dos
sintomas na vida dos pacientes por meio de várias abordagens terapêuticas,
melhorando a sua capacidade funcional e contribuindo para a manutenção de
sua qualidade de vida.
Na atualidade, o fisioterapeuta tem propiciado resultados muito positivos
em menos tempo, o que contribui para a redução de medicamentos e alívio dos
sintomas desta síndrome.
O fisioterapeuta destina uma abordagem personalizada, respeitando-se
o padrão tensional específico de cada indivíduo. Uma grande vantagem é que
o indivíduo devidamente tratado passe a apresentar mais liberdade para
realizar suas atividades da vida diária tais como trabalhar, realizar as tarefas
domésticas e praticar esportes. Hoje é indispensável o acompanhamento
fisioterapêutico especializado.
A fisioterapia traumato Ortopédica atua na prevenção e tratamento das
doenças dos ossos, músculos, articulações e ligamentos. Trabalha na
reabilitação de pós-fraturas, entorses, luxações, traumas ou contusões
musculares, amputações, distúrbios mecânicos da coluna vertebral, póscirurgias, dentre outras, utilizando recursos objetivando alívio de quadro álgico,
eliminação de processo inflamatório, melhora na circulação sangüínea,
19
fortalecimento muscular, recuperação de movimentos, equilíbrio, propriocepção
e reeducação postural.
As terapêuticas associadas à Fisioterapia Traumato ortopédica são:
Cinesioterapia - Terapia por movimentos. São exercícios que têm como
objetivo trabalhar articulações e musculatura.
Eletroterapia - Terapia com aparelhos elétricos. Ultra-som, ondas curtas,
TENS, entre outros. São utilizados para facilitar a recuperação dos
tecidos lesados.
Termoterapia - Tratamento com aplicação de calor como Infravermelho
para relaxamento da musculatura e diminuição de quadro álgico.
Crioterapia - emprego de gelo como terapêutica antiinflamatória e
analgésica, geralmente em aplicações localizadas para tratamento de
contusões, luxações e edema.
No que concerne mais especificamente sobre ao quadril, à palpação é
uma das metodologias mais indicadas na avaliação fisioterápica. Observa-se
qualquer dor à palpação, temperatura, espasmo muscular ou outros sinais e
sintomas.
Fonte: HILLMAN, 2002, p. 148.
Figura 1: Palpação – Crista Ilíaca.
20
Fonte: HILLMAN, 2002, p. 148.
Figura 2: Espinha Ilíaca Postero – superior.
O
conhecimento
das
fraturas
do
fêmur
é
imprescindível
ao
fisioterapeuta, pois com ele o mesmo se torna apto a ministrar o tratamento de
forma adequada visando uma recuperação rápida e eficiente do paciente.
A população idosa freqüentemente apresenta déficits fisiológicos de
equilíbrio e controle postural; diminuição da massa muscular, da funcionalidade
dos membros inferiores e da capacidade de locomoção, fatores que se
agravam após a ocorrência de fratura ou cirurgia do quadril, tornando a
reabilitação uma estratégia imprescindível, principalmente, tratando-se da
restauração dessas funções prejudicadas.
Nesse sentido, a força muscular influencia significativamente no
desempenho e funcionalidade da marcha, já que uma musculatura mais
resistente proporciona melhor estabilidade articular aos movimentos, maior
segurança na deambulação, e conseqüente melhora do equilíbrio e
propriocepção. Quando se tem uma marcha adequada, deduz-se que há um
bom senso espacial de posicionamento articular e uma musculatura íntegra.
Mangione e Palombaro (2005) indicam exercícios de maior intensidade
como fortalecimento muscular com sobrecarga, treino aeróbico, funcional e de
equilíbrio; todas as variáveis obtiveram bons resultados, porém, destacou-se o
ganho significativo de força dos extensores e abdutores do quadril e dos
extensores do joelho; tais grupos musculares promovem a estabilização e o
posicionamento
articular,
facilitando
assim
a
ação
dos
receptores
21
proprioceptivos e favorecendo a percepção motora e o equilíbrio, e
sucessivamente, a marcha.
Fonte: TIDSWELL, 2001, p. 297.
Figura 3: Exercício de flexibilidade para os músculos flexores (A) e
extensores(B) do quadril.
Hauer et al. (2002) afirma que além do fortalecimento progressivo, o
treino de funcionalidade e equilíbrio, através de exercícios mais específicos
como, sentar-se e levantar da cadeira, subir e descer escadas mantém
o
controle postural em ortostatismo.
Verifica-se, na literatura, de acordo com os autores, aumento
significativo da força muscular, melhora da marcha e do desempenho funcional
para o grupo intervenção, neste caso, enfatizando o ganho de equilíbrio e
maior confiança e segurança dos participantes em relação ao medo de quedas
durante a deambulação. Esta evolução foi influenciada, principalmente, pelo
treinamento específico.
Mangione et al. (2005) afirma que indivíduos idosos necessitam de um
tempo maior para que ocorram os processos de recuperação tecidual e
consolidação óssea bem como a readaptação funcional e a sua manutenção, o
22
que sugere um programa de extensão domiciliar, visando o retorno, o mais
próximo possível, do estado de atividade funcional do período pré-fratura.
A ocasião ideal para se iniciar o tratamento fisioterapêutico nas fraturas
de quadril também representa um fator importante no processo de reabilitação.
A maioria dos estudos que abordam este tema, adota como critério a liberação
da descarga parcial ou total de peso no membro acometido, partindo-se do
princípio clínico que preconiza a preservação da estabilidade do foco da fratura
e a prevenção contra intercorrências, caso a consolidação óssea não esteja
evoluindo adequadamente.
Em qualquer lesão, afirma Mancuso (2000), ocorrem eventos fisiológicos
específicos em resposta ao traumatismo. Cabe ao fisioterapeuta reduzir a
gravidade desses efeitos fisiológicos, otimizar o tempo de cicatrização e
devolver o atleta à competição o mais cedo possível sem comprometer seu
bem-estar.
Ainda de acordo com o Mancuso (2000), os objetivos principais e/ou
rotineiros, de um programa de fisioterapia incluem:
a) melhora do quadro sintomatológico;
b) aceleração cicatricial;
c) melhorar mobilidade articular;
d) ganho de ADM;
e) melhorar resistência muscular;
f) restabelecer a propriocepção.
A fisioterapia tem como principais objetivos no pós-operatório de
artroplástia total de quadril (ATQ), restabelecer a função, controle do quadro
álgico e obter um controle muscular que possibilite ao indivíduo retornar aos
níveis de atividades prévios ou melhorados.
Atualmente, a hidroterapia tem apresentado grande prestígio no
tratamento de inúmeras disfunções, dentre estas, as de causas ortopédicas. As
propriedades ímpares de flutuação e de resistência da água fazem dela um
importante recurso para o fisioterapeuta, proporcionando ao mesmas
numerosas opções para a elaboração de um programa de reabilitação
individual. As vantagens da redução do peso corporal e da imersão em um
meio com resistência são bem conhecidas, razão pela qual foi estimulada a
utilização da água como meio de reabilitação
23
Portanto, pode-se, sem dúvida afirmar que a fisioterapia capacita o ser
humano a se recuperar de seqüelas adquiridas por doenças e traumas, tanto
após uma cirurgia quanto um traumatismo.
1.4
Ortopedia e Traumatologia
A história da medicina é tão rica e tão antiga como a evolução da
humanidade. O homem primitivo e as primeiras civilizações foram vítimas de
catástrofes naturais, doenças e guerras. E a máquina humana, o corpo, sofria o
reflexo de tudo isso. As descobertas arqueológicas das antigas civilizações —
como os assírios, os egípcios, os maias, astecas e outros povos, suas múmias
e restos mortais — mostram que diversas afecções ósseas floresceram nesses
períodos.
A palavra ortopedia surgiu do grego Orthos (correto) e Pedia (criança),
com significado etimológico de correção dos defeitos da criança. A história da
ortopedia é tão antiga quanto à história da medicina, mesmo não sendo
chamado de ortopedistas os antigos médicos que tratavam das afecções do
aparelho locomotor.
Dos estudos de Brakoulias (2005) tem-se que em fósseis de homens
primitivos se encontraram ossos fraturados que consolidaram bem alinhados.
Isto ocorreu pelo simples processo fisiológico da consolidação, mas é possível
que tenha existido alguma imobilização rudimentar. Em múmias egípcias foram
encontradas imobilizações tipo tala. Em 2830 a.C. foi feita uma escultura que
usava muletas em um portal na tumba de Hirkouf.
O autor informa ainda que no papiro de Edwin Smith, roubado de uma
tumba em 1862, atribuído a Imhotep que era médico, arquiteto, astrólogo, e
primeiro ministro do Egito os traumas foram classificados de acordo com os
seus prognósticos em três categorias: uma doença que eles deveriam tratar,
uma doença que eles deveriam combater e uma doença que eles não
tratariam.
Deshaies et al. (2004) teorizam que no século XII, a Europa volta a
despertar de um período cultural escuro voltando a construir universidades e
24
hospitais, porém, somente no século XVI que ressurgem novos personagens
na história da ortopedia:
a) Ambrose Pare, pai da cirurgia francesa, é um representante desta
época.
b) Bourg Herent publicou a obra Dez Livros de Cirurgia e entre as
técnicas projetou instrumentos, próteses,coletes para escoliose e
botas ortopédicas.
c) Theodoric de Bologna, no século XIII, no seu texto Chiurgica de
Theodoric, de 1267, descreveu o manejo das fraturas da coluna
espinhal e surpreendentemente muitas de suas técnicas são usadas
até hoje
A palavra traumatologia tem suas origens na Grécia. Provem do grego
ostéon, osso + logos, ciência, tratado, discurso.
A Traumatologia é a especialidade médica que lida com o trauma do
aparelho músculo-esquelético. No Brasil as especialidades são unificadas,
recebendo o nome de Ortopedia e Traumatologia.
Embora a traumatologia pareça ser o estudo de todo tipo de trauma, ela
lida apenas com as lesões ósseas e tendinosas dos membros superiores,
inferiores, bacia e coluna. O trauma abdominal é visto pelo cirurgião geral, o
trauma craniano pelo neurocirurgião, etc.
No dicionário a traumatologia é definida como a parte da ciência que
diagnostica e trata os traumas sobre o esqueleto e trauma como qualquer
aumento de energia sobre um determinado segmento corporal geralmente
provocando dor ou desestabilidades. Assim sendo, o trauma (ou traumatismo)
é todo ferimento interno ou externo. Existe também o Politraumatizado que se
refere ao paciente que tem múltiplos traumas.
O trauma deve ser pensado como uma doença e não como um acidente,
pois mais da metade das mortes e das lesões por trauma são evitáveis.
Uma reflexão que conduza a entender o trauma como doença o faz
tratável ao passo que se compreendido como acidente findado por não
fornecer subsídios para um tratamento.
25
Com esta mudança de pensamento inicia-se a prevenção do trauma,
através da educação e leis que obrigam ao uso de capacetes, cintos de
segurança, air bag, proibição de álcool ao dirigir e de drogas.
É a principal causa de morte entre adolescentes e adultos jovens, e
quando não mata deixa graves seqüelas para o resto da vida. O trauma reduz
a expectativa de vida mais do que o câncer ou as doenças cardíacas. O trauma
mata mais do que matou a guerra do Vietnam. Apesar de o trauma consumir
grande parte do dinheiro destinado à saúde pública e ao seguro social, a perda
de um ente querido sempre prevalecerá sobre os gastos atingidos.
Woo; Thomas; Chan (2004) afirmam que neste século surgiram novas
técnicas, aparelhos, exames, internet e grande aprofundamentos nos estudos
biomecânicos ao passo que Bayat; Barton; Ollier (2004) e Tan (2003) alegam
que o completo entendimento da seqüenciado genoma humano trará avanços
inimagináveis.
A velocidade da informação e as novas tecnologias estão presentes na
modernidade.
26
CAPÍTULO II
O QUADRIL
2
ANATOMIA DO QUADRIL
O quadril é uma articulação localizada entre a cintura pélvica e a
extremidade inferior. É formada pela cabeça do fêmur e uma cavidade, que é
uma região do osso da pélvis denominada acetábulo. A fricção entre estes
ossos é reduzida pela presença de uma camada de cartilagem e por um agente
lubrificante, denominado líquido sinovial.
Fonte: SHAGOLD; MIRKIN, 1994, p. 96.
Figura 4: Articulação do quadril.
Nos ossos do quadril identificam-se três articulações:
a) a sinfisiana referente à união das sínfises.
b) a sacroilíaca, união entre o osso sacro e os ilíacos.
c) a coxofemoral
27
A coxofemoral é a de maior significância para o estudo das lesões.
A mesma é uma das articulações do membro inferior (M.I) a qual tem a
função especifica de sustentação e locomoção do corpo humano. Esta é
classificada como sinovial, esferoidal, permitindo movimento nos três planos
(frontal, sagital e transversal) sendo o mesmo limitado pelas estruturas ósseas,
capsulares e mioligamentares.
O colo do fêmur, parte óssea que antecede superiormente a cabeça do
fêmur, é considerado a parte mais fraca do fêmur por ser constituído por osso
trabecular e possuir menor diâmetro em relação às demais partes. O colo do
fêmur forma com a diáfise do fêmur o ângulo colo-diafisário direcionando o
fêmur medialmente e para baixo do quadril.
Nesse sentido, Gould III (1993) acresce que este mesmo ângulo pode
ser denominado de ângulo de inclinação, podendo variar de acordo com idade,
sexo e maturação óssea, seu valor médio no adulto é de 125°, quando este
ângulo apresenta-se excessivo denomina-se de coxa vara, e quando
diminuído, coxa valga.
É comum na articulação do quadril ter-se-á a fratura de colo de fêmur
que fica abaixo da face articular até logo acima da região intertrocantérica e tal
lesão pode interromper a irrigação sangüínea da cabeça do fêmur e gerar uma
necrose avascular.
Uma imagem descritiva da anatomia do quadril:
Fonte: SHAGOLD; MIRKIN, 1994, p. 102.
Figura 5: Anatomia do Quadril.
28
A cabeça do fêmur articula-se com os ossos do quadril, encaixando-se
no acetábulo para constituir uma juntura sinovial de tipo esferóide, triaxial,
denominada articulação do quadril.
O complexo articular do quadril é um conjunto organizado de tecidos que
precisam absorver e transmitir repetidamente forças enormes ao longo da vida.
2.1
Cinesiologia do quadril
Os movimentos do quadril são realizados unicamente pela articulação
coxofemural, no formato de enartrose muito coaptada ao passo que embora
apresente características que se assemelha à articulação do ombro, a do
quadril não permite tal amplitude de movimento observada articulação da
mesma. No entanto, é mais robusta e estável, pré-requisitos indispensáveis
para a transferência de peso que ocorre nesse nível.
As suas funções primárias são: apoiar o peso da cabeça, dos MMSS e
do tronco durante as posturas eretas e atividades dinâmicas com sustentação
do peso corporal, como caminhar, correr e subir escadas, além de proporcionar
uma via de transmissão das forças entre as extremidades inferiores e a cintura
pélvica.
Foi pela articulação do quadril que surgiu a era das próteses articulares,
transformando a cirurgia do aparelho locomotor.
Os ligamentos do quadril dividem-se em ligamento iliofemoral,
pubofemoral, isquiofemoral, redondo e transverso do acetábulo. Assim, o
ligamento iliofemoral é extremamente forte e reforça a região anterior da
articulação do quadril. No sentido ínfero-lateral, divide-se em duas faixas,
iliotrocantérica, que se insere na face superior da linha troncantérica, e a faixa
mediana inferior, que se insere na face inferior da linha troncantérica.
O feixe superior é o mais forte dos ligamentos da articulação (8 a 10 mm
de espessura) e o ligamento iliofemoral cobre a articulação do quadril
anteriormente e superiormente, sendo o principal estabilizador do quadril na
posição ortostática.
29
O ligamento pubofemoral liga-se medialmente à eminência iliopectínea e
ao ramo superior do osso púbico, bem como à crista e à membrana
obturatórias. Lateralmente, liga-se à face anterior da linha troncantérica. A
cápsula da articulação do quadril não é apoiada por nenhum ligamento entre o
ligamento pubofemoral e a faixa inferior do ligamento iliofemoral.
Em analisando a anatomia do quadril, tem-se em consonância que a
mesma é uma articulação esferoidal, propensa a dois tipos básicos de
problemas:
O colo estreito do osso da coxa (fêmur) pode se quebrar. Isso muitas
vezes acontece quando uma pessoa idosa cai e quebra o quadril.
A parte esférica do fêmur deve obter seu sangue através do colo estreito
que se liga à pélvis. A pequena artéria que nutre a cabeça do fêmur pode se
romper, levando à morte do osso e a certo tipo de artrite. A dor no quadril é
muitas vezes sentida no meio da coxa; a dor na região lombar das costas é
sentida na região do quadril, e pode irradiar-se pela lateral da coxa em direção
ao joelho. Em decorrência do fato do quadril estar localizada em um local tão
profundo, às vezes pode ser difícil localizar a fonte exata da dor, porém, as
causas mais comuns de dor no quadril são lesão ou trauma, necrose asséptica,
causada por uma artéria obstruída na cabeça do fêmur, infecção, artrite
reumatóide, osteoartrite, bursite troncantérica, necrose asséptica, doença de
Legg-Calve-Perthes.
Na literatura, encontram-se outras lesões que podem acometer o idoso e
fazer com que este sinta dor e até venha a necessitar de intervenções
cirúrgicas.
30
CAPÍTULO III
O IDOSO
3
ENVELHECIMENTO
Envelhecer é um ato de generosidade, é poder ter sido oportunizado ao
longo da vida vivenciar experiências múltiplas e poder compartilhar das
mesmas com os mais jovens.
Em concordância com o momento sócio-histórico vivenciado pela
humanidade, e em assim sendo, a velhice finda por ser vista de forma diversa
conforme os diferentes momentos na história.
Não se pode compreender a realidade e o significado da velhice sem
que se examine o lugar, a posição destinada aos velhos e que representação
se faz deles em diferentes tempos e em diferentes lugares.
O envelhecimento biológico do ser humano sempre existiu; o que não se
encontram são dados suficientes para precisar com exatidão em que momento
da história a velhice foi socialmente contextualizada.
É pelo trabalho de pesquisa realizado por antropólogos e sociólogos que
se encontra a possibilidade de apontar tal momento.
Vilas Boas (2005) afirma que a palavra idoso vem do latim, do
substantivo aetas, palavra feminina que corresponde à idade ou espaço de
tempo, da qual se originou a palavra idade.
O processo do envelhecimento é um fenômeno inerente a todo ser
humano, capaz de desencadear modificações biopsicosociais. É nesta etapa
da vida que começam a se evidenciar as fragilidades do corpo. Por
determinação do próprio organismo, alguns hormônios deixam de ser
produzido, o que gera a diminuição da capacidade funcional de órgãos e
tecidos;
conseqüentemente,
há
a
desaceleração
da
velocidade
do
metabolismo, tornando o idoso mais suscetível a doenças.
A marcha é a atividade mais comum que o ser humano realiza, sendo
uma habilidade motora fundamental para a locomoção, automatizada
31
aproximadamente aos sete anos de idade e permanecendo relativamente
estável por quase toda a vida.
No entanto, como no transcorrer dos anos ocorre, segundo Shagold e
Mirkin (1994) uma redução gradativa da eficiência do aparelho locomotor, que
ocorre pela diminuição da força e da massa muscular, assim como diminuição
na flexibilidade.
De acordo com o autor, estudos têm procurado demonstrar que a
flexibilidade pode constituir em um fator limitante no desempenho da marcha,
especialmente de pessoas idosas. O encurtamento e a fraqueza dos músculos
extensores do quadril podem limitar sua amplitude de flexão, reduzindo a
amplitude articular.
Nesse sentido, Kerrigan (2001) afirma que uma redução na flexibilidade
da musculatura flexora do quadril compromete o desempenho da mobilização
articular – redução da amplitude de hiperextensão articular do quadril e,
conseqüente, limitação da amplitude da passada e provoca um aumento na
inclinação anterior da pelve durante a marcha, levando a uma instabilidade,
devido o deslocamento anterior do centro de gravidade.
Berg et al. (1997) demonstram que a execução da marcha,
independente de velocidade, perfaz um total de 48% das quedas em idosos.
Muito disso é decorrente de tropeços, que ocorrem com mais freqüência em
idosos, especialmente durante a fase de balanço médio , pois este é o
momento onde o pé (na fase aérea) passa mais próximo do chão.
Estudos da American Geriatrics Society (2001) confirmam que a maior
freqüência e severidade das quedas ocorrem após os 60 anos de idade.
Conseqüentemente, torna-se possível inferir que a conservação da
funcionalidade dos músculos que agem ao redor da articulação do quadril
possui um papel importante sobre o padrão da marcha dos idosos, fazendo-se
necessárias estratégias que visem reduzir a perda da flexibilidade ao redor da
articulação do quadril.
Viel (2001) acresce que a manutenção da habilidade de caminhar é
importante para sujeitos idosos, pois constitui um elemento fundamental em
todas as suas atividades diárias independentes.
32
Honeycute e Ramsey (2002) afirmam que a manutenção das funções
normais da marcha é um fator determinante para a redução do risco de quedas
entre idosos
Em assim sendo, os autores afirmam que independente do tipo, ou
mesmo das características dos exercícios empregados na sessão de
flexibilidade, tais exercícios foram satisfatórios para provocar alterações em um
número de variáveis dinâmicas da marcha.
Concluem ao inferir que dentre as alterações induzidas pelos exercícios
de flexibilidade, o aumento da altura do metatarso em relação ao solo foi a
mais importante. Aumentos na altura mínima de elevação do metatarso em
relação ao solo são determinantes para a redução do risco de tropeços e
quedas em idosos.
33
CAPÍTULO IV
LESÕES TRAUMATO ORTOPÉDICAS DE QUADRIL
4
A ORIGEM DA DOR
A dor continua sendo uma das grandes preocupações da Humanidade.
Desde os primórdios, conforme sugerem os registros gráficos pré-históricos e
os vários documentos escritos anteriormente, não há razões que justifiquem a
ocorrência da dor e procedimentos destinados a seu controle nas variadas
regiões do mundo.
A interpretação das dimensões da dor varia de acordo com cada
sociedade e com o momento histórico em que esta se encontra. Apesar de a
dor estar inserida em uma categoria universal, ela não é expressa do mesmo
modo em todas as culturas e talvez não seja sentida de forma idêntica por
todos os indivíduos.
Para Bodachne (2002) o limiar para a dor varia não somente de um
indivíduo para outro, mas também de acordo com sua cultura, ou seja,
independentemente de suas bases anatômicas e fisiológicas. A dor parece ter
fundamento cultural e social.
De acordo com Freitas et al (2006), nos textos cuneiformes da
Mesopotâmia, nos papiros do Egito, nos documentos da Pérsia e da Grécia são
expressas a ocorrência e a atenção para com as conseqüências nefastas da
dor como também para com o desenvolvimento de medidas visando seu
controle.
Ainda para Freitas et al (2006), as histórias e as lendas versando sobre
heróis, deuses e indivíduos com atividades comuns freqüentemente fazem
referência à ocorrência de dor em vários momentos das suas vidas. Os povos
primitivos e os muitos povos de diversas culturas ainda nos dias de hoje
basearam-se em modelos pré-lógicos fundamentados na imaginação coletiva
para justificar os mecanismos e os tratamentos da dor. Identificavam o homem
34
e seu meio ambiente não diferenciando o interior do exterior e classificavam os
fatos de acordo com idéias funcionais.
Dor e inimigos eram colocados no mesmo nível. A dor era considerada
ataque à pessoa, punição para uma falta ou atenuação de demônios ou de
deuses e, eventualmente, dos inimigos do homem: a dor súbita causaria
quebra inesperada e não previsível da relação entre o indivíduo e o meio
ambiente; os homens e os animais reagiriam igualmente, com expressões de
raiva ou de medo, correspondendo às reações de luta ou de ataque.
Os povos primitivos distinguiam a dor ocasionada por fatores externos
(queimaduras, feridas, fraturas, abscessos) e as de causa interna (dores
abdominais, torácicas ou de cabeça), cuja razão lhes era impossível
compreender. Os povos atuais usam argumentos lógicos para justificar ambas
as condições.
Como durante os primórdios da Humanidade atribuiu-se a dor aos maus
espíritos e às punições por faltas cometidas, a Medicina era exercida por
sacerdotes que, a serviço de deuses, empregavam remédios naturais e
acreditavam que as preces apresentassem efeitos terapêuticos.
Além de aliviar a dor e perdoar as ofensas, usavam também feitiços e
sacrifícios para proporcionar a imortalidade e a cura. Assim, com sacrifícios,
suplícios e preces dos sacerdotes, os deuses lhes agradeciam proporcionando
alívio.
O conceito religioso de dor, é fundamentado na medicina clássica com
Hipócrates: Divinunstest opus sedare dolorien - Sedar a dor é obra divina.
Enquanto para causas externas o tratamento com remédios era, geralmente,
muito eficaz, para dor de causa interna apelava-se para forças divinas a fim de
que, mediante sacrifícios ou rituais, se expulsassem os maus espíritos.
A observação da natureza, proporcionou ao homem elementos para
combater a dor e as doenças: analisou o fato de os animais banharem-se com
barro para proteger-se das picadas dos insetos, observou como os cachorros
purgavam-se comendo plantas e raízes, sentir estados de excitação ou
sonolência ao ingerir determinadas frutas ou ervas.
Indubitavelmente, os meios físicos e os remédios vegetais foram os
primeiros instrumentos que o homem usou como analgésicos. Grande
variedade de métodos empregados contra a dor no passado, incluindo rituais,
35
usa de plantas medicinais, manipulações físicas, aplicação de calor, frio ou
fricção, é utilizada ainda hoje.
O pensamento lógico desenvolvido fundamentou-se em evidências mais
concretas e procurou objetivar os fenômenos com achados comparáveis.
A dor é uma sensação desagradável ou penosa, causada por um estado
anômalo do organismo ou parte dele; sofrimento físico, sofrimento moral, dó;
pena, compaixão, remorso.
É considerada uma experiência sensitiva e emocional desagradável,
associada a uma lesão real ou potencial de um tecido. Essa definição privilegia
a contribuição psicológica à experiência da dor. A dor é o sintoma isolado mais
freqüente entre as pessoas que consultam um médico.
A dor aguda começa com a estimulação de um ou mais dos numerosos
receptores especiais que existem na pele e nos órgãos internos. Esses
receptores recebem informação sobre calor intenso, picadas, cortes ou outras
ações
que
possam
provocar
dano
corporal,
a
qual
é
transmitida,
posteriormente, pelas fibras nervosas até a medula espinhal.
Da medula, o estímulo doloroso chega a diferentes partes do cérebro.
Algumas áreas do cérebro determinam a localização e a causa da dor,
enquanto outras integram a informação sensitiva ao estado global do
organismo, produzindo a sensação emocional denominada dor.
Apesar de tantos significados atribuídos a uma pequena palavra,
somente a pessoa, na sua individualidade, é capaz de perceber o seu corpo e
suas necessidades de maneira particular. Da minha experiência enquanto
humana, penso a dor como uma ‗mensagem‘ do corpo cuja simbologia nos
remete a um processo de prevenção de futuros problemas.
A dor continua sendo uma das grandes preocupações da Humanidade.
Desde os primórdios do ser humano, conforme sugerem alguns registros
gráficos da pré-história e os vários documentos escritos ulteriormente, o
homem sempre procurou esclarecer as razões que justificassem a ocorrência
de dor e os procedimentos destinados a seu controle. A expressão da dor varia
não somente de um indivíduo para outro, mas também de acordo com as
diferentes culturas.
A ocorrência de dor, especialmente crônica, é crescente, talvez em
decorrência de novos hábitos de vida; maior longevidade do indivíduo;
36
prolongamento de sobrevida dos doentes com afecções clínicas naturalmente
fatais; modificações do ambiente em que vivemos; e provavelmente, do
reconhecimento de novos quadros dolorosos e da aplicação de novos
conceitos que traduzam seu significado.
Para Fujiki et al (2008), a dor no quadril é uma queixa comum no
ambulatório do médico ortopedista. Porém, com uma boa anamnese, a
observação da marcha e uma semiologia cuidadosa do quadril consegue se
diferenciar as doenças crônicas de agudas; se a afecção é intra ou extraarticular e se é fratura ou processo inflamatório. Além disso, é necessário
descartarmos as doenças que acometem a coluna e as raízes nervosas, os
problemas
do
sistema
geniturinário,
abdominais,
circulatórios,
anexos
femininos e alterações das partes moles que envolvem a região.
4.1
Lesões de quadril
Ao se pensar em vida, automaticamente se pensa em qualidade de vida.
Na atualidade, o número de pessoas da terceira idade vem crescendo
paulatinamente e em vistas de uma expectativa de vida da população
brasileira, uma nova concepção em atendimento surge, a saber, a
traumatologia geriátrica.
Fukiji et al (2008) afirma que as alterações intra-articulares: artroses,
seqüelas das doenças relacionadas com a infância, necroses avasculares,
impacto articular com alteração labral, infecções, causam, além da queixa
dolorosa, diminuição da mobilidade articular ao exame. Ao contrário, alterações
periarticulares, como as tendinites e bursites, além da dor, não costumam
causar diminuição do movimento articular, sendo a mais comum, a bursite do
grande trocanter, sendo mais raras, bursites do ílio-psoas e tuberositárias.
Normalmente estas doenças estão relacionadas com o micro trauma ou póstrauma crônico ou em atletas por sobrecarga, porém, na maioria das vezes,
são tratadas clinicamente, sendo raras as indicações operatórias.
Huddleston e Ferguson (2006) explicitam que o traumatismo é uma
lesão advinda de força; pode ser acidental, auto imposta ou um ato de violência
37
que atinja vários sistemas e requer atenção imediata para evitar perda do
membro ou da vida.
Cantera e Domingo (2000) complementa ao informar que nos idosos os
acidentes são uma das principais causas de lesões incapacidades e
internações em lares e em outras instituições, constituindo a sexta causa de
óbito no idoso são as causas externas atrás das doenças cardiovasculares,
câncer, doenças neurológicas, respiratórias e metabólicas.
A palavra doença é muito ampla e neste estudo em especifico por estar
tratando da problemática envolvendo quadril, as fraturas do mesmo constituem
lesões traumáticas peculiares à idade avançada, representando em média 50%
das internações por trauma nos hospitais de pronto-socorro.
Estima-se que cerca de 80% desses casos ocorrem em idosos capazes
de andar sozinhos e vivendo em comunidade.
Hargrove-Huttel (1998), afirma que uma queda resulta da incapacidade
da mecânica postural do corpo em manter uma posição ereta em razão da
desestabilização interna ou externa.
Para o autor, no idoso as principais causas de quedas estão
relacionadas às mudanças fisiológicas do envelhecimento, ao uso de
medicamentos, a doenças associadas e a fatores ambientais.
Hargrove-Huttel (1998) ainda afirma que as quedas na população idosa
representam um problema de saúde pública. Dos indivíduos que sofreram uma
queda, 5 a 25% podem apresentar lesões relevantes, e dos que requerem
internação hospitalar apenas 50% sobrevive um ano após.
Para o autor, depois de sofrerem uma queda a autonomia dos idosos
diminui consideravelmente,
uma
série
de
atividades básicas (sentar-
se,alimentar-se, levantar-se) e instrumentais (tomar medicamentosa hora certa,
fazer compras, utilizar transportes coletivo) ficam comprometidos.
Segundo Martimbianco et al (2008), as fraturas de quadril podem ser
classificadas pela região anatômica: 1- fraturas do acetábulo, consideradas
muito complexas, geralmente ocorrem em pacientes poli-traumatizados, e são
causadas por traumas de alta energia; 2- fraturas do colo do fêmur, as quais
representam 45% de todas as fraturas de quadril; geram complicações, pois
podem prejudicar o aporte sanguíneo da cabeça femoral, caracterizando o
quadro de necrose; 3- fraturas intertrocantérica (extracapsulares) que ocorrem
38
entre o grande e o pequeno trocânter, também são muito comuns em idosos; 4subtrocantéricas, que são consideradas de menor incidência (6,7). As fraturas de
quadril são muito graves e na maioria das vezes tratadas cirurgicamente, isso
porque estão associadas a complicações bastante importantes, e em longo
prazo
As lesões decorrentes do trauma podem vir acompanhadas por um
prolongado período de tratamento e por um aumento considerável do número
de complicações.
Estas complicações constituem a causa precipitante de morte e também
são responsáveis por casos de cronicidade, incapacidade, invalidez e suas
conseqüências biopsicosociais. Uma equipe interdisciplinar ortopédica e
geriátrica diminui significativamente a incidência de sepse, pneumonia,
tromboembolismo, infecção do trato urinário, úlceras de pressão, sangramento
gastrointestinal, insuficiência coronariana e eventos cerebrovasculares.
Já Freitas et al. (2006) pontua que a Organização Mundial da Saúde
considera as fraturas do fêmur proximal como um importante problema de
saúde pública, não só em países desenvolvidos, como também naqueles em
desenvolvimento.
Segundo Freitas et al. (2006), no Brasil não se dispõe de dados
estatísticos sobre custo destas fraturas, porém, nos Estados Unidos, gastam-se
10 bilhões de dólares por ano, com uma previsão de 30 bilhões de dólares por
ano nos próximos anos.
A abordagem cirúrgica é o elemento chave no manejo da fratura de
quadril.
O atraso na cirurgia e na mobilização pode afetar funcionalmente e
aumentar as complicações associadas ao repouso prolongado, como
tromboembolismo, infecção do trato urinário, atelectasia e úlcera de pressão.
Por outro lado, cirurgia precoce sem estabilização clínica do paciente pode
aumentar o risco de complicações perioperatórias.
Franzo e Francescuti (2005) pontuam que as principais complicações
sistêmicas pós-operatórias encontradas na literatura são:
a) Infecção urinária.
b) Pneumonia e delirium, seguidas por úlcera de pressão.
c) Insuficiência cardíaca.
39
d) Acidente vascular cerebral.
e) Tromboembolismo.
f) Pico hipertensivo.
g) Arritmias cardíacas.
h) Infarto agudo do miocárdio.
Kamel (2005) ainda explica que o Delirium em idosos, após cirurgia de
fratura de quadril, é uma complicação freqüente (35%), principalmente se
associado a quadro de demência.
Já a infecção do trato urinário é uma complicação muito freqüente em
pacientes no pós-operatório de fratura de quadril (23%), levando à maior
incidência de delirium e maior tempo de internação. O Uso de antibiótico
profilático no período Peri operatório mostrou importante diminuição de
infecção do trato urinário.
Pires (2002) teoriza que o paciente que sofre um trauma é diferente de
qualquer outro tipo de paciente, pelas próprias circunstâncias que originaram
seu estado; de um modo geral era uma pessoa rígida e com saúde, até que,
subitamente, devido a algum tipo de acidente passou a se encontrar em um
estado grave, necessitando de assistência imediata, sem estar preparado para
tal situação.
Bodachne (2002) afirma que o atendimento do paciente idoso
traumatizado segue os mesmos parâmetros do adulto, respeitando as
peculiaridades
caracterizadas
pelas
alterações
anatômicas,
funcionais,
presença de doenças associadas e utilização de medicamentos.
Em decorrência do gradual desenvolvimento da população idosa que se
tornou necessário dar maior ênfase ao assunto, uma vez que esta
transformação social exige a ampliação da assistência a questões relativas ao
envelhecimento humano, principalmente no tocante à área da saúde.
4.2
Intervenção cirúrgica
40
Ao se observar o processo de evolução humana, não podemos fechar os
olhos ao surgimento de novas tecnologias e a velocidade com que aparecem e
tornam-se arcaicas.
Difícil pensar se tal propositura é assustadora ou animadora.
Este questionamento é uma discussão que pertence à sociedade e
como tal talvez não seja possível excluir o papel político, o que cada um está
fazendo. Talvez tenhamos também que pensar que toda mudança implica
fazeres.
A mais nova das linguagens, a Informática, faz parte do cotidiano e do
mundo do trabalho. Vive-se o mundo da parabólica, dos sistemas digitais, dos
satélites, da telecomunicação.
Conviver com todas as possibilidades que a tecnologia oferece é mais
que uma necessidade, é um direito social.
A tecnologia configura-se como um corpo de conhecimentos que além
de usar o método científico, cria e/ou transforma processos materiais. Toda e
qualquer tecnologia vai aos poucos e gradativamente criando um ambiente
humano totalmente novo.
Certamente esta nova ambientação é construída a partir da artroplastia
de quadril, procedimento este que é realizado em sua maioria, em pacientes
idosos. A maior probabilidade de ocorrência de patologias associadas neste
grupo de paciente chama a atenção para a importância de uma avaliação préoperatória criteriosa.
O preparo clínico, a manutenção e a adequação dos medicamentos
cronicamente utilizados têm grande impacto no prognóstico e na evolução
clínica per e pós-operatórias desses indivíduos.
A Artroplastia ou Prótese Total do Quadril se caracteriza pela
substituição ou troca da articulação do quadril. Esta cirurgia foi idealizada por
ortopedistas para restabelecer a função da articulação coxo-femoral. Muitas
doenças acometem esta articulação, sendo que as mais importantes são:
Artrose de Quadril e Fraturas do Colo do Fêmur.
A realização da cirurgia de prótese, o paciente deve estar hospitalizado
e ter uma série de exames complementares. O ato cirúrgico é realizado em
ambiente totalmente estéril e com equipe cirúrgica bem treinada. Normalmente
41
esta cirurgia dura 3 horas. Após a cirurgia, o paciente deverá permanecer na
Unidade de Tratamento Intensivo - U.T.I. - durante 24 horas.
Os cuidados após a cirurgia são muito importantes. Dependendo do tipo
de prótese, o paciente deverá ficar até 45 dias sem apoiar o membro operado.
A articulação pode ser substituída, total ou parcialmente, por uma
prótese, para restabelecer sua função, promovendo o movimento e o alívio da
dor. A implantação de próteses articulares tornou-se uma cirurgia amplamente
utilizada por cirurgiões no mundo inteiro, proporcionando melhor qualidade de
vida aos pacientes que, anteriormente, estariam condenados ao leito,
O pioneiro na ciência e prática da substituição articular protética na
atualidade é Sir John Charley, da Inglaterra, que, em 1962, depois de muitas
pesquisas, desenvolveu sua artroplastia de baixa fricção da articulação do
quadril
Os tipos de próteses totais de quadril são:
a) a prótese cimentada (figura 6) é aquela em que se usa cimento ósseo
para fixar o componente acetabular na bacia e a parte femoral no
fêmur. A mais utilizada é a prótese de Chanrley. O acetábulo é
confeccionado com polietileno de alta densidade e a parte femoral é
feita de liga metálica cobalto-cromo-titânio. Normalmente usa-se esta
prótese em pacientes com idade mais avançada.
b) a prótese não-cimentada (figura 7) é aquela em que se fixam suas
partes (acetábulo e componente femoral) diretamente na superfície
óssea, sem a utilização de cimento. Este tipo é indicado para pessoas
mais jovens, com boa qualidade óssea.
c) na prótese híbrida, o componente acetabular é fixado à bacia através
de parafusos, sendo o componente femoral fixado com cimento ao
fêmur. É usada em pacientes com até 75 anos de idade.
d) as próteses uni e bi-polares são utilizadas em pacientes idosos, com
fratura do colo do fêmur e que necessitam sair do leito o mais precoce
possível.
e) as endo-próteses são utilizadas para a substituição de grandes
segmentos ósseos, como no caso de um tumor que comprometa a
parte superior do fêmur.
42
f) as
próteses
em
copa
estão
em
desuso,
sendo
utilizadas
eventualmente em pacientes com fratura de acetábulo em péssimas
condições de saúde, pois uma prótese total necessita de maior tempo
cirúrgico e anestésico, dificilmente suportado por esse tipo de
paciente.
Fonte: BODACHNE, 2002, p. 72.
Figura 6: Próteses de quadril.
Tanto as próteses cimentadas como as não cimentadas, cada uma
possui características próprias e peculiares, cuja indicação fica na dependência
de fatores diversos, tais como idade, grau de atividade, grau de atividade física,
qualidade da massa óssea e a objetividade da cirurgia, etc.
Fonte: BODACHNE, 2002, p. 132.
Figura 7: RX prótese cimentada.
Fonte: BODACHNE, 2002, p. 133.
Figura 8: RX prótese não-cimentada.
A artroplastia total do quadril é um procedimento de alta complexidade,
que exige do especialista, conhecimentos profundos de anatomia, de
fisiopatologia e de biomecânica.
Existem três tipos de acesso que expõe o quadril que são o anterior,
lateral e posterior e quatro abordagens para a exposição do quadril: anterior,
anterolateral, medial e posterior.
43
No que tange ao procedimento cirúrgico, a técnica de Charnley é a mais
empregada e utiliza-se a via de acesso lateral, uma vez que facilita a colocação
da prótese acetabular em posição correta.
O empenho maior é pela seção do grande trocanter a fim de abrir maior
campo para a luxação da cabeça e quando há dificuldade de luxar a cabeça,
secciona-se previamente o colo e depois se retira em dois ou três fragmentos.
Muitas vezes, até pelo fato de a medicina muitas vezes gerar
insegurança em quem está adoentado e em seus familiares, talvez a grande
questão a ser feita seja acerca de quando for necessário conduzir um paciente
com sintomatologia de trauma no quadril até a mesa cirúrgica.
A artroplastia de quadril é uma cirurgia indicada para o tratamento de
problemas na articulação coxofemoral, como fratura, artrose, artrite reumatóide
e outros.
A substituição total da articulação do coxofemoral pela prótese está
indicada quando as demais intervenções cirúrgicas deixaram de ser optativas,
assim como no paciente idoso que provavelmente não sobrevirá à duração da
prótese.
A cirurgia de colocação de prótese de quadril é realizada principalmente
em pacientes portadores de artrose grave da articulação natural do quadril,
quando existe uma grande limitação dos movimentos e a dor é muito intensa,
tornando as atividades diárias muito penosas. Em certos casos de fratura do
colo do fêmur ou de necrose da cabeça do fêmur, justifica-se também a
realização dessa cirurgia.
A indicação mais freqüente para a artroplastia total de quadril é para os
pacientes acima dos 60 anos, com atividade física limitada. Nenhum tipo de
artroplastia, até o presente, é capaz de restaurar o quadril para a prática de
desportos violentos. Na artrite reumatóide indica-se em qualquer idade, desde
que o ataque a outras articulações tenha reduzido a capacidade funcional do
paciente.
A dor é o principal motivo de limitação funcional para o paciente
submetido à artroplastia total de quadril.
Para Martimbianco et al (2008), há um conjunto de intervenções que se
complementam para que se obtenham melhoras significativas no processo de
44
reabilitação de quadril, e promoção de melhor qualidade de vida do paciente,
proporcionando sua independência nas atividades de vida diária.
45
CONCLUSÃO
Precisa-se mais do que nunca de um mundo de regeneração. O eixo do
tempo está acelerado e a passagem do tempo não é mera percepção. Atinge a
tudo e a todos em geral.
Nada pronto tudo a construir, desenvolver cada dia mais uma atitude
reflexiva critica, para que tenham a percepção que o lado humano jamais pode
ser colocado em segundo lugar.
Que deve a cada dia ter respeito por todo ser humano que a for
designado.
O idoso, em especial, tem a necessidade de manter a habilidade de
caminhar uma vez que será o fator preponderante para que continuem hábeis,
independentes nas suas atividades diárias. Mesmo porque uma caminhada
normal imporá menos riscos e probabilidades de quedas.
Em assim sendo, que o profissional fisioterapeuta possa ser aquele que
irá auxiliar, propiciar a este idoso que ele tenha, mesmo após um período de
convalescença árduo e de muita dor, qualidade de vida, auto-estima, bem estar
pessoal. Que sua capacidade funcional, seu estado emocional, sua interação
social possam lhe oportunizar um convívio familiar sereno, tranqüilo.
Todo ser humano merece nosso respeito e não estão aqui apenas por
estar e sim para participar, atuar em prol da construção de solos mais férteis a
cada dia.
Que as Instituições de ensino e a sociedade possam perceber, olhar o
futuro profissional fisioterapeuta como agentes de transformação pois, desta
maneira, irá se iniciar um processo de recuperação.
46
REFERÊNCIAS
ALLERHEILIGEN, W. B. Stretching and Warm-up. In: Baechle TR. Essentials
of strength training and conditioning. Illinois: Human Kinetics. 1994.
AMERICAN GERIATRICS SOCIETY. Guideline for the prevention of falls in
older person. Philadelphia: J Am Geront Soc, 2001.
BAYAT A; BARTON A; OLLIER W. E. Dissection of complexgenetic disease:
implications for orthopaedics. Miami: ClinOrthop Relat Res, 2004.
BERG, W. P. et al. Circumstances and consequences of falls independent
communitydwelling older adults. Miami: Age and Aging, 1997.
BLAKISTON, Dicionário medico. 2. ed. São Paulo: Andrei, 1982.
BODACHNE L. Traumas no idoso. In: FREITAS E.V., Py L., 2002.
BRAKOULIAS
V.
História
da
ortopedia.
http://www.ortopediars.com.br/Site/content/historia/asp.
09/01/2009.
Disponível
Acesso
em:
em:
BRASILEIRO, J. S. et al. Influência do resfriamento e do aquecimento local na
flexibilidade dos músculos isquiotibiais. Revista Brasileira de Fisioterapia,
Fev 2007, vol.11, no.1, p.57-61.
CANTERA I.R; DOMINGO P.L. Guia prático de enfermagem: geriatria. Rio de
Janeiro: McGraw Hill; 2000.
CRISTOPOLISKI, F. Efeito Transiente de Exercícios de Flexibilidade na
Articulação do Quadril Sobre a Marcha de Idosas. Revista Brasileira de
Medicina Esportiva – Vol. 14, No 2 – Mar/Abr, 2008.
DESHAIES, E. M. et al. Medieval management of. spinal injuries: parallels
between Theodoric of Bologna and contemporary spine surgeons. Neurosurg
Focus, 2004.
DOLL, J; GORZONI, ML. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.
FRANZO; A., FRANCESCUTTI C; SIMON G. Risk factors correlated with
pos-operative mortality for hip fracture surgery in the elderly: a
population-based approach. Udinese: Eur J Epidemiol, 2005.
FREITAS EV; et al. Tratado de Geriatria e gerontologia. 2.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.
47
FUJIKI, E. N. et al. Bursite peritrocantérica: descrição de nova manobra
semiológica para auxílio diagnóstico. Acta ortop. bras. 2008, vol. 16, no. 5, pp.
296-300.
GANN, N. Ortopedia Guia de consulta rápida para fisioterapeuta. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
GILLHAM, B. Case Study Research Methods. Padstow. Continum, 2000.
GOULD III, J. A Fisioterapia na Ortopedia e na Medicina do Esporte. 2.ed.
São Paulo: Manole, 1993.
HARGROVE-HUTTEL, R. A Enfermagem médico-cirúrgico. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
HAUER K, et al. Intensive physical training in geriatric patients after severe
falls and hip surgery. Heidelberg, 2002.
HILLMAN, S. K. Avaliação, Prevenção e Tratamento imediato das lesões
esportivas. São Paulo: Manole, 2002.
HONEYCUTT, P. H. RAMSEY, P. Factors contributing to falls in elderly
men living in the community. Geriatric, 2002.
HUDDLESTON S.S; FERGUSON S.G. Emergências clínicas: abordagens,
intervenções e auto-avaliação. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
KAMEL K.H. The frequency and factors linked to a urinary tract infection
coding in patients undergoing hip fracture surgery. J Am Med Direct. 2005.
KERRIGAN D.C, et al. Biomechanical gait alterations independent of speed
in the healthy elderly: evidence for specific limiting impairments. Arch
Phys Med Rehab 1998.
__________________, Reduced hip extension during walking: health
elderly and fallers versus young adults. Arch Phys Med Rehab 2001.
___________________, Effect of a hip flexor-stretching program on gait in
elderly. Arch Phys Med Rehab 2003.
KISNER, C.; COLBY, A. L. Exercícios Terapêuticos. 4. ed. São Paulo:
Manole; 2005.
LEIS E ATOS NORMATIVOS DAS PROFISSÕES DE FISIOTERAPEUTA E
DO TERAPEUTA OCUPACIONAL. 2. ed. Porto Alegre. Crefito 5; 2001.
MACHADO, M.H. As profissões de saúde: uma abordagem sociológica. Rio
de Janeiro: Fiocruz, 1995.
48
MANCUSO, J. P. Fisioterapia e o esporte. Disponível em
http://www.milton.com.br/esporte/saiba_mais/ft_1.htm. Acesso em: 11/01/2009.
MANGIONE K.K, et al. Can elderly patients who have had a hip fracture
perform moderate-to-high-intensity exercise at home? Physical Therapy, v.90,
n. 20, 2005.
MANGIONE, K. K. e PALOMBARO, K.M. Exercise prescription for a patient 3
months after hip fracture. Physical Therapy. 2005; p. 85-87.
MARTIMBIANCO; et al. Efeitos da propriocepção no processo de reabilitação
das fraturas de quadril. Acta ortop. bras. 2008, vol. 16, no. 2, pp. 112-116.
MILLS, P. M.; BARRETT, R. S. Swing phase mechanics of healthy young
and elderly men. Hum Mov Sci 2001.
MORIN, E. Ciência com Consciência. Rio de Janeiro: Bertrand, 1996.
MOUSTAKAS, C. Phenomenological research methods. Thousand Oaks,
Calif. Sage Publications; 1994.
PIRES, M. T. B. Tratamento inicial do politraumatizado. Rio de Janeiro:
Médica e Científica; 2002.
REIS, F. A. et al. Análise da confiabilidade do método Figura Oito e da
volumetria para mensuração do edema de tornozelo. Revista Brasileria de
Medicina Esportiva, Dez 2004, vol.10, no.6, p.468-471; 2004.
RESENDE, M. A. et al. Estudo da confiabilidade da força aplicada durante a
mobilização articular ântero-posterior do tornozelo. Revista Brasileira de
Fisioterapia, 2006, vol.10, no.2, p.199-204.
SANCHEZ, E. L.. Histórico da fisioterapia no Brasil e no mundo. Rio de
Janeiro: Atualização; 1984.
SANTIN, J. R; BOROWSKI.M. Z; O idoso e o princípio constitucional da
dignidade humana. Passo Fundo: v. 5, n. 1, p. 141-153, jan./jun; 2008.
SHAGOLD M, MIRKIN G. Physiology and sports medicine. 2. ed.
Philadelphia: F. A. Davis Company; 1994.
SILVA, A. L. P. et al. Estudo comparativo entre a aplicação de crioterapia,
cinesioterapia e ondas curtas no tratamento da osteoartrite de joelho. Actual
Ortopedia Brasileira., 2007, vol.15, no.4, p.204-209.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana, 22. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006.
TAN, S. K. From genesis to genes. Singapura: Ann Acad MedSingapore;
2003.
49
TIDSWELL, M. Ortopedia para fisioterapeutas. São Paulo: Premier; 2001.
VERAS, R. Em busca de uma assistência adequada à saúde do idoso:
revisão da literatura e aplicação de um instrumento de detecção precoce
e de previsibilidade de agravos. Rio de Janeiro, 19(3):705-715, mai-jun,
2003.
VIEL E. A marcha humana, a corrida e o salto: biomecânica, investigações,
normas e disfunções. Paris: Tradução: Maria Alice Farah Calil Antonio. Barueri:
Manole; 2001.
VILAS BOAS, M. A. Estatuto do Idoso Comentado. Rio de Janeiro: Forense;
2005.
VITAL, R. et al Lesões traumato-ortopédicas nos atletas paraolímpicos.
Revista Brasileira de Medicina Esportiva, Jun 2007, vol.13, no.3, p.165-168.
WOO, S. L.; THOMAS M. e CHAN, S. S. Contribution of biomechanics,
orthopaedics and rehabilitation: the pastpresent and future. Pitsburgo:
Surgeon, 2004.
ZUCKERMAN, J. D. et al. Postoperative complications and mortality associated
with operative delay in older patients who have a fracture of the hip. Nova
Iorque: J Bone Joint Surg Am. 1995.
Download