EPSTEIN BARR E OUTROS VÍRUS NA ETIOLOGIA DOS MAIS

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EPSTEIN BARR E OUTROS VÍRUS NA ETIOLOGIA DOS MAIS VARIADOS
TIPOS DE CÂNCER
Jose de Felippe Junior
Câncer não são células malignas e sim células doentes
necessitando cuidados, não extermínio JFJ
Em 2004, Pagano provê os critérios para relação causal de infecções e o
posterior ou concomitante desenvolvimento do câncer e conclui como fatores causais os
seguintes agentes: Papilomavirus humano (carcinoma cervical); Poliomavírus humano
(mesoteliomas, tumor cerebral); Epstein Barr vírus (doença linfoproliferativa de células
B, carcinoma nasofaringeal); Sarcoma de Kaposi e linfomas (Herpesvirus); vírus da
hepatite B e hepatite C (carcinoma hepatocelular); vírus da leucemia de células T
humana (leucemias de células T) e Helicobacter pylori (carcinoma gástrico).
De um total de 175 casos com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço
encontrou-se HPV 16 e HPV 18 em 20% dos pacientes utilizando a técnica do PCR
tipo-específica (Quintero-2015).
Sete vírus incluindo, Epstein Barr vírus (EBV), Vírus da hepatite B (HBV),
Vírus da hepatite C (HCV), Sarcoma de Kaposi herpes virus (KSHV), Vírus da
imunodeficiência humana tipo-1(HIV-1), Vírus linfotrópico da célula T humana tipo-1
(HTLV-1), Papilomavírus humano (HPV) são classificados como carcinogênicos
comprovados pela “International Agency for Research on Cancer” (IARC).
Epstein Barr vírus (EBV) é um herpes vírus, com alta prevalência na população
mundial. Ele está por trás de muitas doenças incluindo, Espondilite anquilosante, Colite
ulcerativa, Síndrome de Sjogren, Doença de Chron, Hepatite autoimune, Lupus
Eritematoso Sistêmico, Esquizofrenia, Púrpura trombocitopênica idiopática, Doença
celíaca, Artrite reumatoide, Cistite intersticial, Encefalomielite aguda disseminada,
Síndrome de Guillain Barrè, Esclerose múltipla e Granulomatose de Wegner e ainda
pode causar muito tipos de câncer, linfoma de Burkitt, linfoma de Hodgkin, doenças
linfoproliferativas pós transplante, carcinoma nasofaringeal e câncer gástrico. Acresce
Linfoma não Hodgkin de células T e élulas Natural Killer, infecção crônica ativa por
EBV, infecção crônica ativa surgindo B-LPD e B-NHLs.
Em seguimento de pessoas da mesma família infectadas com EBV houve
durante 15 anos vários casos de glioblastoma multiforme, mieloma, linfoma e doenças
autoimunes (Purtillo-1981).
Devemos salientar que não devemos utilizar drogas inibidoras das histonas
desacetilases (HDACs) na presença de infecção por Herpes vírus, particularmente o
EBV, porque a acetilação da zona CpG ativa o ciclo lítico viral. Entretanto, o ácido
valpróico inibe o ciclo lítico de reativação do EBV, e ainda antagoniza a capacidade de
outros inibidores das histonas desacetilases ativarem o ciclo lítico do EBV (Gorres2016, Crespillo-2016, Fujii-2012).
Sua participação na carcinogênese esta relacionada com a ativação da via
PI3K/Akt/mTOR, uma vez que o EBV apresenta em sua membrana as chamadas
proteínas latentes de membrana (LMPs), mais especificamente LMP1 (latent membrane
protein1) e LMP2A, as quais, já foram evidenciadas in vitro como ativadoras da via
apenas descrita (Pan-2008, Nadour-2012).
Recentemente, segundo revisão sistemática e meta-análise encontrou-se forte
associação (p<0.0001) entre a infecção por Epstein Barr vírus e o fenótipo
hipermetilado da zona CpG (Zong-2014). Este fenômeno consiste na adição de radicais
metila (CH3) nas regiões promotoras dos genes (dinucleotídeos CpG) silenciando
precisamente os genes supressores de tumor.
É importante saber que a curcumina inibe a via PI3K/Akt/mTOR/NF-kappaB,
sendo útil no tratamento de neoplasias especificamente as EBV positivas (Choi-2008,
Chen-2012) e que a Scutellaria baicalensis possui efeito inibitório direto sobre o EBV e
suprime a promoção
em dois estágios da carcinogenêse do tumor de pele murino, in vivo, provocado pelo
EBV (Konoshima-1992).
A glicirrizina é ativa contra replicação do EBV em células Raji superinfectadas
de um modo dose dependente via inibição da DNA polimerase viral. Deste modo a
glicirrizina se constitui em uma nova maneira de controlar o EBV (Lin-2003).
A expressão do Epstein Barr nuclear antígeno 1 (EBNA1) é prevalente em todos
os tumores associados ao EBV e pode ser um alvo atraente como anti-EBV. Pois bem, o
epigalocatequina-galato debilita a persistência do EBV latente bloqueando a ligação do
EBNA1 ao orip-DNA in vitro e in vivo e, portanto, é um poderoso inibidor da infecção
por EBV (Chen e Tsai-2012). Outros mecanismos: o EGCG inibe AP-1, JNK, c-Jun e
ciclina D1, fatores que interferem na sobrevivência do EBV (Zhao-2004) e ainda o
EGCG por ser inibidor da histona acetiltransferase consegue suprimir a indução deste
vírus na transformação dos linfócitos B via supressão da acetilação do RelA (p65), fator
crítico para ativação do NFkappaB (Choi-2009).
O sulforafane inibe a reativação do EBV no carcinoma nasofaringeal,
bloqueando o ciclo lítico viral (Wu-2012).
Infecções causadas por membros da família Herpesvirus, Epstein-Barr vírus,
Citomegalovirus, Herpes simplex, Varicela-Zoster e Herpes-6 podem apresentar reações
cruzadas entre sí, devido à presença de substâncias antigênicas em comum. A utilização
da identificação do DNA viral por metodologia P.C.R. pode ser útil nestas situações.
Referências no site www.medicinabiomolecular.com.br
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