ANÁLISE DE TOPOLOGIAS DE ESPELHOS DE

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ANÁLISE DE TOPOLOGIAS DE ESPELHOS DE CORRENTE COM
TECNOLOGIA CMOS de 130nm(1)
Matheus Cortez(2), Paulo César C. de Aguirre (3), Alessandro G. Girardi (4)
(1) Trabalho
executado com recursos do Edital FAPERGS 2014 - PROBITI, da Pró-Reitoria de Pesquisa
Estudante, Bolsista, Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA; Alegrete, Rio Grande
[email protected].
(3) Co-orientador; Universidade Federal do Pampa.
(4) Orientador; Universidade Federal do Pampa.
(2)
do
Sul;
RESUMO: Os espelhos de corrente são circuitos muito utilizados para polarização em amplificadores operacionais e como
carga ativa devido à sua alta impedância de saída. Assim, esse trabalho se baseia na obtenção dos seguintes parâmetros
de algumas topologias de espelhos de corrente: condutância de saída (𝑔𝑜𝑢𝑡 ), tensão mínima de saída (𝑉𝑜𝑢𝑡 𝑚𝑖𝑛 ), área de
silício e erro da corrente de cópia devido a variações na tensão de saída. Isto permitiu a criação de um banco de dados
utilizando uma tecnologia de fabricação CMOS de 130nm.
Palavras-Chave: espelhos de corrente, corrente de cópia, corrente de referência, tecnologia 130nm.
INTRODUÇÃO
Os espelhos de corrente usando dispositivos ativos são vantajosos devido à sua facilidade de
integração e uso em circuitos integrados analógicos. Eles podem ser utilizados como elementos de
polarização em dispositivos de carga ativa para amplificadores substituindo resistências, devido à sua
pequena área de silício utilizada para fornecerem corrente de polarização (GRAY et al., 2009).
Dessa forma, a obtenção dos parâmetros e análise das variações no comportamento das topologias de
espelho de corrente visam a criação de um banco de dados com informações das suas características
elétricas para guiar o projetista na escolha da topologia mais adequada para sua aplicação.
METODOLOGIA
Os espelhos de corrente utilizam o princípio de que, se os potenciais 𝑉𝑔𝑠 de dois transistores MOS
idênticos são iguais, as correntes de dreno 𝐼𝑑 devem ser iguais para um dado potencial, 𝑉𝑑𝑠 , também igual.
Assume-se que a corrente de referência 𝐼𝑟𝑒𝑓 é fixa e definida por uma fonte de corrente ou por outro circuito
externo e a corrente de cópia é a saída ou corrente "espelhada". (ALLEN; HOLBERG, 2002)
A partir disso pode-se definir que se todos os transistores operarem na região de saturação esse circuito
irá atuar como um espelho de corrente. Sua corrente de cópia, devido à igualdade dos transistores e tensões
de polarizações, irá depender apenas das características físicas construtivas desses transistores.
Para análise foram selecionadas 3 topologias, a topologia Simples (Figura 1.a), a topologia Cascode
(Figura 1.b) e a topologia Wilson (Figura 1.c). Na topologia simples o valor de 𝑉𝑑𝑠 𝑟𝑒𝑓 = 𝑉𝑖𝑛 e 𝑉𝑑𝑠 𝑐ó𝑝𝑖𝑎 = 𝑉𝑜𝑢𝑡 .
(𝑊⁄𝐿) . (1 + 𝜆. 𝑉𝑑𝑠2 )
2
𝐼𝑐ó𝑝𝑖𝑎 =
. 𝐼𝑟𝑒𝑓
(1)
(𝑊⁄𝐿)1 . (1 + 𝜆. 𝑉𝑑𝑠1 )
V in = Vds ref
Vin = Vdsref
Vout = Vdscópia
I ref
I cópia
I ref
Vin
-
+
M1
M2
Vout
(a)
I ref
I cópia
+
+
+
Vin
+
I cópia
M1
-
Vout
M2
-
+
+
Vdsvref M3
M4 Vdscop
-
-
(b)
Vin
-
Vout
M2
+
-
+
M1
M3 Vdscop
-
(c)
Figura 1 – (a) Topologia Simples, (b) Topologia Cascode e (c) Topologia Wilson.
Para fins de comparação alguns parâmetros foram fixados, como a corrente de referência em 100𝜇𝐴
e as dimensões dos transistores em 𝑊 = 10𝜇𝑚 e 𝐿 = 1𝜇𝑚. Os seguintes parâmetros foram analisados:
condutância de saída (𝑔𝑜𝑢𝑡 ), tensão mínima de saída (𝑉𝑜𝑢𝑡 𝑚𝑖𝑛 ), área de silício e erro da corrente de cópia com
variação na tensão de saída. As tensões dreno-source, eq. (2), são referentes aos transistores que formam o
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
espelho de corrente. A tensão de Early, 𝑉𝑎 , é um parâmetro relacionado à inclinação da região de saturação
do transistor e varia conforme a tecnologia utilizada e com o comprimento de canal do transistor 𝐿.
𝑉𝑑𝑠 𝑐ó𝑝𝑖𝑎 − 𝑉𝑑𝑠 𝑟𝑒𝑓
𝜖=
(2)
𝑉𝑎
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As características elétricas das topologias analisadas foram extraídas através de simulação:
simulação de esquemático, leiaute e extração de elementos parasitas e simulação com inserção dos
elementos parasitas. A área encontrada para cada circuito está associada à área do leiaute otimizada, levando
em consideração a redução da área de silício.
As curvas apresentadas na Figura 2 mostram o comportamento da corrente de cópia à uma variação
na tensão 𝑉𝑜𝑢𝑡 e com isso foi possível extrair os resultados apresentados na tabela 1. O 𝑉𝑜𝑢𝑡 𝑚𝑖𝑛 é a tensão
mínima para que o circuito se comporte como espelho de corrente e a condutância é a derivada da curva na
região de saturação, para isso foram escolhidos 2 pontos quaisquer na região de saturação e calculado
através da eq. (3)
𝐼𝑐ó𝑝𝑖𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 1 − 𝐼𝑐ó𝑝𝑖𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 2
𝐺𝑜𝑢𝑡 =
(3)
𝑉𝑜𝑢𝑡 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 1 − 𝑉𝑜𝑢𝑡 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 2
Os resultados dos erros mostram que apesar de apresentar um baixo 𝑉𝑜𝑢𝑡 𝑚𝑖𝑛 a topologia simples de
espelho de corrente possui uma resistência muito baixa, tendo assim uma inclinação da região de saturação
e a dependência da tensão de saída muito alta. O circuito menos dependente da tensão de saída é a topologia
cascode devido à inserção de transistores para acréscimo de resistência. Na topologia Wilson clássica é
observado um erro de cópia de corrente devido a propria topologia cujo valor é proporcional a tensão vgs2 e
inversamente proporcional a tensão de Early.
Figura 2 – Comportamento 𝑰𝒄ó𝒑𝒊𝒂 𝒙 𝑽𝒅𝒔𝟐 .
Topologia
Simples
Cascode
Wilson
𝑔𝑜𝑢𝑡
28,6458𝜇𝑠
0,9803𝜇𝑠
1,1833𝜇𝑠
Tabela 1 – Parâmetros das topologias
Erro (𝑉𝑑𝑠 𝑐𝑜𝑝 + 10𝑚𝑉)
𝑉𝑜𝑢𝑡 𝑚𝑖𝑛
Área do leiaute
384,2𝑚𝑉
0,12%
56,41𝜇𝑚²
825,8𝑚𝑉
0,0049%
149,33𝜇𝑚²
787,5𝑚𝑉
88,26𝜇𝑚²
5,2577&
Erro (𝑉𝑑𝑠 𝑐𝑜𝑝 − 10𝑚𝑉)
0,12%
0,0037%
5,2675%
Fonte: Elaborado pelo autor
CONCLUSÕES
Os resultados aqui obtidos são adequados para que se possa simplificar a análises de grandes
circuitos onde existam estágios de carga ativa ou polarização com espelhos de corrente.
As topologias demonstram características diferentes e cada uma possui vantagens e desvantagens.
Não se pode concluir qual topologia é melhor, pois depende das características dos circuitos onde esse
estágio será empregado, ou seja, depende da oferta de área de silício, o valor da alimentação do circuito e
se o circuito precisa de uma precisão maior na corrente de cópia.
Por fim, como projeto futuro esse banco de dados deverá ser exposto para uso do grupo de
pesquisa no que tange a escolha da topologia de espelho de corrente mais adequada para cada aplicação.
REFERÊNCIAS
ALLEN, Phillip E.; HOLBERG, Douglas R. CMOS Analog Circuit Design. 2.ed. New York: Oxford University press, 2002.
GRAY, Paul R.; HURST, Paul J.; LEWIS, Stephen H.; MEYER, Robert G. ANALYSIS AND DESIGN OF ANALOG
INTEGRATED CIRCUITS. 5.ed. Hoboken: JohnWiley & Sons, 2009.
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
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