REVISÃO UFBA 2a Etapa

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CADERNO
DE
GABARITOS
REVISÃO UFBA
2a Etapa - 2010
Biologia
UFBA - 2010
Questão 01
• O processo é a seleção natural.
• A expressão “poderoso princípio da hereditariedade” corresponde, na
Biologia Contemporânea, à informação genética inerente ao DNA. As
propriedades sugeridas no texto — sofrer variação e propagar sua forma
modificada — são hoje reconhecidas como próprias do DNA, molécula
passível de sofrer mutação e produzir cópias de si mesma (replicação).
Tais propriedades são essenciais ao processo de herança com
modificação.
Questão 02
Características decisivas na evolução dos grupos representados:
• Angiospermas: flores completas com estratégias que favorecem a
reprodução do grupo; desenvolvimento da semente dentro do ovário que
amadurecendo constituirá o fruto condicionando proteção e dispersão da
semente;
• Insetos: exoesqueleto quitinoso e presença de asas, características que
favoreceram a expansão do grupo e colonização do planeta;
• Aves: asas recobertas por penas que são úteis para o vôo e eficientes
isolantes térmicos; ossos pneumáticos que diminuem a densidade sem
comprometer a resistência do corpo.
O significado biológico pode se traduzir na relação mutualística em que
as plantas são beneficiadas com o transporte do pólen que propicia a
fecundação cruzada, potencializado o aumento da variabilidade e
maiores vantagens evolutivas nas populações enquanto os animais
polinizadores encontram sua base alimentar.
Questão 03
A resistência bacteriana nos três casos ilustrados ocorre em função da
variabilidade genética dos microorganismos no enfrentamento do
antibiótico. Essa variabilidade é decorrente de mutação e recombinação
gênica — transformação, conjugação e transdução —, expressando a
transferência vertical e horizontal da informação genética.
Sendo as bactérias organismos de ciclo de vida curto com crescimento
exponencial (investimento maciço na reprodução), a propagação da
resistência se faz rapidamente, originando linhagens resistentes ao
antibiótico.
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Questão 04
No contexto da história reprodutiva dos vertebrados, o órgão que torna
possível “dar à luz seres jovens” é a placenta, formada de tecidos materno
— mucosa uterina — e embrionário — predominantemente cório e uma
participação reduzida do alantóide. O significado evolutivo da placenta
decorre do desenvolvimento do embrião no corpo materno. A placenta em
princípio proporciona maior proteção ao embrião, o que foi fundamental
para a evolução da classe. O desenvolvimento placentário assegura
condições ambientais mais constantes, disponibilizando nutrientes e
oxigênio e proporcionando a remoção das excreções nitrogenadas e do gás
carbônico, graças às trocas realizadas por difusão ao nível da placenta. A
aquisição da placenta conferiu vantagens aos mamíferos em relação aos
ovíparos, por tornar o desenvolvimento menos suscetível às agressões do
ambiente externo e ser favorável a um maior tempo de desenvolvimento
embrionário, com repercussões evolutivas.
Questão 05
O perfil das plantas de manguezais condicionou-se a atender necessidades
de sobrevivência em ambiente muito específico, como pode ser
exemplificado.
Condições ambientais
Adaptações específicas
Salinidade elevada.
Células com elevado potencial
osmótico (vacúolos com elevada
concentração de solutos).
Solo formado por areia fina e lodo. Desenvolvimento de raízes escoras,
que auxiliam na
sustentação da planta no solo.
Germinação da semente dentro do
fruto, ainda preso à
planta mãe — viviparidade.
Ambiente constantemente alagado As plantas respondem a essa
com baixo teor de oxigênio.
condição com raízes respiratórias
ou pneumatóforos que emergem na
superfície do solo, apresentando na
extremidade orifícios para trocas
gasosas — pneumatódios.
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Questão 06
• Woese (1990) utilizou dados moleculares de RNA ribossômico e, com
base na comparação de sequências nucleotídicas desses RNAs, agrupou
todos os organismos encariotos no Domínio Eukaria, sendo o
Trypanosoma cruzi e o Triatoma infestans organismos eucariotos,
justifica-se a inclusão neste Domínio.
• A cardiopatia chagásica, manifestação mais frequente da Doença de
Chagas no Brasil, é resultante de lesões cardíacas decorrentes do
parasitismo por Trypanosoma cruzi que afetam a fisiologia normal do
órgão com repercussões que comprometem a qualidade de vida do
paciente e a sua sobrevivência.
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QUESTÕES UFBA
01. Os grupos referidos são as pteridófitas, em I, e as gimnospermas, em II. A
transição entre os dois grupos envolveu aspectos como redução profunda da
fase gametofítica, o desenvolvimento incipiente da flor e a formação do tubo
polínico, que culminaram com o surgimento da semente, marca da transição uma solução diferente do esporo. Enquanto este é constituído de uma única
célula, a semente é uma estrutura que compreende o embrião, o tecido
nutritivo e um envoltório resistente. O registro fóssil permite identificar
formas de vida do passado, possibilitando comparações com formas atuais e
estimativas sobre a cronologia da evolução de grupos, como a situação
exemplifica, assim contribuindo para consolidar a Teoria da Evolução.
02. A energia luminosa é convertida em energia química no processo de
fotossíntese em que fótons são absorvidos por pigmentos, organizados no
complexo-antena, que coletam a energia luminosa e a conduzem até o centro
de reação no qual se situa um par especial de moléculas de clorofila associado
à cadeia aceptora de elétrons. A clorofila, excitada pela luz, libera elétrons
que são imediatamente capturados por moléculas aceptoras de elétrons,
presentes nos fotossistemas. No processo, a energia luminosa é convertida em
energia de ligações químicas de moléculas de ATP e NADPH que vão
participar nas reações da síntese primária da matéria orgânica.
A fotossíntese, utilizando uma fonte exógena permanente de energia — o Sol
—, propicia a produção de biomassa, pelos fotoautrótofos, que estrutura e
mantém as cadeias tróficas sob um fluxo unidirecional de energia,
sustentando a vida no Planeta.
A aquisição evolutiva que permitiu a utilização de moléculas de água como
doadoras de elétrons possibilitou o uso de uma fonte natural abundante desse
recurso, acoplado à liberação de oxigênio molecular para a atmosfera. A
alteração ambiental, criada pela presença de oxigênio, em princípio, gerou um
holocausto no mundo anaeróbico, privilegiando organismos aeróbicos.
Uma atmosfera oxidante, aliada à consequente formação da camada de
ozônio, favoreceu a exploração da maior parte do ambiente terrestre, com o
estabelecimento da grande diversidade biológica.
03. A sequência acentuadora mutante confere uma vantagem aos seus portadores,
que é traduzida na resistência à infecção pelo parasita da malária.
A perda da expressão do gene que codifica a proteína Duffy apresenta valor
adaptativo em uma região onde a malária é endêmica, sendo, portanto,
preservada pela seleção natural.
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04. A principal função das hemácias no organismo está relacionada ao
intercâmbio de gases respiratórios O2 e CO2. A capacidade da hemoglobina
de combinar-se reversivelmente com o oxigênio assegura o transporte desse
gás, dos alvéolos pulmonares aos tecidos. A maior parte do CO2 é convertida
em bicarbonato nas hemácias e transportado dissolvido no plasma sangüíneo.
Apenas uma pequena fração de CO2 é transportada ligada à hemoglobina. O
ciclo biológico do Plasmodium vivax inclui a penetração do protozoário na
hemácia e a sua evolução que envolve a reprodução do parasito com a
destruição dessa célula. A destruição das hemácias pela infecção repercute na
oxigenação das células dos diversos tecidos, o que compromete suas funções,
considerando o papel do oxigênio como aceptor final de elétrons na cadeia
respiratória, associada à síntese de ATP — molécula que, em última análise,
sustenta o trabalho celular. Essa destruição repercute também em órgãos
envolvidos com a metabolização dos resíduos das hemácias no processo
normal de sua degradação, aumentando o trabalho celular.
05. Proteínas são bons marcadores evolutivas porque sua sequência de
aminoácidos reflete a informação genética do DNA. Assim, mudanças na
sequência de aminoácidos, ocorridas ao longo do tempo, indicam variações
hereditárias, cuja análise permite inferir relações de parentesco entre
diferentes espécies.
O uso de vitelogeninas para a análise da evolução dos ovos se justifica por
sua especificidade nessas estruturas e sua presença em todas as espécies de
animais ovíparos. As moléculas de vitelogenina de diferentes espécies
expressam as modificações ocorridas ao longo da evolução dos ovos.
O ovo, como estrutura reprodutiva, contém diferentes substâncias nutritivas
que serão usadas como fonte de energia e como precursoras de outros
compostos. Nos mamíferos, a função de nutrição durante o desenvolvimento
é assegurada pelo próprio organismo materno, através da placenta,
caracterizando o maior grupo entre os mamíferos.
06. O anfioxo é considerado um “fóssil vivo”, porque guarda grande semelhança
com o ancestral de todos os vertebrados. Estudos genômicos permitem
comparar o genoma deste organismo com genomas de espécies de
vertebrados, inclusive o da espécie humana, oportunizando a obtenção de
informações sobre aquisições evolutivas que caracterizam esses grupos. A
grande semelhança entre o genoma do anfioxo e os genomas dos vertebrados,
quando confrontada com a enorme diversidade dentro desse grupo, revela a
importância da regulação genética para o surgimento das novidades
evolutivas.
A notocorda, que é uma característica cujo surgimento marca a evolução dos
cordados e é compartilhada, pelo menos em estágios iniciais do
desenvolvimento embrionário, por todos os organismos do filo.
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07. O aquecimento global é atribuído principalmente à emissão de diferentes
gases de efeito estufa lançados na atmosfera pelas atividades humanas. O
dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4) são responsáveis, juntos, por três
quartos do problema. São exemplos de atividades humanas que contribuem
para o aquecimento global, o desmatamento de florestas tropicais, as
queimadas, a queima de combustíveis fósseis, entre outros. Essas atividades
perturbam o ciclo do carbono, comprometendo seu equilíbrio que não está
sendo compensado pelos recursos da biosfera.
A relação entre o aquecimento global e a ameaça à sociodiversidade é a
migração forçada de populações — os “refugiados climáticos” —, que
perdem seus referenciais histórico-culturais, na medida em que as alterações
climáticas produzidas pelo aquecimento global alteram profundamente seu
ambiente original ao qual estão intimamente ligados. Esses refugiados
climáticos, comprometendo inevitavelmente a organização das populações
receptoras, propiciam situações de desconforto que podem gerar tensões,
conflitos mais graves e até mesmo guerras.
08. O texto sugere a ocorrência de reprodução assexuada, que repercute em
baixos índices de variabilidade genética, e de reprodução sexuada sob
condições que favorecem o endocruzamento que leva à redução de
heterozigotos e aumenta a chance de homozigose de recessivos deletérios e
letais.
A redução de recursos genéticos essenciais ao enfrentamento de condições
ambientais, vigentes e novas, pode resultar em risco de extinção. Acrescentese que o tamanho reduzido das populações, propiciando um efeito mais
significativo da deriva genética, leva à redução da variabilidade.
09. Duas aquisições — a presença de um exoesqueleto de natureza quitinosa e o
desenvolvimento de apêndices articulados — representam ganhos evolutivos
que, inter-relacionados, foram decisivos à expansão do grupo. O
exoesqueleto, dinamicamente construído e reconstruído, constitui uma
estrutura de sustentação e de proteção do organismo frente a diferentes
condições ambientais.
O desenvolvimento de apêndices articulados, por sua vez, favoreceu a
conquista de diferentes ambientes, com um elevado potencial de
especialização morfofisiológica, servindo à obtenção do alimento, a
percepção de variações do meio e como estratégias de locomoção, o que sem
dúvida se caracteriza como múltiplas possibilidades de sobrevivência na
perspectiva da diversidade do grupo.
10. Os procariotos são organismos que apresentam uma extraordinária
diversidade bioquímica, definindo os caminhos metabólicos que
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estabeleceram a dinâmica da biosfera. As diferentes formas de obtenção de
energia surgiram e se desenvolverem no processo evolutivo do grupo,
refletindo a exploração dos mais variados ambientes do planeta. O maior
impacto ambiental sobre a Biosfera se efetiva com o estabelecimento da
fotossíntese aeróbica, cujas consequências incluem a oxidação da atmosfera e
a formação da camada de ozônio, pela liberação do O2, condições que
repercutiram na expansão e diversificação da vida aeróbica em suas diferentes
manifestações, com a evolução do processo da respiração.
11. O grupo de plantas que se expande a partir do Cretáceo superior é o das
angiospermas. Essa expansão deve ser associada a aquisições estratégicas
como a evolução da flor, a partir da organização floral mais simples nas
gimnospermas, desenvolvendo características morfofisiológicas favoráveis à
maior eficiência na dispersão do pólen, ao tempo em que ampliava as
possibilidades de fecundação cruzada. A inclusão de agentes biológicos como
polinizadores constituiu-se em mecanismo estratégico condicionado à
associação com animais, consagrada na co-evolução com os insetos. Com a
formação do fruto a partir de tecidos do ovário, estabelecendo uma estrutura
protetora e dispersora da semente, a expansão das angiospermas está
associada também à co-evolução com espécies de vertebrados, especialmente
aves e mamíferos.
12.
a) A diferença anatômica — tamanho do pescoço — é definida pelo local de
expressão do gene Hoxc6, considerando que a expressão desse gene se
associa à diferenciação de vértebras cervicais.
b) Como vertebrados, os grupos citados têm uma coluna de unidades esqueléticas
arranjadas em série — as vértebras — que protegem a medula espinhal.
Os mamíferos se distinguem dos demais vertebrados citados, do ponto de
vista fisiológico, a partir do desenvolvimento embrionário. O embrião se
desenvolve no ventre materno (com poucas exceções) e sua nutrição se dá
continuamente durante o desenvolvimento intra-uterino e, posteriormente,
a partir do nascimento, através da amamentação (leite como produto das
glândulas mamárias, exclusivas do grupo).
13. O trabalho de Bates evidenciou a diversidade entre as borboletas, oferecendo
uma explicação coerente com o princípio da seleção natural. Indivíduos de
uma população apresentam diferenças herdáveis que lhes conferem diferentes
possibilidades de sobrevivência e de reprodução. Neste sentido, borboletas
geneticamente capazes de expressar padrões que imitam formas nocivas aos
predadores são adaptadas a este ambiente específico.
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14. Considerando a fotossíntese aeróbica — que utiliza a água como doadora de
hidrogênios — como estratégia das plantas para obtenção de energia, e a posição
desses organismos como produtores nas redes tróficas, os vegetais foram
decisivos para a expansão da vida aeróbica pela liberação de O2 e suas
consequências, contribuindo ainda para adequar as taxas de CO2 atmosférico à
vida.
Este impacto é inerente aos caminhos evolutivos que definiram a construção
da Biosfera, em que as plantas se estabelecem como os produtores primários
de biomassa — disponibilizada na forma de folhas, frutos e raízes, entre
outros — que direta ou indiretamente sustentam toda a vida na Terra.
15. Insetos, aves e mamíferos contribuíram decisivamente para a ampla
distribuição das plantas com flores, seja pelo processo de polinização, seja
pela dispersão de sementes, que envolvem relações tróficas primariamente
estabelecidas entre plantas e seus consumidores primários. Tais relações se
somaram aos mecanismos já existentes de dispersão e distribuição dos
vegetais e certamente contribuíram para a diversificação das espécies de
plantas com flores. As interações entre plantas e polinizadores são geralmente
essenciais à fecundação cruzada e favorecem a recombinação gênica,
potencializando a variabilidade genética. Por outro lado, a dispersão das
sementes foi essencial para a colonização de diferentes ambientes terrestres,
com novas oportunidades de diversificação das espécies.
16. O diagrama mostra que a visão para cores — cuja percepção se realiza no
cérebro — é um caráter presente em um ancestral comum a aves e mamíferos.
As aves mantiveram os diferentes tipos de cones presentes no ancestral,
enquanto que na evolução dos mamíferos ocorreu, em determinado momento,
perda de informação para dois tipos de cones, e, em outro momento, entre os
primeiros primatas do Velho Mundo, ganho de um novo tipo de cone,
condição mantida em humanos. Desta forma, as aves percebem uma
amplitude maior do espectro luminoso do que os humanos.
O uso de sequências específicas de DNA se justifica pela correspondência
entre essas sequências e cadeias polipeptídicas, primariamente reconhecidas
pelo sistema traducional da célula.
Diferentes pigmentos apresentam variantes da proteína opsina, que refletem
variações em sequências nucleotídicas, detectáveis por técnicas moleculares
específicas.
17. Dois aspectos básicos podem ser reconhecidos:
Separação completa do sangue arterial do venoso, decorrente da evolução de
um coração com quatro cavidades. Essa aquisição, embora ensaiada em
alguns répteis, está presente em todas as aves e mamíferos, marcando assim a
evolução desses grupos de animais.
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Homeotermia, aquisição própria de aves e mamíferos, que se define como a
propriedade de manter a temperatura do corpo independente de variações
ambientais. Esta condição está associada ao isolamento funcional do sangue
venoso e arterial.
Essas duas aquisições se traduzem em maior eficiência metabólica e menor
dependência do ambiente.
18. O desenvolvimento de um organismo multicelular pressupõe necessariamente
a multiplicação e a diferenciação com especialização celular. Em associação
com a complexidade crescente dos genomas eucarióticos, a mitose se
configura como um mecanismo preciso de divisão celular que garante a
distribuição equitativa do material genético, já organizado em um número
variável de cromossomos. O estabelecimento da multicelularidade está
associado aos processos de diferenciação e especialização das células,
decorrentes do aumento de genoma e do uso diferencial da informação
genética. C. elegans evidencia a precisão de mecanismos de divisão,
localização e diferenciação celular, proporcionando a divisão de trabalho
própria dos pluricelulares.
19.
Os hormônios de ação antagônica que coordenam a homeostase glicídica são a
insulina, produzida pelas células β e o glucagon, cuja síntese ocorre nas células α,
ambas integrantes das ilhotas de Langherans, unidades endócrinas do pâncreas.
A insulina favorece a entrada da glicose presente no sangue nas células de
determinados tecidos, onde será metabolizada, enquanto o glucagon ativa a
quebra enzimática do glicogênio armazenado no fígado, liberando glicose para
o sangue. Concentrações elevadas de glicose no sangue estimulam a produção
de insulina pelas células β e inibem a produção de glucagon pelas células α.
Baixas concentrações de glicose estimulam as células produtoras de glucagon
e inibem as células produtoras de insulina.
20. Hereditariedade, evolução e metabolismo constituem os atributos
fundamentais dos seres vivos, como sistemas de organização celular. Neste
contexto, Archaea, Bactéria e Eukarya compartilham o nível celular na
hierarquia da organização biológica, definido pela presença de uma
membrana com propriedades específicas, que distingue os meios intra e
extracelular; a informação genética, na forma de uma molécula de DNA,
com estratégias moleculares básicas, comuns para os processos de
replicação, transcrição e tradução de mensagem genética, bem como a
potencialidade para gerar e acumular variação.
A ocorrência restrita de organismos como os metanógenos, por exemplo, nas
condições atmosféricas atuais, está relacionada às suas peculiaridades
metabólicas, frente às alterações na composição dos gases atmosféricos na
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história evolutiva do planeta. As condições da atmosfera primordial teriam
privilegiado tais organismos que mais tarde passaram a enfrentar condições
adversas expressas pela redução drástica de metano e o quase simultâneo
incremento nos teores de oxigênio, evidenciando a indissociabilidade entre a
história da vida e a história da Terra.
21. Os pássaros azuis da ilustração representam três espécies, evidenciadas pela
nomenclatura científica. Apesar de ocorrerem em um mesmo ambiente —
condição de simpatria — mantêm-se como entidades biológicas distintas, por
apresentarem isolamento reprodutivo e, consequentemente, não trocarem genes.
22. Um aspecto biológico fundamental entre os organismos multicelulares é uma
organização genômica que sustenta a diversidade de forma e função celulares,
com repercussões em diferenciação, especialização e consequênte divisão de
trabalho e cooperação.
Genomas maiores puderam explorar novas possibilidades regulatórias, resultando
em uma maior diversidade protéica específica para diferentes tipos celulares e
diferentes fases de desenvolvimento, compatíveis com as exigências da
organização multicelular.
23. As trocas de gases oxigênio e dióxido de carbono, essenciais à respiração e à
bioenergética celulares, são efetuadas, no corpo humano, na dependência de
sistemas orgânicos especiais: respiratório e circulatório. A integração desses
sistemas se concretiza na dependência de um circuito interno de transporte.
Entre as principais aquisições evolutivas relacionadas à ocupação das terras
emersas pelos vertebrados, destacam-se o surgimento de estruturas anatômicas
para a captação do ar atmosférico e sua condução até um ambiente constituído de
uma superfície ampla, úmida e ricamente vascularizada — os alvéolos — para as
trocas gasosas; o oxigênio, agora presente na corrente sanguínea, mais
especificamente nas hemácias, será distribuído a todas as células do organismo,
de onde o CO2 será “recolhido” para ser posteriormente eliminado para a
atmosfera; a compartimentação do coração em quatro câmaras e a conseqüente
separação total dos sangues venoso e arterial completa as exigências para o
sucesso da vida animal na terra, num ambiente de maior exigência metabólica.
24. Como integrante do grupo das angiospermas, a Arabidopsis thaliana apresenta
flores e frutos com sementes e adaptações evolutivas que funcionam na
reprodução e dispersão das sementes. Em função de mecanismos coevolutivos
sofisticados, as angiospermas constituem o mais diversificado e bem distribuído
grupo de plantas.
A. thaliana é um organismo modelo para os biólogos porque, além de manter
todas as características de uma angiosperma, apresenta ainda um pequeno
tamanho, um curto ciclo vital e um genoma relativamente pequeno, possibilitando
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uma variedade ampla de ensaios experimentais, cujos resultados podem ser
extrapolados para este grupo de plantas.
25. A ilustração apresenta o neurônio, unidade morfofuncional do tecido nervoso,
especializado em gerar e veicular impulso nervoso na forma de sinais elétricos. A
sua morfologia, adaptada à função que exerce, se caracteriza pela presença de um
corpo celular, do qual partem prolongamentos  axônio e dendritos  que se
articulam em sinapses com outras unidades, operando em grandes conjuntos que
constituem as redes neurais. Tais redes se estabelecem com base na estrutura
sináptica, na qual o impulso de natureza elétrica se traduz na liberação de
neurotransmissores pelas terminações axônicas que, atuando no neurônio póssináptico, induz a geração de novo impulso nervoso.
Desse modo, as redes neurais, estimuladas pelo ambiente  interno e externo 
criando e recriando novas conexões, proporcionam a conversão de diferentes
estímulos em percepções  base para a construção do real , nas múltiplas
manifestações da mente humana.
26. No período considerado, a emissão de dióxido de carbono era compatível com a
capacidade de absorção deste gás pela biosfera, isto é, a quantidade de CO2
emitida era menor do que o potencial biológico de absorção, no conjunto de
processos que caracteriza o ciclo biogeoquímico do carbono. Os processos
fisiológicos associados a esse ciclo são fermentação, respiração e fotossíntese.
Fermentação e respiração aeróbica usam moléculas combustíveis como a glicose,
liberando CO2. A fotossíntese assimila o CO2, utilizando energia química na
forma de ATP e NADPH, obtida pela conversão de energia luminosa, para a
construção de moléculas orgânicas. Até 1960, com a emissão de dióxido de
carbono por outras fontes, ainda em níveis toleráveis, o equilíbrio entre esses dois
processos explica as condições registradas no gráfico.
27. O Reino Fungi é representado por organismos heterotróficos, que podem ser
unicelulares ou pluricelulares, que vivem geralmente como decompositores,
havendo espécies parasitas ou associadas em relações mutualísticas.
Os pluricelulares apresentam a organização micelial peculiar ao reino, que resulta
de associação de hifas, que são longos filamentos celulares entrelaçados, septados
ou não, formando uma estrutura chamada micélio. Esta simplicidade é inerente ao
modo de vida dos fungos, que dispensa adaptações sofisticadas para explorar o
ambiente. Diferenciam-se dos animais por serem heterotróficos não ingestores e
não se movimentarem, o que é compensado pela produção de esporos para a
reprodução. Distinguem-se das plantas, além da condição heterotrófica, por
apresentarem, quase universalmente, parede celular de natureza quitinosa.
28. A vida na água disponibiliza, para os organismos, alimento, oxigênio, suporte
físico e meio de dispersão e condução de gametas na reprodução. A ocupação
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da terra exigiu inovações que suprissem as mesmas necessidades, agora em
outras condições ambientais. Assim, no âmbito reprodutivo, foram
selecionadas características que possibilitaram a fecundação interna, o ovo
amniótico com desenvolvimento embrionário geralmente externo  uma das
mais importantes aquisições na conquista da terra  e a evolução do útero e
da placenta entre os mamíferos. Quanto à respiração, foi de fundamental
importância a evolução de uma superfície respiratória interna, vascularizada,
úmida e extensa  os pulmões ·, possibilitando as trocas gasosas, em
interação com o sistema circulatório.
O “ramo” que reverteu o caminho em direção à água  os cetáceos 
desenvolveu características adaptativas relacionadas ao sistema locomotor,
como patas anteriores transformadas em nadadeiras e patas posteriores
ausentes, com estruturas vestigiais, a estrutura hidrodinâmica do corpo e
adaptações no aparelho respiratório frente ao ambiente aquático.
29. As duas explicações (seleção natural e transmissão de caracteres adquiridos)
diferem essencialmente com referência ao tempo de aparecimento das
mudanças evolutivas. Para Lamarck, as mudanças surgem como resposta ao
estímulo ou meio.
Para Darwin, as mudanças surgem ao acaso e, quando a população é exposta a
novidade ou mudança no meio, os indivíduos que já apresentam as mudanças
sobrevivem e são capazes de deixar descendentes férteis. Se adotarmos a
explicação darwiniana, com seleção natural, diríamos que, entre as bactérias, deve
existir aquelas que já apresentam resistência ao antibiótico. Desta forma, quando
o antibiótico é aplicado, as não resistentes são eliminadas, restando apenas as
formas resistentes, que, então, se multiplicam e continuam a causar a infecção.
Seguindo-se o modelo proposto por Lamarck, teríamos que admitir que, ao
entrar em contato com o antibiótico, as bactérias desenvolveram a resistência
e puderam, assim, sobreviver.
30. Os canais de sódio abrem-se imediatamente após o estímulo, permitindo a
entrada de cargas positivas (Na+) na célula e a despolarização da membrana, e
fecham-se em seguida. Os canais de potássio abrem-se mais lentamente do
que os canais de sódio, permitindo a saída de cargas positivas (K+) do citosol da
célula e a repolarização da membrana, e fecham-se em seguida.
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