Efeito do biofertilizante líquido na indução de resistência sistêmica e na transmissão da leprose dos citros Simony da C. Soares¹, Walter U. P. de Souza², Claúdio M. S. Cruz², Renata de Lima², Marcos B. de Medeiros³, Alex da S. Barbosa³ Estudantes do curso Licenciatura em Ciências Agrárias do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias, UFPB, CEP: 58220-000, Bananeiras, PB, e-mail: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]; Docentes da UFPB do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias, Departamento de Agropecuária, CEP: 58220-000, Bananeiras, PB, e-mail: [email protected], [email protected] Os biofertilizantes líquidos, efluentes da biodigestão de matéria orgânica em meio líquido, contêm compostos metabólicos capazes de desempenhar importantes interações planta-patógeno. Isto pode ocorrer tanto por meio de ação antibótica direta ou pela ativação dos mecanismos de defesa das plantas. Ações promotoras de crescimento e elicitoras de resistência sistêmica, induzidas na planta, bem como ações repelentes fagodeterrente e antixenótica contra pragas e a antibiose no controle de doenças, são benefícios reportadas como os principais efeitos fitossanitários dos biofertilizantes (Pinheiro & Barreto, 1996; Bettiol el al. 1998; Alves et al., 1999). Objetivou-se com esse estudo investigar o potencial do biofertilizante líquido produzido pelo processo de compostagem liquida contínua (D’Andréia & Medeiros, 2002) como agente elicitor de resistência sistêmica induzida da planta contra a ação do ácaro vetor da Leprose em mudas de Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis). O experimento foi conduzido no Setor de Agricultura do CCHSA, da UFPB, Bananeiras-PB, o delineamento experimental consistiu em 3 tratamentos (Tratamento1: Testemunha (água destilada); Tratamento2: BIO1+água destilada; Tratamento 3: BIO2 + água destilada), com 10 repetições cada. Os biofertilizantes a 10% foram aplicados durante 3 dias nas plântulas, quando as mudas atingiram as primeiras folhas cotiledonares foi delimitado arenas com cola adesiva (Tanglegfoot®) para confinamento dos ácaros, nas arenas foi transferidos 2 ácaros virulíferos com auxílio de um pincel com apenas um pêlo e um microscópio estereoscópico. Esses ácaros permaneceram nas mudas durante 48 horas para aquisição do vírus. Depois partes das mudas foram coletadas e separadas de cada parcela suas partes principais: caule e folhas cotiledonares, estas foram pesadas em balança analítica para posterior determinação da matéria seca, foram embaladas envelope de papel e colocadas em estufa de ar sob circulação forçada por um período de 48 horas. Após esse período as amostras foram trituradas em moinho e encaminhadas para o Laboratório de Química da UFPB para serem analisadas o estado bioquímico das mudas, onde foram pesados 5,0g de amostra com tamanho de partícula de 1mm, em duplicata, e colocadas em erlenmeyer de 250 ml, foi adicionado 50 ml de água destilada e agitado vigorosamente por 10 minutos e deixado em repouso por 30 minutos, adicionou-se 50 ml da solução de ácido tricloroacético a 20% e colocado em geladeira por 3 horas. Após isso filtrado em papel de filtro, foram desprezados os primeiros 10 ml e coletado o filtrado restante com cuidado para não misturar o sobrenadante com a amostra, depois foi agitado o filtrado e pipetado 10 ml e determinado o N Total na alíquota. No caso de forragens e alimentos concentrados energéticos, recomenda-se tomar uma alíquota de 20 ml. Para expressar o NNP em percentual do nitrogênio total, é determinado o nitrogênio total da amostra de alimento através da metodologia do Micro ou Macro Kjeldhal. Por diferença obtêm-se nitrogênio protéico (NP). Nos cálculos é ajustado o peso da amostra em relação ao volume pipetado, onde: Onde: X(g)=peso filtrado ajustado para 10 ml pipetado *Volume pipetado após a amostra ser tratada **Volume da solução adicionada ao processo (água+solução) % NNP= NNP como % do NT= % Nitrogênio Protéico= Nitrogênio Total – Nitrogênio Não-Protéico. Os dados coletados foram submetidos ao teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade com delineamento experimental inteiramente casualizado, com auxílio do programa Assistat®. Nas análises do estado bioquímico das mudas de Feijão-de-porco (C. ensiformis) pode-se observar o comportamento dos níveis de NT, NNP e NP das folhas, assim designadas: FT (folha testemunha), FBS (folha BIO2 sem esterco), FBC (folha BIO1 com esterco), e caule, assim designados: CT (caule testemunha), CBS (caule BIO2 sem esterco), CBC (caule BIO1 com esterco), onde: FT= NT: 5.54, NNP: 2.9, NP: 2.64, FBS= NT: 5.9, NNP: 3.15, NP: 2.75, FBC= NT: 6.28, NNP: 2.73, NP: 3.55, CT= NT: 7.02, NNP: 6.32, NP: 0.69, CBS= NT: 7.03, NNP: 6.13, NP: 0.9, e CBC= NT: 6.88, NNP: 5.65, NP: 1.22. O Nitrogênio Total (NT) se concentra em maior quantidade nos caules e nas folhas independentes dos tratamentos que receberam. O Nitrogênio Não-Protéico (NNP) é encontrado em maior escala nos caules em comparação com as outras partes da planta, isso mostra que nos caules não houve diferença significativa entre os tratamentos BIO1 (com esterco bovino), BIO2 (sem esterco bovino) ou a (água destilada) testemunha, já o Nitrogênio Protéico (NP) se encontra em maior quantidade nas folhas, apenas com um nível mais elevado no tratamento BIO1, essa presença de maior NP nas folhas, ocorre pela via metabólica em função da fotossíntese com maior quantidade de proteína presente nessa estrutura da planta. Esse fato é corroborado pelo sítio da produção de metabólitos primários, as folhas, e o biofetilizante com esterco, promoveu imputs biológicos para que as plantas pudessem promover o sequenciamento dos aminoácidos e a formação de proteínas, logo o estado ativo de proteossíntese dessas plantas é resultante da ação de resistência oriunda do biofertilizante com esterco bovino. O biofertilizante elaborado com esterco bovino proporciona as plantas níveis elevado de elementos não disponíveis as pragas, promovendo resistência sistêmica de plantas meio da indução e elevação dos níveis de Nitrogênio Protéico, aumento da proteossíntese, segundo Barbosa et al.,(2007). Está evidenciado que o biofertilizante age de forma sistêmica aumentando a defesa inespecífica da planta como indicadores do estado de resistência sistêmica, baseado na teoria da trofobiose, Chaboussou (1999), onde a susceptibilidade das plantas aos patógenos depende basicamente da oferta por parte do vegetal de alimentação aos insetos, sabe-se que estes basicamente alimentam-se de aminoácidos, ou seja, partes constituintes das proteínas, e interfere deletericamente causando hiposuficiência do desenvolvimento do ácaro, fatores que podem prejudicar a transmissão do vírus da Leprose. Palavras-chave: resistência sistêmica, trofobiose, proteossíntese Apoio/financiamento: CNPq, UFPB, ESALQ/USP