filosofia e messias - Charles Guimarães Filho

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CENTRO CULTURAL PARAÍSO TERRESTRE
FILOSOFIA E MESSIAS
01) INTRODUÇÃO
Charles Guimarães Filho -2016
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ÍNDICE
Filosofia
Definição
Periodizações
Filósofos
Oriental
Cronologia
Messias
Conceito
Supostos
Verdadeiro
Reencarnações
Vida e Obra
Curso “Filosofia e Messias”
Significado
Conteúdos
Programação
Livro-Texto
Considerações
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05
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FILOSOFIA
Definição
A filosofia consiste no estudo das qualidades distintivas mais
gerais e abstratas do mundo e das categorias com que pensamos, tais
como: realidade, ser, consciência, conhecimento, demonstração,
verdade, bem e belo.
[Categorias são conceitos gerais que exprimem as diversas
relações que podemos estabelecer entre ideias ou fatos.]
Ela se divide em: Metafísica ou Ontologia (trata da realidade, do
ser, consciência), Epistemologia (do conhecimento), Lógica
(demonstração, modos de se evitar a inferência e raciocínio inválidos e
da preservação da verdade), Ética (certo e errado, do bem e do mal) e
Estética (belo).
Periodizações
● Idade Antiga
A Filosofia Antiga refere-se a um grupo diversificado e que se
localiza desde o século VI a.C. na Jônia até os primeiros tempos da era
cristã [ou seja, o cristianismo primitivo de aproximadamente três
séculos (I, II, III e parte do IV), que se inicia após a Ressurreição de Jesus
(30 d.C.) e termina em 325 com a celebração do Primeiro Concílio de
Niceia]. Pela dimensão temporal podemos localizar temáticas díspares
que são sistematizadas neste mesmo grupo. Entre estes estão:
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- Pré-socráticos: Os que se preocupando (como Tales de Mileto)
sobre o princípio (a arché) da natureza, da ordem do mundo,
estabeleceram as primeiras elaborações à procura de um princípio
lógico que explicasse a própria natureza.
- Filosofia Socrática. Sócrates é a figura central da Filosofia
grega. Embora nunca tenha escrito nada foi a partir dele que as
questões humanas superaram as preocupações sobre o princípio
ordenador da natureza. Sócrates é uma figura emblemática por ter
legado à Filosofia a figura do homem questionador, que procura
conhecer, interrogando as pessoas que julgava sábias. Ele dialogava e
interrogava as pessoas à exaustão, através da ironia e da maiêutica
[método socrático que consiste na multiplicação de perguntas,
induzindo o interlocutor na descoberta de suas próprias verdades e na
conceituação geral de um objeto.], as partes constitutivas do seu
método dialético inquiria para que as pessoas pudessem "dar a luz às
ideias". Incorporou o lema de um oráculo ("Conhece-te a ti mesmo")
como parte de sua tarefa e foi condenado à morte.
- Filosofia sistemática. Platão e Aristóteles são os dois principais
nomes deste período.
Platão foi discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles. Ele foi o
primeiro a sistematizar uma obra filosófica em que expressa uma
determinada concepção de mundo. Sua obra é marcada pela questão
do conhecimento e a associação com a atividade política. A Filosofia é
filha da cidade (polis) e ao mesmo tempo está à sua margem, por isso,
os diálogos platônicos expõem os temas de um debate articulado
através da argumentação e do impulso que desperta a consciência (o
pensamento) e o conhecimento autêntico (epistéme) que ultrapasse as
aparências (doxa).
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Aristóteles apresentou diferenças substantivas em relação a
Platão. Sua obra apresenta, em seu próprio modo de escrever e na
escolha dos temas, uma organização que expressa o objeto e os
modelos de investigação que propõe. Obras como "Metafísica",
"Física", "Política", "Organon" [conjunto dos escritos filosóficos de
Aristóteles que abordam o tema da lógica, considerada por seu autor
um conhecimento cujo fim não está em si mesmo, sendo mais
corretamente um meio, órgão ou instrumento para o pensamento
correto e para a verdadeira ciência], "Poética" e "Ética" identificam
percursos e temas de um trabalho de demonstração argumentativa em
que o logos [palavra escrita ou falada - o Verbo] é sistematizado.
- Filosofias do helenismo. Período de expansão da filosofia a
partir do domínio exercido pelos macedônios e depois pelos romanos.
Entre algumas correntes se tem o estoicismo, epicurismo, ceticismo e
neoplatonismo.
- “Filosofia cristã”. Nos primeiros séculos da era cristã há uma
disputa entre as tradições do helenismo e o cristianismo nascente.
Embora este não tenha um caráter especulativo como as filosofias
helenistas pode-se identificar, sobretudo a partir dos apologistas do
século lI, a tentativa de um diálogo entre a fé e a razão, para atrair os
pagãos e a incorporação de princípios da exposição filosófica. O
aprofundamento dessas relações marca a passagem do final do período
antigo para o início do período medieval.
● Idade Medieval
A figura de Agostinho de Hipona é apresentada como um dos
últimos representantes da Antiguidade e por outros como o primeiro
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representante da tradição medieval. Longe de esgotar este debate, nos
interessa identificar que a obra de Santo Agostinho é o resultado de
uma sistematização que foi muito útil para a afirmação dos
ensinamentos do cristianismo, combatendo os céticos, e retomando
parte da elaboração platônica, sem, contudo, ser ele mesmo um
platônico.
O período da filosofia medieval foi marcado pela instauração
dos debates, as disputas como o choque entre Nominalistas e
Universalistas. Houve uma separação dos saberes em dois campos de
conhecimento: a Teologia, que investigava sobre as questões relativas a
Deus, vista como superior; e a Filosofia, que abrangia todos os outros
saberes, inclusive as investigações sobre natureza, fazendo com que a
Filosofia fosse um nome dado a um grande número de saberes.
Outro grande nome da Filosofia medieval foi o de Tomás de
Aquino, um dos responsáveis pela cristianização do pensamento
aristotélico e pela modernização das teorias do mundo cristão. A
apropriação de conceitos como "motor primeiro imóvel" e a clareza da
demonstração tomistas em que é exposta uma tese, seguida dos
argumentos favoráveis e contrários e a refutação desses últimos,
indicava a capacidade do mestre em organizar os argumentos e realizar
as sínteses da sua religião e também da obra de Aristóteles.
● Idade Moderna
A Filosofia do período moderno tem uma pulverização de temas
e abordagens. O humanismo, desde o século XIV, propunha a
revalorização dos textos da Antiguidade e a defesa de uma nova ordem
política, na qual a ação seria um elemento fundamental. Esta
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redescoberta dos textos da Antiguidade representou uma nova
perspectiva não apenas política, mas também metodológica, que
permitiu uma nova leitura do texto, superando os debates da
escolástica medieval.
Com este despertar a teoria política e científica ganhou novos
ares e as transformações pelas quais passava o continente europeu
entre os séculos XV-XVIII foram marcadas por um movimento de novas
elaborações filosóficas. Maquiavel, Montaigne, Erasmo, More, Galileu,
Descartes e Locke são alguns nomes que marcaram a Filosofia do
período.
As perguntas sobre os fundamentos da realidade eram
revestidos de questionamentos sobre o que é o conhecer e o papel do
que se passou a chamar de "sujeito moderno". Do "cogito" cartesiano
aos princípios da experiência, passando pelas novas invenções, temos
um panorama de algumas das questões de fundo naquele momento.
Ao longo de todo o século XVIII desenvolveu-se a escola
Iluminista com suas críticas ao mundo do Antigo Regime. Montesquieu,
Voltaire, Rousseau, Diderot e outros elaboraram propostas que, muitas
vezes, foram invocadas pelos revolucionários das 13 colônias inglesas
ou da França.
● Idade Contemporânea
Um filósofo do século XVIII (Hume) e outro da transição do XVIII
para o XIX (Kant) estabelecem a grande crítica à metafísica que marca o
início da Filosofia Contemporânea. O idealismo kantiano marcaria
muitas formas de expressão da Filosofia contemporânea.
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Porém, a partir do XIX é quase impossível estabelecer uma
unidade efetiva para o pensamento filosófico. O pensamento hegeliano
é duramente atacado pela obra de Karl Marx e Friedrich Engels. A ideia
de que a Filosofia deveria transformar o mundo e não apenas
interpretá-lo encontrava poderoso eco na obra da dupla Marx/Engels.
Ao mesmo tempo, o pensamento mais conservador de sistematização
do conhecimento surgia dos escritos de Augusto Comte e seu
Positivismo, defendendo suas leis sociais e a necessidade da ordem
para o progresso.
No XIX estão as origens do pensamento Existencialista que teria
muita força no século seguinte. É impossível entender os fundamentos
da obra de Jean-Paul Sartre se não se levar em conta os escritos
anteriores de Kierkegaard. A liberdade humana, o papel da angústia, a
liberdade e uma "existência que precede uma essência" estiveram
presentes em pensamentos existencialistas no século XX.
Também no final do século XIX todo o sistema racional filosófico
sofre duras críticas de Nietzsche e sua forma original de escrever
Filosofia.
Além do já citado Existencialismo, o século XX é acompanhado
pelo desenvolvimento da Escola de Frankfurt, que a partir do período
entre guerras projetou os nomes de filósofos como Max Horkheimer,
Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Walter Benjamin. Questões sobre
estética, as funções da linguagem uma teoria crítica da cultura
marcaram a produção desta escola.
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Filósofos
● Idade Antiga
Tales de Mileto (c. 624-546 a.C.)
Anaximandro de Mileto (c. 610-545 a.C.)
Anaxímenes de Mileto (c.585-528 a.C.)
Pitágoras (c. 580 a.C. - 500 a. C.)
Xenófanes de Colófon (c. 576-480 a.C.)
Parmênides de Elea (c. 540-470 a.C.)
Heráclito de Éfeso (c. 535-475 a.C.)
Anaxágoras de Clazomena (c. 500-428 a.C.)
Empédocles de Agrigento (c. 495-435 a.C.)
Zenão de Elea (c.490-430 a.C.)
Leucipo de Ábdera (c.490-420 a.C.)
Meliso de Samos (c. 485-425 a.C.)
Protágoras de Ábdera (c. 480-410 a.C.).
Sócrates (469-399 a.C.)
Demócrito de Ábdera (c.460-360 a.C.)
Antístenes o cínico (n. c.450 a.C.)
Antifonte de Atenas) (séc. 5 a.C.)
Aristipo de Cirene (c. 435-355 a.C.)
Platão (427-347)
Diógenes o cínico (413-323 a.C.)
Aristóteles (384-322 a.C.)
Teofrasto de Eresos (372 - 285 a.C.)
Pirro de Elis (c.360-270 a.C.)
Aristoxeno de Tarento (4-o século a.C.)
fundad. ética
atomista
sofista
cético
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Epicuro de Samos (341-270 a.C.)
Zenão de Citio (c. 336-264 a.C.)
Arcesilao de Pitane (315-240 a.C.)
Carnéades (c.214-129 a.C.)
Clemente de Alexandria (c. 150-216)
Aristóbulo (200 ou 100 a.C)
Cícero. M. T... (106-43 a.C.)
Gaio ou Caio (c. 100 - 180)
Caro, Lucrécio (98-55 a. C.)
Espartaco (+71 a.C.)
Epicteto, estoico (50 - 138)
Andrônico de Rodes (sec. 1-o a.C.)
Arius Didimus (último séc. a.C.)
Nigidio Fígulo (+ 45 a.C.)
Filo de Alexandria (c. 20 a.C. - c. 40 d.C.)
Sêneca. Lucius A., (2-65 d.C.)
Mussônio Rufo (1-o séc. d.C.)
Possidônio de Apaméia( c. 135-51)
Sexto Empírico (2- séc.)
Numênio de Apaméia (fim do 2-o século)
Badarayana (entre 150-300)
Panécio, estoico (c. 180- c. 110)
Orígenes (c.185 -c. 255)
Constantino (Imperador 306 a 337)
Basílio Magno (c.330-379)
Prisciliano (345-385)
Proclo (Proklos) (410-485)
Anaxarco de Abdera
estoico
patrístico
estoico
direito roman
luta social
estoico
estoico
estoico.
estoico
fil. hinduísta
cristão
patrístico
gnóstico
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Antíoco
Eudoro
Hipácia
estoico
estoico
● Idade Medieval
Orígenes (c.185 - c. 255)
Agostinho de Hipona (354-430)
Lao Tse, ou Lao Zi (sec. 6-o ou 5-o a.C.)
Boécio (c.470-524)
Cassiodoro. Flavius... (c. 477-c.570)
Pseudo-Dionisio (entre 485 e 535)
Justiniano (527-565), último imperador Oriente-Ocidente
João Filopono (ou de Alexandria) (6-o. séc.)
Isidoro de Sevilha (c.560-636)
Maomé (571-632)
Beda, o Venerável (673-735)
João Damasceno (c.675-749)
Alcuino de York (c. 735-804)
Shankara (ou Shamkara) (c. 8-o séc. d.C.)
Rabano Mauro (776-856)
Al-Kindi. Abu Yusuf ibn Ishaq. (c.796-873)
João Scoto Erígena (c. 800-870)
Fócio (820-891)
Radberto Pascasius (século 9º)
Abu Ishap Ibn Al-Harawi (séc. 9º)
Abu Zayd Al-Balji (final do s. 9º)
Isaac Israelli (c. 851- c. 950)
cristão
patrístico
taoista
cristão
escolástico
fil. hinduísta
platônico
místico
judeu
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Al-Farabi.(c. 870-950)
místico (sufi)
Hatim Al-Razi (... - 933)
filosof. árabe
Abu Mansur Al-Maturidi ( -944)
Muhamad ibn Abenmasarra (883-931)
filosof. árabe
Ben Josef al Fayyum (ou Saadia Gaon) (892-943)
Abu Zakariyya Yahya Yahyaa Ibn 'Adi (-974)
fil. rel. orient
Gerbert de Aurillac (Silvestre II) (935-1003)
realista
Abu Jayr Ib Al-Jammar (942- )
árabe
Abu Hayyan Al-Tawhidi (séc. 10°)
Abu Ishaq al-Nawbajto, (séc. 10º)
iraniano
Abu-i-Hasan Muhammad Ibn Yusuf al-'Amiri (séc. 10º)
iraniano
Abu Yazid Ahmad Ibn Sahl Al-Balji (século 10º). rt. F.( - X), escolástico
Abu-i-Costume Katib (fim do séc. 10º)
Avicena, ou Ali Ibn Sina (Abu Ali al-Husayn.) (980-1037)
Abu 'Ali Muhammad... ibn al-Haytam (c.965-1039)
cientista
Pedro Damião (1007-1072)
escolástico
Abu-Bakr al-Baqillani, (? - 1013)
filosof árabe
Abu Ishaq al-Isfara-Ni, (? - 1027)
iraniano
Abu Ya'far Amada Ibn Muhammad Alsmnnani ( -1052)
árabe
Pselos. Miguel. (1018-1080)
Ibn Gabirol, Salomon (ou Avicebron) (c.1020 - c.1070)
Ítalos. João. (c.1025-após 1082)
neoplatôn.
Santo Anselmo, (1033-1109)
Bernardo de Chartres ( - c.1124)
realista
Miguel de Éfeso (séc. 11)
aristotélico
Roscelino de Compiégne (c. 1050-1120)
nominalista
Odon de Tournay, ou de Cambray ( - 1113)
realista
Algazali (Algazel, ou ainda GazalI) (1058-1111)
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Gilbert de la Porrée (Pictaviensis) (c.1076-1154)
Abelardo, Pedro, (1079-1142)
Avempace (Ab bakr Muhammad.) (c.1.080-1138)
Abu-i-Barakat al-Bagdadi (c.1085-1164)
Thiery (ou Teodorico) de Chartres ( - 1155)
Hugo de Saint Victor, místico (c. 1096-1141)
Pedro Lombardo (c.1100-1160)
Tufail.(Abu Bakr Muhammad.) (c.1110-c.1185)
João de Salisbury (c. 1120-1180)
Allain de Lille (c.1120-1202)
Averróis (Abul-l-Walid ibn Rusd) (1126-1198)
Maimônides. Moisés Bem (Rabi Moses) (1135-1204)
Amaury de Benes ( -1207)
Gautier ou Gualter de Saint Victor
Ricardo de Saint Victor, (sec. 12)
David de Dinant (entre séc. 12 e 13)
Roberto Grosseteste (c.1168-1253)
Ibnarabi (1165-1240)
Felipe, o Chanceler (c. 1170-1236)
Alexandre de Hales (c.1180-1245)
Guilhaume d'Auvergne (c. 1190-1249)
Alberto Magno (1196-1280)
Robertus de Kilwardby (c. 1200-1279)
Pedro Hispano (entre 1205 e 1210 - 1277)
Guilherme de Saint-Amour ( ? - 1272)
Rogério Bacon (c.1214-1294)
Guilherme de Moerbecke (1215-1286)
Henrique de Gand (c. 1217-1293)
realista mod.
judeu islâmic
escolástico
panteista
místic séc 12
místico
panteísta
agostiniano
místico sufist.
secular
agostiniano
escolástico
agostiniano
aristotélico
secular
agostiniano
tomista
agostiniano
15
Ramon Marti (1220-1224)
Tomás de Aquino (1225-1274)
Pedro Tarantaise (1225-1276)
Gilles de Lessines (c.1230-1304)
Siger de Brabante (c. 1235-1284)
Mateus de Aquasparta (1235-1302)
Ptolomeu de Lucques (1238-1326)
Abulafia. Abraham (1240-1290)
John Peckham (c. 1240 - 1292)
Pedro João Olivi, ou Pierre de Jean Olieu (c. 1248-1298)
Ricardo de Clapwel (sec. 13)
Guilherme de Ware ( - depois de 1300)
Godofredo de la Fontaine (- falecido após 1303)
Pedro d'Auvergne ( - + 1304)
Gilles de Roma, (1247-1316)
Pedro João Olivi, ou Pierre de Jean Olieu (c. 1248-1298)
Ricardo de Middleton (c. 1249 - c. 1307-8)
Pedro de Maricourt (séc. 13)
Rogério Marstons (séc. 13)
João, e Geraldo de Sterngassen (sec. 13)
Pedro de Abano (Pietro d'Abano) (1257-1315)
Eckhart. Mestre. (c.1260-1328)
Dante Alighieri (1265-1321)
Mayron. Francisco. ( -m. 1325, ou 1327)
Giotto (1266-1337)
João Duns Scots (1266-1308)
João de Paris, ou Quidort (c. 1269-1306)
Pedro Auriol (ou de Aurilac) (c. 1280 - 1322)
tomista
aristotélico
tomista
escolástico
agostiniano
tomista
agostiniano
agostiniano
tomista
secul tomista
tomista
agostiniano
agostiniano
agostiniano
agostiniano
tomista
aristotélico
mistico
tomista
fil. escotista
humanista
tomista
fil. escotista
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Ockam. Guilherme de (c.1280-c.1349)
Pedro de Áquila ( - 1347)
Johan van Ruysbroeck (1293-1381)
Guilherme de la Mare (1298 - )
Gregório de Rimini ( - 1358)
Nicolau d'Autrecourt (c. 1300 - depois de 1350)
Jean Buridano (c.1300-c.1358)
João Tauler (c. 1300-1361)
Durandus d'Aurillac, dito Durandel (c. 1300-1380)
Petrarca (1304-1374)
Nicole de Oresme (c.1310-1382).
Boccacio (1313-1375)
Ibn Khaldung (ou Ibn Jaldun) (1332-1406)
Pedro de Cândia (c. 1340-1410)
Thomas de Sutton (.... + c. 1350)
Pedro de Aylly (ou de Alliaco) (1350-1420)
Marchia. F. de (sec. 14)
Jean de Gerson (1363-1429)
Capréolo. João (c.1380-1444)
Gêmistos. Geórgios. dito Plethon (c. 1389- c. 1464)
Bessarion. Cardial Basílio. (1395-1472)
Nicolau de Cusa (Nikolaus Krebs) (1401-1464)
Valla. Lourenço. (1407-1457)
Gabriel Biel (c. 1425-1495)
Marsilio Ficino (1433-1499)
Abravanel. Isaac. (1437-1505)
Silvestre de Ferrara. (1444-1526)
Vitória. Francisco. (1486-1546)
nominalista
fil. escotista
místico
agostiniano
nominalista
nominalista
nominalista
místico
tomista
humanista
humanista
filos árabe
fil. escotista
tomista
nominalista
tomista
místico
humanista
nominalista
platônico
tomista
tomista
17
Melanchton, Philip. (1497-1560)
Lípsio. Justo. (1547-1606)
Abu Bisr Mattµ Al Qannay
Abu Hamza Al-Isbahani, (Idade Média)
Alberto de Saxe (ou De Saxônia)
Als ob (Vahinger)
Bernardo de Alvérnia, ou de Clermont
Cornoldi. João M.
Ephrem. P.
Guilherme de Heytesbury (Hentisberus)
Leão XIII
Longpré. P. Ephrem
Müller. Fritz e Haeckel
Régnon. Th. De.
Reinaldo de Piperno
Taggart. John Mc.
William ou Guilherme de Ockam (vd Ockam)
educador
estoico
filos árabe
escolástico
tomista
escolástico
escolástico
nominalista
Papa e escol.
escolástico
escolástico
tomista
● Idade Moderna
Pietro Pomponazzi (1462-1524)
Picco della Mirandola (1463-1494)
Nicoló Machiavelli (1469-1527)
Erasmo de Rotterdam. Desiderius (1469- 1536)
Moore. Thomas ou Th. Morus (c.1478-1535)
Lutero Martinho. (1483-1546)
Cano. Melquior (1509-1560)
Calvino. João (1509-1564)
aristotélico
platônico
filósofo social
humanista
utopista
18
Ramée. Pedro de la. (1515-1572)
Piccolomini. Francesco. (1520-604)
Domingo Bañes (1528-1604)
Montaigne. Michel Eyquem de. (1533-1592)
Molina, Luis de (1536-1600)
Charron. Pierre. (1541-1603)
Bruno. Giordano. (1548-1600)
Philippe de Mornay (1549-1625)
Althusius. Johannes. (1557-1638)
Bacon. Francis. (1561-1626)
Campanella Thomás (1568-1639)
Grotius. Hugo. (1583- 1645)
Cherbury. Herbert de. (1583-1648)
Jansenius (Cornelius) (1585-1638)
Hobbes Thomas (1588-1679)
João de Santo Tomás (1589-1644)
Gassendi. Pierre. (1592-1655)
Descartes. Renée... (1596-1650)
Digby. Kenelm. (1603-1665)
Arnauld. Antoine. (1612-1694)
Henry Moore (1614-1687)
Cudworth. Ralph. (1617-1688)
Mauro. Silvestre (1619-1687)
Clauberg. Johann. (1622-1665)
Pascal. Blaise. (1623-1662)
Geulincx. Arnold. (1624-1669)
Nicole. Pièrre. (1625-1695)
Bossuet. Jacques (1627-1704)
humanista
aristotélico
tomista
cético
jesuíta
cético
naturalista
filósofo social
fil. do direito
empirista
naturalista
fil do direito
deista
jansenista
empirista
tomista
atomista
cartesiano
jansenista
platônico
platônico
escolástico
cartesiano
jansenista
ocasionalista
jansenista
cartesiano
19
Huet. Pierre-Daniel. (1630-1721)
Louis de la Forge (1632-1666)
Locke. John.(1637-1704)
Malebranche. Nicolau. (1638-1715)
Goudin. Antônio.(1639-1695)
Fénelon. Fr. (1641-1715)
Newton. Isaac. (1642-1727)
Leibniz. Godofredo Guilherme (1646-1716)
Bayle. Pierre. (1647-1706)
Bernard de Mandeville (1670-1733)
Clarke. Samuel. (1675-1729)
Collins. Anthony. (1676-1729)
Berkeley. George. (1685-1753)
Montesquieu. Barão de. (1689-1755)
Hutcheson. Francis. (1694-1747)
Voltaire (1694-1778)
La Mettrie. Julien-Offroy de. 1709-1751)
cartesiano
cartesiano
empirista
ontologista
cartesiano
cético
moralista
espiritualista
deista
idealista
materialista
● Idade Contemporânea
Reid. Thomas. (1710-1796)
Hume. David. (1711-1777)
Boscovich. Ruggero Giuseppe(1711-1787)
Rousseau. Jean-Jacques. (1712-1778)
Diderot. Denis. (1713-1784)
Baumgarten. Alexander Gottlieb (1714-1762)
Condillac. Etienne Bonnot, abbé de (1714-1780)
Helvetius (Schweitzer), Claude Adrien... (1715-1771)
fenomenista
atomista
romântico
livre-pensad.
empirista
sensista
20
Alembert. Jean le Rond d'. (1717-1783)
Kant. Immanuel. (1724-1804)
Condorcet. Marquês de. 1743-1794)
Jacobi. F. H. (1743-1819)
Herder. Johann Gottfried von. (1744-1803)
Bentham. Jeremy. (1748-1832)
Cabanis. Pierre-Jean-Georges (1757-1808)
Reinhold. Karl Leonhardt. (1758-1823)
Fichte. Johann Gottlieb.(1762-1814)
Biran. Mainde de (1766-1824)
Hegel. Georg Johann Friedrich. (1770-1831)
Hoelderlin. Friedrich(1770-1843)
Coleridge. Samuel Taylor. (1772-1834)
Feuerbach . Anselmo von. (1775-1833)
Herbart. Johann Friedrich. (1776-1841)
Buzzetti. Vicente (1777-1824)
Lammenais. Feliicité de (1782-1854)
Cousin. Victor (1792-1867)
Carlyle. Thomas (1795-1881)
Fichte. Immanuel Hermann. (1796-1879)
Rosmini. Antônio(1797-1855)
Comte. Auguste. (1798-1857)
Littré.Émile (1801-1881)
Martineau (1802-1876)
Feuerbach. Ludwig Andreas. (1804-1872)
Mill, Stuart (1806-1873)
Read. Carveth (1806-1931)
Bauer. Bruno (1809-1882)
enciclopedis.
criticista
livre-pens.
realista
moralista
empirista
kantiano
idealista
eclético
idealista
idealista
jurista
realista
escolástico
eclético
idealista
kantiano
ontologista
positivista
positivista
positivista
positivista
positivista
hegeliano
21
Balmes. Jaime (1810-1848)
Liberatore. Matteo (1810-1892)
Kleutgen. Joseph (1811-1883)
Darwin. Charles (1812-1882)
Kierkegaard. S. (1813-1855)
Renouvier. Charles. (1815-1903)
Lotze . Rudolf Hermann (1817-1881)
Marx, Karl (1818-1883)
Congreve. R. (1818-1899)
Renan. Ernest (1823-1892)
Lafitte. Pierre (1823-1903)
Durkheim. Emile (1823-1917)
Palmieri. Domenico (1829-1909)
Gonzales. Zeferino (1831-1894)
Lachelier. Júlio. (1832-1918)
Dilthey.Wilhelm (1833-1912)
Dühring. Eugen. (1833-1921)
Haeckel. Ernst Heinrich. (1834-1919)
Caird. Edward (1835-1908)
Green. Thomas Hill. (1836-1882)
Laas. Ernst (1837-1885)
Mach. Ernst (1838-1916)
Brentano. Franz (1838-1917)
Lepidi. Alberto. (1838-1922)
Peirce. Charles Sanders (1839-1914)
Ribot. Théodule A. (1839-1916)
Cantoni. César (1840-1906)
Liebmann.Otto. (1840-1912)
espiritualista
escolástico
escolástico
evolucionista
idealista
realista
materialista
positivista
positivista
positivista
positivista
escolástico
escolástico
idealista
historicista
positivista
evolucionista
idealista
positivista
empirista
fenomenista
escolástico
pragmatista
positivista
idealista
neokantiano
22
James. William (1842-1910)
Cohen. Hermann. (1842-1918)
Avenarius. Richard (1843-1896)
Nietzsche. Fr. (1844-1900)
Denifle. Henrique. (1844-1905)
Ehrle. Francisco (1845-1934)
Jodl. Friedrich (1846-1914)
Bradley. Francis Herbert (1846-1924)
Eucken. Rudolf (1846-1926)
Bosanquet. Bernhard. (1848-1923)
Loisy. Alfred (1850-1940)
Mercier. Deziré-Joseph (1851-1926)
Mattiussi. Guido (1852-1925)
Baeuemker. Clemens (1853-1924)
Oswald Wilhelm (1853-1932)
Natorp. Paul. (1854-1924)
Royce. Josiah (1855-1916)
Hamelin. Octave (1856-1907)
Gardeil. Ambroise (1859-1931)
Husserl. Edmund (1859-1938)
Bergson. Henry (1859-1941)
Dewey. John. (1859-1952)
Blondel. Maurice. (1861-1949)
Külpe. Osvald (1862-1915)
Münsterberg. Hugo. (1863-1916)
Rickert. Heinrich. (1863-1936)
Cornelius. Hans. (1863- 1947)
Baumgartner. Mathias. (1865-1933)
pragmatista
neokantiano
positivista
pré-existenc.
escolástico
escolástico
positivismo
idealista
hegeliano
idealista
modernista
escolástico
escolástico
escolástico
positivista
neokantiano
idealista
idealista
escolástico
fenomenista
pragmatista
fil. da ação
realista
neokantiano
23
Croce. Benedeto. (1866-1952)
Deploiage. Simon (1868-1927)
Pègues. Thomas (1868-1936)
Dantec. Felix Le. (1869-1917)
Brunschwicg. Leon. (1869-1944)
Cohn. Jonas. (1869-1947)
Geyser. Joseph (1869-1948)
Marechal.Joseph (870-1944)
Moore. George Eward (1873-1958)
Cassirer. Ernst (1874-1945)
Gentile. Giovane... (1875-1944)
Grabmann. Martin (1875-1949)
Bauch. Bruno (1877-1942)
Descoqs. Pierre 1877-1946)
Lagrange. Reginal Garrigou (1877-1964)
Russel. Bertrand (1879-1970)
Keyserling. Conde von (1880-1946)
Pelster. Fr.. (1880-1956)
Hartmann. Nicholai. (1882-1950)
Maritain. Jacques. (1882-1973)
Jaspers. Karl (1883-1969)
Boyer. Charles (1884-1965)
Gosselin. Bernard (1886-1962)
Heidegger. Martin (1889-1976)
Carnap. Rudolf (1891-1970)
Raeymaecker. Louis de. (1895-1970)
Acker. Leonardo van (1896-1986)
Ryle. Gilbert. (1900-1976)
hegeliano
escolástico
escolástico
idealista
escolástico.
escolástico
hegeliano
escolástico
escolástico
neopositivista
escolástico
nova ontolog
escolástico
escolástico
escolástico
existencialist
neopositivista
escolástico
escolástico
neopositivista
24
Popper. Karl Raymund (1902-1994)
Copleston. Frederich Charles (1907 )
Derisi. Octavio Nicolas. (1907- )
Ayer. Alfred Julius(1910- )
neopositivista
escolástico
neopositivista
E o que se pode depreender apenas pelo numérico é que:
Filosofia Antiga (16) se teve mais filósofos estoicos (5), depois os
patrísticos (2) e os gnósticos (2);
Filosofia Medieval (109) mais tomistas (17), agostiniano (13) e
escolástico (12), depois nominalistas (9), místicos (7) e aristotélicos (5).
Filosofia Moderna (52) mais os escolásticos (23), positivistas (19)
e idealistas (13), depois kantianos (6), empiristas (5), hegeliano, realista
e jansenista (4).
Filosofia Contemporânea (129) mais os escolásticos (25),
positivistas (19) e idealistas (14), depois os kantianos (6) e os realistas
(4).
Oriental
Neste item anterior foi citado filósofos orientais o que pode
ocasionar a seguinte indagação: trataram estes da filosofia ocidental ou
existiu uma filosofia oriental?
Embora o termo filosofia seja de origem grega, a referência a
uma filosofia ocidental é em oposição a uma filosofia oriental. Esta
última é um tema controverso, uma vez que em relação ao oriente
muitos afirmam que não ocorreu uma separação de ciência e religião,
ou pensamento não-religioso como algo independente do pensamento
religioso, como ocorreu no ocidente. Mas há quem afirme que o que
25
falta é informação sobre o oriente: "Há, segundo penso, muitas
concepções errôneas sobre a filosofia oriental, nem toda de orientação
mística e religiosa." E há, ainda, quem discuta se a herança que os
gregos receberam dos orientais, com os quais tinham contato, deu
origem a filosofia. Contudo, a "maioria dos historiadores tende hoje a
admitir que somente com os gregos começa a audácia e a aventura
expressas numa teoria".
Entretanto, é possível citar pensadores do oriente que são
amplamente conhecidos, como Confúcio, e obras conhecidas, como A
Arte da Guerra. Bem como as inúmeras obras do Avicena e do Averróis.
Cronologia
Data
Descrição
c. 585
início da filosofia ocidental com Tales de
Mileto
fim do
séc. VI
morte de Pitágoras
séc. V
Leucipo, fundador do atomismo
c. 460
nascimento de Demócrito
450
nasce Diotima de Mantinea
Contexto histórico
26
c. 445
nasce Antístenes, fundador do cinismo
435
nasce Aristipo de Cirene
c. 412
nasce Diógenes de Sínope, discípulo de
Antístenes
c. 410
morre Protágoras, que afirmou: "O
homem é a medida de todas as coisas,
das coisas que são, enquanto são, das
coisas que não são, enquanto não são."
399
Sócrates condenado à morte em Atenas
387
Platão funda a Academia em Atenas
c. 360
nasce Pirro de Élis, fundador do
pirronismo
335
Aristóteles funda o Liceu em Atenas
306
Epicuro funda o Jardim
301
Zenão de Cítio funda o estoicismo
séc. III
Aristarco de Samos deduz que a Terra
gira em torno do Sol
335-323: guerras
de Alexandre, o
Grande
27
Sexto Empírico, autor de Hipotiposes
pirrônicas
séc. I
Andrônico de Rodes organiza os escritos 27 AC: Augusto
de Aristóteles e de Teofrasto
funda o Império
Romano; 1:
nascimento de
De rerum natura, de Lucrécio
Jesus
séc. I DC
filosofia gnóstica
e seg.
séc. III
Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, de
Diógenes Laércio
c. 254
morte de Orígenes
324: Constantino
unifica o Império
Romano
270
morte de Plotino
c. 400
Agostinho de Hipona escreve Confissões
c. 415
Hipátia é assassinada por cristãos em
Alexandria
476: fim do Império
Romano no
ocidente
529
fechamento da Academia de Platão por
ordem de Justiniano
632: morte de
Maomé
28
c. 873
morte de Al-Kindi, primeiro filósofo
muçulmano
1037
morte de Avicena
c. 1121
Sic et non de Pedro Abelardo
séc. XIIIIrmãos e Irmãs do Livre Espírito
XVI
1265
Tomás de Aquino começa a escrever a
Suma teológica
Gutenberg
desenvolve a
imprensa de tipos
móveis;
Lorenzo Valla, Marsílio Ficino
séc. XIV
e seg.
1453: tomada de
Constantinopla
pelos turcos
1492: Cristóvão
Pietro Pomponazzi, Erasmo de Rotterdam Colombo chega à
América
1513
Maquiavel escreve O Príncipe (publicado
em 1532)
29
1543
Copérnico publica Sobre as revoluções
dos orbes celestes, com um modelo
matemático no qual a Terra gira em torno
do Sol
1588
nasce François de La Mothe Le Vayer
1592
nascimento de Pierre Gassendi; morte de
Montaigne
1600
condenação à morte na fogueira de
Giordano Bruno, pela Inquisição
1601
De la sagesse, de Pierre Charron
1609/19
leis de movimentos dos planetas por
Johannes Kepler
1620
Novum organum, de Francis Bacon
1633
Galileu Galilei, após a publicação de
Diálogo sobre os dois principais sistemas
do mundo (1632), é forçado pela Igreja
católica a abjurar a teoria heliocêntrica
1636
Cristóvão Ferreira escreve A decepção
revelada
1641
Descartes publica as Meditações
30
metafísicas
1651
Leviatã de Thomas Hobbes
1657
L’Autre Monde de Cyrano de Bergerac
1677
publicação póstuma da Ética de Espinoza
1687
Isaac Newton publica os Principia; leis da
gravidade
1689
Locke publica o Ensaio sobre o
entendimento humano; empirismo
1710
Berkeley publica os Tratado sobre os
princípios do conhecimento humano,
levando o empirismo a novos extremos
1716
nascimento de Helvétius; morte de
Leibniz
1725
primeira edição de Scienza nuova de
Giambattista Vico
1729
Jean Meslier, primeiro filósofo ateu,
termina seu Testamento, por meio do
qual denuncia a opressão e as injustiças
cometidas contra os camponeses pelos
governos e demonstra a "falsidade e
vanidade de todas as divindades e de
31
todas as religiões do mundo" (só foi
publicado integralmente em 1864)
1738
Maria Gaetana Agnesi escreve em latim a
obra Propositiones philosophicae
(Proposições filosóficas)
Hume publica o Tratado da natureza
1739-40 humana, conduzindo o empirismo a seus
limites lógicos
1748
L'Homme machine (O homem-máquina)
de La Mettrie
1758
Helvétius publica De l'esprit
1762
Rousseau publica do Do contrato social
1770
Sistema da natureza do Barão d'Holbach
1773
publicação póstuma de De l’homme de
Helvétius
1779
são publicados postumamente os
Diálogos sobre a religião natural de
Hume
1781
Kant, despertado de seu "sono
dogmático" por Hume, publica a Crítica
da razão pura. Início da grande era do
32
idealismo alemão
1789
morre o Barão d'Holbach
1807
Hegel publica a Fenomenologia do
espírito: apogeu do idealismo alemão
1809
nasce Pierre-Joseph Proudhon, filósofo
anarquista
1818
Schopenhauer publica O mundo como
vontade e representação
1841
publicação de A essência do cristianismo,
de Ludwig Feuerbach
1845
nas Teses sobre Feuerbach Marx escreve
que os "Filósofos se limitaram a
interpretar o mundo de diversas
maneiras; mas o que importa é
transformá-lo".
1848
Marx e Engels publicam o Manifesto do
Partido Comunista, no qual conclamam:
"Proletários de todo o mundo, uni-vos".
1855
morte de Kierkegaard, primeiro filósofo
do existencialismo
início da Revolução
Francesa
33
1859
publicação de On Liberty, do utilitarista
John Stuart Mill
1879
Gottlob Frege, publica a Begriffsschrift
(Conceitografia ou Ideografia), um marco
na história da lógica e da tradição
posteriormente conhecida como filosofia
analítica
1882
Nietzsche publica A gaia ciência; "Deus
está morto"
1892
Gottlob Frege, publica Uber Sinn und
Bedeutung (Sobre sentido e referência)
1898
G.E. Moore publica The Nature of
Judgment, uma das obras que inaugura a
tradição da filosofia analítica na
Inglaterra
1900
morre Friedrich Nietzsche
1903
Moore publica Principia Ethica
teoria da evolução,
de Charles Darwin,
com A origem das
espécies
fim do séc.
XIX/início do séc.
XX: teoria
psicanalítica de
Sigmund Freud
34
1903
Bertrand Russell publica The Principles of
Mathematics
nasce Ayn Rand, fundadora da filosofia
do objetivismo
1905
Bertrand Russell publica seu artigo On
Denoting, em que expõe pela primeira
vez sua teoria das descrições definidas
teoria da
relatividade de
Albert Einstein
1907
Pragmatismo de William James
1910
1914: início da I
Bertrand Russell e A.N. Whitehead
Guerra Mundial;
publicam o primeiro volume de Principia
1917: Revolução
mathematica
Russa
1921
Wittgenstein publica o Tractatus logicophilosophicus, advogando a "solução
final" para os problemas da filosofia
década
de 1920
o Círculo de Viena (capitaneado por
Rudolf Carnap e Moritz Schlick, entre
outros) apresenta o positivismo lógico
fundação do Instituto para Pesquisa
Social, mas tarde Escola de Frankfurt
1927
Heidegger publica Ser e tempo,
anunciando a ruptura entre a filosofia
35
analítica e a continental
1928
Rudolf Carnap publica Der logische
Aufbau der Welt
1930
Kurt Gödel publica The Completeness of
the Axioms of the Functional Calculus of
Logic
1931
Gödel publica On Formally Undecidable
Propositions of Principia Mathematica
and Related Systems
1934
Simone de Beauvoir escreve o primeiro
romance em que explorou os dilemas
existencialistas da liberdade, da ação e da
responsabilidade individual, temas que
abordou igualmente em romances
posteriores
1937
Carnap publica The Logical Syntax of
Language
1938
morte de Edmund Husserl, fundador da
fenomenologia
1941
morte de Henri Bergson
1942
Albert Camus publica O mito de Sísifo
onde ele começa a desenvolver
1939: início da II
Guerra Mundial
36
filosoficamente o conceito do absurdo,
retomando criticamente o pensamento
dos filósofos anteriores a ele que
também questionaram sobre o absurdo
da existência
1943
Jean-Paul Sartre publica O ser e o nada,
avançando no pensamento de Heidegger
e instigando o surgimento do
existencialismo
Carnap publica Empiricism, Semantic and
Ontology
1950
W.V.O. Quine publica Two Dogmas of
Empiricism, que contém um rejeição da
distinção análitico/sintético
Peter Strawson publica On Referring,
criticando "aquele paradigma da
filosofia" (como disse Frank P. Ramsey), a
teoria das descrições definidas de Russell
1951
Hannah Arendt escreve seu primeiro livro
As origens do totalitarismo e consolida
seu prestígio como uma das figuras
maiores do pensamento político
ocidental. Arendt assemelha de forma
polémica o nazismo e o comunismo,
37
como ideologias totalitárias
1952
Albert Camus publica O homem revoltado
onde analisa historicamente o conceito
de revolta e critica ferozmente o
marxismo
1953
publicação póstuma de Investigações
filosóficas, de Wittgenstein
1954
é publicado Doença mental e psicologia,
de Michel Foucault
1955
morre Teilhard de Chardin, após a
publicação de sua obra-prima O
fenômeno humano
1959
Strawson publica Individuals
1960
morre Albert Camus em um acidente de
carro
1962
Thomas Kuhn publica The Structure of
Scientific Revolutions
1965
Karl Jaspers publica Kleine Schule des
Philosophischen Denkens (Introdução ao
pensamento filosófico), série de
pequenos ensaios feitos para um
38
programa de televisão da Baviera
1970
morre Bertrand Russell
1971
Saul Kripke publica Identity and Necessity
1972
Kripke publica a primeira edição de
Naming and Necessity
1975
Hilary Putnam publica Mathematics,
Matter and Method. Philosophical
Papers, vol. 1
1977
David Kaplan profere as conferências
publicadas mais tarde (1989) com o título
Demonstratives--An Essay on the
Semantics, Logic, Metaphysics, and
Epistemology of Demonstratives and
other Indexicals
1979
Tyler Burge publica Individualism and the
Mental
Richard Rorty publica Philosophy and the
Mirror of Nature
1980
Xavier Zubiri publica Inteligencia
Sentiente: Inteligencia y Realidad
39
morre Sartre
1982
Kripke publica Wittgenstein on Rules and
Private Language
1985
Bernard Williams publica Ethics and the
Limits of Philosophy
1991: dissolução da
União Soviética
Robert B. Brandom publica Making It
Explicit
1994
John McDowell publica Mente e Mundo
morre Karl Popper
2004
morte de Jacques Derrida, filósofo pósestruturalista criador do conceito
desconstrução
2005
publicação de Tratado de ateologia de
Michel Onfray
40
MESSIAS
Conceito
Messias em termos religiosos quer dizer pessoa ou coletividade
na qual se concretizavam as aspirações de salvação ou redenção. Em
termos do judaísmo e cristianismo é a pessoa a quem Deus
supostamente comunica algo de seu poder ou autoridade. Em mais
detalhes.
Em termos de judaísmo é um conceito que em hebraico quer
dizer "O Consagrado" e se refere, principalmente, à profecia da vinda
de um humano descendente do Rei David, que irá reconstruir a nação
de Israel e restaurar o reino de David, trazendo desta forma a paz ao
mundo.
Em termos do cristianismo é um conceito que em grego quer
dizer “O Ungido” e se considera, com algumas exceções, Jesus Cristo
como o Messias.
No Antigo Testamento a palavra aplicava-se a várias pessoas: os
reis de Israel, os juízes, bem como o Sumo Sacerdote, algo próximo ao
termo Messias - alguém de quem o Espírito de Deus se apoderava,
fazendo com que o eleito realizasse maravilhas, e demonstrasse ao
povo que sua autoridade sobre o povo de Israel procedia de Deus. Os
próprios patriarcas eram considerados "Ungidos", no sentido mais
amplo da palavra. Mas até o século I a.C., a palavra Messias era
aplicada apenas às profecias que se referiam à vinda do libertador de
Israel.
A palavra específica Messias no Antigo Testamento aparece
apenas duas vezes: em Daniel 9:25 e 26, quando um anjo anuncia ao
41
profeta Daniel que o Messias surgiria e seria morto 62 semanas
proféticas após a reedificação de Jerusalém, antes da cidade e do
templo serem novamente destruídos.
No Novo Testamento, está registrada também apenas duas
vezes: em João 1:41, quando o André contou a seu irmão Pedro que
recém haviam encontrado o Messias (que traduzido é o Cristo), e em
João 4:25, onde uma mulher samaritana comenta com Jesus que sabia
que o Messias estava vindo, e que quando viesse, nos anunciaria tudo,
ao que Jesus prontamente lhe respondeu: "Eu o sou, eu que falo
contigo".
Supostos
Entre os diversos citados Messias, fora Jesus Cristo, estão:
12 judaicos: Teudas (44-46) na Judeia; Menahem ben Judá
participante na revolta contra Agripa II; Simon bar Kokhba (morto em
135 d.C.); Moisés de Creta (século V); Abraham Abulafia (nascido em
1240); Nissim ben Abraham (cerca de 1295); Isaac Luria (1534- 1572),
notável cabalista; Sabbatai Zevi (1626 - 1676); Barukhia Russo, sucessor
de Sabbatai Zevi; Jacob Querido (morto em 1690), dizia ser a
reencarnação de Sabbatai Zevi; Israel ben Eliezer (1698 - 1760),
fundador do hassidismo; Menachem Mendel Schneerson (1902 -1994).
12 cristãos: Aldebert (século VIII); Tanchelm da Antuérpia (c.
1110); Ann Lee (1736-1784); Hong Xiuquan (1812-1864), clamava ser o
irmão mais jovem de Jesus; Haile Selassie (1892-1975), messias do
Movimento do Rastafari; Sun Myung Moon (1920-2012), fundador da
Igreja da Unificação; David Koresh (1959-1993); Jacobina Mentz Maurer
(1841-1874); Maria Devi Christos (1960), fundadora da Grande
42
Irmandade Branca; Matayoshi Mitsuo, autoproclamado messias
japonês que concorreu para a Câmara dos Deputados do Japão com o
nome "Jesus Cristo", recebeu sete mil votos e não se elegeu; José Luis
de Jesus Miranda (1946-2013) - fundador da "Creciendo en Gracia"
auto-proclamado "Jesus Cristo Hombre"; Álvaro Inri Cristo Thais (1948)
- brasileiro fundador da instituição "Suprema Ordem Universal da
Santíssima Trindade" (SOUST), auto-proclamado a reencarnação de
Jesus Cristo.
8 islâmicos: Maomé (570-632); Muhammad Jaunpuri; Báb
(1819-1850), fundador do babismo, nasceu no atual Irã; Mirza Ghulam
Ahmad; Muhammad Ahmad (1844-1885), líder religioso que declarou
ser o mahdi; Mohammed Abdullah Hassan; Rashad Khalifa; Juhayman
al-Otaibi.
Saoshyant é o salvador do mundo no Zoroastrismo.
Verdadeiro
Meishu-Sama é o nome religioso de Mokiti Okada, assim como,
Sakyamuni é o nome religioso do príncipe Sidartha Gautama que foi um
Buda, e Jesus de Nazaré que foi um Cristo.
Mokiti Okada (23 de dezembro de 1882 — 10 de fevereiro de
1955) foi o fundador da Igreja Messiânica Mundial, na qual é conhecido
pelo título honorífico de Meishu-Sama, "Líder Espiritual Iluminado".
Mas, afinal, em poucas palavras, quem é Meishu-Sama? Ele
mesmo, o próprio Meishu-Sama, responde:
“No presente, quando o mundo vagueia em tão caótica situação,
Deus enviou o Mestre Meishu-Sama, fundador da Igreja Messiânica
Mundial, com a suprema missão de realizar o Seu sagrado objetivo de
salvar toda a humanidade.”
43
“Mesmo aquela estátua do Palácio dos Sonhos, que ficou por
longos anos oculta, indica simbolicamente o meu nascimento como um
Guce Kannon, isto é, um salvador da humanidade.”
“Aqueles que me conhecem, cientes da grande obra de salvação
por mim realizada, naturalmente gostariam de saber tudo o que for
possível a meu respeito; no futuro, será incalculável o número de
pessoas, no mundo inteiro, que terão o mesmo desejo. Assim, como
criador do princípio do Mundo Paradisíaco, pretendo deixar para as
gerações vindouras a imagem mais fiel de minha pessoa, e por isso
escreverei a meu respeito.
Parece-me estranho que aqueles grandes religiosos – Cristo
[Jesus], Maomé (séc. VI d.C.) e Sakyamuni (séc. VI a.C.) - nada tenham
falado de si mesmos. É como se estivessem trajados com magníficas
vestes e não quisessem tirá-las; desse modo, não podemos conhecer
suas impressões e confissões. Talvez eles não nos tenham revelado seu
íntimo por não terem vontade de fazê-lo, mas acho isso realmente
lamentável.
Quanto a mim, acontece o contrário. Desejo escrever tudo a meu
respeito, com todos os detalhes. Provavelmente encontrarão pontos
incompreensíveis em minhas explanações, fatos que lhes parecerão
inverossímeis, grandes ou pequenos, claros ou obscuros, finitos ou
infinitos, etc. Saboreando minhas palavras, conseguirão a sabedoria da
vida e tornar-se-ão possuidores de espírito inabalável.”
“Todo acontecimento da vida cotidiana relacionada à minha
pessoa, por menor que seja, é Luz. Portanto, faça o possível para
transmitir isso a um maior número de pessoas.”
“Sem levar em consideração o fato de saber redigir bem ou não,
todos vocês que servem perto de mim, têm o dever de transmitir aos
fiéis a minha vida diária. Vocês precisam observar direito se realmente
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estou pondo em prática tudo o que digo ou ensino aos membros, e
registrar tudo tal qual têm observado.”
“É importante que os mamehito saibam quem sou eu, MeishuSama. Quando tiverem convicção absoluta do meu poder, a sua alma
ficará sólida como um diamante. Ao mesmo tempo, a capacidade de
atuação de cada um aumentará consideravelmente. Assim todos
conseguirão colaborar na Obra Divina.
Devem vocês, portanto, procurar entender do fundo do coração,
estas minhas palavras e, depois, colocá-las em prática o maior número
possível de vezes.”
“Homens! Preparem-se!
Grande Messias é o Sagrado Nome
Daqueles que salvará o mundo no Juízo Final.
A Era dos Deuses
Será a era em que a Luz do Messias
Iluminará ilimitadamente a Terra.
Ecoam mudas vozes de alegria
Pelo surgimento do Messias
Nos três mundos: Divino, Espiritual e Material.”
“Sou homem e não sou homem
Sou Deus e não sou Deus
Fico a refletir sobre mim mesmo ...
O Estado de União com Deus
Refere-se à ação onde não existe distinção
Entre a Obra de Deus ou a do homem.
Serei eu
A salvar este conturbado Mundo Material
Manifestando a Força da União com Deus.”
45
Reencarnações
O empresário Mokiti Okada, que viveu entre 1882 e 1955, teve
várias reencarnações, numa delas, ele mesmo disse: “Relacionando a
minha vida à do Príncipe Shotoku, dá para perceber a existência de
pontos semelhantes entre as nossas ideias porque, na verdade, eu sou
uma reencarnação dele.”
Reencarnações conjecturadas, após a deste príncipe regente
Shotoku (574 d.C.-622 d.C.), foram a do general Hideyoshi Toyotomi
(século XVI) e o pintor Ogata Korin (1658-1716). Vidas anteriores a do
príncipe, que foram muito significativas, data de cerca de três mil anos
atrás, que será explicitada neste trabalho.
Eis o que o Meishu-Sama pensa a respeito destas últimas
personalidades vivenciadas por ele.
No que se refere ao príncipe Shotoku:
“Uma semelhança marcante entre a minha vida e a do Príncipe
Shotoku diz respeito às construções.”
“Exemplifiquemos, primeiramente, com o príncipe Shotoku, cujo
vasto conhecimento sobre a cultura budista, principalmente na parte
artística, ninguém poderá deixar de reconhecer. Temos a prova disso no
Templo Horyuji e em outras construções, que ainda conservam o
esplendor da sua magnificência, A sua famosa "Constituição dos 17
Artigos" de ser considerada a base da lei japonesa.”
Meishu-Sama sempre dizia: “Trabalho dez vezes mais do que
qualquer homem.” Neste aspecto, lembra o príncipe regente Shotoku,
que ouvia dez pessoas ao mesmo tempo, coisa impossível para uma
pessoa comum.
No que diz respeito ao general Hideyoshi Toyotomi:
“A maior honra, no entanto, desejamos conferir a Hideyoshi
Toyotomi (unificador dos feudos, no ano de 1573). A grandeza de
46
Hideyoshi Toyotomi reside no fato de ter compreendido a Arte ainda na
mocidade e colecionado obras-primas, o que não deixa de ser algo
surpreendente, dado que ele era filho de lavrador. Geralmente, além de
crescer sob condições favoráveis, ou melhor, na classe acima da média,
é necessário um grande esforço para se atingir o nível do "saber das
coisas" [tieshokaku]. Hideyoshi, portanto, é de fato um homem
extraordinário, pois atingiu esse nível apesar de sua origem humilde e
de ter vivido continuamente em campos de batalha.”
No que tange ao pintor Ogata Korin:
Quando Meishu-Sama tinha 25 anos de idade, abriu uma loja em
Tóquio e deu o nome de Korin-do em homenagem ao famoso artista
Korin Ogata (1658-1716), que Meishu-Sama mais admirava entre todos
os artistas japoneses.
Vida e Obra
Mokiti nasceu no bairro de Asakusa em Tóquio, desde criança,
dedicou-se às artes e se preocupava com os problemas da humanidade.
Ele foi admitido aos cinco anos de idade na Escola das Belas Artes de
Tóquio. No entanto, foi obrigado a desistir dos estudos pouco depois
devido a graves problemas de saúde. Em 1907 abriu o seu próprio
negócio, tendo feito fortuna no negócio da joalharia. Em 1919 a sua
primeira esposa morre e nos anos seguintes o seu negócio é duramente
afetado pela crise econômica mundial que se seguiu à Primeira Guerra
Mundial (1920) e pelo grande terramoto de Kanto (1924). Assim, após
inúmeras dificuldades na vida familiar e empresarial, foi cada vez mais
se aprofundando na filosofia, na religião e no estudo sobre a origem do
sofrimento humano.
47
Seguidor desde 1920 do Oomoto (uma seita religiosa derivada
do Xintoísmo), em 1926, alcançou o estado de suprema iluminação em
que lhe foi revelado por Deus sua missão e lhe foram concedidos o
conhecimento e a força necessária para a construção de uma nova
civilização material e espiritualmente desenvolvida, que o levou a
abandonar os seus negócios e dedicar-se à vida religiosa em 1928, e a
anunciar publicamente em 1 de janeiro de 1935 a sua visão para uma
nova civilização, que deveria trazer paz permanente e felicidade para
todos os seres humanos do mundo independentemente da sua origem
ou religião, tendo fundado um movimento religioso com o objetivo de
espalhar os seus ensinamentos, a Igreja Messiânica Mundial.
Okada acreditava que a única forma de ser feliz era ajudando
outros a serem felizes, e apontou a medicina, a agricultura e a arte
como as três áreas mais importantes na vida humana, tendo
desenvolvido as suas próprias teorias filosóficas e métodos concretos
para as colocar em prática, incluindo a sua técnica de cura e
purificação, o Johrei. Logo após fundar a Igreja Messiânica Mundial,
abriu um centro de reabilitação centrado nos poderes curativos da luz,
mas este foi encerrado em 1936 sob a acusação de violar a Lei dos
Prestadores de Cuidados Médicos. Nesse ano, Mokiti Okada
estabeleceu um método de agricultura originalmente chamado de
"agricultura sem fertilizantes", ou "agricultura natural", que propõe um
cultivo natural onde existe a harmonia com o meio-ambiente, com a
alimentação, com a saúde do homem e com a espiritualidade.
Cerceado pela falta de liberdade religiosa no Japão à época, apenas a
partir de 1947 (após o final da Segunda Guerra Mundial) é que o seu trabalho
pôde ser abertamente divulgado. Nos seus últimos anos de vida, Okada
idealizou e promoveu a construção de três "protótipos do paraíso terrestre"
(em Hakone, Atami e Quioto), formados por templos, jardins e museus
48
destinados a expor as peças de arte que colecionava, pois defendia que a arte
devia ser partilhada por todos e não escondida nas coleções privadas dos mais
privilegiados. Fora do Japão, já existem solos sagrados no Brasil e na
Tailândia e há previsão da construção de mais um no continente
africano, na cidade de Cacuacu.
A escola Sangetsu do Ikebana, inspirada por Mokiti Okada, foi
fundada em 15 de junho de 1972. A Fundação Mokiti Okada (MOA),
oficialmente denominada MOA International Corporation desde 2009,
foi criada em 1980 para continuar o trabalho de Okada para a criação
de uma nova civilização com base nas suas filosofias e princípios, sem
confinar a sua aplicação dentro de um quadro religioso. Grande parte
da extensa coleção de arte de Okada está agora albergada no Museu
MOA, em Atami.
Seu maior legado, porém, foi outorgar à humanidade a
permissão de qualquer ser humano ser capaz de transmitir a poderosa
Luz de Deus, que purifica o corpo e o espírito e elimina a verdadeira
causa de todos os sofrimentos humanos, trazendo saúde, paz e
prosperidade ao mundo, conhecido pelo nome de Johrei. Em vida, ele
escreveu mais de 300 mil pontos focais, conhecidos pelo nome de
“Ohikari” (medalha da luz divina), que permitem a qualquer ser
humano ser representante de Deus e manifestar Seu amor e Sua força
de salvação a seu semelhante.
Meishu-Sama ainda escreveu milhares de textos a respeito de
saúde, alimentação, agricultura, arte, política, educação, entre outros
assuntos, todos eles revelados por Deus como norte para a
transformação da cultura materialista e egoísta em altruísta e
espiritualista.
49
Ao falecer, aos 72 anos de idade, o Fundador havia deixado
prontas as bases para a construção de um mundo ideal, o Paraíso
Terrestre, onde a saúde, a prosperidade e a paz pudessem imperar.
Em termos bem esquemáticos a vida e obra de Meishu-Sama
compreende três tópicos: Família, Trabalho e Fé; Messiânica;
Messiânica Mundial. Apresentando a vida de Mokiti Okada, seus
pensamentos, palavras e ações, suas reencarnações, como se tornou
Meishu-Sama, anos mais tarde, Meshia-Sama, o Messias.
Os 72 anos de existência de Mokiti Okada são apresentados em
três períodos: primeiro, que vai de 1882 a 1934, seus primeiros 52 anos
de vida, passos iniciais na família, trabalho e fé; o segundo, de 1935 a
1949, dos 52 aos 66 anos, seus posteriores 15 anos, formando e
desenvolvendo a Messiânica; e o terceiro, de 1950 a 1955, dos 67 aos
72, seus últimos cinco anos, edificando a Messiânica Mundial.
O primeiro período - Família, Trabalho e Fé - compreende três
sub-períodos: “Caseiro comum e admirável” [1882-1904, primeiros 22
anos], “Empresário de loja de aviamentos” [1905-1919, 23 aos 37 anos]
e “Religioso da Oomoto” [1920-1934, 38 aos 51]. O segundo período Messiânica: “Criador de uma Ultra-Religião” [1935-1943, 52-61],
“Edificador de Solos Sagrados” [1944-1949, 62-66] e “Revelador de seu
Passado, Presente e Futuro”. O terceiro período - Messiânica Mundial:
“Começou a usar o nome de Meishu-Sama” [1950-1953, 67-70],
“Passou a ser chamado de Meshia-Sama” [1954-1955, 71-72] e
“Delineou o Século XXI”.
A obra de Meishu-Sama é imensa. Ele criou uma ultra-religião,
colunas de salvação com Johrei, agricultura natural e belo. Este último
desde a edificação de solos sagrados e museus.
“Quanto ao museu, ficará para o ano que vem. Creio que ele
50
será comentado mundialmente, atraindo a atenção do mundo inteiro. A
obra ainda está na metade, mas quando estiver totalmente concluída,
causará assombro. Como resultado, surgirá esta pergunta: ‘Afinal de
contas, o que é a Igreja Messiânica Mundial?’. Sabendo que se trata de
uma Igreja dirigida por um indivíduo chamado Meishu-Sama, quererão
saber quem é esse indivíduo. Assim, estou certo de que terá início uma
pesquisa sobre ele.”
““Entre o espaço de 10 e 20 anos, Ele construiu tudo isto..." Eu
acho que a partir de uma frase como esta, as pesquisas sobre Mokiti
Okada vão dar o seu passo de largada. "Quem foi ele e qual a
filosofia que pregava". Através destas e de outras frases, todas as
coisas que eu escrevi serão lidas em todas as partes do mundo. E,
como resultado concreto disso, teremos que as pessoas não vão
poder deixar de entender sobre a superstição da Medicina e a
superstição dos fertilizantes muito utilizados até os dias de hoje. E
ainda, como vou construir a grandiosa obra que é o Paraíso
Terrestre, vão achar maravilhosas as minhas palavras e a minha
ideologia e, principalmente, vão entender que através dela é que
vamos implantar a verdadeira saúde. Todas as doenças vão ser
exterminadas. Teremos grandes colheitas sem nenhum tipo de
fertilizante ou adubo. E, ainda por cima, quando acabarmos com o
ateísmo, os criminosos também vão desaparecer.
Como escrevo coisas do tipo extraordinário e até raro, se
forem lidas por pessoas que possuem pensamentos deturpados, por
mais que sejam coisas boas que estejam escritas, de maneira alguma
elas entram na cabeça destas pessoas. Por outro lado, se for lido por
pessoas que tenham o pensamento: "Ele é diferente das pessoas
comuns. Com certeza não é um homem qualquer. O que será que ele
51
quer dizer com isso?", rapidamente se tornará um apreciador das
minhas palavras. Se não for por esta maneira, não se chegará a lugar
nenhum. E esta forma de fazer é uma atitude do Deus Absoluto.
Assim, dá para entender que Deus faz de uma forma tão magnífica
que chega a nos deixar boquiaberto, ou seja, antes de tudo, Ele
utiliza o Belo para chamar a atenção das pessoas em geral. Eu acho
que Deus faz tudo com muita habilidade.”
“Se escrevo num papel com tinta carvão, as letras se
movimentam viva e livremente no ar. A partir do instante em que esse
papel é dobrado e guardado no peito como proteção, o sentimento se
purifica, começam os milagres e é liberada a força capaz de curar as
pessoas. Gradativamente, as criaturas infelizes passam a viver em
condições favoráveis. Por outro lado, pendurando na parede o papel
manuscrito por mim ou colocando-o em um quadro, as letras emitem
raios de Luz, muitas vezes vistos por algumas pessoas. Sem dúvida, o lar
toma-se alegre, e a colheita, para os agricultores, torna-se mais farta. A
transformação gradual do lar em Paraíso é um fato verídico,
proclamado por inúmeros membros de forma unânime.”
“Fala-se sobre a vinda do Messias, não? Pois o Messias nasceu
[parto de Deus que estava no ventre de Meishu-Sama]. Não são apenas
palavras; é realidade mesmo. Eu próprio fiquei surpreso. E não se trata
de renascer [nascer novamente na aparência], mas de nascer
novamente [verdadeiramente]. É esquisito nascer depois de velho, mas
o mais interessante é que minha pele ficou delicada como a pele de um
bebê e, além disso, como podem constatar, surgiram-me estes cabelos
pretos. Ao vê-los, o barbeiro disse que parece cabelo de criança. Os fios
brancos foram sumindo gradativamente e só nasciam fios pretos.
[assemelha-se ao personagem do filme “O Estranho caso de Benjamin
Burton]. Esse Messias tem a posição mais elevada na hierarquia do
mundo. No Ocidente, ele é considerado o Rei dos Reis. Assim, a minha
52
vinda se reveste da maior importância, pois, graças a ela, a humanidade
será salva.”
Dez dias depois, ou seja, em 15 de junho, foi solenemente
realizada no Templo Messiânico a Cerimônia de Comemoração
Provisória da Vinda do Messias. Nesse dia seu estado não era bom,
tendo ele subido ao Altar com muito custo, ajudado por terceiros. Era a
primeira vez que Meishu-Sama aparecia em público desde o início de
sua purificação. Estava todo vestido de branco e fez uma saudação bem
simples. Nessa oportunidade, o Presidente da Igreja comunicou aos
mais de dez mil participantes a deliberação de chamá-lo, dali em diante,
pelo nome de Meshia-Sama (Messias) e não mais Meishu-Sama.
53
54
CURSO “FILOSOFIA E MESSIAS”
Significado
O Messias Meishu-Sama em “Identidade entre a Religião, a
Filosofia e a Ciência” escrita na data de 14 de fevereiro de 1951, ensina:
“A religião, a filosofia e a ciência estão um passo aquém [abaixo]
do mundo espiritual divino, e por se encontrar num impasse, verifica-se
a era de trevas como a de hoje. Assim, por intermédio da minha pessoa
[Messias], Deus pretende romper as barreiras, abrir as portas e
conduzir-nos ao Mundo da Luz Divina.”
O Centro Cultural Paraíso Terrestre que segue o Messias
Meishu-Sama já ofereceu cursos sobre religião e ciência no sentido de
tentar contribuir que estas vislumbrasse um pouco a era da luz,
precisamente em “A(s) Religião(ões)” em 2005-2006/1, e “Física
Moderna e Ciência Espiritualista” em 2013.
“Filosofia e o Messias” é o curso deste Centro Cultural a ser
realizado em 2016 que trata da filosofia, mais precisamente da história
da filosofia considerando em alguns trechos a filosofia do Messias.
O que, aliás, será o mesmo que foi feito no curso “A(s)
Religião(ões)” que tratou não da religião, mas sim da história da
religião, considerando a filosofia do Messias. Naquela ocasião em 20052006/1 se empregou a coleção “História das Religiões do Mundo” e
uma sistematização dos ensinamentos de Meishu-Sama estruturado em
três volumes: “Religião”, “Messias” e “Ultra-Religião”.
Objetivo é o de colaborar para que a filosofia esteja o mais
próximo do mundo espiritual divino, ou seja, para que o conhecimento
e a consciência se elevem espiritualmente.
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Conteúdos
Além desta Introdução, são os seguintes tópicos: História das
Histórias da Filosofia; O Projeto Socrático; Sócrates e Platão;
Aristóteles; Pré-Socráticos; Período Helenístico I; Período Helenístico II;
Advento do Cristianismo; Filosofia Patrística e Escolástica; Santo
Agostinho; Duns Scot e São Tomás de Aquino; Filosofia Islâmica;
Filosofia Cristã; Ideia versus Realidade; A Escolástica I; Xavier Zubiri e a
Escolástica; Escolástica II; Santo Tomás de Aquino; Maquiavel e a
Formação das Identidades Nacionais; Filosofia na Idade Moderna;
Filosofia Anglo-Saxônica; David Hume e Thomas Reid; A Existência do
“Eu”; Kant; Fichte e o Idealismo Alemão; Hegel; Schelling; Kant e Hegel:
Origem do Positivismo e Marxismo; Genealogia das Ciências; Edmund
Husserl e a Filosofia do Século XX; O Enigma Maquiavel; A Realidade;
Filosofia Messiânica.
Programação
Nº Enc. Data
Assunto
Preliminares
1º
2º
3º
13/10/15
20/10/15
27/10/15
Aula Inaugural
Introdução
História das Histórias da Filosofia
56
Filosofia da Idade Antiga
4º
5º
Maio
6º
7º
8º
9º
Junho
10º
03/11/15
10/11/15
O Projeto Socrático
Sócrates e Platão
17/11/15
24/11/15
01/12/15
08/12/15
Aristóteles
Pré-Socráticos
Período Helenístico I
Período Helenístico II
15/12/15
Advento do Cristianismo
Filosofia da Idade Medieval
11º
29/03/16
12º
05/04/16
13º
12/04/16
Julho
14º
19/04/16
15º
26/04/16
16º
03/05/16
17º
10/05/16
Agosto
18º
17/05/16
19º
24/05/16
20º
31/05/16
Filosofia Patrística e Escolástica
São Agostinho
Duns Scot e Santo Tomás de Aquino
Filosofia Islâmica
Filosofia Cristã
Ideia versus Realidade
A Escolástica I
Xavier Zubiri e a Escolástica
Escolástica II
Santo Tomas de Aquino
57
Filosofia da Idade Moderna
21º
14/06/16
22º
21/06/16
Setembro
23º
28/06/16
Maquiavel e a Formação das Identidades
Nacionais
Filosofia na Idade Moderna
Filosofia Anglo-Saxônica
Filosofia da Idade Contemporânea
24º
12/07/16
25º
19/07/16
26º
26/07/16
Outubro
27º
02/08/16
28º
09/08/16
2º
16/08/16
30º
23/08/16
Novembro
31º
30/08/16
32º
13/09/16
33º
20/09/16
34º
27/09/16
Dezembro
35º
04/10/16
36º
18/10/16
David Hume e Thomas Reid
A Existência do “Eu”
Kant
Fichte e o Idealismo Alemão
Hegel
Schelling
Kant e Hegel: Origem do Positivismo e
Marxismo
Genealogia das Ciências
Edmund Husserl e a Filosofia do Século XX
O Enigma Maquiavel
A Realidade
Filosofia Messiânica
Filosofia Messiânica
58
Livro-Texto
“Filosofia e Messias” é uma coleção compreendendo os 34
volumes listados abaixo.
Preliminares
01. Introdução
02. História das Histórias da Filosofia
Filosofia da Idade Antiga
03. O Projeto Socrático
04. Sócrates e Platão
05. Aristóteles
06. Pré-Socráticos
07. Período Helenístico I
08. Período Helenístico II
09. Advento do Cristianismo
Filosofia da Idade Medieval
10. Filosofia Patrística e Escolástica
11. São Agostinho
12. Duns Scot e Santo Tomás de Aquino
13. Filosofia Islâmica
14. Filosofia Cristã
15. Ideia versus Realidade
16. A Escolástica I
17. Xavier Zubiri e a Escolástica
18. Escolástica II
19. Santo Tomás de Aquino
59
Filosofia da Idade Moderna
20. Maquiavel e a Formação das Identidades Nacionais
21. Filosofia na Idade Moderna
22. Filosofia Anglo-Saxônica
Filosofia da Idade Contemporânea
23. David Hume e Thomas Reid
24. A Existência do “Eu”
25. Kant
26. Fichte e o Idealismo Alemão
27. Hegel
28. Schelling
29. Kant e Hegel: Origem do Positivismo e Marxismo
30. Genealogia das Ciências
31. Edmund Husserl e a Filosofia do Século XX
32. O Enigma Maquiavel
33. A Realidade
34. Filosofia Messiânica
Estes são praticamente a obra “História Essencial da Filosofia”
(2002-2006) do filósofo Olavo Luiz Pimentel de Carvalho levando em
consideração a “Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao Reino do Céu na
Terra” (2007-2008) do autor deste curso, o ministro da Igreja
Messiânica Mundial do Brasil: Charles Guimarães Filho.
Ela não é totalmente a obra de Olavo devido às reformulações
feitas como acrescentar e suprimir textos dela a fim de se tentar
melhorar os esclarecimentos, bem como para inserir oferecimentos de
ponto de vista segundo os ensinamentos de Meishu-Sama.
60
Mas, quem são esses dois: Olavo de Carvalho e Charles
Guimarães Filho? Ao apresentá-los a seguir se espera ao mesmo tempo
ter dado uma ideia do por que deles terem sido os escolhidos para
regularem tal livro-texto.
Olavo de Carvalho
Nasceu em 29 de abril de 1947, Campinas, interior de São Paulo.
Atualmente, é casado com Roxane Andrade de Souza, pai de oito filhos
e diversas vezes avô.
Na década de 60 foi um militante comunista, mas após sua
decepção com esta ideologia, tornou-se um convicto anticomunista.
Na década de 70 colaborou no primeiro curso de extensão
universitária em astrologia da PUC de São Paulo para os formandos em
psicologia, em 1979. Aproximadamente na mesma época, realizou
consultas astrológicas e lecionou na Escola Júpiter, escola de astrologia
em São Paulo que chegou a receber 140 alunos. Seu primeiro livro foi
lançado em 1980 e chama-se "A imagem do homem na astrologia".
Na década de 80 foi um dos membros fundadores da Tariqa
Maryamiyya no Brasil, ou seja, uma confraria esotérica islâmica, da
corrente contemplativa e mística do Islã. Conhecida como sufismo cujos
praticantes são chamados de dervixes. Em 8 de janeiro de 1986 recebeu
o Prêmio no Concurso de Monografias sobre a vida do profeta
Muhammad do Centro Islâmico do Brasil.
Na década de 90 estudou Filosofia no Conjunto de Pesquisa
Filosófica da PUC do Rio de Janeiro por três anos, sob a direção do
Padre Stanislavs Ladusãns. Apesar de não ter podido terminar o curso fechado após a morte de Ladusãns-, Olavo de Carvalho não quis dar
61
prosseguimento aos seus estudos em outra instituição de ensino
superior. "Os outros cursos de Filosofia que eu conhecia neste país não
me interessavam, pois eram demasiado ruins", diz o estudioso, que não
se considera um autodidata, por ter desfrutado a orientação de muitos
mestres, principalmente no campo das religiões comparadas. Ele
publicou em 1996 o livro que o tornou conhecido, "O imbecil coletivo:
atualidades inculturais brasileiras", no qual critica duramente o meio
cultural e intelectual brasileiro.
No século XXI foi diretor da Editora UniverCidade entre 1999 e
2001 e se consolidou como conferencista, ensaísta e autor brasileiro,
atuando nas áreas do jornalismo e filosofia. Ele trabalhou em revistas e
periódicos tais como Planeta, Bravo!, Primeira Leitura, O Globo, Época,
Zero Hora, Jornal do Brasil e Jornal da Tarde, tendo sido demitido
destes cinco últimos. Bem como ministrou, com frequência, cursos à
distância e presenciais de Filosofia.
Na atualidade é um dos mais conhecidos pensadores brasileiros
cuja tônica de seu pensamento é "a defesa da interioridade humana
contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada
numa ideologia 'científica'" abrangendo: críticas à indivíduos,
entidades, partidos e ateísmo antirreligioso radical; marxismo e
capitalismo; globalismo e socialismo; direita ideológica; ciência.
Ele possui uma vasta obra e diversas atividades que pode ser
apreciada em parte no seu site www.olavodecarvalho.org. Recebeu
prêmios e medalhas como: Medalha do Mérito Santos-Dumont (20 de
julho de 2001), distinção honorífica da Ordem Nacional do Mérito da
Romênia, Diploma de Colaborador do Instituto de Geografia e História
Militar do Brasil (30 de março de 2004) Medalha Tiradentes (2012).
62
Há dez anos que reside na Virgínia nos Estados Unidos da
América do Norte. Em dezembro de 2009 recebeu do governo deste
país o visto especial de residência EB-1, o qual é concedido à
estrangeiros com "habilidades extraordinárias" na área educacional,
artística, científica ou de negócios ou a "professores ou pesquisadores
notáveis". Esse visto dá ao estrangeiro o direito de residência
permanente nos Estados Unidos.
Para se conhecer um pouco mais Olavo de Carvalho no que diz
respeito à filosofia e a sua história essencial se apresenta dois textos:
“Brasil tem Filósofo” que é uma entrevista dele dada à Gramática Online e “Notas para a Introdução: A História Essencial da Filosofia” que o
próprio nome atesta.
Brasil tem Filósofo.
Gramática On-line - Comecemos falando um pouco sobre a sua
área. Em sua opinião, o que é a Filosofia? Há diferenças entre
concepções antigas e modernas de Filosofia?
-- A Filosofia, segundo a entendo, é a unidade do saber
(conhecimento) realizada na unidade da consciência e vice-versa.
Conhecimento
Consciência
Filosofia
Creio que essa definição absorve e domina praticamente todas
as definições antigas e modernas. Aliás, foi obtida da comparação delas.
63
Gramática On-line - Muitas pessoas têm dúvida quanto à
atuação profissional do filósofo. Além de lecionar, que atividades pode
exercer o formado em Filosofia?
-- A Filosofia, em si, não é uma atividade profissional e espero
que não se torne isso nunca, mas um tipo de know-how que está
subentendido, ou deveria estar, em inumeráveis profissões,
especialmente o ensino e a pesquisa científica em todas as áreas como
na política, nas artes e na educação.
Gramática On-line - Atualmente, as faculdades em geral formam
realmente filósofos? Ou são só professores de Filosofia?
-- Ninguém pode dar o que não tem nem ensinar o que não
sabe. Não há um só filósofo no nosso meio acadêmico, e a prova é que
esse meio rejeita, por medo e preconceito, todo filósofo autêntico que
apareça dentro ou fora dele. Dizer que uma Marilena Chauí, um
Leandro Konder sejam filósofos é um ultraje à filosofia. A primeira é
uma professora de ginásio, o segundo é um propagandista barato. Mas
é só esse tipo de gente que a universidade aceita. Já o Villém Flusser,
um gênio espantoso, acabou desistindo do Brasil e foi publicar seus
livros na Alemanha, onde imediatamente foi reconhecido como um dos
pensadores mais originais das últimas décadas. No Brasil aqueles
entojadinhos da USP faziam pouco dele, empinavam o nariz diante dos
seus escritos porque eram publicados em jornal – como se Gabriel
Marcel ou Ortega y Gasset também não tivessem sido eminentemente
jornalistas. Mário Ferreira dos Santos e Vicente Ferreira da Silva
também foram postos para escanteio, e até Miguel Reale, reitor da
USP, era discriminado dentro da sua própria universidade. Agora, com
quarenta anos de atraso, a USP decidiu absorver o prof. Reale,
concedendo ao mestre um lugarzinho modesto ao lado de quinze micos
64
na coletânea “Conversas com Filósofos Brasileiros”, na qual ele é
obviamente o único filósofo presente. Ora, esses quatro nomes –
Flusser, Reale e os dois Ferreiras – perfazem o essencial da filosofia
brasileira deste século – o que vale dizer que a filosofia esteve
rigorosamente fora da universidade, por obra de medíocres e invejosos
que se empoleiraram como urubus nas chefias de departamentos. O
que a universidade brasileira tem feito contra a filosofia é
simplesmente criminoso.
Gramática On-line - Nota- se que há muitas faculdades de
Filosofia espalhadas pelo país. Essa proliferação de faculdades é boa ou
ruim para o ensino qualitativo da Filosofia?
-- É péssima. Quanto mais gente falando do que não entende,
mais confusão, mais empulhação, mais verbalismo oco vai circular pelo
país. A filosofia universitária no Brasil só vai começar quando o MEC ou
instituição similar fizer uma edição padrão dos escritos daqueles quatro
grandes pensadores e a distribuir como leitura obrigatória em todas as
faculdades. Não pode haver ensino da filosofia senão com base numa
filosofia vivente.
Gramática On-line - Pode- se dizer que hoje em dia há grandes
pensadores, como Sócrates, Platão, Santo Agostinho, etc.?
-- Eric Voegelin e Xavier Zubiri superam todos os demais
pensadores da segunda metade do século XX.
Gramática On-line - Quais são seus autores favoritos da filosofia
e de outras áreas?
-- Em filosofia: Aristóteles, Leibniz, Santo Tomás, Schelling,
Husserl, Voegelin, Zubiri, Lonergan, Éric Weil e Louis Lavelle. Na
literatura: Dante, Shakespeare, Dostoievski, Stendhal, Camões, Camilo,
Manzoni, Scott, Pio Baroja, Thomas Mann, Jacob Wassermann, Antonio
65
Machado, Apollinaire, T. S. Eliot e William Butler Yeats. Mas gosto
também muito de ler historiadores - meus prediletos são: Taine,
Huizinga e Oliveira Martins. E obras de psicologia, principalmente as de:
Viktor Frankl, Lipot Szondi e Maurice Pradines. Nas ciências sociais:
Weber e Ludwig von Mises. Em religião, além da “Bíblia”, do “Corão” e
dos “Upanishads”, releio sempre a “Legenda Dourada” de Giacomo di
Varezzo, um livro que me parece ter certos dons miraculosos. Sou
aficionado de temas islâmicos e retorno sempre aos livros de Ibn Arabi,
René Guénon, Henry Corbin, Frithjof Schuon, Titus Burckhardt, Seyyed
Hossein Nasr. Adoro as polêmicas de Chesterton, de Bernanos, de
Nelson Rodrigues. Gosto também de livros de memórias e
depoimentos, sobretudo de políticos, agentes secretos e criminosos
que um dia envelhecem e perdem o medo de contar o que sabem; mas
também relatos de vidas extraordinárias: meu preferido desde a
infância, relido com encanto crescente de tempos em tempos, é
“Hunter”, de John A. Hunter [uma coincidência de nome e profissão]:
memórias de um caçador de leões e elefantes, certamente o melhor
livro de psicologia animal que alguém escreveu antes de Konrad Lorenz.
Notas para a Introdução: A História Essencial da Filosofia.
A noção de “sabedoria” abrange, numa síntese inseparável,
ciência, essência, consciência e existência.
O sábio não apenas possui o conhecimento do essencial, mas
reconhece nele [o conhecimento] a essência da sua autoconsciência e o
manifesta [o conhecimento] na sua existência enquanto forma humana
do essencial.
Uma existência na qual se torna visível à autoconsciência do
essencial é, sob todos os títulos, uma “imago Dei”. [conceito e doutrina
66
teológica no Judaísmo, Cristianismo, Islamismo e Sufi, que afirma que os
seres humanos são criados à imagem de Deus].
Mas isto só pode ser plenamente reconhecido por quem seja
também sábio ou por aqueles que não o sendo se coloquem na
perspectiva adequada para enxergar a sabedoria em vista de realizá-la
no futuro. São estes [que não são sábios] os que se denominam
“filósofos”. Platão dizia-os “amantes de espetáculos”.
Nem todo aquele que pode apreciar a prática de um esporte ou
de uma arte está em condições de praticá-los pessoalmente. Mas a
apreciação é condição indispensável para a prática futura. Aquilo que
você não pode sequer ver, você não pode possuir e muito menos
incorporar em você como qualidade pessoal. Filosofia é visibilidade de
uma sabedoria a realizar.
O fato de que, ao longo da história, os elementos dessa síntese
[sabedoria, conhecimento, ciência, essência, consciência e existência]
tenham se separado ao ponto de hoje ser difícil concebê-los juntos na
identidade de um homem não modifica em nada a definição originária
da filosofia, mas sugere apenas que o nome filosofia foi sendo atribuído
a coisas que ficam muito aquém das ambições dos primeiros filósofos.
A ciência e a essência, por exemplo, entraram em antagonismo
desde que Kant proclamou a impossibilidade de conhecer
[particularmente, a ciência] o que quer que seja para além dos
fenômenos ou aparências [como a essência].
Ciência e consciência também já não parecem ter nada a ver
uma com a outra desde que se admitiu a noção de ciência como um
conjunto de registros padronizados que podem ser adquiridos
mediante puro adestramento de aptidões cognitivas isoladas, sem
qualquer comprometimento da personalidade total. A ciência torna-se
67
o desempenho de um papel social nas horas de expediente, sem
relação com a vida íntima da autoconsciência.
Isto produz como sequela a ruptura de ciência e existência. E
assim por diante.
Da filosofia antiga e medieval para a moderna e pós-moderna,
isto é, na passagem da filosofia como antevisão da sabedoria para o
conceito atual da filosofia como profissão e disciplina acadêmica,
houve, portanto uma troca da figura centrípeta, onde os quatro
elementos convergiam na direção da sabedoria:
pela figura centrífuga, onde os quatro elementos se afastam uns dos
outros e se negam reciprocamente.
68
Admite-se como coisa líquida e certa, hoje em dia, que essa
mudança se explica e se justifica pelo progresso da inteligência crítica,
que desmantelou as antigas pretensões do saber unificado e habituou
as pessoas a buscar conhecimentos mais modestos e mais seguros em
campos mais limitados do conhecimento.
Mas, se um juízo qualquer não pode se alegar verdadeiro pelo
simples fato de ser ambicioso, não se tornará mais verdadeiro pelo
simples fato de ser modesto. Ademais, os elementos separados que
resultam do afastamento centrífugo nunca se tornam completamente
independentes, pois o quadro unificado que lhes dá sentido permanece
como plano de referência no fundo, apenas reduzido a um esquema
normativo “ideal” e “irreal” que, se não pode ser dispensado de todo,
nem por isto é reconhecido como conhecimento efetivo.
De outro lado, uma evolução histórica não é, por si, prova da
validade dos resultados a que conduziu. Que as coisas tenham tomado
determinado rumo não significa que esse fosse o único ou o melhor
rumo possível, se bem que o ensino universitário, ao mesmo tempo em
que professa aceitar a irredutibilidade kantiana do valor ao fato, deduz
dessa mera sucessão de fatos um juízo de valor segundo o qual as vias
de conhecimento que foram abandonadas no curso do tempo devem
ser condenadas como inferiores, superadas ou mesmo pecaminosas.
Da nossa parte, vamos aqui ignorar solenemente esse
preconceito, pois o que nos interessa não é aquilo em que a filosofia se
tornou historicamente, no curso de uma evolução a que só um
injustificável pressuposto metafísico poderia dar o caráter de coisa
necessária e insuperável, e sim o que a filosofia tem de ser
necessariamente, como essência supratemporal, para poder sofrer essa
evolução ou qualquer outra evolução temporal concebível. Pois, das
duas uma: ou aquilo em que a filosofia se tornou conserva algo do que
ela era originariamente, e neste caso há uma essência que transcende e
abrange essas formas temporais; ou as múltiplas coisas que hoje se
denominam “filosofia” já nada têm a ver com a filosofia antiga e,
69
portanto a evolução que levou desta àquelas deve ser considerada uma
simples sucessão empírica de fatos sem conexão lógica íntima, e cujo
conhecimento pouco ou nada nos revelará sobre o que é a filosofia,
cabendo inclusive dissolver este conceito numa multidão de coisas
díspares. Mas, neste último caso, não se vê como meros fatos
intelectuais inconexos poderiam se erguer como critérios de valor para
julgar e impugnar a filosofia antiga, mesmo em nome de uma suposta
noção de “progresso”, que, nessas condições, perderia todo conteúdo
conceptual identificável. Portanto, ou o estado atual da filosofia é
apenas o resultado de uma evolução lógica (se bem que não
necessariamente a melhor ou a única possível) do próprio conceito
originário de filosofia, nada significando sem referência a este, ou então
ele não tem nada a ver exceto empiricamente com a filosofia antiga e
não pode servir de base para julgá-la. Em qualquer dos dois casos, o
primado da essência da filosofia sobre suas manifestações temporais é
resolutamente afirmado, ainda que inconscientemente ou a
contragosto.
Para esclarecer essa essência, temos de partir da sua concepção
originária como visibilidade da sabedoria ou contemplação da imago
Dei.
Charles Guimarães Filho
Em
termos
mais
abrangente
ver
o
seu
site
www.charlesguimaraesfilho.com.br.
No que se refere à filosofia possui pouco conhecimento a
respeito que se assinala a seguir.
Na década de 60 ao se formar numa universidade católica
cursou algumas disciplinas católicas com beneditinos e dominicanos.
70
Nas décadas de 70 e 80 como comunista estudou Marx, Engels,
Lênin, Stálin, Lukács, Gramsci, Marcuse, Althusser, bem como Hegel,
Feuerbach, Nelson Coutinho e Leandro Konder.
Nas décadas de 90 até hoje como espiritualista examinou
Sócrates, Platão e Aristóteles, incluindo os brasileiros da atualidade
Paulo Ghiraldelli e Olavo de Carvalho.
No primeiro semestre de 2009 chegou a elaborar o curso
“Filosofia e Filosofia da Educação” com o objetivo: contribuir para o
conhecimento da filosofia e da filosofia da educação em geral, e da
filosofia religiosa do Messias em particular, a fim de colaborar com
maior compreensão nos cursos “Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao
Reino do Céu na Terra” e “Iniciação a Cidadão regido pelo Princípio
Imparcial.”. Ele tinha a seguinte programação:
● Filosofia da Antiguidade - Pré-Socráticos; Sócrates; Platão;
Aristóteles; Epicuristas, Estoicos e Céticos - ● Filosofia Medieval e
Filosofia da Modernidade (formação) - Santo Agostinho; Boécio;
Descartes; Rousseau; Hume - ● Filosofia da Modernidade (apogeu e
crítica) - Kant; Hegel; Darwin, Marx e Freud; Nietzsche - ● Filosofia da
Contemporaneidade - Frege; Russel; Wittgenstein; Quine; Davison;
Rorty e Habermas. Filosofia da Educação: ● Clássica - Fundacionismo de
Platão - ● Iluminismo e Romantismo - Subjetividade Intelectual de
Descartes e Subjetividade Sentimental de Rousseau - ● Crise do
Humanismo e o Tendência Continental - Fenomenologia de Heidegger;
Escola de Frankfurt de Adorno e Horkheimer; Pós-Estruturalismo de
Derrida e Foucault; Hermenêutica de Gadamer; Existencialismo de
Sartre - ● Virada Linguística e Tendência Analítica - Mentalês de
Wittgenstein; Teoria Semântica de Frege; Positivismo lógico de Moore e
Russell; Indeterminabilidade do Significado de Quine; Linguagem na
71
Comunicação de Davidson - ● Pragmatismo - Na Era da Experiência com
Dewey; Na Era da Linguagem com Rorty.
Este curso não foi ministrado, dele apenas se deu uma palestra.
Considerações
1ª) O Messias Meishu-Sama considera, em geral, os filósofos de
modo positivo, inclusive o entendimento de Olavo de Carvalho como a
Filosofia sendo a unidade do conhecimento realizada na unidade da
consciência e vice-versa, quando ensina que:
“Os filósofos e os pensadores em geral, embora, sejam
semelhantes aos demais seres humanos, já possuem um estado superior
de consciência. Quer dizer: sua alma se encontra numa posição mais
elevada.” [já a alma dos que não se esforçam para ter uma visão geral e
nem pensam se encontram numa posição menos elevada].
2ª) O Messias atesta o quanto a Religião, Filosofia e Ciência têm
sido importante e complicada para a procura dos intelectuais:
“Tanto os espiritualistas como os materialistas desejam um
mundo de paz e felicidade, mas isso não passa de um ideal, porque a
realidade que nos cerca é bem diferente. Assim, os intelectuais vivem
cercados por um mar de dúvidas, batendo a cabeça contra as paredes.
Entre eles, existem os que procuram a Religião, a Filosofia e outros
meios [como a Ciência] para decifrar esse enigma.”
3ª) Meishu-Sama realiza sua busca por um meio inteiramente
novo:
“Pretendo, ainda, do ponto de vista da Religião, publicar,
gradativamente, interpretações novas sobre Política, Economia,
Educação, Arte, etc.”
72
“[Porém] Como se trata de um Ensinamento novo, que não
pertence exclusivamente nem à religião, nem à filosofia, posso dizer,
numa explicação meio forçada, que é uma filosofia religiosa.” [religião é
o adjetivo]. “E conhecer isso significa ter sabedoria.”
4ª) O religioso e filósofo São Tomás de Aquino delimitou os
campos da teologia e da filosofia criando as possibilidades para
distinguir fé e razão e com isso delimitou seus campos de atuação. A
partir de Tomás de Aquino se torna inviável considerar fé e razão como
sendo apenas uma só coisa, elas serão, ao contrário, duas vias de
acesso ao entendimento do divino, cada uma o vendo de um
determinado ângulo. Mas ao mesmo tempo em que promulgou essa
separação, Tomás considerou a necessidade da coexistência de ambas.
Pois a fé dá novos parâmetros de discussão para a filosofia; e a filosofia
torna os artigos de fé inteligíveis a todos. Pode-se resumir essa relação
ambígua da seguinte maneira “não existe fé para um ser privado de
razão, tal como não há conhecimento sobrenatural sem a possibilidade
dum conhecimento natural.” Aquino deu à razão grande parte na
elaboração de sua teologia, mas sabendo que não se pode pedir à razão
algo que ela não pode dar. Grosso modo, se pode dizer que as duas
obras deste santo: Suma Teológica e Suma Contra os Gentios são,
respectivamente, as referentes à Teologia (fé) e Filosofia (razão), esta
procurando não fazer da Bíblia Sagrada uma autoridade.
5ª) Aqui neste trabalho se destaca uma Bíblia, mais
precisamente “Bíblia do Século XXI” que foi um acatamento do autor
deste curso do que foi ensinado pelo Messias:
“A Bíblia foi escrita posteriormente. Assim também, eu prego de
acordo com a ocasião, mas quem vai organizar meus Ensinamentos são
vocês.”
73
6ª) Bíblia do Século XXI é uma sistematização dos Ensinamentos
de Meishu-Sama vista como “Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao
Reino do Céu na Terra”, que segue uma ordenação e estruturação da
evolução do Ser Supremo até o Paraíso Terrestre. Ela é uma obra
extensa por ser uma coleção que compreende dezenove volumes.
7ª) “Filosofia Religiosa do Messias” como o próprio nome atesta
é uma filosofia adjetivada como religiosa, donde a filosofia ser
caracterizada pela religião, assim como a razão ser conexa à fé.
8ª) Esta “Filosofia Religiosa do Messias” será apresentada
panoramicamente em apenas uma aula levando em conta os elementos
principais da definição de filosofia de Olavo de Carvalho que são o
conhecimento e a consciência, bem como um pouco sobre a essência,
existência e ciência, inclusive a sabedoria.
9ª) Os conceitos abordados neste curso “Filosofia e Messias” só
devem ser tratados filosoficamente quando houver uma necessidade.
Para dar uma ideia a respeito do motivo de assim proceder se trata o
conceito “essência” do ponto de vista filosófico a seguir.
Essência — O termo essência refere-se, em geral, àquilo em que
algo consiste e entendeu-se de maneiras muito diferentes. Na medida
em que Platão considerou as ideias e as formas como modelos e
“realidades verdadeiras”, viu-as como essências, mas só a partir de
Aristóteles se obtém uma ideia apropriada da essência. Com efeito, a
partir das análises de Aristóteles, considera-se como essência o quê de
uma coisa, isto é, não o que a coisa seja (ou o fato de ser a coisa), mas o
que é. Por outro lado, considera-se que a essência é certa por meio do
qual se diz o que a coisa é, ou se define a coisa. No primeiro caso,
temos a essência como algo de real. No segundo, como algo de lógico
ou conceptual. Os dois sentidos estão estreitamente relacionados, mas
74
tende-se a ver o primeiro a partir do segundo. Por isso, o problema da
essência foi muitas vezes o problema da predicação. Naturalmente,
nem todos os predicados são essenciais. Dizer “Pedro é um bom
estudante” não é enunciar a essência de Pedro, pois “é um bom
estudante” pode considerar-se como um predicado acidental de Pedro.
Dizer “Pedro é homem” é expressar o ser essencial de Pedro. Mas
expressa também o ser essencial de Paulo, António, etc. Para se ver o
que Pedro é dever-se-ia encontrar uma diferença que o demarcasse
essencialmente em relação a Paulo, António, João, etc. Ora, dada a
dificuldade de encontrar definições essenciais para indivíduos, tendeuse a reservar as definições essenciais para classes de indivíduos. Por
exemplo, dizer “o homem é um animal racional” foi considerado como
uma definição essencial (necessária e suficiente), pois expressa o
gênero próximo e a diferença específica, de modo que não pode
confundir-se o homem com nenhuma outra classe de indivíduos.
Devido a isso, muitos autores, a partir de Aristóteles, afirmaram
que a essência só se predica de universais. Contudo, isto não é
completamente satisfatório. Dizer que a essência é uma entidade
abstrata (um universal) equivale a adotar uma determinada posição
ontológica que não pode ser subscrita por todos os filósofos. Pode, pois,
também voltar-se à realidade e alegar que a essência é um constitutivo
de qualquer realidade. As respostas dadas ao problema da essência
dependeram em grande parte do fato de se ter sublinhado o aspecto
lógico ou o aspecto metafísico. Assim, se define a essência como um
predicado, pergunta-se se é necessário ou suficiente. Se se define como
um universal, pode perguntar-se se trata de um gênero, de uma
espécie ou de ambos. Se for um constitutivo metafísico, pode
75
considerar-se como uma ideia, como uma forma, como um modo de
causa, etc.
Por outro lado, do ponto de vista metafísico, pode considerar-se
a essência como uma parte da coisa juntamente com a existência.
Levanta-se aqui o problema da relação entre a essência e a existência,
tão abundantemente tratado pelos filósofos medievais, e, em particular
pelos filósofos escolásticos — incluindo os escolásticos Árabes.
O termo essência ligou-se muitas vezes ao termo ser. Assim, em
Santo Agostinho, para o qual “essência se diz daquilo que é ser, as
demais coisas que se acham essências ou substâncias implicam
acidentes que provocam nelas alguma mudança” (sobre a trindade).
Assim se afirma que Deus é substância ou, como este nome lhe convém
mais, essência. Enquanto caráter fundamental do ser, a essência
corresponde aqui só a Deus. Segundo S. Tomás, a essência diz-se
daquilo pelo qual e no qual a coisa tem o ser (sobre o ente e a
essência). Estas definições da essência parecem primeiramente
“metafísicas”, mas podem também caracterizar- se logicamente se se
sublinhar que a essência pode conceber-se como algo que constitui a
coisa e que este algo se expressa indicando mediante que termos se
define essencialmente a coisa.
Como se afirmou, uma das questões mais graves é a da relação
entre a essência e a existência. Das muitas opiniões a esse respeito,
vamos destacar algumas fundamentais.
S. Tomás e os autores que ele influenciou afirmam que há
distinção real entre a essência e a existência nos entes criados, mas isto
não significa que a essência seja um mero acidente acrescentado à
existência. Assim S. Tomás opunha-se à teoria de Avicena. Para este e
para os escolásticos cristãos que seguiram a sua doutrina, a essência
76
deve ser tomada em si mesma e não na coisa ou no entendimento. Na
coisa, a essência é aquilo pelo qual a coisa é. No entendimento, é
aquilo que é mediante definição em si mesma, a essência é o que é. Dilo Duns Escoto quando afirma que essência pode ser considerada em si
mesma (estado metafísico), no qual singular (estado físico ou real) ou
no pensamento (estado lógico). Metafisicamente considerada, a
essência distingue-se da existência só por uma distinção formal. Suárez
não admitiu uma distinção real entre essência e existência, mas
distinção de razão. Averroes tendeu a não admitir nenhuma distinção.
De modo parecido, Guilherme de Ocam afirmou que a essência e a
existência não são duas realidades distintas: quer em Deus, quer na
criatura não se distinguem entre si a essência e a existência mais do que
aquilo que cada uma difere de si mesma. “essência” e “existência” são
dois termos que significam a mesma coisa, mas uma significa-a à
maneira de um verbo, e a outra à maneira de um nome.
Alguns dos problemas referidos passaram para a filosofia
moderna. Imediatamente, os grandes escolásticos modernos
ocuparam-se da questão da essência seguindo, regra geral, algumas
das grandes vias medievais (tomista, escotista, occamista), mas
contribuindo com particularizações que nem sempre se encontram nos
escolásticos medievais. Assim, por exemplo, Suárez, que rejeita a
posição tomista e escotista e se inclina para a distinção de razão,
defende que não pode considerar-se a existência como realmente
distinta da essência já que, de contrário, teríamos na coisa o modo de
ser que lhe não pertence pela sua própria natureza.
Parte considerável da discussão sobre as essências, na filosofia
moderna, especialmente entre osgrandes filósofos do século XVII, girou
em torno da natureza das essências e da relação entre a essência e a
77
existência. Particularmente importante é a noção de essência em
Leibniz; toda a essência, afirma repetidamente, tende por si mesma à
existência. São possíveis as essências que possuem um conatus que as
leva a realizar-se sempre que estejam fundadas num ser necessário e
existente. A razão desta propensão para existir está, para Leibniz, no
princípio da razão suficiente. A noção de essência desempenha um
papel capital na filosofia de Hegel, segundo este autor, o Absoluto
aparece primeiro como ser e depois como essência. “A essência é a
verdade do ser” (A Ciência da Lógica). A essência aparece como o
movimento próprio, infinito, do ser. A essência é o ser em e para si
mesmo, ou seja, o ser em absoluto. A essência é o lugar intermédio
entre o ser e o conceito. “O seu movimento efetua-se do ser para o
conceito”, e assim se tem a tríade: ser, essência, conceito. Ao mesmo
tempo, a essência desenvolve-se dialeticamente em três fases:
primeiro aparece em si como reflexão e é essência simples em si;
segundo, aparece como essência que emerge para a existência;
terceiro, revela-se como essência que forma uma unidade com o seu
aparecimento. A esta última fase da essência, antes de passar ao
conceito,
chama-lhe
Hegel
“efetividade”.
Das
doutrinas
contemporâneas sobre a essência, deve destacar-se a de Husserl e a
dos fenomenólogos, as essências não são, para a fenomenologia,
realidades propriamente metafísicas. Mas também não são conceitos,
operações mentais, etc. São “unidades ideais de significação” — ou
“significação” — que surgem à consciência intencional quando esta
procura descrever perfeitamente o dado. As essências, em sentido
fenomenológico, são intemporais e apriorísticas. Distinguem-se, pois,
dos fatos, que são temporais e aposteriorísticos. As essências na
fenomenologia, são também universais, mas, em vez de serem
78
abstratas, são concretas. Deve ter-se em conta que as essências não
têm realidade ou existência, mas idealidade.
As essências de que falamos podem ser formais ou materiais. As
primeiras são essências que não têm conteúdo e que valem para todos
os objetos; quer ideais quer reais. As segundas são essências com
conteúdo limitado, referidas a uma esfera e válidas apenas para essa
esfera. A diferença entre essências formais e essências materiais não
se funda na sua natureza, mas no raioda sua aplicação.
Após ter tratado o conceito “essência” do ponto de vista
filosófico se observa que os sublinhados no significado da palavra
“Essência” emprega 52 palavras filosóficas, quais sejam: A priori
[Apriorísticas]; Acidente [Acidental]; Análise [Análises]; Causa; Classe
[Classes]; Coisa; Conceito; Concreto [Concretas]; Consciência;
Constituição [Constitui]; Dado; Definição [Definições]; Deus; Dialética
[Dialeticamente]; Diferença; Distinção; Ente [Entidade]; Espécie;
Existência; Expressão [Expressa]; Fato; Fenomenologia; Forma
[Formas]; Fundamento [Fundamental]; Geral; Idealidade; Ideia [Ideias];
Indivíduos; Intenção [Intencional]; Lógico; Lugar; Matéria [Materiais];
Movimento; Natureza; Necessidade [Necessária]; Objeto [Objetos];
Ontologia [Ontológica]; Pensamento; Posição; Predicação [Predicação];
Racionalismo [Racional]; Real; Reflexão; Relação; Sentido [Sentidos];
Significação; Substância [Substâncias]; Tempo [Temporais]; Teoria; Uno
[Unidade]; Universais; Verdade.
Tendo em vista que um dicionário filosófico abreviado para uso
de alunos de ensino médio, de cursos universitários e, ainda, de um
vasto público que, embora muito interessado na filosofia, não está
normalmente na disposição de adquirir ou consultar uma obra
qualificada de “monumental”, tem menos de 300 palavras, então se
79
poderia pensar que a palavra essência utilizaria de um quinto das
palavras deste dicionário. No entanto, percebendo que cada uma
destas 52 palavras empregadas pode usar um bom número de palavras
que não sejam as mesmas, isso se pode levar a conjectura que
praticamente a palavra “Essência” pode abarcar o dicionário inteiro.
10ª) Outra dificuldade de tratar os conceitos filosoficamente é o
seu obstáculo diante da sua complexidade. Por exemplo, tratar os
conceitos de fenomenologia e percepção tão necessários ao
envolvimento de Olavo de Carvalho com estes.
Fenomenologia — Quando na época atual se fala de
fenomenologia tende-se a entender por tal a fenomenologia de
Husserl. Por este motivo referir-nos-emos exclusivamente à
fenomenologia husserliana, entendendo-a como método e como modo
de ver.
Constitui-se o método após a depuração do psicologismo. É
preciso mostrar que as leis lógicas são leis lógicas puras e não empíricas
ou transcendentais ou procedentes de um suposto mundo inteligível de
caráter metafísico. Sobretudo é preciso mostrar que certos atos como
a abstração, o juízo, a inferência, etc., não são atos empíricos: são atos
de natureza intencional que têm as suas correlações em puros termos
da consciência intencional. Essa consciência não apreende os objetos
do mundo natural com tais objetos, nem constitui o dado enquanto
objeto de conhecimento: apreende puras significações na medida em
que são simplesmente dadas e tal como são dadas. A depuração
mencionada conduz assim ao método fenomenológico e constitui,
simultaneamente, esse método. Para o pôr em marcha é preciso adotar
uma atitude radical: a da suspensão do mundo natural. Põe-se “entre
parêntesis” a crença na realidade do mundo natural e as proposições a
80
que esta crença dá lugar. Isso não quer dizer que se nega a realidade
do mundo natural, como no ceticismo clássico. Apenas sucede que se
coloca um novo sinal na “atitude natural”. Em virtude deste sinal,
procede-se à abstenção acerca da existência espaço temporal do
mundo. O método fenomenológico consiste, portanto, em examinar
todos os conteúdos de consciência, mas em vez de determinar se tais
conteúdos são reais ou irreais, ideais, imaginários, etc., procede-se a
examiná-los, enquanto são puramente dados. Mediante a suspensão, a
consciência fenomenológica pode ater-se ao dado enquanto tal e
descrevê-lo na suapureza. O dado não é, na fenomenologia de Husserl,
o mesmo que na filosofia transcendental, um material que se organiza
mediante formas de intuição e categorias. Não é, tão pouco, qualquer
coisa de empírico — os dados dos sentidos. O dado é a correlação da
consciência intencional. Não há conteúdos de consciência, mas
unicamente fenômenos. A fenomenologia é uma pura descrição do que
se mostra por si mesmo de acordo com “o princípio dos princípios”:
reconhecer que “toda a intuição primordial é uma fonte legítima de
conhecimento, que tudo o que se apresenta por si mesmo na intuição
(e, por assim dizer, em pessoa) deve ser aceite simplesmente como o
que se oferece e tal como se oferece, embora apenas dentro dos
limites nos quais se apresenta.
A fenomenologia não pressupõe o nada: nem o mundo natural,
nem o sentido comum, nem as proposições da ciência, nem as
experiências psicológicas. Coloca-se “antes de toda a crença e de todo
o juízo para explorar simplesmente o dado. é, como o declarou
Husserl: “um positivismo absoluto”.
Percepção - O termo percepção alude primeiramente a uma
apreensão; quando esta afeta realidades mentais fala-se da apreensão
81
de noções. A percepção implica, pois, algo distinto da sensação, mas
também da intuição intelectual a qual, como se estivesse situada no
meio equidistante dos dois atos. Por isso se definiu a percepção como
a “apreensão direta de uma situação objetiva”, o que supõe a
supressão de atos intermédios, mas também a apresentação de um
objetivo como algo por si mesmo estruturado. Este sentido dizia Locke
que a percepção é um ato próprio do pensamento de tal modo que a
percepção e a posse de ideias é uma e a mesma coisa. Leibniz
distinguiu entre apercepção e a percepção ou consciência daprimeira -e define a percepção como “um estado passageiro que compreende e
representa uma multiplicidade na unidade ou na substância simples”.
Para Kant, a percepção é a consciência empírica, isto é, “uma
consciência acompanhada por sensações”. Apesar de todas estas
diferenças, é característico de quase todas as doutrinas modernas e
contemporâneas acerca da percepção o fato de situá-la sempre no
mencionado território intermédio entre o puro pensar e o puro sentir,
bem como o sujeito e o objeto. O lugar mais ou menos aproximado de
cada uma destes termos que se outorga à percepção dará a diferença
de matizes entre o idealismo e o realismo. Por exemplo, para Descartes
e Espinosa, a percepção é sobretudo um ato intelectual; esta concepção
levou muitas vezes a uma distinção rigorosa entre percepção e
sensação mesmo que se considere a primeiros como apreensão de
objetos sensíveis. Esta distinção manteve-se na maior parte das
tendências da psicologia moderna mesmo quando se considera que a
percepção já não é exclusivamente um ato da inteligência, mas uma
apreensão psíquica tal em que intervêm sensações, representações e
inclusive juízos num ato único que só pode decompor-se mediante a
análise. Outra questão muito debatida foi a do caráter mediato ou
82
imediato da percepção: o realismo inclinou-se geralmente para
defender a imediatez; o realismo, em contrapartida, tende a afirmar
que há algo mediato. Há certa afinidade entre as teorias idealizadas e
as teorias fenomenistas da percepção. Ambas são a favor da ideia que
a percepção não é algo imediato, os fenomenistas, por exemplo,
defendem que quando alguém vê o objeto, vê a aparência de um objeto
— ou, se quiser, vê o objeto enquanto aparência --, mas não vê
propriamente o objeto. Em contrapartida, os realizadas defendem que
quando alguém vê o objeto este aparece sem que haja diferença entre
a aparência e o objeto. Os idealistas, por seu lado, defendem que a
mediação entre o objeto e a aparência consiste no pensamento, na
reflexão, etc., o que os fenomenistas não aceitam. Na sua análise da
matéria e da memória, Bergson não entende simplesmente a
percepção como apreensão da realidade por um sujeito A noção de
percepção dá origem a duas concepções diferentes:
(1) para a ciência, onde há um sistema de imagens sem centro, e a
percepção só pode ser explicada mediante o suposto de uma consciência
concebida como epifenômeno ou fosforescente de 83 matéria;
(2) para a consciência, a percepção representa uma harmonia entre a
realidade e o espírito. Daí as doutrinas opostas do idealismo e do realismo
que têm como fundamento comum o suposto gratuito de que percepção é só
um conhecimento. Para Bergson, em contrapartida, a percepção é
primeiramente ação. O problema da percepção foi examinado em pormenor
por muitos dos chamados neo-realistas ingleses. Estes filósofos não são
propriamente realistas porque não admitem a tese da imediatez na
percepção, mas também não são idealistas, porque não fazem intervir o
pensamento ou a reflexão como termos mediadores; a sua posição aproximase mais, neste aspecto, do fenomenismo. Os neo-realizadas tendem a
considerar os atos de percepção e as percepções como acontecimentos de tal
83
modo que no caso do ato do ato da percepção pode falar-se de
“acontecimentos percipientes”. Alguns deles consideram as suas teorias da
percepção como uma fenomenologia da percepção não só diferente de um
simples exame dos dados psicológicos e neurofisiológicos, mas também de
uma metafísica da percepção.
Partido de supostos muito diferentes, a fenomenologia ocupouse também da percepção procurando descrever em que é que
consistem os atos perceptivos. Husserl falou de uma percepção interna
e de outra externa e, mais fecundamente, de uma percepção sensível,
quando apreende um objeto real, e categorial, quando apreende um
objeto ideal. A fenomenologia da percepção tem uma base psicológica,
mas um propósito ontológico. A análise fenomenológica da percepção
mostra-nos que há nela uma síntese de índole prática, a qual é possível
porque percebeu no mundo a forma de diversas relações entre os
elementos da percepção. Os indivíduos captam estas formas de acordo
com as suas situações no mundo. A percepção não é nem uma
sensação considerada como inteiramente individual-subjectiva, nem um
ato da inteligência: é aquilo que vincula uma à outra na unidade da
situação.
11ª) Os conceitos abordados neste curso “Filosofia e Messias”,
ao invés de serem tratados filosoficamente, são, quando possível,
cuidados em termos de São Tomás de Aquino, isto é, acessado o
entendimento do divino pela razão, e não pela fé. Como se pode
observar, por exemplo, no esforço de um líder messiânico ao
apresentar a filosofia sem considerar a autoridade de Escrituras
Sagradas, que foi a Filosofia da Salvação:
“Ao longo de três mil anos, a humanidade veio se afastando
cada vez mais da Lei da Natureza, que é a Lei do Universo, a Vontade de
Deus, a Verdade.
84
Movido pelo materialismo, que o faz acreditar somente naquilo
que vê, e pelo egoísmo, que o leva a agir de acordo com sua própria
conveniência, o homem tornou-se prisioneiro de uma ambição
desmedida e inconsequente e vem destruindo o equilíbrio do planeta,
criando para si e seu semelhante, desarmonia e infelicidade.
As graves consequências do desrespeito às Leis Naturais podem
ser verificadas na agricultura, na medicina, na saúde, na educação, na
arte, no meio-ambiente, na política, na economia, e em todos os
demais campos da atividade humana.
Essa situação já chegou ao seu limite. Se continuar agindo assim,
é certo que o homem acabará destruindo o planeta e a si mesmo. O
propósito da Filosofia de Mokiti Okada é despertar a humanidade,
alertando-a para essa triste realidade.
Ela cultiva o espiritualismo e o altruísmo, faz o homem crer no
invisível e ensina que existem espírito e sentimento não só no ser
humano, mas também nos animais, nos vegetais e nos demais seres.
O Johrei, a Agricultura Natural e o Belo são práticas básicas
dessa filosofia, capazes de transformar as pessoas materialistas em
espiritualistas e as egoístas em altruístas, restituindo ao planeta seu
equilíbrio original.
Seu objetivo final é reconduzir a humanidade a uma vida
concorde com a Lei da Natureza e construir uma nova civilização,
alicerçada na verdadeira saúde, na prosperidade e na paz.”
12ª) Embora o Messias apregoe que:
“(...) enquanto o homem da atualidade procura apoiar-se tão
somente na matéria, ignorando a Fé e sem a sabedoria espiritual, é
natural que haja muitas desgraças, porquanto se trata da rigorosa
Lei Divina.”
85
13ª) No decorrer da exposição dos conteúdos do curso
pontuar pensamentos do Messias a respeito, é isso que se pretende.
Estes assinalamentos são postos entre colchetes em itálico. Quando
não, no sentido do que posto entre colchetes permanece nesta fonte
“calibri” em que está sendo digitado este trabalho, são definições ou
explicações do que está sendo mencionado, ou então perguntas dos
alunos.
14ª) Dos filósofos aqui tratados, que não são todos os que se
gostaria de levar em conta, só serão dadas pinceladas grotescamente
simplificadas para marcar não o conteúdo de sua filosofia, mas o seu
estilo. Vamos poder apenas destacar o estilo e saber que todo o
conteúdo estará de alguma maneira abrangido aí. Às vezes, quando
você tem esta impressão inicial do estilo, aí você não se perde mais
quando está estudando o filósofo. De saída, não é possível
compreender nenhum filósofo com base em suas doutrinas prontas 
mesmo porque raríssimos filósofos viveram o suficiente para poder ter
uma doutrina pronta e acabada sobre todos os problemas que eles
desejariam tratar. Quase todos os filósofos que levantam “novecentas”
perguntas encontram duas respostas, é o destino humano. Então, as
doutrinas prontas são sempre só uma superfície do mundo de
concepções em que o indivíduo está lutando para realizar esta mesma
definição de filosofia que nós colocamos, que é a unidade do
conhecimento na unidade da autoconsciência.
15ª) A Filosofia, segundo o entendimento de Olavo de Carvalho,
como a unidade do saber (conhecimento) realizada na unidade da
consciência e vice-versa talvez requeira as seguintes atenções sobre
conhecimento e consciência.
86
Conhecimento é o ato ou efeito de abstrair a ideia ou noção de
alguma coisa de modo a se ter conhecimento científico, conhecimento
filosófico, conhecimento religioso e conhecimento popular.
Um conhecimento científico como o da matemática, aquela
ciência do raciocínio lógico e abstrato, que estuda quantidades,
medidas, espaços, estruturas, variações, aplicações e fundações e
métodos tem como exemplos de conhecimentos matemáticos:
números (quantidade), geometria (espaço), álgebra (estrutura), cálculo
(variação), estatística (aplicação) e filosofia da matemática (fundação).
Esta última, a filosofia da matemática, a rigor, não é um ramo da
matemática, mas sim da filosofia que tem como propósito responder
perguntas do porte de: Qual a origem dos objetos (seres)
matemáticos?; Qual a influência da experiência sobre as abstrações
matemáticas (conhecimentos)?; Qual o relacionamento entre Lógica e
Matemática; Que raciocínios matemáticos podem ser considerados
pensamentos sintéticos à priori, no contexto da filosofia kantiana?
Como definir o conceito de beleza e elegância que matemáticos
associam às demonstrações?
Aqui se pode notar a filosofia da matemática como um ramo da
filosofia, pois ela consiste no estudo das qualidades distintivas mais
gerais e abstratas do mundo matemático e de suas categorias com que
pensamos, envolvendo a metafísica ou ontologia (seres matemáticos),
epistemologia (abstrações matemáticas), lógica (sua relação com a
matemática, raciocínios) e até com a estética (Como definir o conceito
de beleza e elegância que matemáticos associam às demonstrações).
Conhecimentos filosóficos como na epistemologia com a
possibilidade do conhecimento de Descartes no cogito [considero]
"penso, logo existo" e o fundamento do conhecimento na nas
87
impressões sensíveis de Locke inaugurando, respectivamente, às
filosofias opostas: racionalista (filosofia moderna) e empirista (filosofia
anglo-saxônica).
Um exemplo de um conhecimento religioso como a religião
cristã ou islâmica levando às filosofias cristã e islâmica,
respectivamente.
Um conhecimento popular como o conhecimento de um fato da
fabricação dos artefatos chamados de cuias pelos caboclos amazônicos.
Em relação à consciência se pode observar a figura abaixo
(extraída do Volume 3 – Homem - da coleção “Filosofia Religiosa do
Messias) com os dois corpos idênticos (não iguais), ou seja, corpo
material à esquerda e o corpo espiritual à direita.
Desta observação se pode extrair que há pensamentos que
podem se encontrar apenas na mente e não na consciência, deste
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modo os conhecimentos pensados que estivessem somente na mente e
não na consciência não implicaria em filosofia.
16ª) Sobre a questão saber e conhecimento.
Apesar de existir uma nuance de significado, a dificuldade em
encontrar a diferença entre sabedoria e conhecimento se explica por
estes dois vocábulos serem considerados sinônimos.
No entanto, não existem sinônimos perfeitos, e, se, por um lado,
em determinados contextos, é possível o emprego de um ou outro
vocábulo indiscriminadamente, por outro, há contextos em que é
preferível uma das formas (precisamente por as mesmas assumirem
várias acepções). Seguem alguns exemplos:
1. Contextos em que se emprega qualquer uma das formas: «A
sabedoria/o conhecimento do homem mede-se pelas suas palavras.»
«O João é dotado de conhecimento/sabedoria.». Neste caso: sabedoria
= conhecimento.
2. Contextos em que só sabedoria ocorre: «É preciso ouvir a voz
da sabedoria.». Neste caso: sabedoria = razão.
3. Contextos em que só conhecimento ocorre: «Ele tem
conhecimentos de inglês.». Neste caso: conhecimento = noção.
«Durante a viagem a França arranjei vários conhecimentos.»
Há outras explicações como:
Sabedoria consiste em saber o que fazer com qualquer
conhecimento, como utilizá-lo de forma prudente, moderada, profícua
e útil. Pois, uma coisa é ter conhecimento e outra bem diferente é
saber usá-lo e aplicá-lo no trato de questões e decisões do cotidiano.
Sabedoria, segundo um dicionário, significa “conhecimento do
que é certo ou verdadeiro, aliado a juízo de valor quanto à ação”.
Há inclusive contos.
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Dois discípulos procuraram um mestre para saber a diferença
entre Conhecimento e Sabedoria.
O mestre disse-lhes: Amanhã, bem cedo, coloquem dentro dos
sapatos vinte grãos de feijão, dez em cada pé. Subam, em seguida, a
montanha que se encontra junto a esta aldeia, até o ponto mais
elevado, com os grãos dentro dos sapatos.
No dia seguinte os jovens discípulos começaram a subir o
monte. Lá pela metade um deles estava padecendo de grande
sofrimento: seus pés estavam doloridos e ele reclamava muito.
O outro subia naturalmente a montanha. Quando chegaram ao
topo um estava com o semblante marcado pela dor; o outro,
sorridente.
Então, o que mais sofreu durante a subida perguntou ao colega:
- Como você conseguiu realizar a tarefa do mestre com alegria,
enquanto para mim foi uma verdadeira tortura?
O companheiro respondeu: - Meu caro colega, ontem à noite
cozinhei os vinte grãos de feijão.
17ª) Observando-se que este curso “Filosofia e Messias” não é
de filosofia, mas sim de sua história, faz-se uma pequena digressão à
respeito.
História da Filosofia é uma disciplina filosófica à parte, e ocupa
bastante espaço no ensino secundário e universitário de filosofia no
Brasil. Enquanto ramo da história, ela se ocupa de documentar e
preservar os debates filosóficos. Enquanto ramo da filosofia, ela se
ocupa em discutir filosoficamente, com os conceitos atuais da filosofia,
tendo em vista o problema do anacronismo [erro na datação de
acontecimentos; atitude ou fato que não está de acordo com sua
época] e os conceitos filosóficos do passado.
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Ela é a disciplina que se encarrega de estudar o pensamento
filosófico em seu desenvolvimento diacrônico, ou seja, a sucessão
temporal das ideias filosóficas e de suas relações. Ela é uma parte da
ciência positiva da História, exigindo o mesmo rigor nos métodos, a fim
de reconstituir a sequência da filosofia.
Como as ideias influenciam os acontecimentos e vice-versa, é
comum que a história da filosofia precise recorrer a conhecimentos da
história geral, para esclarecer seus conteúdos, assim como é
costumeiro que esta recorra àquela, para contribuir na explicação dos
determinantes de certos fatos.
Dentro da história da filosofia, é possível fazer delimitações
materiais e formais. No primeiro caso, o das delimitações materiais,
assim como a História da Filosofia é subdivisão da História, pode haver
a história da lógica, do empirismo ou do aristotelismo. No segundo
caso, o das delimitações formais, a divisão que se faz diz respeito ao
tempo, caso em que se equipara à organização empreendida pela
História Geral.
A periodização da História da Filosofia feita após um breve
exame permite mencionar: Idade Antiga, a existência do período
helenístico e do advento do cristianismo; Idade Medieval, a patrística e
a escolástica, bem como as filosofias cristã e islâmica; Idade moderna a
anglo-saxônica; Idade contemporânea, o marxismo, positivismo e a
fenomenologia.
18ª) Olavo de Carvalho compreende a História da Filosofia como
um problema, um drama, dentro do qual estamos neste exato
momento. É evidente que, com este curso, ele pretende muito mais
fazer os seus participantes se sentirem personagens deste drama do
que realizar uma exposição que fica na parede, que os alunos olham e
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entendem tudo. Não, diz Olavo, há muitas partes deste drama que não
entendemos, pois elas ainda estão se desenrolando.
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