Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde ISSN: 1415-6938 [email protected] Universidade Anhanguera Brasil Oliveira Silva, Marinalva; Tenório Leoi, Lélia Cristina Banco de sangue de cordão umbilical e placentário no Brasil Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, vol. 14, núm. 2, 2010, pp. 125-141 Universidade Anhanguera Campo Grande, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=26019017011 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde BANCO DE SANGUE DE CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO NO BRASIL Vol. 14, Nº. 2, Ano 2010 RESUMO Marinalva Oliveira Silva Faculdade Anhanguera de Brasília [email protected] Lélia Cristina Tenório Leoi Univesidade Católica de Brasília - UCB [email protected] O sangue de cordão umbilical é rico em células-tronco hematopoéticas e tem sido utilizado para tratamento de diversas doenças hematológicas em crianças e adultos. As células-tronco hematopoéticas podem ser encontradas na medula óssea vermelha, no sangue de cordão umbilical e no sangue periférico. O uso do sangue de cordão em transplantes com doadores não aparentados tem proporcionado um aumento no número de doadores devido à possibilidade de realizar o transplante com diferenças HLA e por isso tem beneficiado a população brasileira e receptores com haplótipos raros. Em relação à medula óssea se destaca por está disponível em bancos de sangue de cordão umbilical e causar menor reação imunológica no receptor. Porém, o volume coletado é pequeno e precisa ser criopreservado em bancos de sangue de cordão, o que torna necessário a implantação de bancos de cordão umbilical no Brasil. Palavras-Chave: célula-tronco; sangue de cordão umbilical; cordão umbilical; banco de sangue de cordão umbilical. ABSTRACT The cord blood is rich in hematopoietic stem cells and has been used to treat various hematologic diseases in children and adults. The hematopoietic stem cells can be found in red bone marrow, umbilical cord blood and peripheral blood. The use of cord blood in transplants with unrelated donors has provided an increasing number of donors due to the possibility of transplantation with HLA differences and therefore has benefited the Brazilian population and receivers with rare haplotypes. Compared to bone marrow stands out is available in banks of umbilical cord blood and cause lower immune response in the receiver. But, the volume collected is small and needs to be cryopreserved cord blood banks, which makes it necessary to establish cord blood banks in Brazil. Keywords: stem cell; umbilical cord blood; umbilical cord; bank cord blood. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE 126 Banco de sangue de cordão umbilical e placentário no Brasil 1. INTRODUÇÃO A célula-tronco é caracterizada por ser indiferenciada, não especializada, autorrenovar-se e dividir-se infinitas vezes, podendo se diferenciar em vários tipos de células. São originadas no embrião, no feto e também no adulto. De acordo com a sua origem podem ser classificadas em embrionárias e não-embrionárias (Figura 1). Quando comparadas à sua capacidade de diferenciação são denominadas totipotentes, pluripotentes e multipotentes, conforme demonstra a Figura 2 (SILVA JUNIOR et al., 2009; CARRION et al., 2009; RIBEIRO-PAES et al., 2009; MENDEZ-OTERO et al., 2009). Fonte: Lanza e Rosenthal, 2004. Figura 1 – Embrião humano na fase de blastocisto, do qual se extraem as células-tronco embrionárias. As células totipotentes são resultantes da divisão celular após a fecundação do óvulo e dão origem a qualquer tecido do embrião e aos anexos que o sustentam durante o seu desenvolvimento. As pluripotentes são células obtidas a partir da divisão das totipotentes e dão origem aos tecidos do corpo; estas são mais limitadas em diferenciação do que as totipotentes. As células multipotentes são formadas à medida que as pluripotentes se especializam; estas originam as células especializadas adultas com diferenciação reduzida e com a função na reparação e manutenção dos tecidos (SILVA JUNIOR et al., 2009; CARRION et al., 2009). Marinalva Oliveira Silva, Lélia Cristina Tenório Leoi 127 Fonte Adaptada: http://www.hyscience.com/archives/2006/03/stem_cell_innov. php Figura 2 – Capacidade de diferenciação das células-tronco. Das células multipotentes, pode-se destacar as Células-Tronco Hematopoéticas (CTH), que apresentam a capacidade de diferenciar-se em células sanguíneas e células do sistema imune, autorrenovando-se (SILVA JUNIOR et al., 2009). São encontradas principalmente na medula óssea vermelha, no sangue periférico e no sangue de cordão umbilical humano (PRANKE, 2004; SAMUEL et al., 2008; SILVA JUNIOR et al., 2009; ABDELHAY et al., 2009; VIGORITO; SOUZA, 2009). A partir das células-tronco hematopoéticas ocorre o processo da produção das células sanguíneas, denominado hematopoese. Esse processo se inicia na vida intrauterina, a partir das células do saco vitelino, nas primeiras semanas de gestação, com a produção de eritrócitos. Após a 20ª semana de gestação, o fígado passa a produzir os eritrócitos e granulócitos, e o baço, os linfócitos. Em seguida, a medula óssea começa a produzir todas as células sanguíneas (VERRASTRO et al., 2002; COVAS et al., 2007). O sangue de cordão umbilical é o sangue que fica retido na placenta durante o nascimento (BYDLOWSKI et al., 2009). A utilização dessas células em transplantes se deu por volta de 1950, quando se descobriu a sua capacidade em reconstituir a hematopoiese humana após tratamentos quimioterápicos e foram identificados os genes dos Antígenos Leucocitários Humanos (HLA), importantes para a realização de transplantes (VOLTARELLI et al., 2009; SILVA JUNIOR et al., 2009). 128 Banco de sangue de cordão umbilical e placentário no Brasil As células-tronco hematopoéticas oriundas do sangue de cordão umbilical podem ser utilizadas em transplantes com incompatibilidade HLA; induzem uma reação imunológica menor comparada com as células da medula óssea vermelha e do sangue periférico. Tais propriedades aumentam o número de doadores favorecendo as minorias raciais e étnicas (ARMSON et al., 2005; BARKER, 2007; SAMUEL et al., 2008; GLUCKMAN; ROCHA, 2009). O objetivo deste artigo é identificar e analisar trabalhos publicados que abordam o tema referido, proporcionando um conhecimento ampliado sobre a utilização das células-tronco hematopoiéticas encontradas no sangue do cordão umbilical e o seu armazenamento em bancos de sangue de cordão umbilical públicos e privados no Brasil. A metodologia utilizada foi um estudo de revisão literária de caráter descritivo, dos principais trabalhos publicados nos anos de 2000 até Abril de 2010. A coleta dos dados foi realizada através da base de dados da SCIELO, PUBMED e livros. Após uma apreciação crítica foi identificada a temática em cada leitura realizada em virtude de atender o objetivo desejado. 2. A IMPORTÂNCIA DAS CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS E OS AVANÇOS NA MEDICINA As células-tronco hematopoéticas têm como principal função a reconstituição do sistema hematopoético. Essa função foi descoberta através de experimentos em animais irradiados nos anos de 1950 e 1960. Nesta mesma data foram identificados os genes dos Antígenos Leucocitários Humanos (HLA) no complexo principal de histocompatibilidade denominado MHC, situado no cromossomo seis (6) do genoma humano. A sua compatibilidade é utilizada para a realização dos transplantes alogênicos, ou seja, com doadores não aparentados (CASTRO JR. et al., 2001; PEREIRA, 2008; VOLTARELLI et al., 2009; SILVA JUNIOR et al., 2009; SENEGAGLIA et al., 2009; RIBEIRO-PAES et al., 2009). As células sanguíneas possuem em sua superfície marcadores celulares que as identificam nos seus diferentes estágios de maturação, desde suas células precursoras (COVAS et al., 2007). Através destes marcadores foram identificadas na medula óssea vermelha, no sangue periférico e no sangue de cordão umbilical (PEDRASSA; HAMERSCHLAR, 2008; VOLTARELLI et al., 2009). As células-tronco hematopoéticas são utilizadas para a realização de transplantes autólogos ou alogênicos para diversas doenças de origem hematológica. Nos transplantes alogênicos ocorre a doença do enxerto contra hospedeiro. Essa doença é uma complicação Marinalva Oliveira Silva, Lélia Cristina Tenório Leoi 129 pós transplante causada pela resposta imune dos linfócitos T do doador contra os tecidos do receptor (BOUZAS, 2000; CASTRO JR, 2001; SAMUEL et al., 2008; SILVA JUNIOR et al., 2009). Os transplantes alogênicos com a medula óssea são limitados pela falta de doadores compatíveis para a maioria dos receptores. Na utilização do sangue do cordão umbilical o transplante pode ser realizado com diferenças HLA entre doador e receptor, e desta forma aumentam as chances de se encontrar doadores (WAGNER et al., 2002; ARMSON et al., 2005; BARKER, 2007; GLUCKMAN; ROCHA, 2009; McCULLOUGH et al., 2009). A dificuldade em se encontrar doadores para os transplantes alogênicos com a medula óssea no Brasil está relacionada com a alta miscigenação e grande variabilidade genética da população, o que torna importante a obtenção de células-tronco do sangue de cordão umbilical (SILVA JUNIOR et al., 2009). A utilização do sangue de cordão umbilical em transplantes comparado com a medula óssea apresenta as seguintes vantagens: disponibilidade imediata, já que se encontra armazenado em bancos de sangue; não existir riscos durante a coleta; não exigir compatibilidade completa do sistema HLA entre doador e receptor; oferecer menor reação imune e menos riscos de contaminação viral (REBOREDO et al., 2000; ARMSON et al., 2005; GLUCKMAN; ROCHA, 2006; SAMUEL et al., 2008; GLUCKMAN; ROCHA, 2009; RODRIGUES et al., 2010). As células-tronco hematopoéticas encontradas no sangue do cordão umbilical têm maior capacidade proliferativa, são jovens, pois possuem telômeros maiores. As células imunes presentes não tem maturidade celular (BOUZAS, 2000; PEDRASSA; HAMERSCHLAR, 2008; CRUZ et al., 2009). A falta de maturação da função imune dos linfócitos T, em especial, contribui para a baixa ocorrência da DECH e para a menor transmissão viral (ARMSON et al., 2005; NEWCOMB et al., 2007; PEDRASSA; HAMERSCHLAR, 2008; VOLTARELLI et al., 2009). A utilização do sangue do cordão umbilical é quase limitada para crianças e adultos de baixo peso, devido ao pequeno volume coletado. Atualmente, são feitos protocolos de expansão ex vivo para ampliar o número das células do cordão, em benefício dos receptores adultos com relativos sucessos (ABDELHAY et al., 2009; SENEGAGLIA et al., 2009; SILVA JUNIOR et al., 2009). O uso de duplo cordão para um único paciente está sendo aplicada com resultados aceitáveis em adultos, tornando necessário um aumento do número de 130 Banco de sangue de cordão umbilical e placentário no Brasil umbilicais (ARMSON et al., 2005; GLUCKMAN; ROCHA, 2006; BARKER, 2007; BARRIGA; WIETSTRUCK, 2007; PEDIATRICS, 2007; WAL; CHAN, 2008; SAMUEL et al., 2008; BARKER et al., 2009). Os transplantes autólogos com o sangue de cordão umbilical não são recomendados para crianças em casos de leucemias devido à possibilidade de mutações genéticas ocorrerem na vida intra-uterina. A probabilidade de um adulto utilizar o sangue autólogo de cordão umbilical para doenças de origem hematológica é muito remota (PEDIATRICS, 2007; HAMERSCHLAK, 2007; DUARTE et al., 2009; SEBER, 2009). O primeiro transplante com o sangue do cordão umbilical foi realizado no ano de 1988 em Paris na França, por Gluckman, em uma criança com anemia de Fanconi, no qual se obteve sucesso. Desde então, o seu uso em transplantes tem aumentado, como demonstra o gráfico da Figura 3 (NEWCOMB et al., 2007; VOLTARELLI et al., 2009; SILVA JUNIOR et al., 2009). Fonte: Células-tronco hematopoéticas: utilidades e perspectivas do autor SILVA JUNIOR et al., 2009. Figura 3 – Transplante de células-tronco hematopoéticas segundo a fonte celular, por ano (1988-2006). Em 1990 as primeiras amostras do sangue de cordão foram coletadas e armazenadas no Brasil, para a realização de transplantes alogênicos aparentados pela equipe do Centro de Transplante de Medula óssea (CEMO) do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Foi realizado no país o primeiro transplante em 1996 para o tratamento de leucemia mieloide crônica juvenil (VOLTARELLI et al., 2009). Estudos têm demonstrado que as células-tronco do cordão umbilical têm o mesmo potencial das células-tronco embrionárias. É interessante relatar que o seu uso é menos polêmico do que o uso das células-tronco embrionárias, pois estas envolvem questões morais e éticas (J OBSTET GYNECOL INDIA, 2005). Existem relatos de casos em humanos da melhora clínica de pacientes que sofreram traumatismo raquimedular e que Marinalva Oliveira Silva, Lélia Cristina Tenório Leoi 131 foram tratadas com a injeção de células de sangue de cordão no local da lesão (CRUZ et al., 2009). Foram isoladas células-tronco não-hematopoéticas do sangue de cordão umbilical, que demonstram que podem crescer e se diferenciar em vários tecidos, incluindo as células mesenquimais, osso, cartilagem, fígado, pâncreas, neurônios, células endoteliais musculares e queratinócios. Possuem vantagens em relação às células-tronco embrionárias porque sua oferta é ilimitada, podendo ser utilizada de forma autóloga ou alogênica com o mínimo de manipulações possíveis (GLUCKMAN; ROCHA, 2009). O potencial angiogênico das células do sangue de cordão umbilical possibilita utilizá-las para tratamento cardiovascular devido sua capacidade regenerativa e sua pluripotencialidade (CRUZ et al., 2009). No sangue do cordão são encontradas numerosas células progenitoras endoteliais com a possibilidade de serem usadas na revascularização de doenças isquêmicas (SENEGAGLIA et al., 2008). As células-tronco hematopoéticas podem substituir as células doentes ou mortas por lesões e doenças no corpo. As pesquisas in vivo em animais mostram melhorar as consequências comportamentais e fisiológicas, incluindo lesões cerebrais, o que a faz ser considerada como tratamento multidimensional. O potencial terapêutico das células do sangue de cordão alcança as doenças comuns às mais complexas. Quando desvendados os mecanismos de ação para sua utilização segura e aperfeiçoar o processo de expansão, poderá ser utilizadas de forma generalizada em clínicas e hospitais (NEWCOMB et al., 2007). 3. BANCO DE SANGUE DE CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO Banco de Sangue de Cordão Umbilical e placentário (BSCUP) é uma instituição que se responsabiliza pela coleta, testagem, processamento, armazenamento e liberação de células progenitoras hematopoéticas, obtidas de sangue de cordão umbilical e placentário (ANVISA/RDC nº.153, 2004; PRANKE, 2004; BALLEN, 2005; LECCHI, 2007; PEDRASSA; HAMERSCHLAK, 2008). De acordo com o uso e tipo de doação, são estabelecidos em todo o mundo bancos públicos, privados e privados direcionados. Os bancos públicos são direcionados para doadores não aparentados, para atendimento a toda população com HLA compatível. O banco privado atende o próprio doador e os privados direcionados para familiares com autorização (MENDONÇA et al., 2004; ARMSON et al., 2005; 132 Banco de sangue de cordão umbilical e placentário no Brasil PEDIATRICS, 2007; DUARTE et al., 2008; CRUZ et al., 2009; GLUCKMAN; ROCHA et al., 2009). O primeiro banco de sangue de cordão umbilical e placentário foi criado em 1990 na Universidade de Indiana, nos EUA (PEDRASSA; HAMERSCHLAR, 2008). Em 1993, surgiram os primeiros bancos públicos em Nova Iorque (EUA), em Dusseldorf, na Alemanha, e em Milão na Itália. Em seguida, outros países se organizaram e contam hoje com mais de 350.000 unidades disponíveis para os registros de doadores voluntários, como demonstra o gráfico da Figura 4 (BALLEN, 2005; ARMSON et al., 2005; VOLTARELLI et al., 2009; SILVA JUNIOR et al., 2009). Fonte: Células-tronco hematopoéticas: utilidades e perspectivas, do autor SILVA JUNIOR et al., 2009. Figura 4 – Número de unidades de cordão umbilical armazenadas em bancos de cordão umbilical no mundo, por ano. No Brasil, são regulamentadas as implantações de bancos públicos e privados. As atividades dos bancos públicos brasileiros são regulamentadas pela portaria Ministerial GM 903/2000 de 16 de Agosto de 2000 e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da Resolução da Diretoria Colegiada, RDC nº. 153 de 14/07/2004, baseada nos principais padrões internacionais, revisada em 2009 (CRUZ et al., 2009; VOLTARELLI et al., 2009). Marinalva Oliveira Silva, Lélia Cristina Tenório Leoi 133 O Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro, estabeleceu o primeiro banco público de cordão no Brasil em 2001. Através da portaria Ministerial nº2. 381/GM de 29 de setembro de 2004, foi criada a rede brasileira de bancos de sangue de cordão umbilical público, chamada BrasilCord. Atualmente, a rede está em expansão a fim de aumentar o número de doadores compatíveis, a diversidade genética das amostras e o número de bancos (MENDONÇA et al., 2004; PEREIRA, 2008; VOLTARELLI et al., 2009; SILVA JUNIOR et al., 2009). A rede BrasilCord contribui para o desenvolvimento de uma política de saúde pública no país, incentivando o desenvolvimento de pesquisa sobre o uso de célulastronco e o conhecimento da diversidade genética da população brasileira (MENDONÇA et al., 2004). Atualmente, a BrasilCord dispõe de quatro bancos em funcionamento, que estão localizados no INCA, Rio de Janeiro, no Hospital Albert Einstein e nos Hemocentros de Campinas e Ribeirão Preto em São Paulo. Está prevista, até 2011, a implantação de mais oito unidades nos seguintes estados: Pará, Rio grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Distrito Federal (MARTINS et al., 2009). Os bancos de sangue de cordão umbilical privados são administrados por empresas que cobram taxas para armazenar e manter congeladas as unidades. São regidos pela Resolução da Diretoria Colegiada, RDC nº. 153 de 14/07/2004 da Anvisa, na qual constam todas as etapas necessárias para a prestação deste tipo de serviço (CRUZ et al., 2009; SILVA JUNIOR et al., 2009). As implantações dos bancos privados possuem perspectivas futuras quanto ao uso das células autólogas do cordão umbilical para doenças degenerativas, como acontece hoje nos protocolos clínicos de cardiologia, neurologia e doenças auto-imunes com células-tronco da medula óssea autóloga. Com as células do cordão umbilical é possível a realização da terapia gênica, já que possuem um potencial proliferativo maior, podendo expressar o gene novo por toda a vida do indivíduo (CRUZ et al., 2009). 3.1. Coleta e critérios para doação do sangue de cordão umbilical Antes da coleta do sangue, é realizado na mãe doadora os seguintes exames sorológicos: Hepatite A, B, C; HIV I e II, HTLV I e II, Citomegalovírus, toxoplasmose, eletroforese de hemoglobina, doença de chagas e sífilis (ANVISA/RDC nº. 153/2004; VOLTARELLI et al., 2009). Nos protocolos da coleta deve constar a assinatura da mãe no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A coleta é realizada em maternidades credenciadas quando o armazenamento é público, e em qualquer maternidade com 134 Banco de sangue de cordão umbilical e placentário no Brasil licença sanitária, quando o armazenamento é privado (VOLTARELLI et al., 2009; SILVA JUNIOR et al., 2009). A coleta do sangue de cordão umbilical e placentário oferece segurança para a mãe e para o recém nascido, pois não interfere no procedimento obstétrico normal, devendo-se obter volume igual ou superior a 70 ml para ser processada. Pode ser realizada com a placenta intraútero ou fora do útero em parto normal ou cesáreo (ARMSON et al., 2005; PEDRASSA; HAMERSCHLAK, 2008; SILVA JUNIOR et al., 2009; CRUZ et al., 2009; GLUCKMAN; ROCHA, 2009; VOLTARELLI et al., 2009). Antes de o sangue ser armazenado são realizadas as tipagens HLA, ABO e Rh, além de hemoculturas para fungos e bactérias. É feito uma avaliação histórica materna contendo itens como: etnia, religião, doenças genéticas na família; viagens para área de risco, comportamento de risco: sexual e uso de drogas (ARMSON et al., 2005; VOLTARELLI et al., 2009). A coleta em bancos públicos só poderá ser realizada, caso a gestante se enquadre nos critérios de inclusão como: idade entre 18 e 36 anos, apresentar duas consultas de prénatal documentadas, não possuir casos de doenças neoplásicas e hematológicas na família, estar com a idade gestacional superior a 35 semanas e o peso fetal acima de 2 kg (BOUZAS, 2000; SENEGLAGLIA et al., 2008; CRUZ et al., 2009). Nos bancos privados, a idade gestacional deve ser igual ou superior a 32 semanas, e não há descrição para a idade materna, tamanho e peso do recém nascido (CRUZ et al., 2009). Quando, no momento do parto, ocorrer sofrimento fetal grave, infecção, temperatura materna acima de 38ºC e a bolsa rota acima de 18 horas, o sangue não poderá ser coletado seja para qualquer tipo de armazenamento, público ou privado. O sangue do cordão umbilical e da placenta é desprezado devido à possibilidade da presença de agentes infecciosos e o comprometimento da oxigenação fetal durante o seu sofrimento, comprometer a função adequada das células do cordão e da placenta (ANVISA/RDC nº. 153 2004; LECCHI, 2007; CRUZ et al., 2009). O sangue é colhido e armazenado para fins de doações públicas, uso autólogo e doações públicas com indicação médica do tratamento na família, além de servirem para pesquisas básicas e translacionais em animais, quando a amostra não atende aos critérios mínimos para a utilização em transplantes (VOLTARELLI et al., 2009). Para que os receptores dos transplantes obtenham as doações é necessário estar registrado no Registro Nacional de Receptores (REREME). As doações do sangue de cordão são registradas no Registro Nacional de doadores de Medula óssea (REDOME). A Marinalva Oliveira Silva, Lélia Cristina Tenório Leoi 135 receptor. As bolsas são cadastradas no Registro Nacional de Células-tronco de cordão umbilical e placentário (Renacord), onde ficam armazenadas todas as informações da mesma (INCA, 2008). 3.2. Processamento, criopreservação e armazenamento As sociedades e comunidades científicas internacionais participam dos processos legais e estabelecem padrões e procedimentos para serem seguidos pelos bancos públicos de todo o mundo, observando as normas dos princípios de boas práticas de fabricação (Good Manufacturing Practices - GPM), a fim de se obter um produto final com qualidade e segurança para ser utilizado (WAL; CHAN, 2008; GLUCKMAN; ROCHA, 2009; McCULLOUGH et al., 2009; CRUZ et al., 2009). A coleta, o processamento e o congelamento do sangue de cordão umbilical obedecem aos seguintes passos: a) após o nascimento, o cordão é clampeado e puncionado com a agulha conectada à bolsa de coleta, com a placenta em suporte estéril mais elevado que a bolsa, o sangue flui por gravidade (Figura 5); b) a bolsa é enviada ao banco, a gestante é entrevistada e colhe-se uma amostra do seu sangue para realizar exames sorológicos; c) no banco, é realizada a tipagem HLA, exames sorológicos e bacteriológicos, contagem das células e o processamento, em seguida a bolsa é congelada em nitrogênio líquido (CASTRO JR. et al., 2001). A C B Fonte Adaptada: http://www.medicine.uiowa.edu/Programs/CordBlood/collction.html. Figura 5 – Sangue de Cordão Umbilical Humano. A) Placenta com o cordão umbilical imediatamente após o nascimento da criança. B) A coleta é feita pela veia umbilical com a agulha conectada na bolsa específica para coleta de sangue do cordão umbilical. C) A bolsa enche de sangue por gravidade (média 1 a 2 minutos), 136 Banco de sangue de cordão umbilical e placentário no Brasil A unidade é liberada quando os resultados dos exames sorológicos ficam prontos. Então, o banco de dados do banco de sangue de cordão guarda todas as informações, e quando um paciente encontra a unidade adequada, é enviada para o centro de transplante em um botijão com nitrogênio líquido (CASTRO JR. et al., 2001). De acordo com Reboredo-M e colaboradores (2000) e Silva Júnior e colaboradores (2009), o processamento das amostras geralmente é realizado até 24 hs após a coleta e consta de testes para controle de qualidade, remoção de plasma e de hemácias para a redução do volume. As células-tronco hematopoéticas são armazenadas em bolsas apropriadas e criopreservadas em nitrogênio líquido em uma temperatura até – 196° C, mantendo suas características originais (CRUZ et al., 2009). As técnicas de criopreservação priorizam as taxas de viabilidade e sobrevida das células-tronco hematopoéticas purificadas, que são variáveis com perdas celulares devido aos efeitos tóxicos dos crioprotetores (VOLTARELLI et al., 2009). O processo de criopreservação mais utilizado submete a unidade ao congelamento sob taxa de resfriamento programado em equipamento adequado após a manipulação para a retirada das hemácias e redução do volume (BOUZAS, 2000). A qualidade das unidades de sangue de cordão umbilical, a rapidez na sua obtenção e a confiabilidade das informações pode variar entre os bancos. É recomendado escolher unidades provenientes de bancos acreditados pelo FACT (Fundação de Acreditação para Terapia Celular) e pelos Bancos de sangue de cordão da Europa, denominado Eurocord (BARKER et al., 2009; McCULLOUGH et al., 2009). No Brasil, as amostras devem ser adquiridas nos bancos da rede BrasilCord que seguem os protocolos preconizados pelo FACT (RODRIGUES et al., 2010). Segundo Silva Júnior e colaboradores e Voltarelli e colaboradores (2009), uma das estratégias utilizadas para o controle de qualidade do sangue é a realização de novos exames da mãe e do recém-nascido, após dois a seis meses da realização da coleta. Após os resultados destes exames, a unidade pode ser liberada para o transplante (INCA 2008). Não existe um tempo determinado para que as células de cordão fiquem congeladas. Existem unidades armazenadas há mais de dez (10) anos que foram descongeladas e transplantadas com sucesso (GUNNING, 2005; WALL; CHAN, 2008; RODRIGUES et al., 2010). Marinalva Oliveira Silva, Lélia Cristina Tenório Leoi 4. 137 A IMPORTÂNCIA DOS BANCOS DE SANGUE DE CORDÃO PARA A MEDICINA ATUAL E FUTURA A criação dos bancos de sangue de cordão umbilical possibilita a estocagem das amostras em vários centros de transplantes, permitindo que sejam enviadas a qualquer lugar do mundo com mais rapidez. O Redome busca doadores compatíveis no país e no exterior (CASTRO JR, 2001). Existe atualmente, um aumento nas trocas de unidades entre os bancos de cordão internacionais, com melhorias nas qualidades das unidades com custo acessível para os bancos (GLUCKMAN; ROCHA, 2009). Várias doenças de origem hematológica têm sido tratadas com as células-tronco hematopoéticas, dentre elas temos a leucemia mieloide aguda, leucemia linfoblástica aguda, leucemia mieloide crônica, síndromes mielodisplásicas, doenças mieloproliferativas, linfoma não Hodgkin, linfoma Hodgkin, leucemia linfocítica crônica, mieloma múltiplo, leucemia mieloide crônica juvenil, neuroblastoma, carcinoma renal, câncer de ovário, tumores de células germinativas e outras. Constam-se mais de setenta (70) doenças tratadas com as células-tronco hematopoéticas (INCA 2008; SILVA JUNIOR et al., 2009). As qualidades do sangue de cordão umbilical e as expectativas terapêuticas com o uso destas células incentivam a criação de bancos de cordão umbilical, visando transplantes autólogos, alogênicos ou pesquisas científicas. O armazenamento destas células em bancos públicos beneficia a população brasileira, pois esta é constituída por uma etnia miscigenada, além de uma grande variabilidade genética e também favorece receptores com haplótipos raros (SILVA JUNIOR et al., 2009). Existem no Brasil 51 centros de transplantes de CTH, nos quais 85% são públicos. A necessidade anual de transplantes é de aproximadamente 5.100 pacientes, 30% destes com doadores aparentados. Essa situação favorece não apenas a ampliação do uso do sangue de cordão umbilical, como também a criação de novos bancos para armazenar as unidades (SILVA JUNIOR et al., 2009). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A população brasileira possui uma grande variedade genética, o que torna viável a implantação de bancos de sangue de cordão umbilical no Brasil. Aumentando o número de unidades armazenadas irá aumentar as chances de encontrar doadores compatíveis para a população, uma vez que a diversidade das amostras aumentará, assim 138 Banco de sangue de cordão umbilical e placentário no Brasil rápido. Encontra-se em estudo o tratamento das doenças degenerativas com o uso do sangue autólogo. As células do sangue de cordão desempenham quase as mesmas funções das células embrionárias e não envolvem questões éticas e morais. O biomédico pode fazer parte da equipe dos multiprofissionais responsáveis pelas atividades nos bancos de sangue de cordão umbilical e placentário, participando no processamento das amostras, atividade amparada pela lei nº 10.205 de 21 de março de 2001 e realizar pesquisas sobre células-tronco com perspectivas de curas para inúmeras doenças. AGRADECIMENTOS Ao Dr. Celso Arraias, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês em São Paulo – SP, à Dra. Adriana Seber, chefe do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto de Oncologia Pediátrica (GRAACC)- Unifesp- SP, ao Dr. Luis Fernando Bouzas, Diretor da rede BrasilCord, pelas sugestões de fontes de pesquisa e pela atenção dada durante a I Conferência Internacional sobre Transplante de Células Progenitoras Hematopoéticas, realizada nos dias 10, 11 e 13 de Março de 2010, no Hospital Sírio Libanês em São Paulo; à Dra. Eliane Gluckman pela atenção concedida no evento supracitado; à Professora Esp. Rita Mejias e ao Professor Dr. Gutemberg Delfino por aceitarem o convite para participarem da banca examinadora; à minha orientadora pela paciência concedida à minha pessoa. REFERÊNCIAS ABDELHAY, Eliana S.F.W; BRAGA-PARAGUAÇU,Flávio H; BINATO, Renata; BOUZAS, Luis. Fernando S. Células-tronco de origem hematopoéticas: expansão e perspectivas de uso terapêutico. 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Bacharelado em Anhanguera de Lélia Cristina Tenório Leoi Mestre em Ciências Genômicas e Biotecnológicas pela Universidade Católica de Brasília - UCB. Docente do curso de Biomedicina e Nutrição da Faculdade Anhanguera de Brasília. Docente da Universidade Católica de Brasília - UCB.