Dieta paleolítica, baseada em carne, é a nova arma

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Vida
O Estado do Maranhão - São Luís, 16 de março de 2011 - quarta-feira
Vida
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AP
Skinny para ele
A calça skinny, típica
das garotas, mas usada
há tempos por skatistas
e roqueiros, agora é
tendência para os
homens. A Levi’s
lançará ainda nesta
quinzena a ex-girlfriend
skinny, como a batizou.
Divulgação
“A maternidade é a
coisa mais incrível
que um ser humano
pode viver. Não
tenho palavras
para descrever. É
um amor tão
grande e tão forte
que chega a doer”.
Juliana Paes ao iG sobre o
filho, Pedro
Dieta paleolítica, baseada em carne,
é a nova arma contra a obesidade
Frutas e vegetais também integram o regime proposto pelo economista americano Arthur De Vany que virou “febre”
na Europa e nos EUA; segundo ele, o DNA humano não é preparado para consumir alimentos industrializados e cereais
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americanos são de alimentos
que não existiam em sociedades
tradicionais. Loren Cordain, pesquisador em ciências da saúde
da Universidade do Colorado
(EUA), é um dos maiores defensores da dieta.
Em 2002, lançou o livro "The
Paleo Diet", com receitas para
"perder peso e ganhar saúde".
"Não inventei essa dieta, ela está inscrita nos seus genes", diz,
no começo do livro. Quer argumento melhor?
Juliana Vines
Da Folha de São Paulo
S
ÃO PAULO - Coma apenas
o que você poderia caçar,
matar, colher ou tirar da
terra, como um homem das cavernas. Este é o primeiro mandamento do regime proposto pelo
economista americano Arthur
De Vany no livro "The New Evolution Diet", lançado nos EUA.
Há pelo menos duas décadas,
De Vany, que leciona na Universidade da Califórnia, segue cardápio semelhante ao de 40 mil
anos atrás: muita carne, frutas e
vegetais. Não é o único. A dieta
paleolítica -uma referência ao período pré-histórico- é pouco conhecida no Brasil, mas não é novidade na Europa e nos EUA.
O argumento principal dos
seus defensores é que o DNA humano não está adaptado para
comer alimentos industrializados e cereais. "Vivemos mais
tempo que no Paleolítico, mas
Carne, base da dieta dos tempos das cavernas, é vista hoje como ideal
passamos a maior parte da vida
doentes. Doenças crônicas, como diabetes e obesidade, podem
ser evitadas com a dieta correta",
disse De Vany à Folha. O cardápio ideal, na visão dele, é aquele
praticado 500 gerações atrás.
Faz coro com ele o pesquisador português Pedro Carrera Bas-
tos, da Universidade de Lund,
Suécia. "As necessidades dietéticas são determinadas geneticamente. As alterações ambientais,
sociais e culturais dos últimos 10
mil anos são recentes numa escala evolucionista", explicou.
Segundo Lund, 70% das calorias ingeridas hoje pelos norte-
Polêmica - A paleodieta tem
preceitos polêmicos. Além de
desconstruir a pirâmide alimentar tradicional, os seguidores recomendam alternar períodos de
jejum com refeições fartas (sem
contar calorias).
Carboidratos? Só de frutas.
Cereais são totalmente proibidos,
mesmo os integrais, principalmente soja e trigo. "Todos os cereais têm antinutrientes [como
lectinas], que podem ter efeitos
adversos, em especial quando a
ingestão é elevada", diz Bastos.
Nutricionistas e nutrólogos
discordam, assim como as organizações internacionais de saúde. Para os defensores da paleodieta, os padrões de nutrição é
que estão errados.
"É algo a se considerar. Talvez
sigamos um modelo errado. Temos recomendações internacionais do que seria uma dieta saudável e, mesmo assim, não revertemos a obesidade e as doenças
crônicas", ponderou a nutricionista Helena Alves Sampaio, professora da Universidade Federal
do Ceará.
Ela coordenou uma revisão de
estudos sobre paleodieta e prevenção de doenças cardiovasculares. "Ainda faltam pesquisas
comparativas. Alguns trabalhos
mostram que diminuir carboidratos e laticínios é benéfico contra aterosclerose", completou.
Diminuir pode até ser, mas
cortar açúcares e cereais faz muito mal, segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, da Abeso
(associação para estudo da obesidade). "A deficiência de carboidrato pode alterar o funcionamento cerebral. O cérebro se alimenta primeiramente de carboidratos. Duvido de qualquer dieta que deixe de fora algum grupo alimentar", sentenciou.
Para o nutrólogo Durval Ribas
Filho, presidente da Abran (associação de nutrologia), o maior
problema é pular refeições com
a justificativa de que isso estimula o gasto energético. "Nenhum
trabalho científico comprovou
que ficar sem comer faz bem, pelo contrário", afirmou.
Segundo Halpern, aconteceram, sim adaptações genéticas,
explicadas por mudanças na forma como os genes se manifestam, mas que não envolvem alteração no DNA. "Não há dúvida
de que os genes eram muito parecidos, mas quando o homem
passou a tomar leite, nosso organismo começou a produzir a lactase, enzima para digerir. Um
exemplo de adaptação", disse.
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