Imagem Através da Ressonância Magnética Nuclear (IRM): Prémio Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2003 CARLOS F. G Introdução 0 Prémio Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2003 foi atribuído aos cientistas Paul Lauterbur, Professor de Química, Biofísica, Biologia Computacional e Bioengenharia da Universidade de Illinois, em Urbana, EUA, e Sir Peter Mansfield, Professor de Física e Director do Centro de Ressonância Magnética da Universidade de Nottingham, Reino Unido, devido ao seu trabalho e descobertas pioneiros no uso da Ressonância Magnética Nuclear para obter imagens de diferentes estruturas, em pa rt icular na visualização do interior do corpo humano. De facto, Paul Lauterbur foi o primeiro a desenvolver um método de C . G E R A L D E S* muito útil, tem algumas limitações, tais dos anos 1920, Stern e Gerlach verifica- como: as imagens obtidas, com um ram que um feixe de átomos sujeito a contraste que representa únicamente a um campo magnético não-homogéneo densidade electrónica dos vários teci- é desviado de acordo com a orientação dos, são fundamentalmente anatómi- dos momentos magnéticos com origem cas, sem informação sobre o estado fi- nos electrões [1]. Foi Pauli quem suge- siológico ou funcional dos órgãos riu em 1924 a existência de núcleos internos; algumas lesões patológicas magnéticos [2], tendo nos anos 1930 o têm propriedades de absorção de raios aperfeiçoamento das experiências de X muito semelhantes às dos tecidos Stern-Gerlach permitido a determinação saudáveis circundantes, dificultando a de momentos magnéticos nucleares. sua detecção; por último os raios X, Em 1939, o físico I. Rabi [3], da Univer- mesmo em doses pequenas, têm um sidade da Columbia, Nova Iorque, EUA, risco não nulo de provocarem perturba- ao colocar um feixe de moléculas de hi- ções fisiológicas. Além de utilizar radia- drogénio (em alto vazio) num campo ções (ondas de rádio) inofensivas, o magnético homogéneo fo rt e, observou contraste das imagens médicas resul- que, quando banhado em ondas de tantes da técnica de IRM, que resulta obtenção de sinais RMN localizados em rádio de uma ce rt a frequência bem de- da química do corpo humano, contém cada parte de um objecto, ao passo que finida, esses feixe molecular absorvia uma informação muito mais rica e de- Sir Peter Mansfield criou técnicas capa- energia e sofria um pequeno desvio. pendente de múltiplos parâmetros. Re- zes de utilizar esses sinais para obter Essa frequência é característica da presenta não só a densidade de protões rapidamente imagens desse objecto. substância utilizada, permitindo a sua dos tecidos, que contém uma informa- Hoje a Imagem através da Ressonância ção anatómica muito rica, comparável à Magnética (IRM) está completamente da TAC, mas também reflecte certos estabelecida como uma técnica de Ima- processos dinâmicos da água dos teci- gem Médica rápida, eficaz e segura, dos, tais como a sua mobilidade, difu- presente em inúmeros Centros de Ima- são e fluxo, que contêm informação geologia hospitalares ou privados em sobre o estado fisiológico dos tecidos, todo o Mundo. Utiliza ondas de rádio, fornecendo meios para uma discrimina- campos magnéticos e computadores ção mais sensível entre tecidos saudá- poderosos, mas exclui radiações ioni- veis e patológicos. zantes como os raios X, e é capaz de produzir imagens muito detalhadas e com enorme resolução dos tecidos ma- identificação. Estes resultados foram interpretados pela absorção das ondas de rádio pelos núcleos atómicos da substância orientados no campo magnético, alterando essa sua orientação no processo. Esta seria, de facto, a primeira observação de ressonância magnética nuclear. A detecção deste fenómeno em amostras líquidas e sólidas só seria realizada Breve História da RMN em 1945-46, por Felix Bloch da Universidade de Stanford e Edward Purcell da cios e órgãos de qualidade comparável A origem da técnica de IRM, tal como Universidade de Harvard (ambas nos ou superior à Tomografia Axial Compu- da Espectroscopia RMN, remonta à in- EUA), que, ao procurarem medir mo- torizada (TAC), sem os seus efeitos se- vestigação fundamental efectuada nas mentos magnéticos nucleares com cundários potencialmente adversos re- décadas de 1920-30 sobre o comporta- maior precisão, observaram sinais de sultantes do uso de raios X. Embora a mento de átomos e moléculas na pre- absorção r.f. por parte dos protões da TAC seja um instrumento de diagnóstico sença de campos magnéticos. No início água e de parafina, respectivamente * Depa rtamento de Bioquímica e Centro de Neurociências, Universidade de Coimbra 48 QUÍMICA [4,5], tendo recebido em conjunto o do Prémio Nobel de Química (em parte) imagem bidimensional dessa estrutura Prémio Nobel de Física em 1952. 0 fe- a Kurt Wüthrich da Universidade de Zu- [10]. Consideremos um exemplo sim- nómeno de RMN começou a interessar rique, Suíça, pela utilização das técnicas ples para entender o modo como tal ob- os químicos por volta de 1950-51, RMN multidimensionais para obter uma jectivo foi realizado. Num campo mag- quando Packard, um colaborador de metodologia capaz de determinar estru- nético uniforme B o , o espectro RMN Bloch, substituiu a água por etanol turas de proteínas em solução, muito dum amostra homogénea (por exemplo como amostra [6]. Ao observarem três importante em Proteómica 191. água pura) resultante da aplicação dum impulso de 90° não selectivo, excitando sinais devidos aos protões dessa amostra, em vez de um só como na água, sentiram-se desapontados, pois a medida rigorosa de momentos magnéticos Desenvolvimento da IRM: o papel dos cientistas laureados não selectivamente todos os spins, consiste num único sinal aguçado. O princípio básico da imagem RMN é o uso dum nucleares por este método estava defini- A intenção de utilizar a RMN no estudo gradiente de campo magnético controla- tivamente comprometida. Porém, ao de sistemas vivos surgiu logo após a sua do, de tal modo que a intensidade B do atribuírem correctamente a ocorrência descoberta, quando Bloch obteve um campo magnético principal passe a ser desses três sinais à estrutura química da sinal forte de protão localizado no seu uma função linear de uma coordenada substância, chamando desvio químico dedo colocado na bobina do seu espec- da posição dos spins detectados. Su- ("chemical shift") ao fenómeno, reco- trómetro. Um tal sinal foi também detec- pondo que B actua segundo a direcção nheceram o enorme potencial da técni- tado pouco depois em objectos de ma- do eixo OZ, sobrepondo a B o um gra- ca RMN para estudos em Química. deira e em frutos e vegetais. Embora o diente linear segundo o eixo OX (G x ) A partir de 1953, com a produção e sinal da água dos tecidos vivos fosse re- (Fig. 1A), as frequências de ressonância comercialização do primeiro espectró- lativamente simples de detectar, dada a dos protões da água deixam de ser idên- metro RMN, já com boa resolução e sua abundância (cerca de 70 %), a rea- ticas nas várias regiões do objecto, tor- sensibilidade, desenvolveu-se uma vas- lização de tal potencial de aplicação a nado-se uma função linear da sua coor- tíssima aplicação em variados domínios sistemas biológicos em estudos in vivo denada x, uma vez que o campo da Química. Os enormes avanços tecno- teve que esperar bastantes anos pela magnético total tem valor B = (B o + G x x) evolução técnica dos espectrómetros. e e a correspondente frequência angular lógicos entretanto verificados na instrumentação, tais como a introdução por volta de 1970 de técnicas de impulsos r.f. aliada à análise matemática baseada em transformações de Fourier [7], bem como mais recentemente o desenvolvimento de magnetes supercondutores cada vez mais intensos, sensíveis e homogéneos (chegando a frequências de ressonância protónicas de 900 MHz), o desenvolvimento teórico e disponibilização experimental de técnicas multinucleares e multidimensionais para estudo de alta resolução em líquidos e sólidos, permitiram espectaculares avanços no estudo de amostras liquidas ou sólidas, cada vez mais diluídas e complexas, em é w = yB = y (B o + G x x). No caso de uma As experiência normais de RMN de alta amostra contínua, o sinal RMN após resolução exigem a presença de um transformação de Fourier deixa de ser campo magnético B o o mais uniforme um espectro no sentido usual do termo, possível no qual é colocada a amostra passando a corresponder a uma projec- em estudo, de modo a garantir a maior ção unidimensional (1D) da densidade resolução experimental possível dos si- de protões sobre o eixo OX (Fig.1B). A nais desse espectro. De facto, se o valor amplitude do espectro em cada ponto A B o do campo uniforme variar ao longo é proporcional ao número de spins pre- da amostra, os núcleos situados em par- sentes numa fatia em x A . Este acopla- tes distintas dela originarão sinais a fre- mento do campo r.f. com o campo mag- quências angulares w = yB, (y e a cons- nético estático através dos momentos tante magnetogírica característica do magnéticos nucleares em estudo suge- tipo de núcleo detectado) ligeiramente riu a Lauterbur o nome de Zeugmato- diferentes, com o inconveniente de dis- grafia, que deriva da palavra grega torcer a linha espectral. "Zeugma" — ÇEuyµa — que significa "aquilo que reúne" [10]. áreas de importância fundamental tais No entanto, é o uso deliberado de um como Ciências de Materiais, Bioquímica campo magnético não uniforme que Há dois tipos principais de imagens que Estrutural ou Espectroscopia RMN in pode fornecer discriminação espacial podem ser produzidas para visualizar o vivo aplicada ao próprio Homem. Estes dos sinais RMN dessa amostra. De interior do corpo humano. A mais sim- desenvolvimentos teóricos e experimen- facto, no início dos anos 1970, enquan- ples de obter é a imagem projecção, que tais foram entretanto reconhecidos com to investigava na Universidade Estadual consiste numa sobreposição de estrutu- a atribuição do Prémio Nobel de Quími- de Nova Iorque em Stonybrook, Lauter- ras a profundidades diferentes, sendo o ca em 1991 a Richard Ernst, do E.T.H., bur mostrou que, ao sobrepor um ou exemplo mais comum a imagem de Zurique, Suíça, pelo desenvolvimento da mais gradientes de campo magnético raios-X convencional. Muito melhores teoria do RMN pulsado que permitiu a fracos e bem calibrados ao campo mag- são os tomogramas ou imagens de criação de uma grande variedade de po- nético forte uniforme B 0 , podia obter in- corte, muito mais claras na representa- derosas experiências de impulsos uni- e formação sobre a posição espacial de ção das estruturas internas. A obtenção multidimensionais com inúmeras aplica- átomos contendo núcleos com um de- de tomogramas por raios-X ou por RMN ções em Química e Bioquímica Estrutu- terminado spin (por exemplo protões) necessita de uma tecnologia mais avan- ral [8], e mais recentemente, em 2002, duma estrutura, e a partir daí obter uma çada que a imagem projecção. O méto- QUÍMICA A x B • CO figura 1 A) Direcção do gradiente de campo Gx em relação aos vasos de água. B) Espectros RMN de protão dos dois vasos de água. plano P A figura 2 Projecção dum objecto 3D num plano P p , seguida da projecção deste plano numa C^ plano P, projecção 1D linha. O ponto A da linha corresponde ao plano P A . impulso rf gaussiano t espectro objecto fatia seleccionada gradiente de campo Gy do de imagem mais simples, utilizando figura 3 Ilustração da excitação selectiva, tal com se discute no texto. Para obter uma imagem simples, i.e. do 360°. Uma vez que essa imagem um só gradiente de campo magnético, uma projecção 2D no plano horizontal projecção é de muito pouca utilidade, é origina uma projecção 1D segundo uma (Fig. 2) numa matriz N x N (sendo N o possível continuar o processo de projec- linha duma projecção 2D perpendicular número de elementos de imagem se- ção-reconstrução, combinado N dessas àquela segundo um plano dum objecto 3D (Fig. 2). Assim, a intensidade da projecção 1D no ponto A corresponde à quantidade total de protões no plano PA. gundo cada eixo), é necessário recons- projecções 2D com direcções de projec- trui-la a partir de um grande número N ção diferentes, obtendo uma imagem de projecções 1D segundo diferentes di- 3D completa, e escolhendo uma dada recções distribuídas igualmente segun- fatia para representar um dado tomogra- 49 50 QUÍMICA A figura 4. A) Sinais de projecção obtidos de duas amostras cilíndricas de água situadas num corte segundo XOY. As projecções segundo X e Y representam a aquisiçãp do sinal na presençaa de um gradiente G x e G y , respectivamente. B) Princípio da reconstrução de imagens por retroprojecção. A localização das duas amostras não pode ser definida inequivocamente a partir de duas projecções. C) Usando a retroprojecção de um terceiro perfil independente, as coordenadas correctas das duas amostras podem já ser determinadas. A inclusão de novas projecções aumenta a definição da imagem. B C ) Y y figura 5. Relação entre om objecto 3D, a sua projecção 2D ao longo do eixo OX , e quatro projecções 1D a 45° no plano XOY. As setas representam as direcções dos gradientes (reproduzido de [10]) ma. Porém este processo requer N 2 pro- trada na Fig. 3. Um gradiente forte, G y , A Excitação Selectiva foi combinada jecções 1D diferentes, e embora Lauter- é aplicado à amostra simultaneamente com a projecção-reconstrução (ou Zeugmatografia) por Lauterbur [13]. A bur o tenha realizado [11], o tempo de com um impulso r.f. de 90° "talhado" e aquisição era demasiado longo para ter de fraca intensidade (impulso "talhado" projecção 1D obtida tal como descrito aplicação clínica. significa que tem um espectro de excita- acima é a duma fatia perpendicular ao ção com amplitudes em função da fre- gradiente de corte, constituindo uma Para obter uma imagem tomográfica, quência previamente escolhido, por técnica de reconstrução de planos. Para evitando a complicação duma recons- exemplo gaussiano). Só os spins dentro reconstruir agora essa fatia, obtendo trução 3D total a partir de projecções da fatia sombreada são excitados. Após uma matriz de imagem 1D, é fundamental excitar apenas os esta excitação, G y é desligado e um G, é sário obter spins localizados numa fatia estreita da aplicado durante a aquisição do sinal, culares a OY segundo diferentes direc- amostra. Isso é conseguido por meio de cuja transformada de Fourier agora re- ções distribuídas igualmente segundo uma técnica, conhecida por Excitação presenta a variação da densidade de 360°. Uma imagem 128 x 128 demora Selectiva, devida a Mansfield [12], ilus- spins ao longo da coordenada x da fatia. agora um tempo de aquisição aceitável, N x N, é necesN projecções 1D perpendi- QUÍMICA 151 X Y ^ Z Az figura 6. Para efectuar uma irradiação selectiva, os gradientes de campo são aplicados sucessivamente segundo as direcções OX, OY e OZ. A rf defi ne o plano de corte inicial (reproduzido de [15]). figura 7. Imagem EPI de um anel cheio de óleo (reproduzido de [16]). entre dois e cinco minutos. A reconstru- para distinguir entre tecidos com con- ção de uma imagem por retroprojecção teúdos de água diferentes. encontra-se ilustrada esquematicamente na Fig. 4. Os núcleos dos átomos de hidrogénio Mansfield desenvolveu um novo método de obter sinais de ressonância excitando selectivamente os núcleos numa deter- originam sinais RMN intensos, e uma minada região do corpo, utilizando dum das primeiras demonstrações por parte modo distinto de Lauterbur a técnica de de Lauterbur da sua técnica, descrita Excitação Selectiva acima descrita, isto em 1973 num artigo na Nature [10], é sem usar a projecção-reconstrução mostrou a imagem dum tubo de ensaio [14,15]. Nesta técnica de linhas (Fig. 6), cheio de água (Fig. 5). A água é a com- a excitação selectiva na presença do ponente mais abundante dos tecidos gradiente de co rt e G x usa um impulso de vivos, dependendo os métodos actuais 90° "talhado" cujo espectro de frequên- de IRM dos sinais dos protões da água cias é tal que satura todos os spins ex- cepto os situados na estrita fatia de espessura Ax, a qual permanece inalterada. Aproveitando o facto dos núcleos fora dessa faixa permanecerem efectivamente saturados durante um período de tempo T 1 (tempo de relaxação spinrede, da ordem de alguns décimos de segundo), G, é desligado e é aplicado um gradiente G z e nova sequência de impulsos "talhados", que agora excitam selectivamente os núcleos situados na estria elementar Az, cuja magnetização roda de 90°. G Z é então desligado e aplica-se G y durante a aquisição do sinal, 52 I QUÍMICA n amostras GZ Gx Gy figura 8 Sequência de gradientes "spin warp". H O 'H 0 -H H o / H macromolécula - H . 0 0H H/ H 0-H H- 0 H H^O ^H H H-0 H figura 9 Esquema de hidratação dum tecido mais imóvel em duas fases. móvel transformada de Fourier corresponde à riores foram fundamentais para a aquisi- guns anos. Este grupo desenvolveu o densidade dos spins situados numa ção de imagens de objectos em movi- chamado "método múltiplo dos pontos sensíveis" [ 171. linha de elementos definida ao longo de mento, tais como de um coração a bater OY. Deste modo é possível varrer cada ou do fluxo sanguíneo, por exemplo no secção planar que se pretenda. sistema vascular cerebral (ver Fig.15A Mansfield também desenvolveu méto- abaixo). Outro investigador, Raymond Damadian, trabalhando no Medical Center da Universidade Estadual de Nova Iorque, dos experimentais e matemáticos para Os primeiros anos do desenvolvimento também se proclamou inventor do IRM. transformar os sinais dos spins nuclea- desta área de investigação foram marca- Damadian publicou um a rt igo [181 onde res com grande rapidez e precisão em dos por fortes rivalidades. Por exemplo, descrevia uma técnica de localização do imagens úteis na prática clínica. Uma na Universidade de Nottingham havia sinal em pontos precisos do corpo (de- dessas técnicas rápidas é a Imagem outros grupos de investigação desenvol- signada por FONAR) modificando o vendo outros métodos de obtenção de campo B o de modo a torná-lo não ho- Ecoplanar (EPI) [161. Embora as primeira imagens tivessem uma resolução es- imagens, tais como os grupos de R. An- mogéneo excepto numa pequena região pacial baixa (Fig. 7), os avanços poste- drew e W. Moore que faleceram há al- central cujos spins são selectivamente QUÍMICA 53 90 °18 0° Excitação .141nI TI ► nillp• TE- TR Detecção decaimento • 2 figura 10 Sequência de impulsos de ecos de spin (SE): MC MB LCR figura 11 Imagens cerebrais axiais normais: A) com ponderação T 1 ; B) com ponderação T2. excitados, pois são os únicos a entrar dos cancerosos não levaram ao IRM que aplicação de um gradiente G„ (gradiente em ressonância. No entanto, a técnica existe hoje. Estas rivalidades terão atra- de codificação das fases) durante um usada envolvia a focagem em regiões sado a atribuição deste Nobel em pelo período de evolução t x , seguido do gra- específicas do corpo obtendo sinais pro- menos dez anos. No entanto, as contri- diente de leitura G y aplicado durante o venientes dela em vez de criar uma ima- buições de Lauterbur e Mansfield são, tempo de detecção dos sinais, t 5 . Os gem duma área maior. É pois uma téc- de longe, as mais importantes para o de- dois gradientes alteram as frequências nica de localização, útil por exemplo em senvolvimento desta técnica, sendo dos sinais dum modo que depende li- espectroscopia in vivo, mas que não unânime a opinião dos especialistas de nearmente das coordenadas x e y no constitui de facto uma técnica de ima- que eles são as pessoas certas para re- plano de corte, pois w, = y (B o + G x x) e gem. Damadian publicou também o pri- ceber este prémio. wy = y (B 0 + G y y). Ao passo que o gradiente de leitura permite discriminar se- meiro artigo que usou o RMN para tentar distinguir entre um tecido saudável e canceroso utilizando a comparação dos respectivos tempos de relaxação T - - Progressos mais recentes da IRM lectivamente as linhas paralelas ao eixo OY através das frequências diferentes wy geradas, a discriminação espacial ao 1 [19), mas as conclusões não se revela- Nenhum dos métodos de obtenção de longo da coordenada x em cada uma ram verdadeiras em todos os casos. imagens descritos atrás acabou por ser dessas linhas é feita através do efeito adoptado na prática clínica actual, a Damadian submeteu uma patente da qual utiliza variantes duma técnica, de- sua técnica e fundou uma empresa, signada Tomografia de Fourier [20], na FONAR, que ainda hoje constrói apare- qual é gerado um conjunto de sinais que lhos de IRM, a qual porém utiliza o mé- constitui uma matriz 2D que depende todo dos gradientes de Lauterbur. Em- das coordenadas no plano de corte, a bora Damadian acredite e continue a qual origina directamente uma projec- protestar ruidosamente que deveria ter ção 2D por meio de uma transformada sido incluido na lista dos agora laurea- de Fourier 2D. Após uma excitação se- dos com o Prémio Nobel, a apresenta- lectiva (gradiente G, mais impulso "ta- ção que fez de algumas ideias sobre o lhado" de 90°) que define o plano de método de obtenção de sinais de teci- co rt e XOY, segue-se antes da detecção a que G x tem sobre a velocidade de precessão dos núcleos w x , o qual gera ao fim do tempo t, um incremento de ângulo de fase 4), proporcional à coordenada x, pois 4x=wxtx=y (B0+G0x) tx. Assim, o sinal em cada ponto (x, y) é caracterizado por um conjunto único de frequência w, e fase 0, proporcionais à coordenadas desse ponto. Obtém-se um conjunto de N sinais, amostrados N vezes durante t y , por variação de tx 54 I QUÍMICA a h figura 12 Imagens cerebrais axiais normais (A) e B)) e de paciente com esclerose múltipla (C) e D)), com ponderação T2 (A) e C)) e da fracção de água associada à mielina (B) e D)) (reproduzido de [22]) Imagens cerebrais axiais com ponderação T 1 na presença de tumor: A) sem e B) após injecção intravascular de um agente de contraste (quelato de Gd"). figura 13 desde 0 até N.4t x , onde 4t, é o incre- tros característicos dos tecidos, tais com elas (Fig. 9). Um aumento do con- mento temporal. A transformada de como a densidade de protões p„ (que teúdo total de água dum tecido causa Fourier 2D da matriz de dados N x N ori- depende do conteúdo de água e de gor- um aumento da fracção de água livre e gina a imagem bidimensional. Uma vez dura), a sua mobilidade, difusão e fluxo dos valores de T 1 e T2. De facto, cada te- que o tempo de aquisição típico para em vasos sanguíneos. O conteúdo de cido normal e patológico tem os seus va- cada corte nesta experiência ainda é de água não afecta o contraste em mais de lores característicos de T 1 e T2, o que cerca de seis minutos, utiliza-se hoje 5 %, pois ele varia pouco (entre cerca uma versão mais recente desta técnica, de 70 % e 80 %) entre os tecidos ma- mais rápida, chamada "spin warp" [21] cios (já é só de 10 % no tecido ósseo). (Fig. 8), na qual a discriminação de O sinal da gordura é importante no teci- fases é feita por aplicação do gradiente G, N vezes com amplitudes diferentes de cada vez durante o mesmo tempo tx do adiposo. Porém a maior fonte (50 %) do contraste deriva da mobilidade da água dos tecidos e do efeito que ela tem , cada uma das quais origina uma alteração (ou torsão, "warp") de fase diferente. sobre os seus tempos de relaxação T 1 garante muitas vezes um bom contraste. Esse contraste é conseguido através da utilização de rotina de uma sequência de ecos de spin (ES) associada á excitação selectiva, com impulsos "talhados" de 90° e 180°, [T R -(90°- T, -180°-T 1 )eco]n (Fig. 10), onde TR é o tempo de (spin-rede) e T2 (spin-spin) a uma dada repetição, T i o intervalo entre os impul- frequência. A água livre presente nos te- sos de 90° e 180° e TE = 2 T 1 é o tempo cidos tem valores de T, e T2 muito su- de obtenção do eco. É a amplitude do Como foi dito anteriormente, a origem periores aos da água de hidratação das sinal eco detectado que determina a in- do contraste das imagens de protão usa- suas estruturas macromoleculares, tensidade de cada elemento de ima- das em IRM depende de vários parâme- muito mais imobilizadas pela interacção gem. Uma vez que na prática clínica se QUÍMICA figura 14 Imagem angiográfica (ARM) dum humano após adição do agente de contraste MS-325 (reproduzido de [25]) usa TE « TR, a intensidade do eco é entre elas, sendo mesmo possível inver- móvel, com T2 de 70-95 ms e outra dada por ter o contraste entre tecidos, em pa rt i- componente (15 %) mais imobilizada cular enter MB e MC. (T 2 de 10-40 ms) associada à hidratação I pH [1- exp(-T R /T 1 )] exp(-T E/T 2 ) Essa intensidade depende pois de parâmetros específicos do tecido (aumenta se T 1 diminuir e se 12 aumentar), e também dos parâmetros TR e TE controlados da mielina. Na Fig. 12A mostra-se uma A maioria das patologias cerebrais têm T 1 e 12 mais longos que o tecido cerebral normal, devido ao aumento do conteúdo de água livre, aparecendo a lesão imagem axial com ponderação 12 dum cérebro normal com o respectivo contrate, e na Fig. 12B a imagem da fração de água com 12 curto que representa a pelo operador (aumenta se TR e T E com contraste negativo nas imagens aumentarem). Assim, se escolhermos com ponderação T i e com contraste po- Numa imagem com ponderação 12 dum TR » T1, I só depende de p H e de T 2 , O sitivo nas imagens com ponderação 12. paciente com MS (Fig. 12C), as lesões mielina (15 % na MB e só 4 % na MC). qual determina o contraste por variação É o caso do edema cerebral resultante na MB aparecem com contraste positi- adequada de TE (imagem ponderada em duma infecção, enfarte ou tumor. Outras vo, devido ao aumento de p H e 12. T2 , Fig. 11A), ao passo que para TE « patologias têm T 1 curto e T2 longo, apa- Porém, a desmielinização não ocorre 12, I será independente de T 2 e só de- recendo com contraste positivo na pon- igualmente em todas as lesões, como in- pende de p H e de T 1 , o qual determina o deração quer em T 1 quer em 12. Esta si- dica o mapa da fracção de T 2 curto da contraste por variação adequada de TR tuação pode ser devida ao aumento de mielina (Fig. 12D): há desmielinização (imagem ponderada em T 1 , Fig. 11B). água de hidratação nos tecidos (ex: acu- nas lesões 2 e 3 (de 4 anos), mas não mulação de soluções proteicas concen- em 1 mais recente (de 2,5 anos) [22]. Os valores típicos de T 1 e T2 (ms) (a 0,15 Tesla) para os principais tecidos cerebrais são: matéria branca (MB) (300, 95), matéria cinzenta (MC) (475, 120), líquido cefalo-raquidiano (LCR) (2000, 250), que resultam do conteúdo total de tradas em abcessds ou tumores necróticos) ou á libertação de compostos paramagnéticos (meta-hemoglobina na hemorragia sub-aguda, ou hematoma). O caso da esclerose múltipla (EM) é um Nem todas as patologias têm no entanto valores de T 1 e 12 diferentes dos tecidos circundantes, em pa rt icular os tecidos cancerosos, apesar do que Damadian proclamou inicialmente [191. De facto, água, logo a sua mobilidade, variar pela pouco diferente das situações anteriores ordem LCR » MC > MB. Assim, a ima- [22]. Trata-se de uma patologia auto- não é possível obter um diagnóstico es- gem ES da Fig. 11A (com ponderação imune, em cujas lesões ocorre numa pecífico do cancro só com base em T 1 ) mostram uma maior intensidade certa fase uma desmielinização dos axó- IRM, devido algumas sobreposições dos (mais claro, contraste positivo) pela nios neuronais com a libertação de lípi- valores dos tempos de relaxação em te- ordem MB > MC > LCR, ao passo que dos livres com 12 cu rt o. Verifica-se que cidos normais e patológicos. Assim, em na Fig. 11B (com ponderação T2 a a hidratação da MB normal é de facto casos em que a própria visualização ordem de intensidades é LCR > MC > um pouco mais complexa que o que foi dum tumor cerebral seja difícil (Fig. MB. Assim, é possível visualizar estas descrito acima, havendo compartimen- 13A), a injecção intravascular de um regiões com resolução espacial de cerca tação da água numa componente agente de contraste torna-a clara (Fig. de 1 mm e com um contraste excelente (85 %) citoplásmica e intersticial mais 13B). Os agentes de contraste, introdu- estudos sistemáticos mostraram que 55 56 QUÍMICA figura 15 A) Mapa de activação cerebral (fIRM), mostrando as respostas à activação visual, sobreposto a uma imagem anatómica de referência (FLASH). O mapa é obtido por diferença de imagens de densidade de spins com T2. ponderação (imagens EPI com ecos de gradientes, resolução espacial 3x 3x 4 mm3). B) Variação da intensidade do sinal IRM BOLD com o tempo num ciclo de 10 s de excitação visual e 20 s de escuridão (reproduzido de 127]). :•:::••v:•::v:^ ^L• • LL.:.^ 10 15 Time /s 20 25 30 zidos em IRM num estudo pioneiro por num vaso sanguíneo presentes na sec- racterizado pelo parâmetro 1- 2 * , que tem Lauterbur e Mendonça-Dias [23], são ção excitada durante a etapa de excita- certas semelhanças com 1 2 ) mais rápi- em geral pequenos complexos para- ção selectiva, transportam a magnetiza- do do sinal da água do sangue nesse - magnéticos de Gd' (ou Mn 2 1, muito es- ção criada para fora dessa secção local, diminuindo o valor de T2 * . O aflu- táveis, que diminuem muito o valor de através do fluxo sanguíneo ao longo do xo de sangue oxigenado, diamagnetico, T 1 da água (embora também haja al- vaso, permitindo a sua detecção poste- com T2 * mais longo, origina um ligeiro guns que diminuem T2, como é o caso rior e a reconstrução da imagem dos contrate positivo nas áreas do cérebro de nanopartículas com base em óxidos vasos com um forte contraste positivo activadas. A oxigenação do sangue alte- de ferro). Injectados intravascularmente, [25]. ra-se pois como resposta fisológica aco- aqueles quelatos distribuem-se rápidamente pelo espaço intravascular e intersticial, até serem excretados por filtração renal ou pela via hepato-biliar, plada às alterações de actividade neuroMais recentemente, um refinamento da técnica — IRM funcional (fIRM) — permitiu obter imagens do fluxo sanguíneo nal. Este efeito, apelidado de contraste BOLD ("blood oxygenation level dependent) [26], permitiu recentemente obter originando um contraste positivo nas nas áreas do cérebro activadas por cada dados sobre o funcionamento cerebral imagens ponderadas em T 1 [24]. Esses função cerebral. De facto, quando uma impensáveis quando os cientistas agora agentes ao circular pelo espaço vascular dada zona cerebral é activada, o au- laureados fizeram as suas descobertas. cerebral normal não atravessam a bar- mento local de consumo neuronal de Utilizando protocolos adequados, são reira hemato-encefálica, excepto na pre- glucose e oxigénio leva ao afluxo a essa obtidas imagens anatómicas do córtex, sença de patologias (e. g. tumor) que zona de sangue mais oxigenado. Conse- seguidas de imagens rápidas (técnica quebrem tal barreira, difundindo então quentemente, a percentagem de oxi-he- EPI de Mansfield), antes, durante e após para o respectivo espaço intersticial e moglobina, diamagnética, no interior um dado tipo de excitação cerebral. As originando um contraste positivo na dos eritrócitos presentes nesses locais imagens diferença (com e sem excita- pa rt e não necrótica do tumor (Fig. 13B). aumenta em relação à desoxi-hemoglo- ção) permitem visualizar as zonas do Há também agentes de contraste ma- bina, paramagnética. Os eritrócitos do córtex activadas, por exemplo, por uma cromoleculares, que devido às suas di- sangue desoxigenado comportam-se excitação visual (no córtex occipital) mensões permanecem no espaço intra- dum modo semelhante às nanopartícu- (Fig. 15) [27] ou até as zonas envolvidas vascular sem migrar para o interstício, las magnéticas acima referidas, e devido em processos emocionais, tais como o sentimento de exclusão social (nas permitindo obter óptimas imagens do ao efeito sobre a susceptibilidade mag- sistema vascular (Angiografia por RM, nética do meio circundante causam um zonas do córtex cigulado anterior e pré- ou ARM) (Fig. 14). Os protões da água decaimento temporal exponencial (ca- frontal ventral direito) (Fig. 16) [28]. QUÍMICA figura 16 Imagens cerebrais fMRI segundo um protocolo de exclusão vs. inclusào social. A) Imagem sagital mostrando o aumento de actividade no córtex cigulado anterior (CCA); B) Imagem coronal mostrando o aumento de actividade no córtex pré frontal ventral direito (CPVD) (reproduzido de Í28]). Agradecimentos 8. L. Miller, A. Kumar e R.R. Ernst, J. 20. A. Kumar, D. Welti e R.R. Ernst, J. Magn. Chem. Phys., 63. 5490 (1975); K. Nagaya- Reson., 18, 69 (1975) O autor agradece a todas as pessoas ma, A. Kumar, K. Wüthrich e R.R. Ernst, J. com quem tem colaborado ao longo dos Magn. Reson., 40, 321 (1980); "Principles 21. W.A. Edelstein, J.M.S. Hutchinson, G. anos na área de IRM e do uso de agen- of NMR in one and two dimensions", R.R. Johnson e T. Redpath, Phys. Med. Biol.. 25. tes de contraste, em particular a A. Ernst, G. Bodenhausen e A. Wokaum, Cal- 751 (1980). Dean Sherry (Univ. Texas em Dallas) e Seymour Koenig (IBM Thomas Watson Research Center, N.Y.), bem como mais recentemente aos colegas da Acção COST D18 da U.E., em particular J. Peters (TU Delft), André Merbach (EPFL, Lausanne), Robert Muller (Mons) e Silvio Aime (Turim). Referências 1. O. Stern, Z. Phys., 7, 249 (1921); W. Ger- rendon Press, Oxford, 1988. 22. A. MacKay, K. Whittal, J. Adler, D. Li, D. 9. K. Wüthrich, G. Wider, G. Wagner e W. Braun, J. Mol. Biol., 155, 311 (1982); M.P. Williamson, T.F. Havel e K. Wüthrich, J. Mol. Biol., 182, 295 (1985) 10. P.C. Lauterbur, Nature, 242, 190 11. C.M. Lai e P.C. Lauterbur, Phys. Med. Biol., 26, 851 (1981). Kellogg, I.I. Rabi, N.F. Ramsey e J.R. Zacha- Phys., C7, 1456 (1974) A. Miseta, P. Bogner, E. Berenyi, B. Sumegi, 13. P.C. Lauterbur, D.M. Kramer, W.V. Kra- G.E. Kiefer, K. McMillan, F. Maton e R.N. mer, Jr. e C.N. Chen, J. Am. Chem. Soc., Muller, Magn. Reson. Med., 30, 696 (1993). 97, 6866 (1975). Phys. Rev, 69, 127 (1946) 5. E.M. Purcell, H.C. Torrey e R.V. Pound, Phys. Rev, 69, 37 (1946) 25. R.B. Lauffer, D.J. Parmalee, S.U. Dunham, H.S. Ouellet, R.P. Dolan, S. Witte, T.J. 15. P. Mansfield, I.L. Pykett, P. 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Porque é necessário saber identificar uma espécie química por meio de uma palavra s làrita ou pronunciada; tUPAC International Union or Pure and Applied Chemistry Sociedade Pormeuesa de Quimica Para que o leitor, ou simplesmentço ouvinte, pó4sa deduzir a estrutura a partir do nome, os nomes dos compostos devem ter tanta relação quanto possível com as suas estruturas; C Guia IUPAC para a omenclatura de Compostos Orgânicos V C E como tudo isto requer um sistema de princípios e de regras, cuja aplicação dá origem a uma nomenclatura sistemática, Aparece, agora em PORTUGUÊS, o Guia H IUPAC para a Nomenclatura de Compostos Orgânicos que actualiza o conjunto de regras contidas na última edição de Nomenclature of Organic Chemistrti' e permite ao utilizador criar nomes correctos, na nossa língua, adaptados a cada caso particular. Tradução Portuguesa nas Variantes Europeia e Brasileira RESULTADO DE UM EXAUSTIVO TRABALHO DE CONSULTA REVISTO POR INLIMER ^ ESPECIALISTAS NACIONAIS Tradutores • • • • • Ana Cristina Fernandes - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa Bernardo Herold - Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa Hernâ,j Maia - Universidade do Minho Amélia Pilar Rauter - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa José Augusto Rosário Rodrigues - Universidade Estadual de Campinas do Estado de São Paulo N U N C ADAPTADO À LÍNGUA PORTUGUESA Inclui referência à variante brasileira sempre que esta seja diferente da euro.eia N N H LIDEL - Edições Técnicas, Lda Www.lidel.pt • E-mail: [email protected] Lisboa: 213541448 • Porto: 22509799315 • Coimbra: 239822486 LIOE