APLICAÇÃO DE NITRATO E CLORETO DE POTÁSSIO VIA FOLIAR

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APLICAÇÃO DE NITRATO E CLORETO DE POTÁSSIO
VIA FOLIAR EM CITROS, PARA A MELHORIA DA
PRODUTIVIDADE E DA QUALIDADE DOS FRUTOS
Anhanguera Educacional S.A.
Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 2000
Valinhos, São Paulo - 13.278-181
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Coordenação
Instituto de Pesquisas Aplicadas e
Desenvolvimento Educacional - IPADE
Publicação: 09 de março de 2009
ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE
Vol. XI, Nº. 12, Ano 2008
Mário Antonio Marin
Prof. Ms. Arlindo Sara Netto
Prof. Esp. Isac Silveira Batista Junior
Curso: Ciências Biológicas
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA –
CAMPUS LEME
ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.
Trabalho apresentado no 8º. Congresso
Nacional de Iniciação Científica – CONIC –
SEMESP em novembro de 2008.
Trabalho apresentado no Encontro Interno de
Iniciação Científica do Centro Universitário
Anhanguera – Campus Leme.
Trabalho premiado com o 3º. lugar na área de
Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde no
2º. Seminário da Produção Docente e
Discente da Anhanguera Educacional em
dezembro de 2008.
RESUMO
O trabalho sobre a influência do nitrato e do cloreto de
potássio, aplicado via foliar em citros, visando à melhoria da
produtividade e da qualidade do fruto, tem por objetivo
estudar se a aplicação foliar de potássio tem influência no
desenvolvimento dos frutos de laranja Pêra e se o íon
acompanhante do potássio (cloreto ou nitrato) pode interferir
na absorção de tal elemento de forma positiva ou negativa,
visando determinar qual "sal" é mais apropriado para esse
objetivo, pois esse é um método já utilizado por vários
citricultores, mas sem saber se ele realmente é eficaz para
aumentar o tamanho da fruta levando-a a um preço de
comercialização melhor, agregando valor ao produto do
agricultor. A metodologia proposta foi de duas aplicações
foliares em uma área de laranja Pêra parcelado por
delineamento experimental de blocos ao acaso, com três
tratamentos contendo cada um 7 repetições com 4 plantas. As
amostras foram aferidas com uso de paquímetro. Na primeira
frutificação foi verificado que o Cloreto de K apresentou
melhor resultado que o Nitrato de K e este melhor que a
Testemunha e na segunda frutificação O Nitrato de K
demonstrou uma ligeira desvantagem em relação a
Testemunha e o Cloreto de K uma ligeira vantagem em
relação a mesma, mas as diferenças foram insignificantes
ficando abaixo de 5%.
Palavras-Chave: nutrição; foliar; potássio; citros.
Trabalho realizado com o incentivo e fomento da
Anhanguera Educacional S.A.
216
Aplicação de nitrato e cloreto de potássio via foliar em citros, para a melhoria da produtividade e da qualidade dos frutos
1.
INTRODUÇÃO
Os citros compreendem um grande grupo de plantas do gênero Citrus. São originários
principalmente das regiões subtropicais e tropicais do sul e sudeste da Ásia, incluindo
áreas da Austrália e África.
Atualmente no Brasil, a produção de citros ocorre principalmente no estado de
São Paulo, onde encontram-se cerca de 85% da produção nacional de laranjas ( 14,8
milhões t; 700 mil ha.); outros estados como Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraná e Rio
Grande do Sul também contribuem para a produção brasileira de laranja. A produção
mundial de laranja é de aproximadamente 102 milhões t por ano; 7,3 milhões de ha. que
superam grande parte outras frutíferas tropicais e subtropicais como banana, maçã, pêra,
pêssego e mamão, (Boletim Técnico 200 (IAC)-2005).
A principal variedade cultivada no Brasil é a laranja Pêra [Citrus sinensis (L.)
Osbeck], pois seus frutos apresentam excelentes qualidades para os mercados internos e
externos de fruta fresca e para a industrialização. Participava com cerca de 38% de plantas
(POMPEU JUNIOR, 2001) que estava estimado em 209 milhões de plantas (BOTEON,
1999).
Nos últimos anos com a instabilidade dos preços pago pelas indústrias os
produtores de laranja tem buscado técnicas que aumente a renda, uma opção e o aumento,
propriamente dito, da produtividade, uma outra seria a produção de fruta fresca para o
mercado interno e externo, visto que esses mercados costumam remunerar o produtor pela
qualidade do produto, podendo chegar a valores 100% superiores aos pagos pela
indústria.
Para se obter uma melhor produtividade e melhor qualidade de frutos é
necessária uma adubação adequada dos nutrientes, dentre os nutrientes, o potássio parece
ser o de maior influência, concorrendo positivamente no peso e tamanho fruto, conteúdo e
qualidade do suco, além da aparência externa dos mesmos (KOO, 1984; KOO, 1988).
Os frutos cítricos são classificados como hesperídios, um tipo de baga, formada
pelo exocarpo ou flavedo (parte externa, visível), pelo mesocarpo ou albedo (tecido
normalmente branco, esponjoso) e pelo endocarpo (gomos ou segmentos). A casca
propriamente dita é formada pelo exocarpo e pelo endocarpo. Nos frutos imaturos, o
flavedo contém cloroplastos e cerca de 20 a 40 estômatos funcionais por mm², o que lhes
conferem certa capacidade fotossintética, podendo satisfazer pequena parte das suas
necessidades de carboidratos, durante as primeiras fases do seu desenvolvimento.
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O crescimento dos frutos é do tipo sigmoidal simples, crescendo todas as partes
do fruto até a maturação, mas com taxas diferenciadas (BAIN, 1958). O crescimento pode
ser dividido em três fases, embora não sejam possíveis distinguir claramente o término de
uma fase e o início da subseqüente.
Na fase I, o aumento em tamanho dos frutos é pequeno, restrito á casca, mas a
atividade metabólica é intensa, especialmente a divisão celular. É nessa fase que se
formam, praticamente, todas as células do fruto, fato de extrema importância, já que o seu
tamanho final é o resultado da expansão dessas células (DAVIES; ALBRIGO, 1994). Essa
fase dura de 1,0 a 1,5 mês após a antese, podendo ir até o período de queda fisiológica dos
frutos (“queda de junho”no hemisfério norte, ou “queda de novembro no hemisfério sul”).
Na fase II, há rápido aumento do teor de sólidos solúveis totais (SST), durante
essa fase o volume pode aumentar até mil vezes. A sua duração pode durar de 2 a 10
meses, dependendo da espécie, temperatura da região (AGUSTÍ, 2000). À medida que
absorve água as vesículas de suco crescem progressivamente, ocupando as cavidades dos
lóculos, enquanto o albedo se torna mais fino. O volume de suco alcança o máximo no
final dessa fase.
A fase III é a de maturação dos frutos, na qual praticamente não há crescimento
do endocarpo. No entanto ocorrem inúmeras transformações no fruto, entretanto, três são
fundamentais e características: aumento do conteúdo de SST (principalmente açúcares e
compostos nitrogenados); redução da acidez total (AT) do suco e pigmentação da casca, a
qual se torna laranja, amarela ou permanece verde, dependendo da espécie e das
condições climáticas (REUTHER, 1977).
O vingamento floral, o pegamento do fruto e o seu posterior desenvolvimento
dependem de características genéticas, do tipo de inflorescência, do número de flores e de
frutos, de fatores climáticos, dos tratos culturais, da disponibilidade de carboidratos e
hormônios etc. Por isso o controle do número e do tamanho dos frutos é complexo, pois é
função de inúmeros fatores que atuam simultaneamente ou não interagem entre si
(TALÓN et al., 1998).
O crescimento do fruto depende, basicamente, da disponibilidade de água,
minerais, carboidratos e hormônios (MOSS et al., 1972).
A nutrição de plantas é um tema relevante desde o início dos cultivos, quando já
se procurava identificar fatores de crescimento vegetativo e criar estratégias para
aperfeiçoar a produção agrícola (ARNON; STOUT, 1938).
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Aplicação de nitrato e cloreto de potássio via foliar em citros, para a melhoria da produtividade e da qualidade dos frutos
Cerca de 95% da matéria seca da biomassa total das plantas é formada por
compostos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O) fixados através da fotossíntese.
Os nutrientes minerais, absorvidos pelas raízes e, em menor proporção, pelas
folhas, representam os outros 5% da biomassa e cuja ausência ou deficiência, durante o
ciclo da cultura, resultam em injúria, desenvolvimento anormal ou morte da planta, isso se
deve ao fato de tais elementos participarem diretamente no metabolismo vegetal como
componentes estruturais ou co-fatores de reações bioquímicas (BRYAN, 1957).
O potássio influencia diretamente na acidez, tamanho, cor da casca e espessura da
casca do fruto (GUAGGIO et al., 2002; MATTOS JUNIOR et al., 2004).
Lavon et al. (1995) avaliou o efeito das deficiências de K, Mg e Ca sobre a
produção de carboidratos em citros. Embora não se tenha identificado uma via metabólica
específica, a deficiência de K provocou redução significativa no conteúdo de amido e no
acúmulo de açúcares solúveis que poderia estar relacionado à necessidade de manutenção
do potencial osmótico e pressão de turgor das células da planta. Já o suprimento excessivo
de K aos citros pode causar desbalanço nutricional e prejuízos à produção de frutos.
A absorção de íons e moléculas pelas folhas é restrita graças à presença da
cutícula, uma camada externa de células da parede da epiderme coberta por camadas de
ceras compostas por álcoois de cadeia longa, cetonas e ésteres de ácidos graxos, que, em
folhas maduras de citros, é considerada espessa com cerca de 4 µm (LEECE, 1976).
As células da folha, da mesma forma que as das raízes, absorvem os elementos
minerais do apoplasma e da membrana plasmática, estando sujeitas aos mesmos efeitos de
fatores externos como concentração do nutriente, valência do íon, temperatura, e internos,
como atividade metabólica.
Pulverizações foliares podem suprir rapidamente certos nutrientes minerais. Esse
efeito, contudo, é temporário, e vários problemas podem diminuir a eficiência da sua
aplicação em vista de: í) baixas taxas de penetração, principalmente em folhas de cutículas
espessas como as dos citros, ii) escorrimento de superfícies hidrofóbicas, iii) lavagem da
folha pela chuva, iv) rápida secagem da solução pulverizada, v) redistribuição limitada de
nutrientes com baixa mobilidade no floema (Ca, B, Mn e Zn), do local de aplicação para
outras partes da planta, e vi) quantidade limitada de macronutrientes que pode ser
suprida em uma aplicação foliar em razão do risco de injúrias por sanidade
(MARSCHNER, 1995).
Algumas propriedades físico-químicas dos íons, como o diâmetro e valência,
influenciam a taxa de absorção na membrana plasmática (MARSCHNER, 1995).
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O presente trabalho visa identificar qual dos íons, nitrato ou cloreto, tem maior
influencia positiva na absorção foliar do K em citros, na variedade Pêra.
2.
OBJETIVO
Esse trabalho teve por objetivo estudar a influência do K e a eficiência de diferentes fontes
desse elemento, como o Nitrato de Potássio (KNO3 = 12% de N e 43% de K) e o Cloreto de
Potássio branco (KCL = 60% de K), aplicado via foliar na produção e na qualidade do fruto
de laranja doce, variedade Pêra.
Visando o aumento do fruto e consecutivamente a produtividade e a qualidade
do mesmo, agregando valor ao produto, melhorando a lucratividade do produtor rural.
3.
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido em pomar de Pêra [Citrus sinensis (L.) Osbeck], sobre porta
enxerto de limão Cravo [Citrus limonia Osbeck], com uma população de 448 plantas, de 09
anos, no sítio Santo Antônio, município de Araras - SP, à 22°15’8875” de latitude,
47°20’9420” de longitude e 685m de altitude, em solo do tipo Latossolo Vermelho Escuro,
com espaçamento entre plantas de 6m entre ruas e 4m entre plantas (416 plantas/ha.) com
histórico de produtividade de 2 caixas de 40,8 Kg/pl (34 t/fruta/ha.) com destino
comercial da produção para mercado de fruta fresca.
Foi realizada uma análise do solo, de 00-20cm de profundidade, coletando 20 subamostras, percorrendo o talhão em zig-zag, para se formar uma amostra composta e
representativa do talhão, na faixa de adubação e uma análise foliar coletando o terceiro par
de folhas em ramos com frutos novos, no terço médio das plantas nos lados das mesmas
correspondentes aos quatros pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste) percorrendo o talhão
em zig-zag escolhendo as plantas de forma aleatória, coletando 4 folhas da cada planta
totalizando 100 folhas no talhão (Boletim Técnico 100, IAC, 1997), para obtermos
informações relevantes sobre o estado nutricional das plantas a serem estudadas.
Essas amostras foram coletadas dia 05/03/08 e analisadas (análise pelo
laboratório da UFSCAR em Araras - SP) 13/03/08.
Foi utilizado o delineamento experimental de blocos ao acaso, 3 tratamentos,
contendo cada um 7 repetições com 4 plantas (BANZATO et al., 1989).
Os tratamentos foram definidos como: 1) testemunha o qual não receberá
nenhuma aplicação foliar de nenhuma fonte de Potássio; 2) tratamento com Nitrato de K a
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Aplicação de nitrato e cloreto de potássio via foliar em citros, para a melhoria da produtividade e da qualidade dos frutos
0,75% de concentração, pulverizando dois lados da planta, com volume de calda de
6,0l/pl, com duas aplicações sendo a 1° no dia 25 de março de 2008 e a 2° no dia 11 de abril
2008; 3) tratamento com Cloreto de K a 0,5375% de concentração, para que assim tenhamos
a mesma quantidade de potássio, pulverizando os dois lados da planta, com volume de
calda de 6,0l/pl, com duas aplicações seguindo a mesma data de aplicação do tratamento
2.
As aplicações foliares foram feitas com um pulverizador tratorizado do tipo
“pistola”.
Durante a condução do trabalho foram feitas avaliações mensais do diâmetro
transversal dos frutos (“linha equatorial do fruto”), com um paquímetro, para medirmos o
crescimento dos mesmos até a colheita. Foram medidos 8 frutos/pl, escolhidos de forma
aleatória, no terço médio, na parte externa das plantas, ao redor das mesmas seguindo a
orientação dos pontos cardeais, foram medidos 4 frutos provenientes da primeira florada
(agosto – setembro de 2007) e 4 frutos da segunda florada (novembro – dezembro de 2007),
para que assim possamos identificar se há ou não uma fase de crescimento do fruto
adequada a receber essa aplicação. As aferições iniciaram dia 05/03/08 e foram repetidas a
cada dia 30 de todos os meses até a primeira colheita em julho do ano corrente, o mesmo
procedimento será realizado na segunda frutificação. Os tratos culturais como capina
mecanizada, aplicações de defensivos para diferentes pragas e doenças assim como
calagem e adubação foram as mesmas e aplicadas na mesma época sendo definidas
conforme a necessidade das mesmas.
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4.
221
DESENVOLVIMENTO
Os resultados para a primeira frutificação (Foto 1) podem ser visualizados na Tabela 1.
Fonte: Arquivo do autor
Foto 1. 1ª. frutificação.
Tabela 1. Evolução do diâmetro transversal dos frutos da 1ª. florada.
Tratamento
Testemunha
(%)
Nitrato de k
(%)
Cloreto de k
(%)
5/3/08
5,894
5,836
5,756
Data de aferição
12/4/08
17/5/08
6,603
6,993
12,02%
5,9
6,686
7,066
14,56
5,68
6,663
7,111
15,75
6,72
21/6/08
7,07
1,1
7,1
0,48
7,13
0,26
CRESC. T.
1,176
CRESC. (%)
19,95
1,264
21,65
1,374
23,87
CV< 7,0%
Na primeira frutificação foi verificado que o Cloreto de K apresentou melhor
resultado que o Nitrato de K e este melhor que a Testemunha.
Acreditamos que esse fato esteja ligado ao íon acompanhante (ver Tabela 2), pois
pelo menor peso molecular do cloreto isso pode ter facilitado e aumentado a absorção do
K (MARSCHNER, 1995) e por estar envolvido na osmose e no equilíbrio iônico, assim
como o Potássio.
Tabela 2. Características e função do íon e do nutriente mineral.
Íon
Massa
atômica
Cl-
35
NO3MINERAL
N
65
--14
K
39
Função do mineral
envolvido na osmose e no equilíbrio iônico, provavelmente
essencial nas reações fotossintéticas que produzem oxigênio.
----componente de aminoácidos, proteínas, nucleotídeos, ácidos
nucléicos, clorofilas e coenzimas.
envolvida na osmose e no equilíbrio iônico, controle estomático;
ativador de muitas enzimas
Fonte: Adaptado de RAVEN, 2007.
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Aplicação de nitrato e cloreto de potássio via foliar em citros, para a melhoria da produtividade e da qualidade dos frutos
Os resultados para a segunda frutificação (Foto 2) podem ser visualizados na
Tabela 3.
Fonte: Arquivo do autor.
Foto 2. 2ª. Frutificação.
Tabela 3. Evolução do diâmetro transversal dos frutos da 2ª. florada.
Trat.
Test.
(%)
Kno3
(%)
Kcl
(%)
5/3/08
12/4/08
17/5/08
2,817
4,181
48,42
4,346
53,35
4,188
51,4
5,008
19,77
5,214
19,97
5,148
22,92
2,834
2,766
Data de aferição
21/6/08
19/7/08
5,643
12,67
5,696
9,24
5,629
9,34
5,875
4,11
6,012
5,54
6,005
6,67
24/8/08
27/9/08
25/10/08
Total
6,3
7,23
6,276
4,39
6,286
4,67
6,506
3,26
6,434
2,51
6,453
2,65
6,668
2,49
6,629
3,03
6,68
3,51
3,851
(%)
236,7
3,795
233,9
3,914
241,5
CV< 10,0%
Como vimos na Tabela 3, o Nitrato de K demonstrou uma ligeira desvantagem
em relação a Testemunha e o Cloreto de K uma ligeira vantagem em relação a mesma, mas
as diferenças foram insignificantes ficando abaixo de 5%.
Um fato que chamou a atenção foi que após as intervenções foliares o Nitrato de
K deu um incremento no crescimento do fruto muito significativo, o Cloreto de K também,
mas ficando abaixo de 5% em relação a Testemunha. Esse fato deve estar ligado ao estádio
fenológico dos frutos e pelo estado nutricional do pomar, onde as plantas se encontravam
deficientes em Nitrogênio (ver Tabelas 4 e 5), pois frutos menos desenvolvidos (nesse caso
2,5 vezes menor que o seu tamanho final) eles apresentam uma atividade fotossintética e
celular intenção, como já vimos na introdução desse trabalho. Pelo fruto estar passando
por divisões celulares há necessidade de sintetizar aminoácidos e proteínas e como vimos
na Tabela 3 o nitrogênio é um dos principais componentes dessas moléculas e por o
Nitrato de K também conter nitrogênio (KNO3 = 12%N e 43%K) isso pode ter lhe
conferido essa vantagem inicial que não se manteve, provavelmente, por ser uma
quantidade pequena e de aplicação localizada.
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No decorrer do trabalho, mês após mês, essas diferenças foram diminuindo e no
caso do Nitrato de K se inverteu ficando com o menor crescimento, mas é importante
salientar que as diferenças foram tão pequenas que devemos considerar que os três
tratamentos se igualaram já a partir do quinto mês após as aplicações foliares.
Acreditamos que os frutos se igualaram no decorrer do trabalho em função do
pomar em questão apresentar níveis altos de Potássio, tanto na planta como no solo (ver
tabelas 04, 05, 06 e 07), sendo assim com o passar do tempo com um grande fornecimento
de K para todos os tratamentos as diferenças obtidas logo, após as intervenções foliares,
foram anuladas.
Para
melhor
compreensão
é
importante
analisarmos
as
frutificações
separadamente, visto que os frutos estavam em estádios fenológicos distintos (como
podemos ver nas Fotos 1 e 2) e provavelmente por essa razão obtivemos resultados
diferentes para a primeira e para a segunda frutificação.
Tabela 4. Análise química das plantas.
N
P
20
1,7
K
Ca
g/Kg
17,1
17,5
Mg
S
B
Cu
1,7
2,7
65
100
Fe
mg/Kg
252
Mn
Zn
20
50
Fonte: Laboratório de Análise Química de Solo e Planta - UFSCAR - Araras – SP.
Tabela 5. Faixas de interpretação de resultado de análise de folha de citros.
Nutriente
Baixo
N
P
K
Ca
Mg
S
<22
<1,1
<9
<35
<2,4
<1,9
B
Cu
Fé
Mn
Zn
Mo
<35
<4,0
<49
<34
<34
<0,09
Adequado
g/Kg
23 - 29
1,2 - 1,6
10,0 - 15,0
35 - 45
2,5 - 4,0
2,0 - 3,0
mg/Kg
36 - 100
4,1 - 10,0
50 - 120
35 - 50
35 - 50
0,1 - 1,0
Excessivo
>30
>2,0
>20
>50
>5,0
>5,0
> 150
>15,0
>200
>100
>100
>2,0
Fonte: MATTOS JUNIOR, 2008.
Tabela 6. Análise química do solo.
P
(resina)
mg/dm
3
18
M.O
g/
dm3
22
pH
K
Ca
Mg
CaCL2
5,2
H+Al
Al
mmolc/dm3
5
26
12
SB
CTC
V
S
B
Cu
Fe
Mn
Zn
mg/Kg
31
2
43
74
58
11
0,38
3,5
20
54
1,2
Fonte: Laboratório de Análise Química de Solo e Planta - UFSCAR -Araras – SP.
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Aplicação de nitrato e cloreto de potássio via foliar em citros, para a melhoria da produtividade e da qualidade dos frutos
Tabela 7. Faixas de interpretação de resultado de análise do solo.
Teor
K
Muito Baixo
Baixo
Médio
Alto
Muito Alto
0,0 - 0,7
0,8 - 1,5
1,6 - 3,0
3,1 - 6,0
>6,0
Acidez
Muito Alta
Alta
Média
Baixa
Muito Baixa
pH (CaCl2)
até 4,3
4,4-5,0
5,1-5,5
5,6-6,0
>6,0
Ca
mmolc/dm3
Mg
P
0-3
4 -7,0
>7
0-4
5 - 8,0
>8
0 -5
6 - 12,0
13 - 30
31 - 60
>60
SB
Muito Alta
Alta
Média
Baixa
Muito Baixa
V (%)
0-25
26-50
51-70
71-90
>90
S
mg/dm3
0-4
5 - 10,0
>10
Fonte: Boletim Técnico, 100, IAC, 1997.
Os resultados obtidos para o Nitrato de K são concordantes com Vichiato, Amaral
e Souza Sobrinho (1994), em seu trabalho utilizando esse material em citros.
Mesmo o Cloreto de K se mostrando, nesse caso, uma fonte de K eficiente para
promover o aumento do fruto, no estádio de 2/3 do seu tamanho final, esse aumento não
foi suficiente para mudar a classificação comercial do fruto (ver Tabela 8).
Tabela 8. Classificação comercial de laranja.
Fonte: NASCIMENTO, 2008.
5.
RESULTADOS
O Cloreto de Potássio mostrou ser uma fonte mais eficiente, do que o Nitrato de Potássio,
para promover o aumento do diâmetro transversal do fruto de laranja Pêra no terço final
do seu desenvolvimento, no entanto não foi suficiente para alterar a classificação comercial
do mesmo, em condições de solo e planta com grandes quantidades desse nutriente
mineral.
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6.
225
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O potássio é um mineral importante para o desenvolvimento e qualidade dos frutos.
Seriam interessantes mais pesquisas sobre o assunto, principalmente a repetição
desse trabalho em áreas deficientes em K, onde provavelmente o efeito benéfico e positivo
desse mineral seria acentuado.
REFERÊNCIAS
AGUSTÍ, M. Citricultura. Madrid: Mundi-Prensa, p.416, 2000.
ARNON, D.I.; STOUT, P.R. The essentiality of certain elements in minute quantily for plants
with special reference to copper plant phisiol.,V.14, p. 371-375, 1938.
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