AGR 146 Teórica - Interações Insetos e Plantas

Propaganda
AGR 146 – Entomologia Geral
Aula Teórica 8
Introdução às interações ecológicas
Todos os organismos ou conjunto de organismos (populações) que compartilham
de um mesmo local, no tempo e no espaço, estão sujeitos a interagirem entre si.
Esta interação pode ocorrer caso eles tenham recursos (comida, bebida, etc) ou
condições (clima, inimigos naturais, etc) em comum ou quando um é o recurso
ou condição do outro.
Se existe interação, esta pode ser determinada em função do benefício (positivo
ou negativo) que cada um tira desta interação. Sendo assim podemos colocar em
um gráfico as interações possíveis.
Interações insetos e Plantas
Entre insetos e plantas são possíveis todas estas interações, pelo menos em
teoria, isto porque competição entre insetos e plantas, apesar de teoricamente
possível, é muito pouco provável de ser encontrada na natureza. Podemos então
fazer um fluxograma da possíveis interações entre insetos e plantas com suas
variações.
1
Interações coevolutivas entre insetos e plantas
Interações recíprocas durante o tempo de evolução entre insetos fitófagos e suas
respectivas fontes de alimentação vegetal, ou insetos polinizadores e as plantas
por eles polinizadas, têm sido descritas como coevolução. Esse termo foi
cunhado e amplamente definido por Ehrlich and Raven em 1964 a partir de um
estudo de borboletas e suas plantas hospedeiras. Várias maneiras de
coevolução são agora reconhecidas, diferenciadas pela ênfase colocada na
especificidade e reciprocidade das interações (Gullan 1992). Este processo pode
se dar de duas formas básicas.
Coevolução específica
Refere-se à evolução de uma característica de uma determinada espécie (como
a habilidade de um inseto de tornar um veneno não nocivo a si próprio) em
resposta a uma característica de uma outra espécie (como a elaboração de um
2
veneno pela planta), que evoluiu originalmente em resposta à característica da
primeira espécie em questão (como a preferência alimentar do inseto por aquela
planta).
Na figura ao lado, um exemplo de
coevolução entre planta e polinizador. No
caso, mimetismo sexual e a
pseudocópula que ocorre na polinização
das orquídeas do gênero Ophrys. A flor
das orquídeas apresenta a forma,
coloração e cheiro de acasalamento da
fêmea de alguma espécie de abelhas na
maioria dos casos, e na minoria, de
vespas ou besouros todos espécieespecíficos. Isso faz com que o macho da
respectiva espécie seja atraído à flor para
copular, o que acaba por dispersar as
políneas para outros estigmas, concluindo
a polinização.
Coevolução difusa
O processo em si é basicamente o mesmo da coevolução específica, porém,
descreve mudança evolutiva recíproca entre grupos, não entre pares, de
espécies. Aqui, o critério de especificidade é amplo de forma que uma
determinada característica em uma ou mais espécies (de plantas que florescem,
por exemplo) pode evoluir em resposta a uma característica ou conjunto delas
em várias outras espécies (como, por exemplo, em vários insetos polinizadores
diferentes e sem relação entre si).
Herbivoria (Fitofagia)
Formas de Herbivoria
Consumo foliar (alimentação externa)
•
Mais visível do que ataque por sugadores
3
•
Lepidoptera e coleoptera são os grupos mais diversos
•
Outras ordens que se alimentam de folhas são: Orthoptera, Hymenoptera,
Phasmatodea e Psocoptera
Minas e brocas (alimentação interna)
4
•
Minadores são insetos que residem e se alimentam da epiderme da
planta. Podem ser: minadores de folhas, alojando entre as duas
epidermes da folha e minadores de caules, alojando nas camadas
superficiais dos caules. Somente 4 ordens de holometábolos são
minadores: Diptera, Lepidoptera, Coleoptera e Hymenoptera.
•
Broqueadores são insetos que residem e se alimentam em camadas
profundas da planta, dentro dos tecidos. As brocas podem se alimentar de
qualquer parte da planta, estando o material vivo ou morto. As partes mais
atacadas são: troncos que são utilizados por Coleoptera, Lepidoptera e
Hymenoptera; frutos que são mais utilizados por Diptera, Lepidoptera e
Coleoptera; sementes utilizadas basicamente por Coleoptera e
Lepidoptera.
Sugadores de seiva (alimentação interna)
5
•
É uma forma de alimentação inconspícua, quando comparadas com o
consumo foliar. A alimentação se dá pela sucção do conteúdo do floema
(seiva elaborada).
•
Pode provocar dano direto através retardamento do crescimento geral da
planta e dano indireto através da transmissão de viroses ou injeção de
saliva tóxica.
•
A grande maioria do sugadores são insetos da Ordem Hemiptera que se
alimentam através de estiletes e insetos da ordem Thysanoptera que se
alimentam via estiletes e via raspagem da epiderme.
Galhadores (alimentação interna)
6
•
São os insetos que emitem um estímulo químico às células de tecidos
vegetais, fazendo com que estes tecidos se desenvolvam
patologicamente. Este desenvolvimento pode ser um aumento do tamanho
das células causando uma hipertrofia celular ou um aumento do número
de células causando uma hiperplasia. Esta transformação do tecido
vegetal proporciona um local adequado ao desenvolvimento do inseto.
Plantas predando insetos
Mutualismo entre Insetos e Plantas
Reprodução da planta / alimento para o inseto.
Insetos e plantas estão intimamente associados. Alguns insetos são
vitalmente importantes para muitas plantas, assistindo na sua reprodução,
através da polinização, ou na sua dispersão espalhando suas sementes.
Proteção da planta / alimento e abrigo para o inseto.
7
As formigas beneficiam de associações com mirmecófitas (plantas que se
associam com formigas) que provêm abrigo para seus ninhos e recursos
alimentícios facilmente disponíveis. O alimento vêm diretamente da planta em
forma de corpos alimentícios ou nectários extraflorais, ou indiretamente via
Homópteros que vivem dentro das domácias. As plantas se beneficiam da
proteção dada pela formiga que defendendo seu território mantém a planta
livre de herbívoros.
8
Download