avaliação do padrão de recrutamento de fibras do mesmo

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
DEIVID CLARINDA
AVALIAÇÃO DO PADRÃO DE RECRUTAMENTO DE FIBRAS DO
MESMO GRUPO MUSCULAR, ATRAVÉS DA ELETROMIOGRAFIA
EM DIFERENTES MOVIMENTOS DE MUSCULAÇÃO.
CRICIÚMA, JUNHO DE 2009.
1
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
DEIVID CLARINDA
AVALIAÇÃO DO RECRUTAMENTO DE FIBRAS DO MESMO GRUPO
MUSCULAR, ATRAVÉS DA ELETROMIOGRAFIA, EM DIFERENTES
MOVIMENTOS DE MUSCULAÇÃO
Monografia apresentada ao Setor de Pós-graduação
em Lato Sensu Fisiologia do Exercício da
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC,
como requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Fisiologia do Exercício para o
magistério superior.
Orientador(a): Prof.(a) Carlos Alexandre Habitante
CRICIÚMA, JUNHO DE 2009
2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...............................................................................5
3 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................17
4 OBJETIVOS...........................................................................................................18
4.1 Objetivo Geral....................................................................................................18
4.1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................18
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................19
5.1 TIPO DE PESQUISA ..........................................................................................19
5.2 ABORDAGEM METODOLÓGICA......................................................................19
5.3 APLICAÇÃO DO TESTE ....................................................................................20
5.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................................21
5.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA ...............................................................................21
5.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.........................................................21
5.6.1 Utilização do Instrumento..............................................................................21
5.7 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO .................................................22
6 RESULTADOS.......................................................................................................23
6.1 – Bíceps..............................................................................................................23
6.2 – Tríceps.............................................................................................................24
6.3 – Deltóide Medial ...............................................................................................25
6.4 – Peitoral Maior..................................................................................................26
7 DISCUSSÃO ..........................................................................................................27
8 CONCLUSÃO ........................................................................................................32
9 CRONOGRAMA ....................................................................................................33
REFERENCIAS.........................................................................................................34
3
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, um número crescente de indivíduos tem se engajado em
programas sistematizados de atividades físicas buscando uma melhor composição
corporal e, conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida. Dentre as
modalidades mais procuradas, a musculação ou treinamento de força tem um papel
de destaque, sendo o ‘carro chefe’ de academias e clubes.
Os exercícios resistidos (Musculação) são reconhecidos como os mais
eficientes para modificar favoravelmente a composição corporal e o aumento de
força dos indivíduos praticantes. Para esse efeito, contribuem para o aumento de
massa muscular, o aumento da massa óssea calcificada, e a redução da gordura
corporal (WILMORE et al, 1978).
O grande atrativo da musculação para pessoas jovens são os efeitos
modeladores do corpo, tanto para o homem quanto para a mulher. Para
desportistas, o objetivo costuma ser a melhora do desempenho físico. Nos últimos
anos, no entanto, numerosos trabalhos científicos têm demonstrado os importantes
efeitos dos exercícios com pesos para os indivíduos que se engajam nesta
modalidade como na perda de mobilidade e atrofia muscular, no aumento da massa
óssea e no treinamento físico, embora não sejam os ideais para aumentar a
resistência para esforços contínuos de baixa intensidade. Por outro lado, aumentam
a capacidade de trabalho físico estimulando a força e a resistência muscular, a
flexibilidade, e a capacidade de aceleração (SANTAREM, 2001).
Hipertrofia, segundo Santarém (1995):
È o aumento no tamanho das fibras musculares devido ao acúmulo de
substâncias contráteis, actina e miosina, e de substâncias não contráteis,
principalmente glicogênio e água, no sarcoplasma das fibras musculares.
Coutinho (2001), relata que a manutenção ou aumento da massa muscular
representa também um aumento na taxa metabólica basal, ou seja, quando o
indivíduo consegue provocar hipertrofia muscular pela prática de exercícios contra
resistência, provoca também o aumento da massa corporal metabolicamente ativa,
fazendo com que o seu gasto energético em repouso seja maior.
Os praticantes do treinamento de força buscam, através da hipertrofia
muscular, uma maior relação entre massa magra/massa gorda, além do ganho de
4
massa muscular, o uso de sobrecarga pode atuar diretamente na redução do tecido
adiposo dos praticantes. Neste sentido, existe um grande número de exercícios de
força para cada grupo muscular, levando em consideração os princípios de
treinamento existentes na musculação e oferecendo aos seus praticantes, um leque
considerável de atividades físicas para seus objetivos específicos, sendo estes
objetivos hipertrofia muscular, resistência muscular, definição muscular, manutenção
da massa magra corporal ou qualidade de vida (DUPLER & CORTES, 1993).
Os ganhos de força são atingidos pelo maior recrutamento de unidades
motoras (WIRHED, 1986; CAILLIET, 1974), do que pela maior velocidade na
solicitação de unidades contráteis (CAILLIET, 1974). O aumento de força está na
dependência do maior esforço voluntário, boa função do sistema nervoso central e
melhor função simpática e da placa motora (CAILLIET, 1974).
O tecido muscular só é ativado quando se aplica tensão sobre suas fibras,
caso isso não ocorra ele não se beneficia com o treinamento (FLECK et al., 1999;
SANTAREM,1995 ;1999).
O treinamento com pesos desenvolve não apenas a força muscular e a
flexibilidade, mas a capacidade de prolongar esforços, tanto de alta quanto de baixa
intensidade, apesar de não aumentar a capacidade aeróbia das pessoas (DUDLEY,
1988; FRONTERA et al, 1994; WILMORE et al, 1978).
Eletromiografia é um método científico utilizado para medir o grau de
excitabilidade (sinais elétricos) de um determinado músculo ou de vários
grupamentos musculares. Um eletromiógrafo representa a atividade elétrica das
unidades motoras e a freqüência da contração de cada músculo examinado. (DE
LUCA, et al. 1982, MORITANI, et al.1987, apud BOMPA, 2000). A eletromiografia
tem se tornado um instrumento de pesquisa essencial, possibilitando calcular o
papel dos músculos em determinados movimentos. (MELO e CAFARELLI, 1994;
1995, apud BOMPA, 2000).
Diante das características e efeitos deste tipo de exercício, este estudo
visou apontar quais exercícios podem ser mais eficazes no fortalecimento e
hipertrofia de alguns músculos dos membros superiores.
5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A massa corporal magra é composta principalmente de massa óssea e de
massa muscular magra, a qual constitui grande parte do peso corporal total, cerca
de 30% a 50% e são responsáveis por 90% do metabolismo (BAILEY, 1994;
SANTARÉM, 1995).
Os músculos são cobertos por uma bainha de tecido conectivo fibroso,
conhecido como epimísio. Cada feixe é envolvido por outra camada do mesmo
tecido chamado perimísio. O feixe é constituído por milhares de fibras musculares,
cada uma envolvida por um tecido conectivo, denominado endomísio, e estas várias
bainhas de tecido conectivo se misturam, formando o tendão do músculo estriado
esquelético. (KISNER e COBY, 1988).
Cerca de 40% do corpo são compostos por músculos esqueléticos,
totalizando 656 músculos, e quase outros 10% são formados por músculos liso e
cardíaco (BOMPA, 2000; GUYTON, 2002). O músculo esquelético produz força
ativando e regulando o padrão de freqüência das unidades motoras, que aumenta
progressivamente, a fim de elevar a produção de força muscular. (BOMPA, 2000).
As fibras musculares esqueléticas são inervadas por fibras mielínicas grossas,
originadas nos grandes motoneurônios da ponta anterior da medula espinhal
(GUYTON, 2002).
O músculo esquelético de um adulto, segundo SALTIN e GOLLNIK (1983),
é formado por quantidades iguais de fibras de contração lenta (Tipo I) e de
contração rápida (Tipo II). As fibras de contração lenta apresentam um maior fluxo
sanguíneo, uma maior densidade capilar e também um maior número de
mitocôndrias. Este tipo de fibra é bastante resistente à fadiga, desde que o fluxo
sanguíneo seja mantido. As fibras de contração rápida são subdivididas em dois
grupos: o Tipo IIa, que apresenta um elevado fluxo sanguíneo, assim como alta
densidade capilar e maior número de mitocôndrias, também as fibras do Tipo IIb têm
um metabolismo oxidativo elevado e são resistentes à fadiga.
Cossenza & Rodrigues (1985), aconselham que o homem tenha sua
massa muscular magra no mínimo em torno de 41,8% do peso corporal total e as
mulheres cerca de 35,8%. BARBOSA et al. (2000), concordam que tanto homens
como mulheres são capazes de se beneficiar com o treinamento resistido
aumentando sua força e nesse aumento não foi observado diferenças relativas.
6
A terminação nervosa forma uma junção, chamada de placa motora ou
junção neuromuscular, nessas terminações nervosas existem muitas mitocôndrias
que fornecem energia, principalmente para a síntese do transmissor excitatório
acetilcolina que, por sua vez, excita a fibra muscular (GUYTON, 2002).
Toda atividade física produz estímulos para aumento da massa muscular,
contrapondo-se ao sedentarismo que leva à diminuição progressiva do volume dos
músculos esqueléticos. Por razões didáticas, propomos que as sobrecargas
funcionais que ocorrem no músculo esquelético em atividade sejam denominadas
sobrecarga tensional e sobrecarga metabólica. Sobrecarga tencional refere-se ao
aumento de tensão no músculo em atividade, que é diretamente proporcional à
resistência oposta ao movimento e ao grau de ativação dos mecanismos contráteis.
Sobrecarga metabólica, no caso do tipo energético, designa o aumento de atividade
dos processos de produção de energia. Ambas as sobrecargas contribuem para o
aumento de volume dos músculos esqueléticos, por diferentes mecanismos.
(SANTAREM, 2001)
Cornacchia (2000), constatou que, em todo indivíduo praticante do
treinamento com pesos que está em período de destreinamento, o corpo não pode
recrutar o mesmo número de unidades motoras que poderia durante o período de
treinamento, resultando na perda de força pelo músculo de 3% a 4% ao dia já na
primeira semana de inatividade.
Em relação aos tipos de fibras musculares, as do Tipo IIb entram em
fadiga rapidamente quando são requisitadas para a contração muscular. O
organismo adapta-se ao aumento de intensidade de exercício (de suave para
moderado a intenso) pela utilização de maior número de fibras em geral na seguinte
ordem: Tipo I, Tipo IIa e Tipo IIb. Sabendo-se as características dos tipos de fibras, é
fácil entender porque o desempenho atlético pode ser facilmente prolongado de
intensidade submáxima e de curta duração até aquele de alta intensidade. Sabe-se
que as adaptações das fibras musculares induzidas pelo treinamento não promovem
alterações significativas entre as fibras de contração lenta (Tipo I) e contração rápida
(Tipo II). O elevado número de fibras de contração lenta (70% a 90%) que se
observa em atletas de resistência de alto nível provavelmente é genético e não
devido ao treinamento (FINK et al, 1977).
Fox (2000), observou algumas modificações na composição bioquímicas e
nas próprias fibras, no músculo esquelético, após os programas de treinamento com
7
pesos: Aumentos nas concentrações da creatina muscular (de 39%), da
fosfocreatina (de 22%), do ATP (de 18%) e do glicogênio (de 66%); um desvio no
percentual de fibras Tipo IIB para Tipo IIA em virtude dos programas de treinamento
tanto de força quanto de endurance; uma hipertrofia seletiva das fibras Tipo II
evidenciada por aumentos na relação da área de fibras Tipo II/Tipo I e por um
retardo de sua perda; e nenhuma interconversão das fibras Tipo I para o Tipo II.
Os resultados provenientes do treinamento resistido vêm exclusivamente
nos segmentos trabalhados e quando se utiliza principalmente os movimentos em
sua total amplitude, com ritmo lento ou moderado e com respiração continuada
(POLLOCK et al. 1998).
Hipertrofia segundo Santarém (1995),:
É o aumento no tamanho das fibras musculares devido ao acúmulo de
substâncias contráteis, actina e miosina, e de substâncias não contráteis,
principalmente glicogênio e água, no sarcoplasma das fibras musculares.
O treinamento com características anaeróbicas, como o treinamento com
pesos e provas curtas, resulta em músculos mais volumosos, o que seria explicado
pelo aumento de miofibrilas, aumento do volume sarcoplasmático e ou aumento de
tecido conjuntivo. (GUIMARÃES NETO, 2002).
O acúmulo de ácido lático no músculo durante uma sessão de treinamento
de musculação causa a fadiga muscular, ocorrendo a diminuição da atividade
contrátil (CORNACCHIA, 2000). A fadiga dentro do mecanismo contrátil do músculo
pode ser causada por vários fatores como o acúmulo de ácido lático, depleção das
reservas de ATP e PC, depleção das reservas de glicogênio muscular e falta de
oxigênio e de um bom fluxo sanguíneo (FOX, 2000). O tecido muscular só é ativado
quando se aplica tensão sobre suas fibras, caso isso não ocorra ele não se beneficia
com o treinamento (FLECK et al., 1999; SANTAREM,1995 ;1999). Essa tensão deve
ser de pelo menos 2/3 da força total do músculo (SHARKEY, 1999), ou que seja
superior a normalmente suportada (MONTEIRO, 1997 & POLLOCK et al., 1986).
Força é a habilidade que tem um músculo ou grupo muscular para
desenvolver tensão e força resultantes em um esforço máximo, tanto dinâmica
quanto estaticamente em relação às demandas feitas a ele (KISNER e COLBY,
1998, apud KAMEL, 2004).
Os
ganhos
de
força
são
devido
à
capacidade
dos
músculos
desenvolverem tensão e a do sistema nervoso ativá-los (POLLOCK et al., 1986),
8
dentre os mecanismos para aumentar a força, os principais são o maior número de
miofibrilas, a melhor coordenação neuromuscular e a maior solicitação de unidades
motoras
(KISNER,
1992
&
SANTAREM,1999).
São
atingidos
pelo
maior
recrutamento de unidades motoras (WIRHED, 1986; CAILLIET, 1974), do que pela
maior velocidade na solicitação de unidades contráteis (CAILLIET, 1974). O aumento
de força está na dependência do maior esforço voluntário, boa função do sistema
nervoso central e melhor função simpática e da placa motora (CAILLIET, 1974).
Baechle & Groves (2000), diz que a força que se pode desenvolver com o
treinamento é influenciada por alterações neuromusculares que ocorrem durante o
processo de aprendizado dos exercícios, aumento da massa muscular e tipo de
composição das fibras. Uma adaptação básica que ocorre bioquimicamente e que é
induzida pelo treinamento reside no aumento do número de mitocôndrias nas fibras
dos músculos (HOLLOSZY, 1967).
Parte dos efeitos benéficos do aumento da intensidade do treinamento
para induzir as adaptações musculares podem ser atribuídos à intensidade de
solicitação das fibras musculares (DUDLEY et al, 1982). Estudo da literatura
observou que, treinamentos de força com baixo volume e/ou intensidade não
promove mudanças significativas no corpo do praticante; porém, volume e/ou
intensidade em excesso pode acarretar mais catabolismo do que o anabolismo
(GUIMARÃES NETO, 2002).
Os ganhos continuados na força muscular são em sua maior parte
associados aos aumentos na massa muscular. À medida que a área de seção
transversa do músculo torna-se maior aumenta também a capacidade do músculo
de desenvolver força. Dessa forma, o fator neural responde pelos ganhos iniciais de
força muscular, enquanto os aumentos da massa muscular são responsáveis pelas
mudanças que ocorrem mais tarde (BAECHLE & GROVES, 2000).
O treinamento de exercícios contra resistência faz com que ocorra
aumento de força (LEIGHTON, 1987; CAILLIET, 1974) e hipertrofia muscular
(SANTARÉM, 1995; CAILLIET, 1974), e esta é semelhante em indivíduos de
diferentes faixas etárias (FLECK, 1993).
9
Endurance Muscular Local segundo Fox (2000), é definida como:
Aptidão ou capacidade de um grupo muscular em realizar contrações
repetidas (Isotônicas, Isocinéticas ou excêntricas) contra uma carga, ou em
manter uma contração (Isométrica) por um período de tempo prolongado.
O
treinamento
com
pesos
para
Hipertrofia
Muscular
utiliza
predominantemente o combustível específico do sistema anaeróbio (ATP/CP),
portanto, o treinamento deve depletar essas reservas energéticas, comprometendo a
energia disponível para o músculo trabalhado, com isso, o músculo é forçado a
adaptar-se, aumentando a sua capacidade de transporte de energia, o que resulta
no estímulo ao crescimento muscular que por sua vez, estimula a Hipertrofia
Muscular. (BOMPA, 2000). Os estudos sugerem que as altas forças no músculo
podem induzir alguma forma de dano que promove a hipertrofia, possivelmente pela
divisão de células satélites e de sua incorporação nas fibras musculares
preexistentes (FOX, 2000).
Coutinho (2001) relata que a manutenção ou aumento da massa muscular
representa também um aumento na taxa metabólica basal, ou seja, quando o
indivíduo consegue provocar hipertrofia muscular pela prática de exercícios contra
resistência, provoca também o aumento da massa corporal metabolicamente ativa,
fazendo com que o seu gasto energético em repouso seja maior.
Os ganhos de massa muscular proveniente do treinamento diferem de
indivíduo para indivíduo devido ao potencial individual para o desenvolvimento,
estrutura física e composição corporal (LEIGHTON, 1987). A faixa considerada útil
para hipertrofia muscular é compreendida entre uma e 20 repetições. Cargas entre
90 - 100% da máxima, executadas de uma a três repetições, estimulam
principalmente a hipertrofia, cargas entre 75 - 85% da carga máxima que permita
executar de seis a 12 repetições favorece a hipertrofia e melhora a vascularização e
cargas entre 60 - 75% da máxima que permita de 15 - 20 repetições favorecem
principalmente a hidratação e vascularização, e a hipertrofia em menores níveis
(SANTAREM, 1999).
Quando se objetiva treinar com pesos para esportes que exijam muita
força, para Fleck & Kraemer apud. Sharkey (1999), os ciclos de treinamento devem
variar de 4 - 12 semanas. Os ciclos são: a) hipertrofia, 10 - 20 RM com carga baixa;
10
b) força, 2 – 6 RM com carga intermediária; c) força adicionada, 2 - 4 RM com carga
elevada; d) fase de pique, 1 - 3 RM com carga muito alta.
O treinamento de força usando cargas altas e baixa velocidade na fase
concêntrica leva a uma melhora na força máxima, porém com ganhos reduzidos em
outros padrões de velocidade (FLECK & KRAEMER, 1999; ZATSIORSKY, 1999).
Aumento da massa muscular é a adaptação morfológica mais evidente induzida
pelos exercícios com pesos. Força é a adaptação funcional que sempre acompanha
os níveis de massa muscular. (FIATARONE et al, 1994).
Para Fox (2000), o aumento do músculo que resulta dos programas de
treinamento com pesos é devido principalmente a um aumento na área transversal
de cada fibra muscular. Esse aumento no diâmetro da fibra é denominado
hipertrofia; uma diminuição no tamanho recebe a designação de atrofia. No músculo
não-treinado, as fibras variam consideravelmente de diâmetro.
O treinamento com peso (sobrecarga) é tido como o mais eficiente para
ocasionar o aumento da massa muscular dos praticantes desta modalidade. Uma
dessas
razões,
que
pós-treino
instala-se
um
processo
de
formação
de
microrrupturas musculares, estas microrrupturas são seguidas de reparação
tecidual, o que possivelmente conduza a um processo de supercompensação de
síntese protéica intracelular, resultando, assim, em uma cadeia de efeitos anabólicos
que são responsáveis pelos ganhos de massa muscular. (GUIMARÃES NETO,
2002).
A hipertrofia contribui em menos de 30% para os ganhos de força
muscular, a maior contribuição é devido a fatores neurais (POLLOCK et al., 1986).
Os melhores resultados são obtidos quando se aplica sobrecarga tensional, ou seja,
baixas repetições (3 - 5) e cargas elevadas (SANTAREM, 1999). Sedentários jovens
de meia-idade, tanto homens como mulheres, após seis meses de treinamento
resistido demonstram aumentos de 25 - 30% na força muscular. E quando os
indivíduos treinados eram testados nos próprios aparelhos utilizados para treinar e
não ergômetros especiais, os resultados de aumento de força foram superiores
(POLLOCK et al., 1998).
Kraemer, (2001) apud Uchida et al. (2005), destaca que a Hiperplasia não
pode justificar mais que 5% do crescimento muscular em determinados indivíduos
praticantes da musculação.
11
Farinatti (2000), coloca que para se gerar força, é necessário se extrapolar
o limiar de despolarização das células musculares através de uma estimulação
suficiente. A chegada constante de novos estímulos (somação), de modo a diminuir
o período disparo-reação (período de latência) seria a conseqüência do
desenvolvimento da força.
O treinamento com pesos desenvolve não apenas a força muscular e a
flexibilidade, mas a capacidade de prolongar esforços, tanto de alta quanto de baixa
intensidade, apesar de não aumentar a capacidade aeróbia das pessoas (DUDLEY,
1988; DUPLER & CORTES, 1993; FRONTERA et al, 1994; WILMORE et al, 1978).
Os treinamentos com pesos estimulam o desenvolvimento da capacidade
contrátil dos músculos esqueléticos, sua capacidade metabólica, flexibilidade
articular, e adaptações cardiovasculares necessárias para os esforços curtos
repetidos e relativamente intensos. (SANTAREM, 2001).
Fox (2000) analisou que a força de um determinado músculo depende de
inúmeros fatores, além de sua área em corte transversal – tais como: até que ponto
o músculo pode ser ativado por um esforço voluntário, o comprimento global do
músculo e a posição na qual é utilizada, a composição por tipos de fibras e a
velocidade com que se processa o movimento.
Resistência muscular é o tempo máximo em que o indivíduo é capaz de
manter a força isométrica ou dinâmica em um determinado exercício. A resistência
muscular pode também ser definida como a capacidade de manter a atividade
contrátil do músculo. (FLECK e KRAEMER, 1999).
A resistência muscular localizada refere-se á capacidade do músculo de
trabalhar repetidamente com cargas moderadas por um período longo de tempo,
esta melhora na resistência muscular é a capacidade de aumentar o período de
tempo antes que ocorra a fadiga muscular, com isso podendo realizar mais
repetições (BAECHLE & GROVES, 2000).
12
Guilherme Kamel (2004), coloca que:
O músculo é composto de elementos elásticos e contráteis. Dependendo
da contração muscular, pode-se contrair ou estirar os elementos
envolvidos, assim existindo os tipos de contrações musculares que são
divididas em:
Contração Isométrica (Estática) – Tensão muscular aumenta sem
movimento articular.
Contração Isotônica (Dinâmica) – Contração muscular com movimento
articular. Sendo subdividida em contrações Concêntrica: a força muscular
vence a resistência externa e os músculos se encurtam, aproximando o
ponto de inserção e o ponto de origem. E a contração Excêntrica: a força
muscular é vencida pela força externa e os músculos se alongam,
afastando o ponto de inserção do ponto de origem.
Contração Isocinética – Contração muscular com movimento articular e
resistência constante, durante todo o arco do movimento.
Contração Auxotônica – Contração muscular isotônica com períodos de
contração muscular isométrica.
Barbosa (2000), estudando treinamento contra resistência encontraram
um aumento significativo na força muscular isotônica, em todos os músculos
trabalhados, e os percentuais de aumento variaram de acordo com o exercício. Ao
testarem a força de preensão manual, resultou em aumento significativo mesmo não
tendo treino específico para os músculos envolvidos na preensão manual, mas
esses músculos foram ativados por outros exercícios.
Bompa (2000), observou que em treinamento com pesos o trabalho
excêntrico cria maior tensão na musculatura do que o trabalho isométrico ou
concêntrico. Já que as maiores tensões musculares normalmente equivalem aos
maiores ganhos de força, o treinamento de forma excêntrica (negativo) em ganhos
de força 10-35% maior em relação aos outros métodos utilizados.
Normalmente, no início de um programa de treinamento com pesos, é
comum observar grande aumento de força sem que ocorra aumento da massa
muscular visível. Existem várias evidências que indicam que este aumento inicial de
força deve-se a um maior recrutamento de unidades motoras, que estas unidades
motoras são neurônios conectados às fibras musculares, e com a aplicação de uma
sobrecarga passam a ser ativadas. (GUIMARÃES NETO, 2002).
Bompa (2000), diz que o treinamento é uma atividade complexa,
governada por princípios e por controle metodológico, para que os praticantes ou
atletas desta modalidade adquiram o máximo de volume e definição muscular. Os
princípios são: Variabilidade: não deixar o treinamento cair na monotonia e também
poder conhecer vários exercícios diferentes para cada grupamento muscular;
13
princípio da Individualidade Biológica: para observarmos que duas pessoas são
totalmente diferentes com genéticas diferenciadas, assim necessitando de
treinamento diferente; Princípio de adaptação á sobrecarga: procurar durante toda a
fase desse período de treinamento estar aplicando uma carga elevada em todas as
sessões de treinamento com pesos.
A hereditariedade influencia fortemente a composição adulta final das fibras
musculares em um processo que começa antes do nascimento, que mostra
considerável mudança durante o primeiro ano de vida e que será completado
durante os anos de adolescência (FOX, 2000).
A musculação ou treinamento de força hoje em dia, está provando que
está modalidade esportiva está mudando totalmente o estilo de vida de todos os
praticantes que estão se engajando nesta modalidade (BOMPA, 2000).
Eletromiografia é um método científico para medir o grau de excitabilidade
(sinais elétricos) de um determinado músculo ou de vários grupamentos musculares.
Um eletromiografo representa a atividade elétrica das unidades motoras e a
freqüência da contração de cada músculo examinado. (DE LUCA, et al. 1982,
MORITANI, et al.1987, apud BOMPA, 2000).
A eletromiografia tem se tornado um instrumento de pesquisa essencial,
possibilitando calcular o papel dos músculos em determinados movimentos. (MELO
e CAFARELLI, 1994/1995, apud BOMPA, 2000).
Os primeiros relatos sobre as propriedades elétricas dos músculos e
nervos foi em 1791 por Luigi Galvani, esse cientista demonstrou a atividade
muscular em seguida á estimulação de neurônios e registros de potenciais de fibras
nervosas nos estados de contração voluntária em rãs. (SCHMITZ, 1993). Atualmente
a eletromiografia (EMG) é empregada na avaliação do alcance da doença
neuromuscular ou do traumatismo, e como um instrumento cinesiológico para estudo
da função muscular (SCHMITZ, 1993).
A técnica para registrar a ativdade elétrica produzida pelo músculo, ou
atividade mioelétrica, é conhecida atualmente como eletromiografia (EMG) (HALL,
2000). A eletromiografia é usada para o estudo da função neuromuscular, inclusive a
identificação dos músculos que desenvolvem tensão durante um movimento e que
movimentos exigem mais ou menos tensão de um determinado músculo ou grupo
muscular.
14
Para Chaffin (2001):
[...] cada músculo tem um número de unidades motoras. Um aumento na
tensão pode ocorrer por um aumento na taxa de estimulação de uma dada
unidade motora ou pelo recrutamento de unidades motoras adicionais.
Assim, sendo que á voltagem de registro de EMG é normalmente a soma
de vários potenciais das unidades motoras.
Eletromiografia é um método científico para medir o grau de excitabilidade
(sinais elétricos) de um determinado músculo ou de vários grupamentos musculares.
Um eletromiografo representa a atividade elétrica das unidades motoras e a
freqüência da contração de cada músculo examinado. (DE LUCA, et al. 1982,
MORITANI, et al.1987, apud BOMPA, 2000).
O processo de eletromiografia implica o uso de transdutores conhecidos
como eletródios que captam o nível de atividade mioelétrica existente em um local
durante um determinado período de tempo (HALL, 2000). A EMG também é usada
clinicamente para avaliar as velocidades de condução nervosa e a resposta dos
músculos em combinação com o diagnósticos e o rastreamento de condições
patológicas do sistema neuromuscular, e os cientistas também utilizam técnicas
eletromigráficas para estudar como as unidades motoras individuais respondem aos
comandos do sistema nervoso central (HALL, 2000).
A eletromiografia tem se tornado um instrumento de pesquisa essencial,
possibilitando calcular o papel dos músculos em determinados movimentos. (MELO
e CAFARELLI, 1994/1995, apud BOMPA, 2000).
Eletromiografia é uma técnica de avaliação neurológica padrão. A
eletromiografia (EMG) é a detecção e documentação dos potenciais elétricos das
fibras dos músculos esqueléticos. (O’ SULLIVAN, 1987). A EMG também é usada
como instrumento para estudar a atividade muscular durante o movimento para
estabelecer a função de vários músculos em atividades específicas.
O registro da eletromiografia requer um sistema que compreende
eletrodos que capturam os potenciais elétricos (atividade) do músculo em contração
(FASE DE INPUT); um amplificador, que processa o pequeno sinal elétrico (FASE
DE PROCESSAMENTO); e um decodificador (FASE DE OUTPUT), que permite a
visualização e uma completa análise dos dados (SCHMITZ, 1993).
A eletromiografia é, em essência, o estudo da capacidade da unidade
motora, deve-se lembrar que a eletromiografia somente documenta a atividade
15
elétrica já existente no músculo em contração e não introduz energia elétrica para
dentro do corpo. (O’ SULLIVAN, 1987). Vários tipos de eletrodos podem ser usados
para monitorizar a EMG, os eletrodos de superfície são pequenos discos metálicos
que são fixados na pele sobre o músculo que se quer testar. Dois eletrodos são
colocados sobre o centro de um músculo, a uma distância apropriada, geralmente 1
a 2 cm, dependendo do tamanho do músculo, usualmente sobre seu ventre numa
direção longitudinal com relação às fibras musculares e o gel de eletrodos é
colocado sob os mesmos para facilitar a condução dos potencias elétricos (O’
SULLIVAN, 1987).
O’ Sullivan (1987), observou que se ocorrer um aumento gradual da
contração, permitirá que o eletromiógrafo observe o padrão de excitação do
músculo. Com um esforço maior, um número cada vez maior de unidades motoras
dispara em freqüências mais altas até que os potenciais individuais sejam somados
e não possam mais ser reconhecidos. Então o EMG avalia a atividade de inserção e
a atividade com o músculo em repouso e em estados de contração mínima,
moderada e forte.
Usualmente, o propósito da quantificação do sinal de EMG é a
comparação da atividade entre sessões, músculos ou pacientes. Devido à
variabilidade inerente nos procedimentos de EMG e às diferenças interindividuais
nas características dos movimentos e da anatomia, faz-se necessário algum tipo de
normalização para a validação destas comparações (O’ SULLIVAN, 1993).
A relação entre o EMG e a tensão muscular tem sido estudada desde
1952, e continua a ser objeto de muitas pesquisas. È geralmente aceito que há uma
relação direta entre a atividade de EMG e o esforço muscular, mas esta relação
precisa ser discutida em termos de comprimento muscular e do tipo de contração (O’
SULLIVAN, 1993).
Chaffin (2001), observou que nem todas as fibras musculares de uma
unidade motora despolarizam-se e contraem-se simultaneamente, a superposição
de vários potenciais resultam no potencial da unidade motora complexo. Ao se
colocar um eletrodo de superfície ou sobre a pele, estes potenciais podem ser
registrados, sendo esta medida denominada de eletromiografia (EMG).
A relação entre o EMG e a força também foi examinada em termos de
contrações excêntricas e concêntricas. As contrações excêntricas, usam elementos
elásticos e processos metabólicos de modo mais eficiente que as contrações
16
concêntricas. Portanto, para a mesma quantidade de tensão muscular, uma
contração excêntrica irá exigir menor quantidade de unidades motoras, ou seja,
menor atividade geral no EMG (SCHMITZ, 1993). Já a atividade concêntrica no EMG
é maior para determinada força à medida que aumente a velocidade, provavelmente
refletindo uma necessidade de maior recrutamento para o ajustamento a um tempo
de contração mais rápida, apenas quando é mantida constante a velocidade, a
atividade no EMG será proporcional à tensão (SCHMITZ, 1993).
SCHMITZ (1993) observou vários estudos que demonstraram que quando
um músculo mantém um comprimento constante sem sofrer alterações (durante uma
contração isométrica), o resultado do EMG varia diretamente com a tensão
muscular. As relações entre o EMG e a força são ainda mais confusas durante as
contrações isotônicas, definidas como contrações produtoras de um torque ou força
constante média, quando o comprimento muscular muda continuamente durante o
movimento, deverão ser considerados diversos fatores. A relação força-comprimento
do músculo varia durante toda a contração alterando constantemente a atividade da
unidade motora proporcionalmente à tensão.
A EMG é utilizada para avaliar não apenas a atividade muscular, mas
também a fadiga muscular localizada. A estimativa da fadiga muscular baseia-se em
mudanças das características do espectro da EMG (CHAFFIN, 2001); Quando um
músculo está descansado, a frequência média dos sinais mioelétricos pode ser o
dobro daquela encontrada quando o músculo está fadigado.
Quando um músculo exibe fadiga localizada após contrações repetidas,
pode-se esperar um decréscimo no sinal de saída global do EMG. Contudo,
geralmente o oposto é observado. Tipicamente, observamos uma elevação na
amplitude do EMG à medida que um músculo se fadiga (O’ SULLIVAN, 1993).
Para O’ SULLIVAN (1993), a força geralmente é medida através de uma
articulação, por representar o torque resultante gerado por muitos músculos, e neste
caso o EMG pode ajudar na determinação de se um músculo específico está
participando na ação muscular.
A relação entre a atividade eletromiográfica e a força muscular, depende
de vários fatores, parece ser monotônica, no sentido de que um aumento na tensão
é paralelo ao aumento de atividade mioelétrica, mas é não linear sob muitas
circunstâncias (CHAFFIN, 2001).
17
Enfim, a EMG pode ser usada na avaliação do grau de esforço durante os
testes de interrupção isométrica, pode ser empregada na avaliação da amplitude e
regulação do início (de atividade) dos grupos musculares de sustentação, pode
auxiliar na definição de serem os movimentos verdadeiramente passivos e podem
empregar o EMG na observação dos efeitos do tratamento sobre padrões de
resposta muscular e também nos recrutamentos de fibras musculares e a
quantificação da atividade elétrica nos músculos analisados (O’ SULLIVAN, 1993)
3 JUSTIFICATIVA
Nas últimas décadas, um número crescente de indivíduos tem se
engajado em programas de atividades físicas, principalmente no treinamento
resistido, na busca de uma melhor composição corporal, melhora na qualidade de
vida e melhor desenvolvimento de força.
Dentre os exercícios resistidos, existe um leque considerável de
execuções, variações e angulações para os diferentes grupos musculares
trabalhados.
A eletromiografia tem se tornado um instrumento de pesquisa essencial,
possibilitando calcular o papel dos músculos em determinados movimentos, através
da quantificação da atividade elétrica muscular (MELO e CAFARELLI, 1994/1995,
apud BOMPA, 2000).
Este estudo visou quantificar a atividade elétrica de diversos tipos de
exercícios resistidos (musculação) para um mesmo grupo muscular, pelo qual foram
avaliados alguns tipos de execução que resultam em maior recrutamento de fibras
musculares, oferecendo melhores resultados em relação à hipertrofia muscular,
aumento da força e condicionamento neuromuscular localizado.
18
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Avaliar através da quantificação da atividade elétrica no músculo
(Eletromiografia), o padrão de recrutamento de fibras musculares em diferentes tipos
de exercícios de força para um mesmo grupo muscular.
4.1.2 Objetivos Específicos
Identificar tipos de exercícios que sejam eficazes para determinados grupos
musculares;
Descobrir quais movimentos podem trazer melhores resultados para a
hipertrofia de determinados grupos musculares;
Conhecer que movimentos exigem mais ou menos tensão de um determinado
músculo ou grupo muscular.
19
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
5.1 TIPO DE PESQUISA
Pesquisa de campo comparativa com ensaio clínico randomizado. A
pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como
ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e
interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente,
objetivando compreender e explicar o problema pesquisado.
Ciência e áreas de estudo, como a Antropologia, Sociologia, Psicologia
Social, Psicologia da Educação, Pedagogia, Política, Serviço Social, usam
freqüentemente a pesquisa de campo para o estudo de indivíduos, grupos,
comunidades, instituições, com o objetivo de compreender os mais diferentes
aspectos de uma determinada realidade.
Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento
bibliográfico. Exige também a determinação das técnicas de coleta de dados mais
apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que serão
empregadas para o registro e análise.
Dependendo das técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados, a
pesquisa
de
campo
poderá
ser
classificada
como
de
abordagem
predominantemente quantitativa ou qualitativa. Numa pesquisa em que a abordagem
é basicamente quantitativa, o pesquisador se limita à descrição factual deste ou
daquele evento, ignorando a complexidade da realidade social (Franco, 1985;35)
5.2 ABORDAGEM METODOLÓGICA
Foi avaliada a atividade elétrica de diferentes músculos durante variados tipos
de exercício de força, como se segue:
Os músculos esqueléticos selecionados para esta pesquisa foram:
Bíceps Braquial (Porção longa);
Tríceps Braquial (Porção Lateral);
Deltóide Medial;
Peitoral Maior.
20
Os exercícios de contração dinâmica selecionados foram:
•
Bíceps Braquial (Porção longa):
•
Rosca Direta (Pegada aberta; Barra Reta);
•
Rosca Direta (Pegada Fechada; Barra W);
•
Rosca Concentrada.
•
Tríceps Braquial (Porção Lateral):
•
Tríceps Testa (Barra Reta);
•
Tríceps Mergulho (Entre dois bancos);
•
Tríceps Francês Unilateral (Pegada Neutra).
•
Deltóide Medial:
•
Elevação Lateral;
•
Elevação Lateral individual no Banco Inclinado;
•
Desenvolvimento com Halteres para Trás.
•
Peitoral Maior:
•
Supino Reto com Halteres;
•
Crucifixo Reto com Halteres;
•
Flexão de Braços no solo (Apoio);
5.3 APLICAÇÃO DO TESTE
Foram três semanas de testes, sendo que a cada semana os indivíduos
avaliados realizaram um tipo de exercício de força para cada músculo estudado,
realizando somente uma série dos exercícios selecionados. Antes do início dos
testes foram realizados alguns procedimentos, como se segue:
Alongamento geral;
Alongamento específico da musculatura avaliada;
Entre os intervalos dos exercícios foram realizados alongamentos
específicos da musculatura de trabalho e alongamentos específicos da próxima
musculatura a ser avaliada.
21
Os testes consistiram em 1 série de 10 repetições durante 40 segundos
com a carga moderada, ou seja 70% do valor de carga ótima, a partir do modelo
matemático de Guedes (2006)1 para que ocorressem execuções tecnicamente
satisfatórias durante toda a duração da série.
5.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados foram expressos como média + ou – erro padrão da média.
Para a comparação entre as médias das diferenças da atividade elétrica de cada
exercício para cada músculo estudado, foi aplicado o teste NOVA WAY utilizando
como nível de significância (p
0,05).
5.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Neste estudo foram avaliados vinte indivíduos do sexo masculino, com
faixa etária de 18 a 28 anos, com experiência em treinamento de musculação, que
não fazem uso de recursos ergogênicos.2
5.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Para a verificação do padrão de recrutamento de fibras musculares
durante o exercício de força (musculação), utilizamos o Eletromiógrafo de oito
canais desenvolvido pela E. M. G. System do Brasil S/A.
5.6.1 Utilização do Instrumento
O Eletromiógrafo é um equipamento capaz de detectar a atividade elétrica
muscular que varia de acordo com a tensão gerada no músculo, para realização
desta avaliação com eficácia e fidedignidade foi necessário alguns cuidados como
seguem:
1
2
Força máxima = carga / 100% - (2 x nº de repetições realizadas)
Fatores que alteram positivamente a performance
22
O equipamento foi posicionado em uma sala silenciosa;
Aparelhos como ventiladores, eletroeletrônicos entre outros foram desligados
para evitar interferência;
Cuidado e precisão na colocação dos eletrodos;
Utilização do fio terra para estabilizar os sinais elétricos;
Localização do eletrodo em relação ao ponto motor.
5.7 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO
As coletas de dados foram realizadas em semanas alternadas para que os
grupos musculares tivessem submetidos a um período de recuperação superior a 6
dias. Os testes foram realizados sempre no mesmo horário (8:00h) e mesmo dia da
semana (terça-feira), no Laboratório de Biomecânica da Universidade para o
Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP).
23
6 RESULTADOS
6.1 – Bíceps
Em relação à atividade elétrica do bíceps braquial, não observamos
diferenças (Figura I) estatisticamente significantes quando comparamos as
execuções dos três tipos de exercícios utilizados neste estudo.
600
microvolts
500
400
Rosca Direta
300
RD W Flech
Rosca Concentrada
200
100
0
Bíceps
tipo de exercício
FIGURA I – Eletromiografia (µV) do músculo bíceps braquial durante a execução
dos exercícios Rosca Direta, Rosca Direta W Fech. e Rosca Concentrada.
24
6.2 – Tríceps
Em relação à eletromiografia do tríceps braquial,
nossos resultados
demonstraram que, em relação aos exercícios Tríceps Mergulho e Tríceps
Francês, não houveram diferenças estatisticamente significantes. No entanto, a
execução do exercício de força Tríceps Testa, apresentou um aumento
estatisticamente significante em relação aos outros dois tipos de execução (Figura
II).
800
*
700
microvolts
600
500
Tríceps testa
400
Tríceps Mergulho
300
Tríceps Francês
200
100
0
Tríceps
tipo de exercício
FIGURA II – Eletromiografia ( V) do músculo tríceps braquial durante a execução
dos exercícios de Tríceps Testa, Tríceps Mergulho e Tríceps Francês Unilateral.
*p
0,05 comparando-se tríceps testa ao tríceps mergulho e tríceps francês
25
6.3 – Deltóide Medial
No que diz respeito à atividade elétrica muscular, do Deltóide Medial,
nossos resultados demonstram um aumento estatisticamente significante na
execução do Exercício de Força Elevação Lateral com Banco Inclinado quando
comparado à Elevação Lateral e ao Desenvolvimento com Halteres (Figura III).
*
750
700
microvolts
650
600
550
Elevação Lateral
500
Elev. Lat. Bco Incl.
450
Desenvolvimento Halt.
400
350
300
Deltóide Medial
tipo de exercício
FIGURA III – Eletromiografia (µV) do músculo Deltóide Medial (Ombro) durante a
execução dos exercícios de Elevação Lateral, Elevação Lateral individual
com
Banco Inclinado e Desenvolvimento com Halteres para Trás.
*p
0,05 comparando-se elevação lateral com banco inclinado a elevação lateral e
desenvolvimento com halteres
26
6.4 – Peitoral Maior
Em relação a Eletromiografia do músculo Peitoral Maior, nosso estudo não
observou diferenças estatisticamente significantes em nenhum dos três tipos de
exercícios físicos (Figura IV).
160
140
microvolts
120
100
Sup. Reto Halt.
80
Crucifixo Reto
60
Flexão - apoio
40
20
0
Peitoral Maior
tipo de exercício
FIGURA IV – Eletromiografia (µV) do músculo Peitoral Maior Medial durante a
execução dos exercícios de Supino Reto com Halteres, Crucifixo Reto e Flexão de
braços (apoio).
27
7 DISCUSSÃO
Neste trabalho foi analisada a atividade elétrica muscular de alguns grupos
musculares através de exercícios variados para esses grupos. Neste sentido, não
observamos diferenças significantes nos três exercícios realizados para o Bíceps
Braquial. Segundo CAMPOS (2002), os exercícios de Bíceps Braquial possuem as
mesmas características biomecânicas durante o período de maior sobrecarga no
músculo trabalhado, que ocorre durante o movimento de flexão do cotovelo no
ângulo de 90º a 120º graus quando o cotovelo está mais ou menos flexionado em
ângulo reto. Após essa fase de execução, à medida que se continua à flexão, vai se
diminuindo a sobrecarga no músculo. Além disso, o exercício denominado Rosca
Direta exige um grande equilíbrio devido ao deslocamento do centro de gravidade do
corpo pelo peso da barra, exigindo uma inclinação do tronco para trás e a contração
de vários músculos estabilizadores.
Pequenas diferenças são observadas em relação à rosca direta e a Rosca
Direta W Flech e são caracterizadas principalmente em relação a ação de alguns
músculos secundários durante a execução da Rosca Direta W Flech, uma vez que a
barra W obriga a execução dos movimentos com os cotovelos mais próximos, sem
que haja um relaxamento muscular mínimo que ocorre na Rosca Direta normal
devido ao posicionamento dos braços e cotovelos. Na posição de 90º á 120º de
flexão, o braço de momento do Bíceps Braquial é o maior de toda a amplitude
articular, portanto, é o ângulo em que este músculo consegue produzir o maior
torque. Quando a barra chega à cima da articulação do cotovelo, não há braço de
momento da resistência e, portanto, não há produção de torque. A flexão, além
deste ponto, passa a ser controlada por uma contração isotônica excêntrica do
Tríceps Braquial (CAMPOS, 2002).
Em relação à Rosca Concentrada a principal diferença bem relação aos
anteriormente citados é o apoio dos cotovelos nas pernas evitando a movimentação
dos ombros durante a flexão do cotovelo. Este exercício não exige equilíbrio e,
portanto, não exige a ação de músculos estabilizadores RASCH et al. (1987).
Diante do exposto, nossos resultados em relação ao bíceps braquial estão
de acordo com a literatura, que relata grandes semelhanças biomecânicas em
relação aos três tipos de execução.
28
Em relação ao tríceps braquial, o maior braço de momento da resistência
(B.M.R) acontece no ângulo de 90º graus, em que o antebraço está paralelo ao
chão. O componente translatório da contração do Tríceps Braquial é de compressão,
em toda a extensão do cotovelo (CAMPOS, 2002).
Neste movimento a articulação do ombro ficou fixa durante toda a
amplitude do movimento do cotovelo para ocorrer uma melhor eficiência da
contração do Tríceps como foi mostrado no gráfico. Se caso ocorra a extensão do
ombro, concomitantemente com o cotovelo, pode diminuir a eficiência desta
contração, o que não houve nesta situação de execução. Devendo haver uma maior
flexão do ombro, para que a resistência não fique em cima do cotovelo no final da
extensão, melhorando a relação força comprimento para o Tríceps.
Já no Tríceps Mergulho a ação de contração do Tríceps não foi tão intensa
como a do exercício anterior, devido ter ocorrido à extensão do ombro para poder
estabilizar a parte do tronco que “está no ar” somente com apoio das mãos e pés
suspensos, com isso acaba-se distribuindo a sobrecarga ocorrida no exercício com o
Tríceps e o Ombro para ajudar a elevar o tronco para cima. Para RASCH et al.
(1987) o tendão passa sobre o úmero como uma polia e o fato da porção longa do
Tríceps se originar na escápula permitem que esta parte atue sobre a articulação do
ombro e vise e versa.
Já no Tríceps francês unilateral ocorreu a mesma situação citada logo
acima, o maior braço de momento da resistência (B.M.R) acontece no ângulo de 90º
graus, em que o antebraço está paralelo ao chão.
Mais como na execução deste movimento o peso fica em uma das mãos
do individuo avaliado suspensa no ar para cima e a outra mão segurando o braço
para cima para estabilizar o braço que realizará a execução acaba, ocorrendo à
extensão novamente do ombro que com isso diminui um pouco a eficiência da
contração no movimento. Para que ocorra uma contração eficiente do Tríceps
durante os exercícios tem que estabilizar a articulação do ombro para não haver
extensão do ombro.
Segundo RASCH et al. (1987) a origem do Tríceps: 1- a porção longa, que
parte da escápula, diretamente abaixo da articulação do ombro; 2- a porção lateral,
que nasce num espaço de 1,2 cm de largura, situado na parte posterior do úmero,
estendendo-se desde o centro da diáfise até o tubérculo maior; 3- a porção medial,
que se originam na superfície inferior do dorso do úmero, num amplo espaço que
29
ocupa quase dois terços do comprimento do osso. Inserção: a extremidade do
olecrano da ulna através de um tendão comum. Inervação: nervo radial, proveniente
do plexo braquial, com fibras originadas do sétimo e oitavo nervos cervicais.
No terceiro gráfico, o exercício de Ombro elevação lateral tem o maior
braço de momento (B.M.R) acontece quando o braço fica paralelo ao solo, quando
se inicia o movimento, o deltóide medial possui a melhor relação força-comprimento
(CAMPOS, 2002).
Durante a execução deste movimento em pé o ponto inicial “se sai do
ponto zero” até ir realizando a abdução do ombro até o ângulo de 90º paralelo ao
chão onde estará a maior sobrecarga no músculo. Para CHAFFIN (2001) realizar a
abdução do ombro com cotovelo estendido resulta em momentos elevados sobre as
estruturas do ombro, mesmo com pequeno ângulo de abdução.
Já no exercício de elevação lateral individual com banco inclinado, houve
uma diferença muito alta, porque quando o individuo realizar o movimento ele parte
não do ponto zero como o anterior, e sim, de um ponto maior por estar numa
posição inclinada com o braço um pouco suspenso no ar sem encostar-se à perna,
com isso, o ombro já se contraí bastante e durante o movimento ele atinge um
ângulo de 180º para retornar o movimento ao ponto de origem, e onde irá ocorrer
esta diferença de atividade elétrica muscular.
No exercício de desenvolvimento com halteres para trás, o maior (B.M.R)
é quando o braço está paralelo ao solo. O braço de momento (B.M) diminui quando
o movimento continua para cima ou para baixo, lembrando que quando se passa do
ângulo de 90º paralelo ao solo, ocorre um alongamento e um relaxamento desta
musculatura prejudicando um pouco na atividade elétrica deste músculo, como foi
analisado no gráfico três.
Segundo CAMPOS (2002) as sobrecargas podem ser maiores que as
utilizadas nos outros exercícios citados acima, por causa da inclusão de mais alguns
músculos (tríceps braquial na extensão do cotovelo e porções superior e inferior do
trapézio e serrátil anterior, na rotação superior da escápula) neste movimento.
Portanto, a produção de torque, pela resistência, nos demais exercícios citados é
muito semelhante, porém, neste exercício há muitos músculos para realizarem o
movimento e o deltóide não consegue trabalhar tão isolado como nos outros
exercícios.
30
Segundo RASCH et al. (1987) a origem do Deltóide Medial: ao longo de
uma linha curva que segue o terço externo da borda anterior da clavícula, a parte
superior do acrômio e a borda posterior da escápula. Inserção: sobre a tuberosidade
do úmero, um pouco acima do centro deste osso. Inervação: o nervo axilar, ramo do
plexo braquial. As fibras provêm do quinto e sexto nervos cervicais.
No quarto gráfico, o supino com halteres amplitude do movimento é de
aproximadamente 90º, podendo exigir mais dos músculos estabilizadores do ombro.
Como é um exercício com halteres o individuo pode realizar um alongamento maior
do peitoral, quando maior trabalhar o alongamento desta musculatura na fase
excêntrica (negativa) abaixo de 90º pode-se aumentar mais a atividade elétrica do
músculo.
No exercício de crucifixo reto, a amplitude do movimento é de
aproximadamente 90º igual o exercício anterior. CAMPOS (2002) observou que o
componente translatório da força realizada pelo peitoral maior ajuda na estabilização
do ombro, durante toda a amplitude do movimento.
Durante a execução deste movimento quanto mais trabalhar com o
alongamento da musculatura na fase excêntrica (negativa) maior será a atividade
elétrica do músculo.
Já no exercício de flexão de braços (Apoio) a amplitude do movimento é
de 90º podendo passar um pouco deste ângulo, podendo exigir também dos
músculos estabilizadores do ombro.
Este exercício possui alguns itens iguais o supino com halteres, mudando
somente a angulação deste movimento que é limitada. Este movimento usa-se o
peso corporal para realizá-lo e pode-se usar o alongamento do peitoral até o ângulo
de 90º ou um pouco abaixo para que ocorra a atividade elétrica nesta musculatura.
Segundo RASCH et al. (1987) a origem do Peitoral Maior: os dois terços
internos da borda anterior da clavícula, toda a extensão do esterno e as cartilagens
das seis primeiras costelas, próximo à união delas com o esterno. Inserção: através
de um tendão plano medindo aproximadamente 7,5 centímetros de largura, na crista
que forma a borda externa da goteira bicipital do úmero, estendendo-se desde um
pouco mais abaixo das tuberosidades desse osso até quase a inserção do deltóide.
Inervação: os nervos torácicos anteriores medial e lateral procedentes do plexo
braquial. Suas fibras se originam desde o quinto nervo cervical até o primeiro
torácico.
31
Para CAMPOS (2002) o braço de Momento (B.M) é a distância entre o
eixo de uma articulação e o ponto de aplicação de força muscular (inserção do
músculo). Já o braço de momento da resistência (B.M.R) é qualquer força aplicada a
uma alavanca podendo mudar seu ângulo de aplicação à medida que a alavanca se
move no espaço. A mudança no ângulo de aplicação resultará num aumento ou
diminuição no braço de momento da força da resistência. Já o componente
translatório é o movimento de um objeto ou segmento em uma linha reta. Cada
ponto do objeto move-se através da mesma distância, ao mesmo tempo, em
trajetórias paralelas. Já o torque pode ser considerado como a magnitude de giro em
redor de um centro de rotação, a tendência de uma força em causar rotação
depende da quantidade de força aplicada e da distância entre a força e o eixo
(centro) de rotação.
32
8 CONCLUSÃO
Esta pesquisa foi realizada com todos os exercícios analisados com a
atividade elétrica muscular, alguns exercícios apresentaram diferenças significativas
devido às alavancas e diferentes posicionamentos biomecânicos dos movimentos
selecionados. Com isso tivemos a oportunidade de constatar a eficácia da
elétromiografia para verificar o recrutamento das fibras de alguns músculos em
determinados movimentos.
Podemos concluir que esse mecanismo de análise (elétromiografia) é
imprescindível para a prescrição de exercícios de musculação, pois se tivermos a
informação da intensidade do recrutamento de fibras de um grupo muscular em certo
movimento, poderemos realizar uma combinação de exercícios onde o praticante da
modalidade musculação atingirá com certeza a musculatura desejada e alcançará
seus objetivos com mais segurança.
Concluímos também que existe uma grande diferença no padrão do
recrutamento de fibras musculares entre os exercícios estipulados para os testes no
mesmo grupo muscular. Por exemplo, no grupo muscular chamado tríceps braquial
observamos um maior padrão de recrutamento com o exercício denominado tríceps
testa, ficando claro a exigência do trabalho mais intenso das fibras nesse
movimento. Da mesma forma no músculo deltóide medial, o exercício denominado
Elevação Lateral com Banco Inclinado exige grande trabalho das fibras para
realização do movimento.
Nos outros dois grupos musculares selecionados não obtivemos
diferenças estatisticamente significativas nos três exercícios estipulados para cada
grupo muscular.
33
9 CRONOGRAMA
Periodo - Ano 2008/2009
Atividades
Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set.
Revisão do
projeto
X
Leitura
exploratória
X
Leitura
seletiva
x
x
Redação
Elaboração
dos
instrumentos
de pesquisa
X
Pré-teste e
refinamento
dos
instrumentos
X
Coleta/seleção
dos dados
x
x
Tabulação dos
dados
coletados
x
Análise e
interpretação
x
Redação final
x
x
x
x
X
Coleta/seleção
dos dados
x
x
Encadernação
e entrega
x
34
REFERENCIAS
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sucesso. Porto Alegre: Artmed, 2. ed., 2000.
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