Transformador O transformador é constituído de duas ou mais bobinas, ou enrolamentos, e um “caminho”, ou circuito magnético, que “acopla” essas bobinas. Bobina, como já vimos, nada mais é do que um fio enrolado sobre ele mesmo, reduzindo espaço e concentrando os campos eletro-magnéticos. Ao enrolarmos, chamamos cada “volta” de espira. Existe diversos tipos de transformadores com diferentes tipos de construção, mas todos funcionam com o mesmo princípio: indução eletromagnética. • • • Enrolamento primário é no qual entra a energia que vai ser transformada, lado esquerdo do desenho acima. Enrolamento secundário é onde sai a energia que foi transformada, lado direito. O caminho, nesse caso, é um núcleo metálico que concentra os campos eletro-magnéticos, o quadrado onde estão enroladas as bobinas. Um transformador é um dispositivo destinado a transmitir energia elétrica ou potência elétrica de um circuito a outro, transformar tensões ou correntes, além de outras funções. Trata-se de um dispositivo de corrente alternada que opera com base nos princípios eletromagnéticos da Lei de Faraday e da Lei de Lenz, que resumidamente, dizem: Todo condutor quando percorrido por energia elétrica gera em torno de si, campo eletromagnético proporcional ao comprimento do condutor ou ao valor da energia utilizada. Todo condutor quando inserido em um campo eletro-magnético tem induzida nele energia elétrica proporcional ao comprimento do condutor ou à intensidade desse campo. Desenhando para entender... Observe que o gerador envia energia elétrica para um enrolamento, o primário, e esse cria o campo eletro-magnético, representado pelas setas vermelhas. Nesse campo, e sem nenhum contato físico com o primário, introduzimos outro enrolamento, o secundário, que será induzido por esse campo, gerando energia elétrica, que pode ser percebida em um aparelho como um voltímetro, que medirá sua intensidade. Existe uma infinidade de tipo e modelos de transformadores. Eles estão presentes na maioria dos aparelhos elétricos e eletrônicos encontrados normalmente em casa, tais como, por exemplo, computador, aparelho de som e televisor. Cabe-lhes abaixar ou aumentar a tensão da rede elétrica, de forma a alimentar de modo conveniente os vários circuitos que necessitam dela. O mais comum é o redutor, que abaixa o valor da tensão da tomada para utilização em equipamentos de baixa potência como celulares, aparelhos de som, rádios, tv entre outros. Com já vimos acima, o princípio básico de funcionamento de um transformador é o fenômeno conhecido como indução eletromagnética: quando um condutor é submetido a um campo magnético variável, seja pela ação de movimento mecânico de um imã permanente ou quando ligado em corrente alternada, aparece nele uma corrente elétrica cuja intensidade é proporcional ao valor desse campo magnético, também chamado fluxo magnético. A relação entre as tensões no primário e no secundário, bem como as correntes, pode ser facilmente obtida: se o primário tem Np espiras e o secundário Ns, a voltagem no primário (Vp) está relacionada à voltagem no secundário (Vs) por Vp/Vs = Np/Ns, e as correntes por Ip/Is = Ns/Np. Desse modo um transformador ideal (que não dissipa energia), com cem espiras no primário e cinqüenta no secundário, percorrido por uma corrente de 1 ampère, sob 110 volts, fornece no secundário, uma corrente de 2 ampères sob 55 volts. Entendeu? Nada, não é? Resumindo: em um transformador onde a quantidade de fio do primário é maior que a do secundário, a tensão de saída será menor do que a entrada e vice-versa. Ao final, a potência deve ser igual. Basta lembrar que P=V.i e no caso acima teremos: No primário: 1A x 110V=110W. No secundário: 2A x 55V=110W Perdas no transformador Graças às técnicas com que são fabricados, os transformadores modernos apresentam grande eficiência, permitindo transferir ao secundário cerca de 98% da energia aplicada no primário. As perdas são devidas, entre outras coisas, às resistências dos fios de cobre nas espiras primárias e secundárias, são sob a forma de calor e não podem ser evitadas. Informação interessante sobre o transformador elevador. Nas linhas de transmissão a perda de potência por liberação de calor é proporcional à resistência dos condutores e ao quadrado da intensidade da corrente que os percorre (P=R.i2). Para diminuir a resistência dos condutores seria necessário usar fios mais grossos, o que os tornaria mais pesados e o transporte absurdamente caro. A solução é o uso do transformador que aumenta a tensão, nas saídas das linhas da usina, até atingir um valor suficientemente alto para que o valor da corrente desça a níveis razoáveis (P=U.i). Assim, a potência transportada não se altera e a perda de energia por aquecimento nos cabos de transmissão estará dentro dos limites aceitáveis. Na transmissão de altas potências, tem sido necessário adotar tensões cada vez mais elevadas, alcançando em alguns casos a cifra de 400.000 volts. Quando a energia elétrica chega aos locais de consumo, outros transformadores abaixam a tensão até os limites requeridos pelos usuários, de acordo com suas necessidades.