Mito e Filosofia

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PLANO DE AULA
ÁREA: Filosofia Antiga – Introdução.
TEMA: Introdução à Filosofia.
TÍTULO: Mito e Filosofia
HISTÓRIA DA FILSOFIA: Filosofia Antiga
INTERDISCIPLINARIDADE: História, Estudo das línguas, da Literatura, formação da
ciência, Ética.
TRANSVERSALIDADE: Política e Sociedade contemporâneas.
DURAÇÃO: Três aulas de 50 minutos.
AUTORIA: Janaína Balbino Lizardo
OBJETIVOS:
Esta aula de Introdução tem como objetivo apresentar uma introdução à Filosofia a
partir da sua origem; com ênfase às diferentes linguagens utilizadas pelos Homens antes e
depois do advento da Filosofia, analisando como esta mudança reflete e contribui para as
transformações nas concepções acerca do Universo e do próprio Homem.
Nesta proposta, pretende-se apresentar um pouco da base procedimental da própria origem
da Filosofia, isto é, a partir de debates, diálogos, perguntas e respostas, tem-se o
desenvolvimento do objetivo de despertar, instigar o aluno para o exercício da reflexão.
Nota-se que este é um exercício que está para todos, porém, a Filosofia pode oferecer uma
sistematização mais conceitual para tal – e esta aula pode propiciar um momento para esta
percepção.
METODOLOGIA:
Leitura de textos acompanhada de debates, perguntas, questionamentos, inferências às
concepções
de
verdade
e
falsidade
relacionadas
à
realidade
contemporânea,
reconhecimento do processo de desenvolvimento racional e cognitivo na história da
humanidade e dos saberes por ele desenvolvido.
Utilização da música Gita – Raul Seixas para uma análise da linguagem filosófica
emergente.
PROGRAMAÇÃO:
Aula 1:
Leitura do texto “Mito e Filosofia”, acompanhado de debate, perguntas e escrita.
Inicialmente, permitir que os alunos exponham suas idéias acerca do que é a filosofia. Após
breve debate, um texto será distribuído para leitura em voz alta, com pausas para
explicações e apontamentos com a contemporaneidade, com aspectos das disciplinas que
convergem no tema, bem como a exposição dos temas cotidianos e contemporâneos que
dialogam com o assunto.
Esta explanação é acompanhada por perguntas e debate, de acordo com o interesse dos
alunos; bem como de perguntas da professora para os alunos no intuito de estimula-los ao
questionamento e à participação.
AULA 2:
Leitura do texto “Os Pré-Socráticos e Os Sofistas”, acompanhado de perguntas,
debates e escrita.
Mesma programação metodológica acima descrita.
AULA 3:
Apresentação da música Gita – Raul Seixas seguida de debate acerca da linguagem
filosófica presente na letra da canção.
CONTEÚDO:
AULA 1:
Mito e Filosofia
As pessoas em geral procuram obter o conhecimento e a sabedoria das coisas e, para tal,
utilizam instrumentos. Por exemplo, um alpinista para chegar ao pico de uma montanha
utiliza equipamentos específicos. O filósofo – amante da sabedoria – tem como
instrumento a reflexão.
No início dos tempos o homem começou a refletir e desenvolveu naturalmente a
necessidade de explicar o mundo. Tanto sua capacidade de raciocinar, quanto seu
conhecimento dos fatos eram limitados e escassos, apresentando, assim, explicações que
não eram totalmente corretas. Estas explicações repletas de fantasias e erros deram origem
aos mitos. Estes explicavam o desconhecido com base na experiência particular de cada
comunidade.
Assim, segundo o antropólogo Lévi-Strauss, “mito é a explicação do mundo por
princípios simbólicos, muito próxima da religião”.As comunidades, no entanto,
comunicavam-se e perceberam – com o tempo - que estas explicações eram contraditórias,
pois para o mesmo problema (por exemplo, a seca) cada comunidade inventava um mito
que pretendia explicar o evento.
A partir da constatação de que os mitos não eram
suficientes para responder às necessidades humanas de conhecimento, surgiram as
explicações filosóficas (por volta do século VII ou VI a.C.), que utilizavam a capacidade de
reflexão do Homem com o objetivo de conhecer a verdade. O que a diferencia dos mitos é
seu objetivo de explicar logicamente e racionalmente os fatos. Inicialmente, a filosofia
referia-se a todas as áreas do conhecimento humano, isto é, Matemática, Física, Biologia,
Química, Geometria, etc. Seu objetivo, com o passar dos séculos, foi restringido e se
separou das demais ciências. O filósofo diferencia-se, atualmente, do cientista, na maneira
como
se
interessa
pelos
problemas
estudados.
O
cientista
pretende
explicar
sistematicamente um fenômeno, enquanto o filósofo se preocupa em entender: - O que é
um fenômeno? Por que ele existe? Procura as causas primeiras. Enquanto o cientista estuda
as coisas que existem no universo, o filósofo estuda o porquê das coisas estarem no
universo e serem o que são. A natural vontade do Homem de conhecer a essência profunda
das coisas e descobrir o sentido da vida não preocupa a Ciência, mas sim, a Filosofia.
Aula 2:
OS PRÉ-SOCRÁTICOS
Heráclito: O Ser se Modifica – mobilismo.
Heráclito defendia a idéia de que a realidade estava em constante modificação e por isso
costumava dizer: “Você não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, porque as águas se
renovam a cada instante”.Para ele não havia estabilidade, pois tudo fluía e por isso todos os
seres eram transitórios. Segundo sua teoria, a realidade das cosias é um vir a ser contínuo.
Este vir a ser é chamado devir. O elemento originário (princípio comum) de todas as coisas
é o fogo, pois traduz na energia o movimento deste eterno devir das coisas.
Parmênides: O ser é eterno – imobilismo.
Parmênides critica a idéia de devir e estabelece quando o ser se modifica torna-se algo
que anteriormente não era – e isto é impossível. Por exemplo, a flor é o ser flor e o não ser
fruto. Quando ele se torna fruto, seu ser é fruto e o não ser flor e semente. Parmênides diz
então que o ser é e o não-ser não é. O ser é eterno, único, infinito, imóvel. Porém, ao
observar que as coisas não são eternas, declara que existe, então, dois mundos – a saber, o
primeiro mundo onde o ser é eterno, e o segundo, onde as coisas estão em constantes
mudanças. No primeiro mundo onde o ser é eterno, podemos penetra-lo somente pela
razão e no segundo, penetramos pelos sentidos.
Os Sofistas e Protágoras
Na Grécia antiga existiram diversos filósofos que defendiam diferentes teorias, muitas
vezes contraditórias. Neste ambiente de contradições, algumas pessoas passaram a
comercializar o saber e a oratória e eram conhecidas como sofistas. Eles não se
preocupavam com a verdade ou falsidade do que ensinavam e importavam apenas em
convencer as pessoas dos seus argumentos, cobrando altas taxas pelos serviços prestados.
Protágoras foi o mais importante sofista e ensinou por muitos anos em Atenas. Sua tese
está expressa na frase: “o homem é a medida de todas as coisas”.Assim, toda teoria poderia
ser considerada como verdadeira, pois tudo não passava de diferentes pontos de vista.
Reagindo contra os sofistas, surgiu Sócrates, um marco da História da Filosofia Grega.
Aula 3: “GITA” – Raul Seixas
“Eu que já andei pelos quatro cantos
Eu sou eu fui eu vou
do mundo procurando”,
“Foi justamente num sonho que ele
Gita
me falou”
Eu sou o seu sacrifício
Às vezes você me pergunta
A placa de contra-mão
Por que é que eu sou tão calado
O sangue no olhar do vampiro
Não falo de amor quase nada
E as juras de maldição
Nem fico sorrindo ao teu lado
Eu sou a vela que acende
Você pensa em mim toda hora
Eu sou a luz que se apaga
Me come, me cospe, me deixa
Eu sou a beira do abismo
Talvez você não entenda
Eu sou o tudo e o nada
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Por que você me pergunta
Eu sou a luz das estrelas
Perguntas não vão lhe mostrar
Eu sou a cor do luar
Que eu sou feito da terra,
Eu sou as coisas da vida
Do fogo, da água, do ar
Eu sou o medo de amar
Você me tem todo dia
Eu sou o medo do fraco
Mas não sabe se é bom ou ruim
A força da imaginação
Mas saiba que eu estou em você
O blefe do jogador
Mas você não está em mim
ATIVIDADES:
1. Elaboração de um breve texto em casa sobre o tema da primeira aula de no máximo 15
linhas, com o objetivo de propiciar uma reflexão e material para análise posterior.
2. Participação nas aulas, por meio de perguntas realizadas pelos alunos, de respostas frente
à perguntas propostas pela professora, com o objetivo de exercitar a auto observação da
fala, do pensamento, de propiciar desenvolvimento da fala, da defesa de idéias, do
raciocínio, da autonomia do pensamento, da interpretação da fala e do texto escrito, do
exercício do diálogo, da tolerância com as diferenças, da reflexão sobre as
responsabilidades sócias.
3. Aplicação de um questionário para ser respondido no final da aula 3, a saber:
A. O que é a Filosofia?
B. Qual é a importância, para você, do ensino de Filosofia?
C. O que causa interesse em você durante as aulas de Filosofia?
AVALIAÇÃO:
Será pedida uma análise do poema “GITA” com base no texto da aula 2 “Os pré
Socráticos”, destacando a máxima de Protágoras “O Homem é a medida de todas as
coisas”.
Este será um trabalho elaborado em casa, com data marcada para entrega e avaliado em
25% dos pontos do bimestre.
BIBLIOGRAFIA:
I. CHAUÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia 1 – Dos Pré-Socráticos a
Aristóteles. 2ª edição, São Paulo: Companhia da Letras, 2002.
II. HADOT, Pierre. O que é a Filosofia Antiga? Tradução de Dion Davi Macedo. São
Paulo: Edições Loyola, 1999.
III. JAEGER, Werner. Paidéia – A Formação do Homem Grego. Tradução de Artur M.
Parreira. Ed. 4, São Paulo: Editora Martins Fontes, 2003.
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