Paralelismo

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Currículo Resumido
Nelson Maia Schocair
Atividade Profissional
 Professor de Gramática, Redação e Literatura; Português Instrumental e Jurídico;
 Professor da FESP – Fundação Escola do Serviço Público, RJ; da Sociedade Fluminense de
Ensino e Pesquisa, Niterói, RJ; da Escola de Administração e Negócios; e da Consultre;
 Cursos: Redação Oficial com Elaboração de Relatórios e Pareceres; Atualização em
Linguagem Profissional; e Português Jurídico;
 Professor do Curso e Colégio Objetivo de Santos, SP; e do Curso e Colégio Anglo-Latino, SP;
 Palestrante; Revisor; e Consultor em Língua Portuguesa;

Poeta, Escritor, Músico e Compositor, premiado em inúmeros concursos literários;
Titulação
Imortal da Academia de Letras do Brasil – Cadeira 005.
Imortal do Clube dos Escritores – Academia de Artes, Ciências e Letras de Piracicaba – SP –
Cadeira 54 – Patrono: Alcides Aldrovandi;
Imortal da AVBL – Academia Virtual Brasileira de Letras – Cadeira 434 – Patrono: Machado de Assis;
Cônsul pelo Rio de Janeiro do Movimento Poetas del Mundo – Santiago, Chile.
Membro da ACAART – Associação Cultural dos Amigos das Artes de Novo Hamburgo, RS;
Indicações: Academia Mundial de Relações Internacionais e Academia Mundial de Direito
Internacional
Autor dos livros:
Gramática Moderna da
Língua Portuguesa
Ed. Ímpetus, 3ª edição
→
1001 Exercícios de
Língua Portuguesa
Ed. Scripta,
→

A Arte da Redação
– Teoria e Prática
Ed. Ímpetus, 2ª edição
←
Português Jurídico
– Teoria e Prática –
Ed. Elsevier-Campus.
←
Contatos:
1. E-mail: [email protected][email protected]
2. Sites:
Literário:
www.neldemoraes.com
Profissional: www.professornelsonmaia.com
Paralelismo
Na elaboração ou na intelecção de txtos, um dos maiores temores é quanto a manutenção do paralelismo. Parece
não haver meios de se apreender um sistema ou se tem a sensação de que o resultado (acerto ou erro) é pura sorte ou
azar, afinal: “Estão todas iguais!” apressa-se a deduzir o estressado.
Puro mito! A grande verdade é que faltam instrumentos de dominação dos fatos da língua. Não se mantém
paralelismo sem eles, pois é o profundo conhecimento das regras sintáticas, morfológicas e fonológicas, aliado ao bom
desempenho nas relações de sentido, passando pelos níveis de linguagem e de registro lingüístico que garantem uma
reescritura de qualidade, logo, perfeita.
Paralelismo é recurso de coesão textual cuja função é veicular informações novas por meio de determinada
estrutura sintática que se repete, fazendo com que o texto progrida de forma precisa e dinâmica. Observe um erro de
paralelismo comum na oralidade:
“Durante várias semanas, fiquei enclausurado estudando para a prova da OAB.”
Comentário: não se pode coordenar o pretérito perfeito (fiquei) com o gerúndio (estudando). Isso ocorre porque o gerúndio
deve ser empregado com idéia presencial, jamais no pretérito.
Correção: Durante várias semanas, fiquei enclausurado e estudei para a prova da OAB.
Pode haver erro de paralelismo na ligação entre as frases ou entre os parágrafos. Observe alguns casos de falta de
paralelismo:
1. Semântico
A.“É enorme a discrepância entre os candidatos e as vagas nos concursos.”
Correção: como não se pode estabelecer relação entre candidatos (pessoas) e vagas (objetivo), deve-se dizer: É enorme a
discrepância entre o número de candidatos e o (número) de vagas nos concursos.
B. “Enquanto a França apresenta alto padrão de vida, os nordestinos brasileiros vivem em condições miseráveis.”
Correção: é incorreto o confronto entre o todo (a França) e as partes de um todo (os nordestinos do Brasil). O correto seria
dizer: Enquanto o nordeste da França apresenta alto padrão de vida, os nordestinos brasileiros vivem em condições
miseráveis.
2. Morfológico
A. Artigo – “Comprei dois carros, uma moto e o caminhão.”
Correção: não há paralelismo quando dois dos núcleos são claramente precedidos de numeral e um terceiro, de artigo. O
correto seria: “Comprei dois carros, uma moto e um caminhão”.
B. Pronome –“Ela possui uma marca escura na sua perna.”
Correção: é incorreto o uso do pronome possessivo em frases nas quais se faz alusão às partes do corpo ou àquilo que se
veste. Correto seria: “Ela possui uma marca escura na perna”.
C. Flexional –“Comprei uma roupa maravilhosa” por “Comprei várias roupas maravilhosas”
Correção: não se pode fazer o plural de um termo usando classe diferente. O correto seria: “Comprei umas roupas
maravilhosas”.
D. Verbal –“O político disse que se candidataria a senador apenas se receber apoio de seu partido.”
Correção: não há unidade entre tempos verbais cronologicamente diferentes: a primeira oração apresenta o verbo no
pretérito perfeito do modo indicativo; a segunda, no futuro do pretérito do mesmo modo; a terceira também deveria ter
apresentado o verbo no pretérito, neste caso, imperfeito do modo subjuntivo, e não no futuro. O correto seria: “O político
disse que se candidataria a senador apenas se recebesse apoio de seu partido.”
3. Sintático
A. Regencial – “Obedeça e exija o cumprimento deste regulamento.”
Correção: não se pode ter o mesmo complemento (o cumprimento deste regulamento) para duas regências distintas:
obedecer é transitivo indireto (exige a preposição A) e exigir, transitivo direto. A frase correta seria: “Obedeça ao
regulamento e exija o seu cumprimento”.
B. Concordância – “Não sabemos se a prova estará difícil; mesmo assim a gente está preparada.”
Correção: não existe unidade entre o sujeito implícito (nós) em “não sabemos” e o sujeito simples “a gente”, de construção
coloquial, da oração número dois. O correto seria: “Não sabemos se a prova estará difícil; mesmo assim estamos
preparados”.
C. Termos da oração – “Faríamos a pesquisa na biblioteca, mas, à última hora, desistiu-se.”
Correção: não há unidade entre o sujeito determinado implícito (nós) em “Faríamos” e o sujeito indeterminado, formatado
pela partícula de indeterminação SE. O correto seria dizer: “Faríamos a pesquisa na biblioteca, mas, à última hora,
desistimos”.
EXERCÍCIOS
A história do gerente apressado
Certa vez, um apressado gerente de uma grande empresa precisava de ir ao Rio de Janeiro para tratar de alguns assuntos
urgentes. Como tivesse muito medo de viajar de avião, deixou o seguinte bilhete para sua recém-contratada secretária:
“Maria: devo ir ao Rio amanhã sem falta. Quero que você me 'rezerve', um lugar, 'à noite', no trem das 8 para o Rio.” Sabe
o leitor o que aconteceu? O gerente, simplesmente, perdeu o trem! Por quê?"
1. O gerente perdeu o trem, porque a secretária não decodificou a problemática mensagem. Qual bilhete é mais adequado
para que a comunicação se dê, de fato:
a) Maria: devo ir ao Rio amanhã sem falta. Quero que você reserve um lugar, à noite, no trem das 8 para o Rio.
b) Maria: devo ir ao Rio amanhã. Quero que você me compre, um lugar, à noite, no trem das 8 para o Rio.
c) Maria: Compre, para mim, uma passagem, em cabina com leito, no trem das 20h de amanhã (4ª feira), para o Rio de
Janeiro.
d) Maria: vou ao Rio amanhã impreterivelmente. Quero que você me compre, à noite uma passagem para o Rio no trem
das 8.
e) Maria: devo ir no Rio amanhã. Quero que, à noite você me reserve, sem falta, um, lugar, no trem das oito.
2. Os períodos a seguir apresentam problemas de paralelismo gramatical. Reescreva-os, fazendo as devidas correções.
a) Pensei estar, um dia, como aquele cãozinho e que também descerei a escada.
b) Lamentei não ter feito nada pelo cãozinho e que ele saísse tão humilhado.
c) Senti-o entristecer e que precisava de socorro.
3. No período:
“Ao ser preso pela polícia, confessou o crime”,
para que seja mantido o mesmo sentido, a oração grifada não pode ser substituída por:
a) assim que a polícia o prendeu;
b) logo que foi preso pela polícia;
c) tendo sido preso pela polícia;
d) embora a polícia tenha o prendido;
e) quando pela polícia foi preso.
4. Assinale a alternativa correta em que se mantém o paralelismo verbal, de acordo com a norma culta.
a) Se o velejador não tivesse reagido, não terá sido morto.
b) O patrimônio cultural será aproveitado, se não fosse o analfabetismo no país.
c) Se as companhias aéreas não reformularem os preços das passagens, não teriam mais passageiros.
d) Por mais que o BC vendesse dólar, parecia não haver limite para a alta.
e) É provável que a atriz volta a apresentar-se na televisão.
5. Nos seguintes períodos, há excesso de construções subordinadas, com uso enfadonho de “quês”. Reescreva-os,
eliminando-os. Faça as alterações necessárias, mas mantenha o sentido original, bem como o paralelismo. (Não é
permitido substituir por “o qual”, “a qual” e respectivas flexões).
“Estudos recentes indicam QUE o riso é um dos melhores remédios para os males da alma. Os cientistas descobriram que
ele é um dos principais processos QUE deflagram a produção da serotonina, QUE é a substância QUE é responsável pela
sensação de bem-estar. Gargalhadas e sorrisos francos fazem com QUE aumente a quantidade de serotonina QUE o
organismo libera, podendo evitar que as pessoas entrem em estados depressivos”.
6. Assinale a alternativa em que há quebra do paralelismo gramatical:
a) Porque há convenções internacionais em contrário e o exemplo da Holanda foi catastrófico, a descriminação do uso de
drogas é desaconselhável.
b) A descriminação do uso de drogas é desaconselhável, por haver convenções internacionais em contrário e porque o
exemplo da Holanda foi catastrófico.
c) A descriminação do uso de drogas é desaconselhável, porque há convenções internacionais em contrário e o exemplo
da Holanda foi catastrófico.
d) A descriminação do uso de drogas é desaconselhável, por haver convenções internacionais em contrário e o exemplo da
Holanda ter sido catastrófico.
e) Por haver convenções internacionais em contrário e o exemplo da Holanda ter sido catastrófico, a descriminação do uso
de drogas é desaconselhável.
7. Nas frases abaixo, você encontrará dois tipos de erro: elementos paralelos apresentados de forma não-paralela e
elementos não-paralelos apresentados de forma paralela. Reescreva-os corretamente.
a) Em Roma, ele visitou o Coliseu, a Fontana de Trevi e a sua avó.
b) O que menos admiro num ser humano é incompetência, deslealdade, mesquinharia e beber.
c) Sempre odiou as áreas de ciências humanas, tecnológicas e falsidade.
d) Mulher conhece criança quando cuida de seus irmãos ou como babá nos finais de semana.
8. “As ruínas monumentais deixadas pelas sociedades do passado inspiram um fascínio romântico em todos nós”; a
reescritura dessa frase do texto que altera o seu sentido original é:
a) Inspiram um fascínio romântico em todos nós as ruínas monumentais deixadas pelas sociedades do passado;
b) Um fascínio romântico é inspirado em todos nós pelas ruínas monumentais deixadas pelas sociedades do passado;
c) Em todos nós é inspirado um fascínio romântico pelas ruínas monumentais deixadas pelas sociedades do passado;
d) As sociedades do passado, ao deixarem ruínas monumentais, inspiram em todos nós um fascínio romântico;
e) O fascínio romântico deixado pelas sociedades do passado é inspirado em todos nós pelas ruínas monumentais.
9. Um jornal trazia o seguinte texto: “O acidente na pista do aeroporto causou só três vítimas fatais”. Indique a alternativa
abaixo cujos números marcam as inadequações na formulação desse pequeno texto:
I – a troca de incidente por acidente;
II – a má colocação do adjetivo fatais;
III – o emprego indevido de só;
IV – a desnecessária presença do substantivo pista.
a) I – II;
d) IV – I;
b) II – III;
e) II – IV.
c) III – IV;
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