B = I - (U+F+S)

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Balanço Nitrogenado: Como interpretar em Terapia Nutricional?
O balanço nitrogenado é definido como a diferença entre a quantidade ingerida e
perdida pelo organismo.
Trata-se de uma técnica não invasiva e acessível, que consiste na diferença entre o
nitrogênio introduzido e o excretado, usada para avaliar o estresse metabólico.
É um bom parâmetro para avaliar a ingestão e degradação protéica e, portanto, a
repleção dos pacientes desnutridos (seguimento e monitoração do tratamento).
Equação comumente utilizada para o cálculo do balanço nitrogenado
B = I - (U+F+S)
onde:
B = balanço nitrogenado
I = ingestão de nitrogênio (equivalente protéico)
U = teor de nitrogênio excretado na urina
F = teor fecal de nitrogênio
S = perdas insensíveis de nitrogênio, cerca de 0,1 a 0.4 g/m²
Fonte: MARCHINI JS et al. Requirements for indispensable amino acids in adult humans: longer-term
amino acid kinetic study with support for the adquacy of the Massachusetts Institute of Technology
amino acid requirement pattern. Am J Clin Nutr 58: 670-683, 1993.
A mesma equação também pode ser expressa da seguinte forma:
Balanço nitrogenado = Nitrogênio Ingerido (NI) - Nitrogênio Excretado (NE)
BN = NI - NE
Nitrogênio Ingerido (NI) = proteínas ingeridas + proteínas infundidas ÷ 6,25.
[6,25 porque a proteína tem 16% de nitrogênio (100 ÷ 16 = 6,25)].
Nitrogênio Excretado (NE) = N Urinário Uréico + N Urinário Não Uréico + N fecal + N
pele + N sonda nasogástrica + N fístulas
Como nitrogênio ingerido, considera-se o da dieta e o reabsorvido de secreções
digestivas e de vias urinárias. No cômputo do nitrogênio perdido, considera-se a soma
do urinário, fecal e de perdas obrigatórias como pele, pêlo, secreções, unha.
Balanço Nitrogenado: Como interpretar em Terapia Nutricional?
Quando o nitrogênio ofertado é suficiente para compensar tais perdas, o balanço
nitrogenado torna-se positivo. Se as perdas nitrogenadas forem maiores do que o
nitrogênio ofertado, o balanço nitrogenado torna-se negativo (oferta calórica
inadequada, catabolismo secundário ao trauma, sepse, queimaduras, fístulas,
drenagens, entre outros).
Um balanço negativo de nitrogênio reflete um organismo em estado catabólico e,
positivo, estado anabólico. Balanço nitrogenado negativo cronicamente indica
evolução clínica desfavorável.
Em indivíduos saudáveis, a homeostase da proteína corporal e mantida por um ciclo no
qual o saldo de perda de proteínas no período absortivo e igualado pelo saldo de
incorporação de proteínas no período pós-prandial.
No estresse agudo, como cirurgia, trauma, queimadura e sepse, o saldo de
catabolismo protéico e acelerado e a resposta metabólica para a alimentação e
prejudicada. Consequentemente, pacientes gravemente enfermos podem perder ≤
20% da proteína corporal, sendo grande parte oriunda do músculo esquelético. Alem
disso, a imobilidade dos pacientes causa atrofia do músculo esquelético, contribuindo
para um balanço nitrogenado negativo.
Embora o catabolismo de proteínas musculares possa ser utilizado para fornecer
substratos para a síntese de proteínas no fígado (proteínas de fase aguda) e para
células do sistema imune (replicação celular), a depleção grave de massa magra
corporal aumenta a morbidade e a mortalidade na fase aguda e retarda a recuperação
do paciente.
Em alguns estados catabólicos, como uremia e jejum, a perda de nitrogênio resulta
principalmente da diminuição da síntese protéica. Em contraste, evidencias indicam
que a perda de massa magra corporal em condições de estresse agudo é decorrente
principalmente do aumento da degradação protéica no músculo esquelético. Esta
alteração metabólica representa uma resposta comum em quase todas as doenças
graves, incluindo trauma, sepse e acidose. Após uma cirurgia eletiva, a taxa de
degradação proteica aumenta proporcionalmente ao grau do estresse cirúrgico. A
síntese protéica diminuída também contribui para a resposta catabólica.
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