Journal homepage: www.arvore.org.br/seer DROSOPHILA: UM IMPORTANTE MODELO BIOLÓGICO PARA A PESQUISA E O ENSINO DE GENÉTICA RESUMO Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos professores de biologia é organizar o conteúdo a ser ministrado de maneira a garantir a eficiência do processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, as Drosophilas têm sido aliadas dos professores durante aulas teóricas e práticas não só de zoologia, mas também de genética e ecologia, além de serem modelos utilizados intensamente na pesquisa, o que permite aos professores uma complementação das aulas com debates de atualidades científicas utilizando um modelo conhecido pelos alunos. Estes organismos são modelos de referência no ensino e pesquisa devido a fácil manutenção laboratorial, baixo custo, por sobrevivem a temperatura ambiente, serem facilmente observáveis com lupa e possuírem genoma relativamente menor que de outros eucariontes. Dada à importância destes insetos, o presente trabalho consiste em um breve histórico sobre o uso das Drosophilas seja na pesquisa ou na educação, descrevendo o modo como estes organismos podem ser utilizados no ensino em aulas práticas e teóricas, como bioindicadores na natureza, e na pesquisa em testes de genotoxicidade e doenças humanas, como a doença de Parkinson, por exemplo. Tornando-se um trabalho formativo e informativo para graduandos de Ciências Biológicas e profissionais atuantes no ensino básico e superior, de instituições públicas e privadas, que possuem ou não boas condições laboratoriais para desenvolverem suas práticas. PALAVRAS-CHAVE: Drosophilas; Ensino-aprendizagem; Pesquisa; Genética. Scire Salutis, Aquidabã, v.3, n.1, Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013. ISSN 2236‐9600 SECTION: Articles TOPIC: Genética DOI: 10.6008/ESS2236‐9600.2013.001.0004 Luana Diniz Linhares e Souza Rocha Universidade Federal de Goiás, Brasil http://lattes.cnpq.br/3282841926937390 [email protected] Joana Cristina Neves de Menezes Faria Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Brasil http://lattes.cnpq.br/8388729424709252 [email protected] DROSOPHILA: AN IMPORTANT MODEL FOR BIOLOGICAL RESEARCH AND TEACHING OF GENETICS ABSTRACT A major difficulty faced by teachers of biology is to organize the content to be taught in order to guarantee the efficiency of the teaching-learning process. In this sense, Drosophila have been allies of the teachers during classroom and not only in zoology, but also genetics and ecology, and are used extensively in research models, which allows teachers to classes with a complement of scientific debates of updates using a model known by the students. These organisms are reference models in teaching and research laboratory due to easy maintenance, low cost, by survive at room temperature, are readily observable with magnifying glass and having relatively smaller genome than other eukaryotes. Given the importance of these insects, the present work consists of a brief history on the use of Drosophila in either research or education, describing how these organisms can be used in teaching in practical and theoretical classes, as bioindicators in nature, and research in genotoxicity tests and human diseases such as Parkinson's disease, for example. Becoming an informative and formative work for undergraduate biological sciences and professionals working in basic and higher education, public and private institutions that have or not to develop good laboratory practices. KEYWORDS: Drosophila; Teaching-learning; Research; Genetics. Aline Helena da Silva Cruz Universidade de São Paulo, Brasil http://lattes.cnpq.br/1273137151063484 [email protected] Angela Adamski da Silva Reis Universidade Federal de Goiás, Brasil http://lattes.cnpq.br/3243656364470085 [email protected] Rodrigo da Silva Santos Universidade de São Paulo, Brasil http://lattes.cnpq.br/4806187026900959 [email protected] Received: 10/11/2012 Approved: 20/02/2013 Reviewed anonymously in the process of blind peer. Referencing this: ROCHA, L. D. L. S.; FARIA, J. C. N. M.; CRUZ, A. H. S.; REIS, A. A. S.; SANTOS, R. S.. Drosophila: um importante modelo biológico para a pesquisa e o ensino de Genética. Scire Salutis, Aquidabã, v.3, n.1, p.37‐48, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.6008/ESS2236‐ 9600.2013.001.0004 Scire Salutis (ISSN 2236‐9600) © 2013 Escola Superior de Sustentabilidade. All rights reserved. Rua Dr. José Rollemberg Leite, 120, Bairro Bugio, CEP 49050‐050, Aquidabã, Sergipe, Brasil WEB: www.arvore.org.br/seer – Contact: [email protected] – Phone: +055 (79) 9979‐8991 ROCHA, L. D. L. S.; FARIA, J. C. N. M.; CRUZ, A. H. S.; REIS, A. A. S.; SANTOS, R. S. INTRODUÇÃO A Genética moderna teve início no século XX com a redescoberta do trabalho de Johann Gregor Mendel (1822-1884), em 1900. No entanto, foi somente no ano de 1910 que o geneticista norte-americano Thomas Hunt Morgan e sua equipe aceitaram a teoria cromossômica e através de estudos sobre a hereditariedade. Usando o organismo Drosophila melanogaster (mosca de frutas), encontraram evidências favoráveis à hipótese cromossômica da herança e construíram os primeiros ‘mapas’ indicando a disposição linear e as distâncias relativas de vários loci gênicos nestes organismos (MARTINS, 1998). No Brasil, o desenvolvimento da genética tomou um grande impulso a partir de 1930, sendo que no ano de 1943 se iniciaram as publicações de autores brasileiros sobre genética de populações com Drosophila. André Dreyfus intermediou a chegada do geneticista Theodosius Dobzhansky, que através de parcerias com geneticistas do grupo de Dreyfus, produziu, durante quatro visitas marcantes ao Brasil, uma série de publicações tanto individuais como conjuntas sobre estes animais (SIÃO, 2007). A partir de então, estes organismos se tornaram elementos chave da pesquisa em genética, sendo utilizados como modelos biológicos nos mais variados testes, favorecendo até mesmo o estudo de patologias humanas, e considerados exemplos de métodos alternativos ao uso de mamíferos em pesquisas científicas (MORALES, 2008). Pois, através da descoberta de genes-mestres presentes na organização do corpo destes organismos e o fato de que a organização segmentar do corpo, com elementos característicos em cada segmento, pode ser observada em muitos grupos de animais, inclusive nos mamíferos, possibilitou pesquisas sobre genes com funções parecidas nos demais animais pertencentes à classe Bilatéria. Mais surpreendente ainda foi à descoberta de que não somente existem homólogos destes genes homeóticos em quase todos os grupos de animais, mas que também a sua organização gênica foi mantida ao longo da evolução dos grupos (HARTFELDER, 2006). Tudo isso foi possível através do sequenciamento do genoma destes animais feito pelo método WGS (whole-genome shotgun) onde foram listados aproximadamente 13.600 genes, um pouco menor que o genoma do nematódeo Caenorhabditis elegans, mas com uma diversidade funcional comparável. Porém, ainda é necessário melhorar as anotações desse genoma, repetindo e confirmando o sequenciamento de algumas regiões e caracterizando genes funcionalmente. A diversidade de genes servirá como matéria-prima para trabalhos experimentais que ajude a desvendar os mecanismos moleculares em desenvolvimento subjacente, comportamental, envelhecimento e muitos outros processos biológicos, para quais as Drosophilas são um modelo excelente (ADAMS et al., 2000). Além de favorecerem intensamente a pesquisa, as Drosophilas, partindo do ponto de vista de que são insetos, também favorecem o ensino já que o estudo dos insetos é parte do conteúdo abordado em diversas disciplinas presentes na matriz curricular dos cursos de ensino fundamental, médio e superior em diversos países. Uma das grandes dificuldades encontradas Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 38 Drosophila: um importante modelo biológico para a pesquisa e o ensino de Genética pelos professores de biologia são o planejamento e a organização do conteúdo a ser ensinado, de forma que esse seja bem assimilado e aprendido pelos discentes (MATOS et al., 2009). Diante disso, podemos considerar que os modelos didáticos são instrumentos sugestivos e que podem ser eficazes na prática docente diante da abordagem de conteúdos que, muitas vezes, são de difícil compreensão pelos estudantes, principalmente no que se refere aos assuntos ligados à genética, especificamente, no ensino de Ciências e Biologia (SETÚVAL e BEJARANO, 2009). No entanto, a maioria das escolas ainda apresenta escassez de material biológico e estrutura laboratorial para realização de aulas práticas. Neste sentido, tendo como ponto de partida o uso das Drosophilas como modelos biológicos na pesquisa em genética, as entraves da educação, os benefícios do uso de práticas e a presença de insetos em disciplinas do ensino regular, sabe-se que é vantajoso a utilização destes organismos testes em aulas práticas devido ao seu tamanho reduzido, dimorfismo sexual, ciclo de vida curto, grande fecundidade, número reduzido de cromossomos e o seu genoma é relativamente pequeno, comparando-o com o do camundongo ou o dos humanos. Além de serem organismos de fácil cultivo em laboratório, com poucas exigências nutricionais e baixo custo (IBMC, INEB, 2008; GOMES, 2001). Dessa forma, esses insetos tornam-se fortes aliados aos professores facilitando a pesquisa e o ensino tanto em genética quanto em zoologia de invertebrados. Figura 01: Drosophila melanogaster fêmea. Fonte: Rocha, L. D. L. S., Laboratório de Mutagênese – ICB/UFG, 2012. Estes organismos (Figura 01) também têm sido muito utilizados como modelos biológicos a fim de testar a toxicidade de praguicidas, por exemplo, como descrito por Narciso e Nakagawa (2009), como bioindicador na avaliação da letalidade de extrato de Nicotiana tabacum (Moratore et al., 2009), como avaliador do efeito tóxico-genético do própolis em suas próprias células somáticas (OLIVEIRA et al., 2007) e na detecção de inseticidas por bioensaio (HIRATA et al., 2002). É vasto o campo de aplicabilidade destes animais também na área da educação. Nas séries iniciais, permitem que os professores trabalhem questões associadas à origem através de reprodução, as diferentes fases do ciclo de vida e metamorfose. No ensino médio e universitário, a Drosophila pode ter algumas aplicações clássicas, como as demonstrações das “leis de Mendel”, Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 39 ROCHA, L. D. L. S.; FARIA, J. C. N. M.; CRUZ, A. H. S.; REIS, A. A. S.; SANTOS, R. S. a construção de mapas de ligação, a observação de interação alélica e a análise de cromossomos (SEPEL e LORETO, 2010). A importância do presente trabalho consiste em fazer um histórico sobre o uso das Drosophilas seja na pesquisa ou na educação, tornando-se um trabalho formativo e informativo para os profissionais da área de ciências biológicas. Considerando que as Drosophilas são importantes objetos de pesquisa para humanidade, que o estudo de insetos é um dos conteúdos que compõe a matriz curricular e que um conteúdo exposto com o auxílio de uma aplicação prática facilita o processo de ensino-aprendizagem, este trabalho tem como principal objetivo fornecer aos professores e estudantes da área de Ciências Biológicas uma visão histórica da aplicabilidade do modelo biológico Drosophila no ensino e na pesquisa em genética através de uma revisão sistemática sobre a sua utilização como facilitador do aprendizado em ciências/biologia e como objeto de estudo de patologias humanas. Esta é uma pesquisa que concilia informações referentes ao histórico, evolução e aplicabilidade de Drosophilas na pesquisa experimental como modelos para os estudos de doenças humanas, descrevendo aulas práticas existentes na literatura que envolvem estes animais como organismos teste, relatando quais os benefícios alcançados na rotina da sala de aula através de uma proposta diferenciada de ensino. METODOLOGIA Uma revisão sistemática foi realizada sobre a utilização do modelo biológico Drosophila como facilitador do aprendizado em ciências/biologia, para tanto, palavras-chaves como Drosophila, ensino-aprendizagem e modelo biológico, foram utilizadas em sites de pesquisa na busca de artigos científicos que utilizam este inseto. Sendo selecionadas publicações que utilizam Drosophila em: pesquisas de patologias humanas e testes de genotoxicidade, como modelo experimental; experiências de aulas práticas; análises de contribuições históricas e atuais deste inseto para a pesquisa. Além disso, uma foto do exemplar de Drosophila foi obtida com auxilio de lupa e uma maquina fotográfica comum no laboratório de mutagênese da Universidade Federal de Goiás (ICB-UFG). RESULTADOS E DISCUSSÃO Modelo Biológico para o Ensino A qualidade de ensino oferecido nas escolas públicas tem sido alvo de constantes debates, bem como a preocupação de educadores em modificar a exposição de assuntos referentes à biotecnologia, genética clássica e molecular e outros temas atuais cada vez mais presentes nas mídias e no dia-a-dia das pessoas (FALA et al., 2010). Portanto, a necessidade em manter uma íntima relação do científico com a rotina do cotidiano é um dos pontos que torna as aulas práticas Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 40 Drosophila: um importante modelo biológico para a pesquisa e o ensino de Genética tão importantes (LORETO e SEPEL, 2006). Além disso, um dos maiores objetivos das aulas práticas, se não o maior, é causar nos alunos reflexões que possam instigá-los a ampliar suas explicações para fatos que fazem parte do seu cotidiano, através da elaboração ou adaptação, por parte dos professores, de propostas de aulas experimentais (FALA et al., 2010). Nesse sentido, a finalidade da aula prática não é somente mostrar aos alunos objetos até então só vistos em laboratórios de análises clínicas, mas apresentar diversas atividades práticas condizentes com o conteúdo abordado, através da adequação destas aulas à realidade dos alunos e da instituição de ensino. Sendo estas atividades aperfeiçoadas quando o professor utiliza artigos científicos preferencialmente gratuitos ou a preços acessíveis. O uso de metodologias variadas, como práticas de laboratório e modelos didáticos, são alguns dos recursos levados em consideração no momento de diversificar aulas e facilitar o processo de ensino-aprendizagem. É notória a importância destes temas. No entanto, além da falta de recursos materiais para aplicações práticas dos mesmos, falta também qualificação dos profissionais de biologia que muitas vezes não viram nada relacionado a esses assuntos, nem mesmo durante a sua formação acadêmica (CARBONI e SOARES, 2007). No artigo de Demczuk et al., (2007) foi relatada as concepções pré-existentes de alunos de pré-escola, segunda e quarta séries do ensino fundamental sobre ciclo de vida e metamorfose através da utilização de material in vivo (Drosophila melanogaster). Estes organismos foram observados e em seguida os alunos descreveram o que foi visto nas culturas. Através dos resultados obtidos neste trabalho foi possível conhecer o que as crianças pensam a respeito destes fenômenos que até então não foram apresentados a elas. Foram observadas muitas concepções errôneas, no entanto, fica claro que o conceito de ciclo de vida pode ser tratado desde muito cedo, visto que o próprio aluno é um sujeito que constrói o seu conhecimento. Através da introdução do conteúdo, através da apresentação do material in vivo é que o professor terá o ponto de partida para inicio do conteúdo proposto, pois eles já puderam visualizar um pouco daquilo que lhes será apresentado. Esta é uma aula indicada aos professores de ensino fundamental, pois é uma alternativa de baixo custo, interessante, com animais de fácil acesso e que teve resultados satisfatórios no sentido de favorecer o envolvimento e a aprendizagem dos alunos. O estudo de Magatão e Silva Júnior (2009) tem como objetivos estimular nos jovens, espírito crítico, estimulando-os a perceber a ciência como um processo dinâmico, em constante modificação. A metodologia deste trabalho consiste em instigar os alunos a observarem fenômenos naturais, questioná-los, levantando hipóteses, testando-as através de experimentos, para só então concluir, pois de acordo com o autor, o conhecimento se dá através do confronto entre os conhecimentos prévios sobre o assunto e os resultados encontrados. Os alunos participantes deste projeto cursavam o terceiro ano do ensino médio e foram conduzidos a um museu. No entanto, esta aula não ficou reduzida à visita, foram desenvolvidas atividades educativas ao longo do trajeto dentro do ônibus e no museu. A segunda parte do trabalho foi Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 41 ROCHA, L. D. L. S.; FARIA, J. C. N. M.; CRUZ, A. H. S.; REIS, A. A. S.; SANTOS, R. S. desenvolvida no colégio onde se encontravam painéis educativos de insetos e meios de cultura com Drosophilas (foram observadas com auxilio de lupa). Neste momento o professor conduziu os alunos para que estes respondessem alguns questionamentos envolvendo aspectos do trabalho (morfologia externa da Drosophila, dimorfismo sexual, desenvolvimento, mutação e genética), baseando-se apenas nos conhecimentos que já possuíam a respeito do assunto. Os resultados deste trabalho foram obtidos através de um processo avaliativo baseado em depoimentos de todos envolvidos neste trabalho e foi verificada uma diferença entre os testes realizados antes e depois das atividades práticas. Então, através dos resultados obtidos com este trabalho conclui-se que uma proposta diferenciada de metodologia resulta numa melhora na qualidade de ensino. É uma reação em cadeia que confirma mais uma vez o que já foi citado acima: a escola é quem transmite o conhecimento a fim de educar, no entanto, cabe ao Estado disponibilizar recursos, preparar e qualificar os professores para isso. Esta também é uma experiência facilmente de ser reproduzida em qualquer sala de aula, inclusive da rede pública, pois a visita ao museu, os painéis educativos e os exemplares de moscas são objetos de aula prática de fácil acesso e que também tiveram um resultado convincente. Ainda discorrendo sobre o auxilio de Drosophilas em sala de aula, têm-se os artigos de Call et al., (2007) e Douglas (2008) onde ambos trabalham com alunos de graduação. Embora os trabalhos não falem do mesmo assunto, ambos tratam da relevância que uma aula prática tem na abordagem de determinados conteúdos. O trabalho de Call et al., (2007) apresenta a análise detalhada de genes essenciais envolvidos no desenvolvimento do olho de Drosophila. Já em Douglas (2008) é trabalhada a determinação do eixo ântero-posterior em Drosophila. Nas duas práticas é possível perceber um objetivo que não está muito explicito, mas através da metodologia empregada podemos perceber que os professores buscaram envolver os estudantes na pesquisa científica, além de educá-los sobre a investigação científica como uma forma de pensar, analisar e inter-relacionar conceitos aprendidos em palestras didáticas. As respostas obtidas a essas práticas são extremamente positivas, dizem os professores, uma vez que os alunos estão literalmente produzindo o conhecimento (realizando os cruzamentos) e ainda possuem o incentivo da publicação do trabalho que eles produziram. Drosophila e Evolução O trabalho de Salata (2009) tem como objetivo demonstrar determinados aspectos da evolução através de cruzamentos utilizando Drosophilas. Neste escrito foram trabalhados conceitos com os alunos, como uma introdução sobre Drosophila, genética mendeliana e populacional e após isso os alunos estavam bem preparados para realizar o exercício, para prever os resultados, e analisá-los. Foram realizados cruzamentos com algumas linhagens de moscas e em seguida as gerações foram analisadas. A avaliação neste trabalho foi feita através da escrita de um artigo cientifico, baseado nos resultados obtidos e na participação numa discussão aberta Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 42 Drosophila: um importante modelo biológico para a pesquisa e o ensino de Genética sobre genética e dinâmica de populações. E para concluir o trabalho, o autor ainda sugere outros pontos importantes que podem gerar discussões aprofundadas a partir deste cruzamento realizado, podendo o mesmo ser adaptado para diferentes objetivos, por exemplo, ser parte de um curso sobre evolução ou ser incorporado em aulas de laboratório de genética, de biologia das populações, ou de biologia molecular. Modelo para Testes de Genotoxicidade Também foram consideradas as contribuições destes animais no ramo da pesquisa em genética e de acordo com os testes realizados por Franchi et al., (2008) a fim de detectar uma possível indução de alterações no genoma celular em nível de mutação e recombinação. Uma avaliação tóxico-genética do suco de Noni (Morinda citrifolia) foi realizada empregando o Teste para Detecção de Mutação e Recombinação (SMART) em células somáticas de Drosophila melanogaster. Os resultados obtidos demonstraram que o suco de Noni não apresenta efeito tóxico-genético em células somáticas de Drosophila melanogaster. Já o trabalho de Dias (2003), avaliou possíveis efeitos genotóxicos de alimentos preparados em forno de microondas por meio do Teste para Detecção das Mutações e Recombinações Somáticas (SMART), em asas de Drosophila melanogaster. Este trabalho foi realizado sob a justificativa dos questionamentos sobre os possíveis efeitos biológicos que a radiação de microondas pode causar. Foram encontrados resultados negativos quanto aos efeitos genotóxicos da água e do leite fervidos no forno de microondas, nos descendentes dos cruzamentos com esses animais. Em Almeida et al. (2001), a sensibilidade de Drosophila melanogaster ao carbofuran e o biomonitoramento de seus resíduos em repolho é que foi testada. Carbofuran é um inseticida e nematicida aplicado no solo em diversas culturas e utilizado também no tratamento de sementes. O objetivo do trabalho foi avaliar a sensibilidade das moscas D. melanogaster ao carbofuran e a viabilidade da sua utilização no biomonitoramento dos resíduos desse inseticida em produtos hortigranjeiros. Os bioensaios com Drosophila melanogaster demonstraram a sua elevada sensibilidade para a detecção de resíduos de carborfuran em repolho, ficando evidente a possibilidade de utilização desses organismos para os bioensaios destinados ao monitoramento de resíduos de carbofuran nesta ou em outras matrizes. Modelo para o Estudo de Doenças O comportamento motor de Drosophila melanogaster foi analisado através de um estudo desenvolvido por Bagatini (2010). Neste estudo, a exposição destes organismos ao herbicida paraquat (PQ) foi capaz de induzir parkinsonismo, evidenciado pelos déficits motores observados nos animais e nenhuma das drogas testadas foi capaz de prevenir ou reverter os déficits Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 43 ROCHA, L. D. L. S.; FARIA, J. C. N. M.; CRUZ, A. H. S.; REIS, A. A. S.; SANTOS, R. S. locomotores induzidos pelo herbicida. As concentrações do herbicida paraquat testadas mostraram efeitos tóxicos dose-dependentes e em moscas fêmeas, não foram observadas alterações no comportamento motor. Os efeitos do envelhecimento na atividade locomotora de Drosophila melanogaster, como modelo de parkinsonismo, foram testados por Saur et al., (2009). Por ser uma doença neurodegenerativa progressiva e estar relacionada à idade, são de grande valia estudos com Drosophila envolvendo esta patologia. Evidências experimentais demonstram que a atuação combinada de tóxicos ambientais (como exemplo tem-se o pesticida paraquat) e de genes de suscetibilidade pode estar associada ao desenvolvimento desta doença. O teste realizado para obtenção dos resultados foi o de RING (teste de geotaxia negativa rápida) e realizado com moscas jovens e adultas em meio de cultivo padrão e em meio contendo diferentes concentrações de paraquat. Os resultados alcançados indicam que a exposição durante 24 horas ao paraquat foi capaz de reduzir significativamente a atividade locomotora de Drosophila melanogaster da linhagem de Canton-S, tanto em moscas jovens como em adultas. Dessa forma, os testes indicam que o protocolo de indução de parkinsonismo por paraquat é eficiente em ambas idades, não dependendo do envelhecimento. Ainda provando as consequências do herbicida paraquat, em Bagatini e Xavier (2009) foram testados os efeitos gênero-dependentes e do envelhecimento na atividade locomotora de Drosophila melanogaster com modelo de parkinsonismo. Sabe-se que diferenças no risco de desenvolvimento da doença entre os sexos têm sido descritas em inúmeros estudos. Baseado nesses dados, este trabalho tem como objetivos principais analisar a atividade motora – por meio do teste de geotaxia negativa rápida (teste de RING) – de machos e fêmeas de Drosophila melanogaster selvagem da linhagem Canton-S e de machos jovens e adultos de Drosophila melanogaster selvagem da linhagem Canton-S, antes e depois da exposição ao paraquat. Os animais foram submetidos ao herbicida através do meio de cultivo em diferentes concentrações e os resultados indicam que moscas D. melanogaster fêmeas, quando expostas à menor concentração de paraquat, não apresentam déficits motores. Embora insetos não tenham a mesma disposição hormonal que humanos, os dados obtidos podem nos possibilitar uma analogia com a suscetibilidade ao mal de Parkinson em humanos, onde se observa uma menor incidência da doença em mulheres, possivelmente devido à atuação neuroprotetora dos hormônios sexuais femininos. Drosophilas também têm sido utilizados como modelos experimentais no estudo a respeito da fisiopatologia da doença de Parkinson, bem como ao desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, segundo Pereira et al. (2007). Entre as novas estratégias terapêuticas atualmente em experimentação, destacam-se as baseadas em processos neurorrestauradores pelo transplante com células-tronco neurais e/ou neuroprogenitores fetais. Ainda há muito que ser pesquisado antes que a terapia celular se consolide como alternativa ao tratamento da doença de Parkinson. Dessa forma, o contínuo desenvolvimento e a caracterização de modelos Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 44 Drosophila: um importante modelo biológico para a pesquisa e o ensino de Genética experimentais de doenças neurodegenerativas prevalentes é de fundamental importância e aplicabilidade, de acordo com os autores. Em nota publicada na revista PUCRS Informação, no texto de Acauan (2007) foram observados em D. melanogaster os efeitos benéficos do resveratrol em sua longevidade. O estudo, coordenado pelo professor e doutor Gilson da Cunha, concluiu que a molécula altera beneficamente o metabolismo. Segundo o geneticista, a mosca se assemelha ao ser humano, podendo desenvolver 178 doenças genéticas equivalentes, exemplificando como a molécula funcionaria em organismos mais complexos. Na pesquisa foi detectado que o tratamento com a molécula tornou mais ativa a parte do cromossomo em que estão os genes controladores da longevidade da Drosophila e responsáveis por enzimas de reparação de DNA. CONCLUSÕES O ensino no nosso país sempre foi muito centrado no livro didático. Muitas vezes os professores não podiam se desviar, para que fosse cumprido o conteúdo programado para aquele ano letivo, ou então não queriam se desviar, visto que muitas vezes não tiveram formação acadêmica suficiente para isto, tendo muitas vezes medo de se perderem no meio dos questionamentos de seus alunos. No entanto, através do levantamento deste trabalho, podemos perceber que essa visão tem sido trabalhada para que ocorra de forma diferente. Já foi comprovado que aulas que utilizam metodologias diferenciadas aumentam o nível de absorção dos conteúdos e autoestima dos alunos, uma vez que as aulas os envolvem tornando-os agentes ativos das mesmas. As Drosophilas são os organismos que tem auxiliado os professores neste feito em sala de aula. Por serem animais de estrutura física facilmente observável em lupa, genoma totalmente seqüenciado e menor quando comparado ao de outros eucariontes, fácil cultivo e baixo custo laboratorial, se tornaram modelos biológicos bastante utilizados como aliados dos professores no momento de tornar essas aulas teóricas em práticas interessantes e envolventes. Neste estudo, encontra-se a descrição de algumas formas de como estes animais têm sido utilizados no ensino, aliados a teoria, que é comum em sala de aula. Os resultados obtidos foram satisfatórios, no sentido de que estes organismos despertaram a atenção dos alunos para aquele conteúdo através de uma metodologia diferenciada, onde muitas vezes serviram como base para escalada do conhecimento que vai ser construindo pelos próprios alunos com o intermédio dos professores. Cabe aos nossos professores se qualificarem e se atualizarem e dessa forma as escolas formarão cidadãos críticos e capazes de tomarem suas próprias decisões. Outro ponto importante é que estes animais têm contribuído muito para pesquisas no mundo inteiro, uma vez que foram utilizados como bioindicadores de diversas substâncias. Além de serem usados nos testes de genotoxicidade e pesquisa experimental como modelos para Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 45 ROCHA, L. D. L. S.; FARIA, J. C. N. M.; CRUZ, A. H. S.; REIS, A. A. S.; SANTOS, R. S. estudos de doenças humanas, como o mal de Parkinson, uma doença de caráter neurodegenerativo. Estes organismos apresentam extrema relevância para as pesquisas, uma vez que possuem genoma funcionalmente comparável ao de vertebrados, e para o ensino, pela permissão de aulas mais dinâmicas, interessantes e produtivas. Este trabalho se faz significante para esclarecer e informar não apenas docentes da escola regular, mas também estudantes em ciências biológicas, assim como oferecer uma alternativa para professores de faculdades particulares ou públicas que não possuem condições laboratoriais favoráveis para desenvolverem suas práticas, necessitando de alternativas economicamente mais viáveis. Portanto, as Drosophilas são organismos de uma importância imensurável, devido à sua versatilidade, fácil acesso e manuseio, favorecendo a elucidação de conteúdos que muitas vezes não são de fácil compreensão dos discentes. Para continuidade do trabalho, os autores visam e incentivam à criação de protocolos de aulas práticas que envolva Drosophilas, que garantam uma continuidade na utilização destes insetos como facilitadores do ensino em sala. AGRADECIMENTOS Ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); E a Universidade Aberta do Brasil-UAB (Programa de Pós-graduação em Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Biologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás (UFG)). REFERÊNCIAS ACAUAN, A. P.. Supermolécula pode prevenir doenças: moscas tratadas vivem mais. Revista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Informação, n.133, 2007. ADAMS, M. D.; CELNIKER, S. E.; HOLT, R. A.; EVANS, C. A.; GOCAYNE, J. D.. The genome sequence of Drosophila melanogaster. Science, v.287, p.2185-2195, 2000. ALMEIDA, G. R..; REYES, F. G. R.; RATH, S.. Drosophila melanogaster Meigen: 3: sensibilidade ao carbofuran e biomonitoramento de seus resíduos em repolho. Química Nova, v.24, n.6, p.768-772, 2001. BAGATINI, P. B.. 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