Transparências

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Mistura de três massas de água
Diagramas T-S
Profundidade (m)
Profundidade (m)
Perfís de salinidade
núcleo
núcleo
(água tipo)
Profundidade (m)
Profundidade (m)
Profundidade (m)
Profundidade (m)
Perfís de temperatura
Fase 1 – situação antes de se iniciar a mistura das águas.
Fase 2 – estado inicial de mistura, quando o núcleo da água intermédia
ainda é muito proeminente.
Fase3 – evolução da mistura, em que a presença da água intermédia foi
atenuada.
Temperatura (ºC)
Salinidade
Diagrama T-S de uma estação oceanográfica a 9ºS no Oceano
Atlântico. Os números na curva representam centenas de metros.
AAIW – Água Antártica Intermédia
NADW – Água Profunda do Atlântico Norte
AABW – Água Antártica de Fundo
Temperatura potencial (ºC)
Diagrama θ-S para uma estação situada
a Leste dos Açores. Os números na curva
representam centenas de decibares
(aproxiamadamente centenas de metros).
As linhas de igual densidade são
isopicnicas potenciais (σθ).
A parte superior da curva, acima dos
100 dbar, corresponde à termoclina.
A massa de água acima dos 600 metros
é a Água Central do Atlântico Norte.
Que massa de água está representada entre
os 800 e os 1200 metros?
Salinidade
CORRENTES GEOSTRÓFICAS
Gradiente Horizontal de Pressão
Ajuste Geostrófico
⇒
Fronteiras laterais (costas) e heterogeneidades no campo
do vento originam declives na superfície do mar que fazem
variar a pressão hidrostática ao longo de superficies
horizontais em profundidade no oceano ⇒ gradientes
horizontais de pressão.
A água tende a mover-se para eliminar as diferenças horizontais no
campo da pressão. A força que dá origem a este movimento designa-se
por força do gradiente horizontal de pressão.
Se a força de Coriolis, que actua sobre a água em movimento, é
equilibrada pela força do gradiente horizontal de pressão, a corrente está
em equilíbrio geostrófico e designa-se por Corrente Geostrófica.
Corrente geostófica sobreposta na topografia da superfície do oceano ao largo
da Califórnia: a corrente geostrófica deixa o nível do mar mais elevado à direita.
Altimetria obtida por satélite
Topografia dinâmica do oceano global obtida por
satélite com as correntes geostróficas sobrepostas
CONDIÇÕES BAROTRÓPICAS E BAROCLÍNICAS
Condições Barotrópicas:
• Em condições reais, para oceano homogéneo, a densidade aumenta com a
profundidade devido à compressão causada pelo peso da água suprajacente; as
superfícies isobáricas (isóbaras, superfícies de igual pressão) são paralelas à
superfície do mar e às superfícies isopícnicas (isopicnas, superfícies de igual
densidade) ⇒ está-se perante Condições Barotrópicas.
• Em condições barotrópicas, a variação de pressão sobre uma superfície
horizontal (a uma dada profundidade) é determinada apenas pelo declive da
superfície do mar, pois as isóbaras são paralelas à superfície do mar.
Condições Baroclínicas:
• Qualquer variação da densidade vai afectar o peso da água suprajacente e,
consequentemente, a pressão que actua numa dada superfície horizontal.
Quando existem variações laterais de densidade, as isóbaras não são paralelas
à superfície do mar; as isóbaras intersectam as isopicnas, com declives em
sentidos opostos. A inclinação das isóbaras relativamente às isopicnas
caracteriza o que se designa por Condições Baroclínicas.
CONDIÇÕES BAROTRÓPICAS E BAROCLÍNICAS
CONDIÇÕES BAROTRÓPICAS
CONDIÇÕES BAROCLÍNICAS
superfícies
isobáricas
superfícies
isobáricas
b
horizontal
superfícies
isopícnicas
densidade crescente
densidade crescente
a
horizontal
superfícies
isopícnicas
No escoamento barotrópico as superfícies isopícnicas e isobáricas são paralelas e o declive relativamente à
horizontal mantem-se constante em profundidade. Assim, como o declive das superfícies isobáricas é
constante em profundidade, o gradiente horizontal de pressão de B para A, loga a corrente geostrófica,
também é constante em profundidade.
No escoamento baroclínico as superfícies isopícnicas intersectam as superfícies isobáricas. A pequenas
profundidades, as superfícies isobáricas são paralelas à superfície do oceano, mas com o aumento de
profundidade os seus declives vão diminuindo, porque a densidade média da coluna de água em A é maior
que em B (em condições barotrópicas estas densidades médias serião iguais). À medida que as superfícies
isobáricas se vão tormando horizontais, o gradiente horizontal de pressão, logo a corrente geostrófica,
diminui, até que a alguma profundidade as superfícies isobáricas são horizontais e a corrente geostrófica á
nula.
CONDIÇÕES BAROTRÓPICAS E BAROCLÍNICAS
Relação entre as isóbaras e as isopicnas: (a) condições barotrópicas - a
distribuição de densidade (indicada pela intensidade do sombreado a azul) não
influencia a forma das superfícies isobáricas; (b) condições baroclínicas - as
variações laterais de densidade afectam a forma das superfícies isobáricas.
CIRCULAÇÃO INDUZIDA PELO VENTO
A Tensão do Vento é a força de atrito, por unidade de área, causada pela acção
do vento na superfície do mar, paralelamente a esta e é dada pela expressão
τ=cw2, com c=ρacD,
em que w é a velocidade do vento, ρa é a densidade do ar e cD é o coeficiente de
atrito.
A tensão do vento depende dos seguintes factores:
• velocidade do vento;
• rugosidade da superfície do mar;
• condições atmosféricas suprajacentes.
A tensão do vento na superfície do mar provoca transferência de quantidade de
movimento da atmosfera para o oceano, dando origem a dois fenómenos distintos:
• ondas superficiais gravíticas;
• correntes superficiais ou correntes de deriva.
Pode-se obter uma estimativa da velocidade da corrente à superfície utilizando
expressões empíricas; para valores baixos da velocidade do vento, a velocidade da
corrente de deriva é aproximadamente igual a 3% da velocidade do vento.
CIRCULAÇÃO INDUZIDA PELO VENTO
O movimento resultante da acção do vento na superfície do mar é transmitido às
camadas inferiores do oceano através do atrito interno causado pelo escoamento
turbulento da água. De uma maneira geral, no oceano a viscosidade turbulenta
é bastante superior à viscosidade molecular.
Diferença entre (a) fluxo laminar e (b) fluxo turbulento; as
setas indicam os percursos de parcelas individuais de água.
Diferença entre (a) viscosidade molecular e (b) viscosidade
turbulenta (eddy viscosity); no caso da viscosidade molecular
a transferência de quantidade de movimento entre camadas
está associada a moléculas individuais, enquanto que para a
viscosidade turbulenta está associada a parcelas de fluido.
Circulação Induzida pelo Vento – Teoria de Ekman
força tangencial
induzida pelo vento
Ft
direcção do movimento no
estado estacionário
V0
cubo de água
do oceano
FC
força de Coriolis que
aparece mal o cubo entra
em movimento (estado
inicial)
inicial
Fb
força de atrito entre as
faces submersas do cubo e
a água do oceano
VENTO
FC
força de Coriolis depois
de atingido o estado
estacionário
Equilíbrio entre as forças que actuam num cubo de água em movimento estacionário na superfície
do mar: o cubo começa por acelerar na direcção do vento; assim que entra em movimento roda
para a direita por acção da Força de Coriolis; o estado estacionário é atingido quando as três
forças, Ft, FC e Fb, entram em equilíbrio; nesse instante a velocidade à superfície, V0 é constante
(estado estacionário) e faz um ângulo de 45º para a direita da direcção do vento.
Circulação Induzida pelo Vento – Teoria de Ekman
O Coeficiente de Viscosidade Turbulenta é o coeficiente de atrito com maior
importância nos estudos oceânicos; depende do grau de turbulência e apresenta
uma grande variação:
• AZ - coeficiente de viscosidade turbulenta resultante da mistura vertical.
Gama de valores: 10-2−102 kg m-1s-1.
• AH - coeficiente de viscosidade turbulenta resultante da mistura horizontal.
Gama de valores: 104−108 kg m-1s-1.
O facto de AH ser muito superior a AZ reflecte a diferença na extensão segundo a
qual a mistura pode ocorrer nas direcções horizontal e vertical. A mistura
horizontal é muito maior que a mistura vertical.
A circulação induzida pelo vento é estudada de forma independente da corrente
geostrófica:
1 ∂P
∂u
fV = f (V + V ) =
−A
onde: fV = 1 ∂P e fV = − A ∂ u
2
geost .
Ekman
ρ ∂x
Z
∂z 2
2
geost .
ρ ∂x
Ekman
Z
∂z 2
Circulação Induzida pelo Vento – Teoria de Ekman
As equações de Ekman são:
∂ 2u
∂ 2v
= 0 e − fu + A
=0
fv + A
Z ∂z 2
Z ∂z 2
ou seja: Força de Coriolis + Força de atrito do vento = 0
Hipóteses do Modelo de Ekman para explicar a circulação induzida pelo vento:
• Campo do vento uniforme em toda a superfície do Oceano;
• Oceano infinito na horizontal e na vertical;
• Oceano homogéneo, i.e., ρ=constante → Barotropia;
• superfície do oceano horizontal - não há declives da superfície livre:
∂P
∂P
=0 e
=0
∂x
∂y
• Estacionaridade e termos advectivos desprezáveis → modelo linear;
• Oceano hipotético, constituido por um número infinito de camadas horizontais;
camada superior sujeita ao atrito do vento (tensão do vento) no topo e ao atrito
(viscosidade turbulenta) com a camada imediatamente abaixo; o atrito horizontal é
desprezável (AH≈0) e AZ=constante;
• Camadas em movimento, sob a acção da Força de Coriolis.
Circulação Induzida pelo Vento – Teoria de Ekman
Para profundidades crescentes verifica-se que o vector velocidade, além de diminuir de intensidade vai
rodando para a direita no Hemisfério Norte (esquerda no Hemisfério Sul). A extremidade dos vectores
forma assim uma espiral logarítmica, a Espiral de Ekman; o comprimento das setas é proporcional à
intensidade das correntes e o seu sentido é o sentido das correntes;
Circulação Induzida pelo Vento – Teoria de Ekman
Profundidade de Influência de Atrito do Vento ou Profundidade da Camada
de Ekman, D - profundidade na qual o sentido da corrente induzida pelo vento é
directamente oposto ao sentido da corrente à superfície; a esta profundidade o
módulo da velocidade da corrente é igual a 1/23 do valor da corrente à superfície e
o efeito do vento é desprezável.
A profundidade da camada de Ekman depende do coeficiente de viscosidade
turbulenta, AZ, e da latitude φ,
⎛ 2A
D = π ⎜⎜ Z
⎝ ρf
12
⎞
⎟⎟
⎠
12
⎛ AZ ⎞
⎟⎟
= π ⎜⎜
⎝ ρΩ sin φ ⎠
Intensidade da corrente média na Camada de Ekman - intensidade média da
corrente sobre toda a Camada de Ekman,
V =
τ zy
Dρf
Transporte de Ekman: - volume total de água, por unidade de tempo, transportado
segundo um ângulo de 90º cum sole com a direcção do vento; o Transporte de
Ekman é calculado através do produto da velocidade média, com a superfície da
secção perpendicular ao movimento ⇒ é um transporte volúmico, ou caudal.
Circulação Induzida pelo Vento – Teoria de Ekman
Esquerda: Espiral de Ekman representativa do padrão de correntes induzidas pelo
vento na superfície, no Hemisfério Norte; Direita: Na camada de Ekman a força
devida à tensão do vento é equilibrada pela força de Coriolis, cujo sentido no
Hemisfério Norte é de 90º para a direita do movimento médio nesta camada.
Circulação Induzida pelo Vento – Resultados da Teoria de Ekman
Considerando o balanço entre as forças de atrito e a força de Coriolis num número infinito de
camadas que constituem a coluna de água, Ekman concluiu que:
• o módulo da velocidade da corrente induzida pelo vento decresce exponencialmente com a
profundidade;
• a direcção da corrente à superfície faz um ângulo de 45º com a direcção do vento, para a
direita (esquerda) no Hemisfério Norte (Hemisfério Sul); este ângulo de desvio aumenta com
a profundidade → o decréscimo do módulo da velocidade com a profundidade em simultâneo
com o aumento do ângulo de desvio formam a Espiral de Ekman.
• o movimento médio e o transporte na camada de Ekman faz-se segundo um ângulo recto com
a direcção do vento, para a direita (esquerda), no Hemisfério Norte (Hemisfério Sul).
Olhando de cima para o oceano:
Vento
Transporte
de Ekman
Atrito no Fundo
Com a aproximação do fundo, a corrente
diminui de velocidade devido ao atrito. A
força de Coriolis diminui, pois é
proporcional à velocidade. Então a força
do gradiente de pressão não é
compensada e o escoamento roda para a
esquerda até que haja balanço entre a
força de Coriolis, a força do gradiente de
pressão e a força de atrito no fundo, o que
ocorre quando a velocidade rodou 45º
para a esquerda. Mas também nessa
altura a velocidade é nula!! Por isso não
chega a rodar 45º....
fundo do mar
subida do nível do mar
Zonas de Convergência e
Divergência no Oceano
corren
te à su
perfíc
ie
força de
Coriolis
Hemisfério Norte
corrente geostrófica
vento ciclónico
corrente á
superfície
força
horizontal
do grad P
vento anticiclónico
transporte
de Ekman
A
B
vento
convergência
Representação esquemática
(a) de divergência de águas
superficiais que conduz ao
afloramento de águas subsuperficiais e (b) de
convergência de águas
superficiais que conduz ao
seu afundamento.
nível do mar
divergência
te r
mo
clin
a
a
oclin
term
Representação esquemática do efeito de um vento ciclónico e
anticiclónico na superfície e na camada de mistura – Ekman Pumping
Geração de uma corrente geostrófica num vórtice induzido por ventos
anticiclónicos no Hemisfério Norte
Zonas de Convergência e Divergência no Oceano
Representação esquemática de diversos tipos de escoamento superficial
que conduzem a movimento vertical de águas: (a) divergência conduz a
afloramento de águas sub-superficiais; (b) convergência conduz ao
afundamento das águas superficiais.
O Afloramento (upwelling) Equatorial
upwelling
movimento à
superfície
vento na superfície
do Oceano
upwelling
Equador
O Afloramento Costeiro
transporte de Ekman
transporte de Ekman
transporte à superfície
transporte à superfície
transporte
resultante à
superfície
tensão do vento
Representação
esquemática do
desenvolvimento do
afloramento costeiro
na fronteira leste dos
oceanos, no
Hemisfério Norte.
tensão do vento
corrente
geostrófica devida
ao declive da
superfície do mar
superfície do m
ar
afloramento costeiro
“upwelling”
em declive
~50 – 200 m
corrente geostrófica
para sul (para fora
do papel) associada
ao declive da
superfície do mar
isobaras a
descer e
escoamento
para sul
nível de corrente
nula
isobaras a subir e
escoamento para
norte
Note-se a formação de
uma corrente
geostrófica ao longo
da costa, associada ao
declive da superfície
do mar provocado
pelo afloramento
costeiro. Como
estamos no hemisfério
norte, esta corrente
deixa o nível do mar
mais elevado à direita.
O Afloramento Costeiro
Representação esquemática de uma
situação de afloramento costeiro
devido a ventos de intensidade
variável perpendicularmente à costa.
Principais regiões de afloramento costeiro no oceano mundial.
O Afloramento Costeiro
Temperatura da superfície do mar obtida a partir
de satélite mostrando o afloramento em regiões
costeiras do norte de África.
Temperatura da superfície do mar obtida a partir
de satélite mostrando o afloramento na costa
oeste da Península Ibérica.
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