Revista digital EMOÇÕES E SAÚDE HepatiteS Vacinação é arma eficaz Altos e baixos do transtorno bipolar 6 Síndrome das pernas inquietas afeta o sono 5 8 4 JUN14 2 Editorial Emoções e Saúde 4 3 JUN14 Revista digital da Med-Rio Check-up Melhor que curar é prevenir Você é o que você come Estresse é o vetor para o estilo de vida inadequado Por Gilberto Ururahy, médico, diretor da Med-Rio Check-up e coautor de “O cérebro emocional – As emoções do estresse cotidiano” (editora Rocco) Cerca de 80% das consultas médicas têm ligação com o estresse crônico, segundo dados da Universidade de Harvard. Sob estresse, o organismo aumenta a produção dos hormônios cortisol e adrenalina. O primeiro, em excesso, enfraquece as defesas do corpo, reduz o desejo sexual, aumenta a produção de placas de gorduras nas artérias e a retenção de líquidos, ataca o estômago, causa resistência à insulina, afeta os neurônios e favorece a depressão. Já a adrenalina em grande quantidade eleva a pressão arterial, a frequência cardíaca e o colesterol, além de prejudicar a qualidade do sono. Sumário Portanto, é preciso aprender a lidar com o estresse diário e adotar hábitos saudáveis. Nos milhares de exames realizados na Med Rio Check-up, em homens e mulheres de diferentes faixas etárias, observamos que um grande número de executivos ainda lança mão de excitantes para dar conta da rotina diária pesada. Abusam de bebidas alcoólicas e cafeína, fumam, dormem mal, levam uma vida sedentária e consomem grande quantidade de carboidratos (açúcares). O resultado: 60% dos avaliados têm alimentação desequilibrada; 45%, sobrepeso; 25% sofrem de insônia; 50% apresentam baixo HDL (fração 2 3 4 5 6 8 9 bom colesterol); de 12 a 15% têm alguma doença pulmonar; 10% se automedicam; 22% apresentam gordura em excesso no fígado; de 20 a 22% são hipertensos; de 12 a 18% sofrem de gastrite; e 8% são diabéticos, entre outros problemas de saúde. Homens e mulheres estão adoecendo mais cedo, como mostram nossas pesquisas. O check-up de rotina é um ótimo recurso para a prevenção de doenças, mas só isso não basta. É preciso levar adiante programas de promoção da saúde após os exames. A mudança de estilo de vida requer determinação, vontade e perseverança. Conheça a si próprio, aprenda a lidar com o estresse, corte os estimulantes, faça uma alimentação balanceada, mexa-se com maior frequência, durma bem e tenha um sono reparador, procure seus amigos e deixe mais espaço na sua agenda para os momentos de relaxamento e prazer, e sorria mais. Ao praticar a boa gestão da sua própria saúde, você só tem a ganhar. Quando colocamos todas as nossas emoções em uma única cesta chamada trabalho, faltará para aqueles que, incondicionalmente, nos dão suporte: a família e os amigos de fé. Boa leitura! Editorial Melhor que curar é prevenir Nutrição balanceada garante o bom rendimento nas corridas O extenso calendário de corridas de rua no Brasil não deixa mentir: é cada vez maior o número de adeptos de meias maratonas e maratonas no país. Se por um lado exercitar-se ao ar livre é prazeroso, faz bem à saúde e mantém o corpo em forma, por outro, é preciso não abrir mão de alguns cuidados. Um dos pontos que mais merecem atenção é a nutrição do atleta, que não pode descuidar do que come antes, durante e depois das provas. A doutora em Ciências Nutricionais pela UFRJ e nutricionista da Federação de Pentatlo Moderno do Rio de Janeiro Letícia Azen explica que o mais importante é ajustar a ingestão de energia (carboidratos) dos atletas: “Corredores enfrentam uma rotina muito desgastante de treinos, especialmente em preparo para competições de longa distância. Dessa forma, precisam ingerir carboidratos antes, durante (cerca de 30 gramas por hora) e após os treinos e as competições. Além disso, em função da elevada taxa de produção de suor, devem estar atentos à hidratação.” Você é o que você come Nutrição balanceada garante o bom rendimento nas corridas Pernas para que te quero Caminhar traz sensação de bem-estar e alivia a ansiedade Nervos à flor da pele Os altos e baixos do transtorno bipolar Prevenir é o melhor remédio Vacinação é arma eficaz contra hepatites Tudo por um sonho Síndrome das Pernas Inquietas afeta o sono e piora qualidade de vida Eureka Vitamina D ajuda a controlar a pressão arterial A revista digital Emoções e Saúde é uma realização da Med-Rio Check-up. Edição e Reportagem: PROA Comunicação Estratégica Projeto Gráfico e Editoração: Design-se foto da capa: Shutterstock Segundo a médica, a melhor forma de se hidratar durante a prova é com água. Mas, uma hora depois do exercício, já é necessário recorrer a suplementos hidroeletrolíticos, com o objetivo de repor os sais minerais. Letícia Azen ressalta ainda que não há uma orientação-padrão para todos os corredores seguirem: “O planejamento alimentar dos atletas deve ser realizado de forma individualizada, respeitando suas preferências alimentares, composição corporal, idade, sexo, rotina de treinamento”, diz a nutricionista. Mas, se for para trilhar um caminho, passo a passo, qual seria ele? “No dia anterior às competições, aumente a sua ingestão de carboidratos, visando aumentar as reservas de energia (glicogênio). Que tal uma macarronada acompanhada por suco de laranja e goiabada de sobremesa?”, sugere Letícia Azen. Mas fica a dica: evite os molhos gordurosos e qualquer alimento de procedência desconhecida. Outra recomendação importante é não fazer a prova em jejum, pois, além de comprometer o desempenho físico, pode levar ao uso de proteínas do corpo (do músculo, por exemplo) como fonte de energia. Um bom exemplo de lanche antes dos treinos ou das provas é ingerir, duas horas antes, uma salada de frutas com granola. Letícia Azen também não indica a ingestão de proteínas antes dos exercícios, porque são de mais difícil digestão. Mas, depois da atividade física, são muito bem-vindas: “As proteínas auxiliam na recuperação muscular. Para auxiliar esse processo, devem ser acompanhadas de carboidratos de alto índice glicêmico, que são absorvidos mais rapidamente pelo organismo, como, por exemplo, massas. Já o chocolate não é uma boa opção em qualquer dos momentos (pré, durante ou pós) por conter muita gordura”. foto: Flickr / jacsonquerubin Crise financeira mundial, violência, pressão e cobrança por resultados no ambiente de trabalho, longas jornadas, excesso de informação, conflitos familiares e falta de tempo para o lazer geram estresse e impactam negativamente no bemestar. Tanto isso é verdade que os fatores que mais pesam na longevidade com autonomia são o estilo de vida e o meio ambiente. 4 Emoções e Saúde 4 Os altos e baixos do transtorno bipolar Pernas para que te quero Caminhar traz sensação de bem-estar e alivia a ansiedade Acordar com o pé esquerdo, ter dias mais tristes, outros mais felizes, vibrar com algumas realizações, passar por leves oscilações de humor. Todas essas características podem ser confundidas com o transtorno bipolar, mas são bem diferentes. Doença conhecida desde a Antiguidade e antes chamada de psicose maníaco-depressiva, o transtorno bipolar é marcado por episódios maníacos ou hipomaníacos. No período maníaco, são frequentes comportamentos como dormir pouco, apresentar-se eufórico sem que haja uma motivação compatível para tal estado de humor, ter o pensamento muito acelerado, às vezes irritado, bastante inquieto e até agressivo. Em alguns casos, é possível apresentar ideias grandiosas e atitudes bizarras que podem pôr em risco a segurança do doente. Já nos episódios depressivos, o pensamento fica mais lento, o humor é depressivo, a parte motora também fica devagar (como se a pessoa estivesse em câmera lenta), e surgem ideias pessimistas e de autodestruição. Exercício diário melhora o funcionamento dos pulmões Dicas para acertar o passo • Procure caminhar diariamente, de 30 a 40 minutos. • No início, evite acelerar. Como em qualquer exercício, comece aos poucos e consulte seu médico para saber as contraindicações. • Além de usar tênis adequado, com boa capacidade de absorção de impacto, procure evitar pistas irregulares, que podem causar lesões ósseas e musculares. Use roupas leves e confortáveis ou de acordo com o clima. Evite também caminhar nas horas mais quentes do dia e de estômago cheio ou completamente em jejum. • Mantenha o corpo ereto, olhando fixo e para a frente, com os ombros alinhados. Os braços devem oscilar na mesma velocidade e amplitude. Ao pisar, o correto é tocar no chão primeiro com o calcanhar. “Mexer-se é sempre bom, exercício físico é o melhor plano de saúde que uma pessoa pode ter. Mas ampliar a sua capacidade aeróbica é fundamental. Realizar atividades de alta intensidade é o que vai realmente caracterizar uma pessoa como saudável. Por isso é melhor não ficar só na caminhada”, assegura o médico Cláudio Gil Soares de Araújo, diretor da Clinimex — Clínica de Medicina do Exercício e professor do Programa de Pós-Graduação em Cardiologia da UFRJ: Com ajuda de profissional de educação física e de médico, quem caminha pode tentar passar para a corrida, atividade de intensidade muito alta. “A saúde dessa pessoa tem muito a ganhar! Quem tem uma capacidade aeróbica baixa progride muito bem e rapidamente”, explica Cláudio Gil, que, nesse caso, faz uma ressalva: ”Se for mudar para a corrida, será preciso ter pelo menos dois tênis apropriados para a prática. Usa um num dia e o deixa descansando no dia seguinte, para o amortecedor voltar ao normal depois do impacto do dia anterior.” Cláudio Gil faz outro alerta: ao caminhar, você não deve ouvir seus passos. O mesmo vale para corrida. Isso é um sinal de que está pisando errado, e um consultor especializado poderá ajudá-lo. E vale conversar com seu médico sobre os cuidados com a hidratação antes, durante e depois do exercício. “Em alguns períodos, a pessoa apresenta o humor normal, chamado de eutimia”, explica a médica psiquiatra Vania Novelli Domingues. “Os episódios de euforia (mania) e de depressão são de duração variável, assim como os períodos nos quais o paciente apresentase com o humor normal. Mas cada portador do transtorno tende a manter um padrão relativamente semelhante.” Segundo a médica, o transtorno bipolar atinge igualmente homens e mulheres, podendo também acometer adolescentes e até em crianças. foto: Flickr / Victoria Nevland Há quatro níveis de intensidade do exercício. Muito Leve, em que é possível manter uma conversação com toda a tranquilidade; Moderada, quando a conversação é feita normalmente; Alta, em que a fala passa a ser entrecortada; e Muito alta, quando não é possível falar mais do que palavras como “vamos” e “valeu”. Mesmo para pessoas mais jovens, a velocidade da caminhada não deve ser muito intensa, devendo ficar em até 6km/hora. foto: Flickr / overmundo Fazer caminhadas diariamente é uma ótima forma de se exercitar. Exige pouco empenho − afinal, é possível caminhar em qualquer lugar − e não necessita de equipamentos especiais, apenas um bom tênis. Além disso, segundo pesquisadores, esse exercício ajuda a reduzir a pressão arterial, melhora o funcionamento dos pulmões, fortalece os ossos, alivia a tensão e melhora o funcionamento de circuitos do cérebro. 5 JUN14 Revista digital da Med-Rio Check-up “No caso das crianças, o diagnóstico muitas vezes é difícil, porque é comum que o transtorno seja confundido com outras doenças”, diz Vânia. “Mas, independentemente da idade dos pacientes, quanto mais cedo Nervos à flor da pele se descobrir que se tem a doença, melhor. Assim, começa-se logo o tratamento adequado, e são evitados grandes prejuízos ao paciente, nas relações familiares e no trabalho. E previne-se também que o portador assuma condutas de risco.” Vânia diz que o diagnóstico deve ser feito por um médico psiquiatra, capaz de avaliar os sintomas, e que, uma vez identificado o transtorno bipolar, o uso do medicamento torna-se fundamental. O complemento ao tratamento será a psicoterapia e a orientação familiar. O fator mais importante para se ter a doença é a predisposição pessoal. Uma vez com a predisposição, o estilo de vida, o uso de drogas, o alto nível de estresse e as condições médicas gerais do paciente podem colaborar para o surgimento da doença. “Sendo o transtorno bipolar uma doença crônica, é muito perigoso não cuidar do problema. É muito importante que haja uma parceria entre o doente, o médico e a família. Esta vai funcionar como sentinela avançada, atenta, atuando antes que um novo ciclo se instale, o que poupa muito sofrimento e desgaste. O bom é que, se o tratamento for feito de forma adequada, poderá dar muito certo. Há apoio social através de associações de portadores. E o indivíduo terá ótima qualidade de vida”, garante a médica. 6 Emoções e Saúde 4 7 JUN14 Revista digital da Med-Rio Check-up Prevenir é o melhor remédio Silenciosas e traiçoeiras são dois adjetivos que cabem na definição de hepatite, a inflamação do fígado que geralmente é assintomática e pode trazer sérias consequências à saúde em curto e longo prazo. Geralmente causadas por vírus, as hepatites também são desencadeadas por bactérias, medicamentos, uso de álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes (um ataque do próprio organismo), entre outros fatores. Cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal; pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras são alguns sinais de alerta. E a prevenção e o diagnóstico precoces são a melhor forma de evitar danos mais graves ao fígado. Para alguns tipos da doença, existem vacinas, altamente eficazes. Hepatite é a inflamação aguda ou crônica que leva à destruição das células principais do fígado, explica o médico Henrique Sérgio Moraes Coelho, professor associado de Clínica Médica e Hepatologia da Faculdade de Medicina da UFRJ. “A forma mais comum da doença é causada por diferentes tipos de vírus, que, para efeito de classificação, recebem letras: A, B, C, D, E e outras. São vírus que atacam quase que exclusivamente o fígado”, diz o hepatologista. Um tipo bem conhecido é a hepatite por vírus A, transmitido pelo contato com fezes e consumo de alimentos e água contaminados. Costuma durar cerca de um mês, e a cura ocorre espontaneamente. Quando apresenta sintomas, os mais comuns são pele amarelada, urina escura e fezes claras, além de queixas digestivas e coceira. O diagnóstico da hepatite A aguda é feito pela presença no sangue de anticorpos específicos, mas raramente ela evolui gravemente e pode ser prevenida com vacina, além, claro, da melhora das condições de higiene e de saneamento básico, diz Henrique Sérgio. A vacina é aplicada a partir de 2 anos de idade como parte do calendário vacinal. Para adultos sem história de hepatite A, ela é indicada para todos, sendo aplicada em duas doses com intervalo de seis meses. Há uma preparação com a vacina da hepatite no Brasil). “Estima-se que apenas 20% dos indivíduos positivos para o vírus C tenham sido diagnosticados e menos de 5% tratados no Brasil. É uma doença silenciosa que só se manifesta em fases avançadas, quando já apresenta cirrose e, menos frequentemente, câncer do fígado”, comenta Henrique Sérgio. Por isso é importante se submeter a exame de sangue que detecta anticorpos contra o vírus C. A confirmação é por exame biológico para quantificação viral. Vacinação é arma eficaz contra hepatites Inflamação do fígado pode causar sérios danos à saúde B, e a sua indicação dependerá da necessidade de profilaxia também contra o vírus B, explica o hepatologista. Por falar em hepatite B, ela é transmitida principalmente através de relações sexuais e contato das mucosas com sangue e outros fluidos corporais contaminados, inclusive o leite materno. Pode agir sem dar sinais por 20, 30 anos e causar cirrose e câncer de fígado. Segundo Henrique Sérgio, 95% das infecções agudas por tipo B evoluem para cura no adulto, sendo que 5% tornam-se portadores crônicos do vírus, mas raramente ele leva à doença fulminante. “O exame de sangue é essencial para diferenciar os tipos de hepatite”, comenta o médico. “Hoje podemos detectar se a doença é aguda ou crônica e a necessidade de tratamento com drogas antivirais oferecidas pelo Sistema Único de Saúde. A forma aguda da hepatite B pode evoluir em 5% a 10% dos casos para crônica, que, se não for tratada, aumenta a chance de cirrose. Daí a importância do diagnóstico precoce”, diz. “O tratamento controla a infecção em praticamente todos os pacientes e se resume, na maioria dos casos, em tomar um comprimido por dia por tempo indeterminado.” Mas o médico reforça que o melhor mesmo é se proteger. A vacina contra hepatite B faz parte do calendário do Ministério da Saúde e é oferecida gratuitamente para crianças e adultos até 49 anos, 11 meses e 29 dias de idade, em três doses. Também a hepatite C é causada por vírus, geralmente transmitido por meio de transfusão de sangue (hoje um procedimento mais seguro); compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas etc.); instrumentos de higiene (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou para tatuagem e piercings; e, menos frequentemente, de mãe infectada para o filho durante a gravidez e sexo sem camisinha com pessoa infectada. Hoje o tipo C é um grave problema de saúde pública, com 170 milhões de infectados no mundo (quase 2,5 milhões Uma vez confirmada a infecção pelo vírus C, o médico pedirá para avaliar o grau da doença em relação à fibrose (cicatrização) do fígado e o diagnóstico de cirrose por meio de biópsia. A indicação do tratamento dependerá da gravidade e de outros fatores. Geralmente ele é feito com injeção semanal do medicamento PegInterferon alfa 2a ou 2b associado à Ribavirina por via oral 24 semanas ou 48 semanas, dependendo da genética do vírus. Para o tipo 1, por exemplo, há novas drogas que aumentam a chance de sucesso em 70 a 75%. Mesmo pacientes com cirrose podem ser tratados, desde que estejam bem clinicamente. Além desses três tipos mais conhecidos, há outros frequentes como o D (ou delta), praticamente restrito à Região Norte do país. Ele costuma ocorrer em infectados pelo vírus B e é transmitido da mesma forma. “A vacinação em massa contra a hepatite B é o método mais eficaz de prevenção contra a D”, diz Henrique Sérgio. A transmissão da hepatite E ocorre da mesma forma que a do tipo A: por contato com fezes ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Como as outras variações da doença, ela é praticamente assintomática. Porém os sintomas mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Eles costumam aparecer de 15 a 60 dias após a infecção. Em resumo, prevenir é a melhor estratégia contra as hepatites, mas, em caso de suspeita, não deixe de consultar seu médico. 8 Emoções e Saúde 4 9 JUN14 Revista digital da Med-Rio Check-up Tudo por um sonho Síndrome das Pernas Inquietas afeta o sono e piora qualidade de vida Não dá para relaxar. É só parar para assistir à televisão, fazer uma viagem mais longa, pegar um cinema ou deitar na cama para dormir que as pernas começam a se mexer sem que a pessoa consiga se controlar. Chamado de Síndrome das Pernas Inquietas, ou síndrome de Ekbom, esse distúrbio do sistema nervoso prejudica gravemente a qualidade do sono de seu portador, já que com o movimento o descanso acaba não sendo reparador. Além disso, interfere na sua vida social, pois é comum ficar irritado, com sonolência e cansaço. A síndrome também pode causar ansiedade e depressão. Os sintomas param quando o indivíduo se movimenta, mas pioram quando ele se deita ou se senta. E são mais intensos à tarde e à noite. Com diferentes níveis de gravidade, os sintomas da agitação involuntária costumam ser dor local, formigamento, ardência e pontadas, além da urgência em mexer as pernas. Essas sensações podem se estender também a outros membros, como os braços. O movimento das pernas provoca alívio, mas não por muito tempo. Sem idade certa para acontecer, podendo atingir crianças, adultos e idosos, o mal tende a se agravar à medida que a pessoa envelhece. Nos Estados Unidos, sete entre cada 100 indivíduos são acometidos pela doença. A Síndrome das Pernas Inquietas pode passar de uma geração para a outra numa mesma família. Apesar de as causas do transtorno ainda não serem claras, sabe-se que hábitos do cotidiano podem agravar os sintomas. Passar muito tempo sentado (em carros, avião, teatro ou no trabalho); estar anêmico; ter insuficiência renal; ser diabético; estar grávida; ter problemas nervosos; usar medicamentos com anti-histamínicos (para controlar alergias) ou antidepressivos; consumir muito álcool ou cafeína; fumar ou usar produtos de tabaco e não dormir o bastante são algumas das possibilidades. Ainda não existe uma cura para a síndrome. Mas mudanças no estilo de vida, como alterar os hábitos na hora de dormir, empregar técnicas de relaxamento, fazer exercício moderado durante o dia e manter uma rotina de sono com horário para dormir e para acordar, podem ser úteis para aliviar os sintomas do transtorno. Por exemplo, caminhar para fortalecer a parte baixa do corpo três vezes por semana ajuda muito. Há ainda práticas terapêuticas, sem fazer uso de medicamentos — e com eficácia não comprovada —, que podem ser empregadas. São elas: banhos quentes e frios; massagens; faixas de compressão que pressionam suavemente as pernas; cobertores para as pernas que inflam e desinflam com uma bomba de ar, para comprimir as pernas durante a noite; terapia com luz infravermelha para aumentar a circulação nas pernas. Existem medicamentos liberados pela FDA (Food and Drug Administration, agência que regula remédios e alimentos nos Estados Unidos) para tratamento do distúrbio moderado ou grave. Eles agem no cérebro modificando o nível de uma substância chamada dopamina. Há ainda os anticonvulsivos, que ajudam a melhorar a dor dos nervos. Mas apenas o seu médico pode receitá-los se achar necessário. “Uma boa qualidade do sono é a garantia de bem-estar geral e melhor desempenho no cotidiano. O sono permite ao organismo recuperar-se do cansaço diário e, ao cérebro, adquirir novas informações e consolidar as experiências vividas”, diz Gilberto Ururahy, médico, diretor da Med Rio Check-Up e coautor de “O cérebro emocional – As emoções do estresse cotidiano” (Editora Rocco). Vitamina D ajuda a controlar a pressão arterial A deficiência de vitamina D no organismo pode estar associada à hipertensão arterial. É o que indica pesquisa divulgada na revista científica “The Lancet Diabetes & Endocrinology”. A principal fonte desse nutriente é a exposição da pele à luz solar por cerca de 20 minutos diariamente. Sob o sol, a substância 7-dihidrocolesterol, presente na pele, é ativada e se transforma em vitamina D3, após passagem pelo fígado e pelos rins. Os alimentos não têm grandes quantidades de vitamina D, mas ovos, leite e derivados, atum, salmão, cereais e suco de laranja são boas fontes. Os autores do estudo analisaram dados genéticos de 146.500 pessoas de ascendência europeia na Europa e nos Estados Unidos. E observaram que, a cada aumento de 10% nos níveis de vitamina D, houve uma redução de 8% no risco de hipertensão arterial. “Em vista dos altos custos e dos efeitos nocivos associados com o uso de medicamentos anti-hipertensivos, a possibilidade de prevenir ou reduzir o risco de hipertensão com o uso de vitamina D é animador”, disse Elina Hypponen, professora da Universidade do Sul da Austrália e principal autora do estudo. Agora os cientistas querem realizar novas pesquisas para confirmar os benefícios da vitamina D na prevenção da pressão alta. Em alguns casos, os médicos já receitam suplementos de vitamina D, após exames de sangue. Ela é essencial para os ossos e outras funções do organismo, como ação do hormônio insulina e a manutenção do sistema imunológico. foto: Fickr / Brett Davies foto: Fickr / Lotus Carroll Eureka!