Aula 10 II. Teoria Económica A) Teoria Do Valor: Agentes Racionais 1 Teoria do Consumidor 1.1. Utilidade 1.2. A Decisão do Consumidor Samuelson cap. 5 Sousa IV.1-6 Teoria do Valor • O que é que dá valor às coisas? – Paradoxo do valor • Adam Smith (1776) – «Valor de uso» e «Valor de troca» • Sucessivas teorias do valor WILLIAM STANLEY JEVONS Liverpool 1835 - Hastings, Sussex 1882 1871 - Theory of Political Economy CARL MENGER Neu Sandec (Imp.Austro-Húng.)1840- Viena 1921 1871 - Grundsätze der Volkswirtschaftslehre M. E. LÉON WALRAS Evreux (França) 1834 - Clarens (Suíça) 1910 1874-77 - Élements d'Économie Politique Pure [2ªed. 1889, 3ªed. 1896, 4ªed. 1900, 5ªed. 1926] 1 2 3 Valor de troca O valor de troca das coisas é determinado pelo valor da última unidade, da «unidade marginal», porque é essa que é trocada. Esta é a «revolução marginalista», que transformou a «Economia clássica» na «Economia neoclássica». Lei da utilidade marginal descrescente Qualquer que seja o bem e os gostos do consumidor, a utilidade segue este padrão: Utilidade total Utilidade marginal 11 10 8 5 5 3 2 1 1 2 3 4 q 1 2 3 4 q Problema da afectação Existindo um certo montante de recurso R que se pode usar em várias aplicações, cada uma com certa utilidade e preço... Utilidade marginal actividade 1 actividade 2 actividade 3 ... preço p1 p2 p3 qual a melhor forma de gastar o recurso? Regra de ouro da afectação Consumir de cada bem até que a utilidade da última unidade de recurso gasto em cada bem seja igual Umi/pi = Umj/pj = Umn/pn = ...= Umz/pz Contra exemplo: Se a utilidade de um euro gasto no bem A = 3 e utilidade de um euro no bem B = 2 então há um almoço grátis, comprando menos do bem B e mais do A e a solução pode ser melhorada. Se fôr igual, não é possível melhorar. Não há almoços grátis As leis de Gossen Hermann Heinrich Gossen (1810-58), no seu livro “Development of the Laws of Human Relationships and the Rules of Human Action Derived Therefrom (1854) apresentou as «leis de Gossen»: 1ª lei de Gossen – lei da utilidade marginal descrescente 2ª lei de Gossen – gastar recursos de forma que o valor da última unidade de recurso em cada bem tenha a mesma utilidade Excedente do consumidor Se a valoração é na margem, pode ver-se o benefício da troca: p Um q q 1 2 3 ALFRED MARSHALL Londres 1842 - Cambridge 1924 1890 – Principles of Economics (2ªed. 1891, 3ªed. 1895, 4ªed. 1898, 5ªed. 1907, 6ª. 1910, 7ª. 1916, 8ª.1920) Aula 11 1.3. A Análise Moderna do Consumidor Samuelson cap. 5 Sousa IV.1-6 FRANCIS YSIDRO EDGEWORTH Edgeworthstown (Irlanda) 1845 – Oxfordshire (Inglaterra) 1926 1881 - Mathematical Psychics VILFREDO PARETO Paris 1848 – Geneve 1923 1906 - Manuel d’Économie Politique A escolha entre alternativas Livros ? A ? Pão Lei da utilidade marginal descrescente Livros 1 1 A B C Pão 3 5 Curva de indiferença Livros 1 1 A B C Pão 3 5 Livros A Pão Livros A Pão Livros A D Pão Livros A D Pão Livros A D Pão Livros A Pão Taxa marginal de substituição Livros TMSL,P 1 1 Um L = = 3 ... 5 ... Um P A B C Pão 3 5 Condição de equilíbrio Livros TMSL,P 1 1 Um L p L = = Um P p P A B C 7 7 Pão 3 5 Condição de equilíbrio TMSL,P Um L p L = = Um P p P Um L Um P ⇔ = pL pP A condição de equilíbrio é equivalente à regra de ouro da afectação, à segunda lei de Gossen Aula 12 1.3. A Análise Moderna do Consumidor 1.4. Três outras questões do consumidor Samuelson cap. 5 + Anexo Sousa IV.1-6 Possibilidades de consumo Livros R/pL 1 1 7 7 R/pP Pão Possibilidades de consumo Livros R = pL.L + pP. P R/pL R/pP Pão Óptimo do consumidor Livros R = pL.L + pP. P R/pL R/pP Pão Óptimo do consumidor Livros R/pL R = pL.L + pP. P TMSL,P Um L p L = = Um P p P R/pP Pão Óptimo do consumidor Livros TMSL,P Um L p L = = Um P p P R pL = .L + P pP pP Pão 1- Variações de rendimento Livros TMSL,P Um L p L = = Um P p P R pL = .L + P pP pP Pão 1- Variações de rendimento Livros TMSL,P Um L p L = = Um P p P R pL = .L + P pP pP Pão Curva consumo-rendimento Livros Pão Curvas de Engel Livros Pão Rendimento Rendimento ERNST ENGEL Dresden 1821 – Radebeul 1896 1857 - “Die Productions und Consumptionsverhaeltnisse des Koenigsreichs Sachsen”, Zeitschrift des Statistischen Bureaus des Koniglich Sachsischen Ministeriums des Inneren, n.8-9 Elasticidade rendimento da procura Como reage a procura de um bem a variações do rendimento? Se, quando aumenta o rendimento, a despesa no bem aumenta mais (menos), o peso desse bem sobe (desce) no orçamento familiar. Elasticidade é a relação de duas velocidades Var.Q Var.Q R Q = . ER = Var.R Var.R Q R Elasticidade rendimento da procura Quando o rendimento sobe 1%, a despesa varia mais de um 1% menos 1% diminui ER> 1 0 < ER< 1 ER< 0 Bem superior Bem normal Bem inferior 2- Variações de preços Livros TMSL,P Um L p L = = Um P p P R pL = .L + P pP pP Pão Curva preço-consumo Livros Pão Livros Pão Preço do pão Preço do pão Curva da procura Livros Pão Preço do pão Preço do pão Aula 13 1.4. Três outras questões do consumidor Samuelson cap. 5 Anexo p D q O paradoxo de Giffen Sir Robert Giffen (1837-1910), no seu livro Progress of the Working Classes in the Last Half Century (1884), apresentou um facto estranho: quando subia o preço do pão ou de outros bens essenciais, os pobres consumiam MAIS e não menos desses bens. Este problema só foi resolvido em 1934 por John Hicks Roy G. D.Allen (Warwick 1904-1989) (Worcester 1906-1983) "A Reconsideration of the Theory of Value" 1934, Economica. Mais tarde descobriu-se que o problema fora já resolvido por Eugen Slutsky (Ucrânia 1880-1948) “Sulla teoria del bilancio del consummatore”, Giornale degli Economisti, 1915 Variação de preços • Foi descoberto que a variação de preços é um fenómeno complexo. Ela impõe dois efeitos distintos: – Efeito substituição – alteração da taxa de troca entre os bens – Efeito rendimento – alteração do nível de vida do consumidor 2- Variações de preços Livros Efeito rendimento TMSL,P Um L p L = = Um P p P R pL = .L + P pP pP Efeito substituição Pão 2- Variações de preços Livros B’ ef. subst. A B’ L P ef. rend. B’ B L P ef. total B A L P B A Pão Bens de Giffen Livros ef. subst. A B’ L P B’ A ef. rend. B’ B L P ef. total L P A B B Pão p D q Elasticidade preço da procura Como reage a procura de um bem a variações de preço? O problema clássico de um bom ano agrícola, apresentado por Gregory King (1648-1712) no livro Nature and Political Observations and Conclusions upon the State and Conditions of England in 1696 Q p 200 210 20 18 var percentual Receita Q P 4000 3780 5% -10% Elasticidade preço da procura Elasticidade é a relação de duas velocidades, desta vez em sentido contrário (por isso se troca o sinal). Var.Q Var.Q p Q EP = − =− . Var.p Var.p Q p A elasticidade iguala a inclinação da curva da procura, multiplicada pelas coordenadas. Elasticidade preço da procura p p EP < 1 Procura rígida EP = 1 Hipérbole EP > 1 Procura elástica R R R R R R p p p A>B A=B A<B A A A B B q B q q Elasticidade preço da procura EP = 0 EP variável EP = ∞ p p p E alta E baixa q q q Elasticidade preço-cruzada Um outro indicador é a elasticidade de um bem às variações do preço de outro bem. – Se a elasticidade preço-cruzada fôr positiva, os bens são substitutos – Se a elasticidade preço-cruzada fôr negativa, os bens são complementares Resumo da Teoria do Consumidor 1. Solução do problema – – 1º lei de Gossen (1854): lei da utilidade marginal decrescente 2º lei de Gossen (1854): regra de ouro da afectação 2. Variação do rendimento – Lei de Engel (1857): curva consumo-rendimento, curvas de Engel e elasticidade rendimento da procura 3. Variação do preço – Paradoxo de Giffen (1884): efeitos rendimento e substituição, curva preço-consumo e da procura – Efeito de King (1699): elasticidade preço da procura Aula 14 2. Teoria Do Produtor 2.1. Empresas e Produção 2.2. Como Produzir ? Samuelson cap. 6, 7+ Anexo Sousa cap. III.1-6 Os problemas da empresa A empresa tem dois problemas, como consumidora de recursos e como produtora de bens. Empresa Como produzir? Famílias Quanto produzir? Lei da produtividade marginal descrescente Produto total Produto marginal 11 10 8 5 5 3 2 1 1 2 3 4 recurso 1 2 3 4 recurso Progresso tecnológico Produto total Produto marginal 11 10 8 5 5 3 2 1 1 2 3 4 recurso 1 2 3 4 recurso Os problemas da empresa A empresa tem dois problemas, como consumidora de recursos e como produtora de bens. Empresa Como produzir? Famílias Quanto produzir? Como produzir K TMSTK,L PmK r = = PmL w C = w.L+r.K Q = Q* L Como produzir Um exemplo: Produtividade marginal do capital (PmK) = 10 Produtividade marginal do trabalho (PmL) = 2 PmK/PmL = 5 renda do capital (r) = 70 r/w = 7 salário (w) = 10 uma máquina rende o mesmo que (10/2 =) 5 trabalhadores, mas custa o mesmo que (70/10=) 7 trabalhadores PmK PmL PmK /PmL = 5 6 7 Max Q s.a. C = C* Min C s.a. Q = Q* K K PmK r TMSTK,L = = PmL w C = C* L L Aula 15 2.3. Quanto Produzir ? 2.3.1. Tecnologia e custos Samuelson cap. 6, 7+ Anexo Sousa cap. III.1-6 Os problemas da empresa A empresa tem dois problemas, como consumidora de recursos e como produtora de bens. Empresa Como produzir? Famílias Quanto produzir? Descrição tecnológica da empresa Produto total Produto marginal 11 10 8 5 5 3 2 1 1 2 3 4 recurso 1 2 3 4 recurso Descrição económica da empresa K TMSTK,L PmK r = = PmL w Via de expansão L Curva de custos Descrição económica da empresa Custo total Q Curvas de custos CT = CF + CV Custo total Custos fixos e variáveis Q Q Curvas de custos CM = CT/Q Cm = Var.CT Custo total Custos médio e marginal Q Q Aula 16 2.3.2. Estrutura de Mercado Samuelson cap. 6, 7+ Anexo Sousa cap. III.1-6 Curvas de custos CM = CFM + CVM Custos médios Custos fixos médios Custos variáveis médios Q Q Q Custos de curto e longo prazo Custo total Q Custos de curto e longo prazo Custo médio e marginal Q