FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Biomedicina Debora Andrade Camargo PERFIL CLÍNICO, EPIDEMIOLÓGICO E LABORATORIAL DOS PORTADORES DE TUBERCULOSE SUBMETIDOS A TRATAMENTO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PARACATU – MG NO PERÍODO DE 2008 A 2011 Paracatu 2012 Debora Andrade Camargo PERFIL CLÍNICO, EPIDEMIOLÓGICO E LABORATORIAL DOS PORTADORES DE TUBERCULOSE SUBMETIDOS A TRATAMENTO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PARACATU – MG NO PERÍODO DE 2008 A 2011 Monografia apresentada ao Curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina. Orientador: MSc. Márden Estêvão Mattos Júnior Orientador Metodológico: Geraldo B. B. Oliveira. Co-orientadora: MSc. Cláudia Peres da Silva Paracatu 2012 C172p Camargo, Débora Andrade Perfil clínico, epidemiológico e laboratorial dos portadores de tuberculose submetidos a tratamento no sistema único de saúde do município de Paracatu/MG no período de 2008 a 2011. / Debora Andrade Camargo. Paracatu, 2012. 54f. Orientador: Márden Estêvão Mattos Júnior Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Bacharel em Biomedicina. 1. Tuberculose. 2. Epidemiologia. 3. Diagnóstico. I. Mattos Júnior, Márden Estêvão. II. Faculdade Tecsoma. III. Título. CDU: 616.002.5 Debora Andrade Camargo PERFIL CLÍNICO, EPIDEMIOLÓGICO E LABORATORIAL DOS PORTADORES DE TUBERCULOSE SUBMETIDOS A TRATAMENTO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PARACATU – MG NO PERÍODO DE 2008 A 2011 Monografia apresentada ao Curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina. _______________________________________________ MSc. Márden Estêvão Mattos Júnior (Orientador) – Faculdade TECSOMA _______________________________________________ MSc.Cláudia Peres da Silva (Coordenadora do Curso e Co-orientadora) Faculdade TECSOMA _______________________________________________ Geraldo B. B. Oliveira (Orientador Metodológico) – Faculdade TECSOMA Paracatu, 19 de Junho de 2012 A meus familiares e amigos, pelo incentivo e compreensão durante esta etapa de minha jornada. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela graça e misericórdia concedida a mim cotidianamente; Agradeço a minha amada família, em especial a minha mãe pelo apoio e carinho em tantos momentos de dificuldade que enfrentei; Agradeço aos meus colegas de profissão pela troca de experiências e aos novos amigos que conquistei ao longo destes 4 anos; Agradeço aos meus mestres pelo empenho a cada semestre na busca da transmissão do conhecimento; Agradeço aos autores citados nesta obra, que me deram subsídios e colaboraram para o entendimento da tuberculose e seu tratamento para a obtenção de qualidade de vida, difundindo sua história e as diversas técnicas laboratoriais; Agradeço a todos os funcionários da biblioteca da instituição, em especial a Mariany Palma Araújo pela paciência e carinho durante a minha busca de conhecimento entre o “acervo” de livros. Enfim, agradeço aos queridos Filipe Ferreira Andrade, Jardel Franco Vasconcelos, Paulo Henrique Nascimento e Vitor Soares pelo auxilio na concretização deste estudo. Pois eu tenho amassados na minha Fender (guitarra) Tenho dois rasgos no meu jeans Tento juntar todos os pedaços Mas a perfeição é minha inimiga Sozinha eu sou tão desajeitada Mas nos Teus ombros posso ver Eu sou livre pra ser eu (BATTISTELLI, 2012). RESUMO O estudo teve como objetivo analisar as características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas dos pacientes diagnosticados com tuberculose no Sistema Único de Saúde no município de Paracatu, MG. No período de 2008 a 2011, foram notificados 71 casos de tuberculose em pacientes de ambos os sexos. Os dados coletados foram armazenados e demonstrados através do programa Microsoft Office 2007 (Excel). Trata-se de uma população com faixa etária predominante de 20 a 70 anos, em sua maioria masculina, aposentados ou trabalhadores rurais, com forma clínica pulmonar em 99 % dos casos; as formas diagnósticas mais utilizadas foram Rx do tórax e baciloscopia de escarro, sendo o PPD utilizado apenas em 29 dos casos. Dentre os 32 casos com agravos, os principais foram o etilismo e o tabagismo, o HIV foi diagnosticado em apenas 01 dos 71 casos analisados. O perfil dos pacientes do município de Paracatu é semelhante ao perfil observado em âmbito nacional, apresentando suas particularidades como a baixa prevalência de HIV e o uso do PPD como método de triagem diagnóstica. Palavras-chaves: Tuberculose. Epidemiologia. Diagnóstico. ABSTRACT The study aimed to analyze the clinical, laboratory and epidemiological characteristics of patients diagnosed with tuberculosis in the Health System in Paracatu, MG. In the period 2008 to 2011, it were reported 71 cases of tuberculosis in patients of both sexes. The collected data was stored and presented through the program Microsoft Office 2007 (Excel). This is a population with predominant age groups of 20-70 years, mostly male, retired or rural workers with Pulmonary TB in 99% of cases, the methods most used were, XR of chest diagnostic and sputum smear microscopy, PPD was used only in 29 cases. Among the 32 cases with injuries were, the main drinking and smoking, HIV was diagnosed in only 01 of the 71 cases analyzed. The profile of patients in Paracatu is similar to the profile observed at the national level, with its peculiarities such as the low prevalence of HIV and the use of PPD as a screening test. Key words:Tuberculosis. Epidemiologic. Diagnostic. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Centro de Saúde Bela Vista (PTU)................................................25 Figura 2 – Instrumentos utilizados..................................................................26 LISTA DE MAPAS MAPA 1 - Estimativa global de tuberculose em 2010........................................19 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Resultados sobre o ano de notificação .............................................28 Gráfico 2 – Resultados sobre o sexo dos pacientes ...........................................29 Gráfico 3 – Resultados sobre a faixa etária.........................................................29 Gráfico 4 – Resultados referentes ao estado civil ...............................................30 Gráfico 5 – Resultados sobre a ocupação ..........................................................31 Gráfico 6 – Resultados sobre a zona de residência ............................................31 Gráfico 7 – Resultados sobre a localidade da residência na zona urbana ..........32 Gráfico 8 – Resultados do tipo de entrada do paciente .......................................33 Gráfico 9 – Resultados da Forma clínica ............................................................33 Gráfico 10 – Resultados dos agravos relacionados ............................................34 Gráfico 11 – Resultados do teste tuberculínico ...................................................35 Gráfico 12 – Resultados sobre os raios-X do tórax .............................................36 Gráfico 13 – Resultados sobre o tratamento supervisionado ..............................37 Gráfico14 – Resultados do esquema de tratamento ...........................................37 Gráfico15 – Resultados sobre o tempo de duração do tratamento .....................38 Gráfico 16 – Resultados sobre o acompanhamento do peso ..............................39 Gráfico 17 – Resultados em relação ao motivo da alta .......................................40 Gráfico 18 – Resultados das baciloscopias de escarro .......................................41 Gráfico 19 – Resultados das baciloscopias de outros materiais .........................41 Gráfico 20 – Resultados das sorologias para HIV ...............................................42 LISTA DE ABREVIATURAS A.C – Antes de Cristo Ex. – Exemplo Etc. – Et Cetera Ed. – Edição V. – Volume N. – Número P. – Página Cap. – Capítulo LISTA DE SIGLAS BCG – Bacilo de Calmette Guerin DPOC – Doença Obstrutiva Crônica PNCT – Programa Nacional de Controle da Tuberculose PTU – Paracatu TB – Tuberculose OMS – Organização Mundial da Saúde FUNASA – Fundação Nacional de Saúde BAAR – Bacilo Álcool Ácido Resistente SUS – Sistema Único de Saúde HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana PPD – Prova tuberculínica MG – Minas Gerais SINAN – Sistema Nacional de Agravos de Notificação pH – Potencial de Hidrogênio Iônico PSF – Programa Saúde da Família IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatística CAPS – Centro de Atenção Psicossocial ESF – Estratégia de Saúde da Família USP – Universidade de São Paulo SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 1.1 Objetivos ............................................................................................................ 16 1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 17 1.1.2 Objetivos específicos..................................................................................... 17 2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 18 2.1 A tuberculose e fatores relacionados.............................................................. 18 2.2 Métodos utilizados para a realização do diagnóstico da TB ......................... 20 2.3 Notificação dos casos de tuberculose ............................................................ 20 2.4 Tratamento ......................................................................................................... 21 2.4.1 Causas do fracasso da quimioterapia .......................................................... 22 2.5 Prevenção e perspectivas futuras ................................................................... 23 3 METODOLOGIA ... ................................................................................................ 24 3.1 Tipos de Estudo ............................................................................................... 24 3.2 Local do Estudo ............................................................................................... 24 3.2.1 Caracterização município ............................................................................. 24 3.2.2 Caracterização do Centro de Saúde Paulo V. Loureiro............................... 25 3.3 Delimitação do público alvo ............................................................................ 26 3.4 Instrumentos utilizados ................................................................................... 26 3.5 Aspectos éticos ................................................................................................ 27 3.6 Desenvolvimento do estudo ............................................................................ 27 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 28 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 43 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44 APÊNDICES ............................................................................................................. 48 ANEXO ..................................................................................................................... 52 15 1 INTRODUÇÃO A Tuberculose (TB) é uma infecção sistêmica e endêmica causada por bactérias, e ainda hoje é um problema de saúde pública no mundo. O diagnostico presuntivo desta doença é realizado através de dados clínicos, achados radiológicos, baciloscopia e/ou cultura. (FERREIRA et al, 2005). Conde, Souza e Kritski (2002) em um de seus estudos descrevem a existência de relatos de evidência de TB em ossos humanos pré-históricos encontrados na Alemanha e datados de 8.000 (A.C). Durante os séculos XIV e XV os médicos da região que hoje corresponde à Itália, começaram a demonstrar a possibilidade de contágio da TB entre as pessoas e procuraram criar condições de profilaxia da doença, a partir do isolamento dos doentes e dos seus pertences, tentando evitar a disseminação da doença. Segundo estudos em 1882, como o de Robert Koch, na Prússia, onde se descobriu o agente causador da TB, denominado de bacilo de Koch iniciou-se a utilização de métodos de tratamento com a necessidade absoluta do isolamento dos pacientes em sanatórios, com repouso total, além de exposição ao sol, uma boa alimentação e medicamentos a base de quinino, creosoto, enxofre, cálcio e preparados de ouro e bismuto também faziam parte da terapêutica da época. (Conde; Souza; Kritski, 2002). Apesar de tantos séculos terem se passado, segundo estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1995, ocorriam cerca de 9 milhões de novos casos de tuberculose em todo o mundo e 3 milhões de mortes demonstrando uma possível falha no diagnóstico e tratamento. De acordo com dados estatísticos da FUNASA (2002) estima-se que no Brasil, 35 a 45 milhões de pessoas estejam infectadas pelo Mycobacterium tuberculosis, com aproximadamente 100 mil novos casos por ano. Devido aos problemas relacionados com a adesão ao tratamento e a ausência de estudos realizados nos setores de endemias dos municípios de âmbito nacional, que identifiquem a realidade vivenciada pelos pacientes frente à assistência médico hospitalar a eles prestada, contribui negativamente na identificação dos fatores que necessitam de ser melhorados, e consequentemente nos reflexos do controle da doença para a melhoria da 16 assistência em saúde e qualidade de vida desses pacientes torna distante a erradicação as tuberculose. O número crescente de abandono no tratamento da tuberculose e os agravos que isto gera a saúde já debilitada do paciente, este se torna vulnerável à atuação de patógenos oportunistas. A TB é causada por uma micobactéria intracelular em forma de bastão. E devido às micobactérias patogênicas possuírem a característica de serem resistentes a desinfetantes fracos e ao ácido gástrico elas são denominadas de BAAR (bacilo álcool ácido resistente) podendo sobreviver em estado latente por semanas e cujas lesões são causadas principalmente pela resposta do hospedeiro. Sendo que 90% dos infectados permanecem assintomáticos e por uma baixa na imunidade podem ser reativados. A imunossupressão do paciente o deixa propício para as inúmeras infecções oportunistas como o HIV, tornando-se essencial o tratamento regular do individuo. (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008). Considerando o exposto acima e os conteúdos apreendidos durante a minha graduação de Biomedicina, mais especificamente na disciplina de Imunologia Básica e Clínica despertou-me o interesse em desenvolver este estudo, visando identificar o perfil clínico, epidemiológico e laboratorial dos pacientes submetidos ao tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) do município de Paracatu-MG, no período de 2008 a 2011. O qual se justifica, pois os resultados provenientes do mesmo poderão contribuir para a melhoria da adesão ao tratamento pelos pacientes e consequentemente para a qualidade de vida dos mesmos. Fornecendo subsídios que poderão contribuir para a melhoria da assistência prestada a estes pacientes e verificar as complicações mais comuns relacionadas a esta doença, a fim de orientar aos pacientes sobre a importância do tratamento até o final. 1.1 Objetivos Será descrito abaixo os objetivos propostos para a elaboração e execução deste trabalho sobre TB que ainda hoje é considerada um problema de saúde pública. 17 1.1.1 Objetivo geral Caracterizar o perfil clínico, epidemiológico e laboratorial dos pacientes diagnosticados com tuberculose no Sistema Único de Saúde no município de Paracatu/MG no período de 2008 a 2011. 1.1.2 Objetivos específicos Caracterizar o perfil clínico do público em estudo e as possíveis comorbidades relacionadas; Relacionar os aspectos epidemiológicos dos pacientes com o nível de adesão ao tratamento e qual a classe mais atingida; Identificar o perfil laboratorial em relação aos exames utilizados no diagnóstico da Tuberculose. 18 2 REVISÃO DE LITERATURA De acordo com a FUNASA (2002) a TB é uma doença infecciosa e contagiosa, que se propaga pelo ar por meio de gotículas expelidas por um doente ao tossir, espirrar, e ao serem inalados por pessoas sadias, provocam a infecção e o risco de desenvolver a doença. 2.1 A tuberculose e fatores relacionados A tuberculose é uma infecção por bacilos intracelulares facultativos, de crescimento lento, com concentrações elevadas de lipídeos na parede celular, os quais proporcionam uma coloração ácido-resistente a estes bacilos em contato com a solução de carbolfucsina, um dos corantes utilizados para a realização da técnica de Ziehl-Neelsen usado como um dos métodos diagnósticos do M. tuberculosis causador da TB. (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008). Os países em desenvolvimento ainda enfrentam grandes problemas na saúde pública e entre eles está a tuberculose (Mapa 1). Segundo a OMS, dentre os 23 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo, o Brasil ocupa o 14º lugar com prevalência estimada de 58 casos/100.000 habitantes, ocorrendo anualmente cerca de 100.000 novos casos (FILHO apud NEVES; REIS; GIR, 2010, p.1136). Segundo Hijjar et al. (2005) o país garante, através do Sistema Único de Saúde (SUS), acesso gratuito ao diagnóstico, ao tratamento e à prevenção. A maioria dos casos pode ser diagnosticado e tratado em Unidades Básicas de Saúde, por profissionais generalistas ou Equipes de Saúde da Família. O Ministério da Saúde, com a criação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) desenvolveu uma avaliação das estratégias de controle da doença implantadas no Brasil ao longo da última década. Os tratamentos supervisionados e auto-administrado fazem parte destas inovações, com o objetivo de aumentar a adesão do tratamento e diminuir a transmissão da doença. (BARREIRA; GRANGEIRO, 2007). 19 A saúde é direito de todos e dever do Estado. Logo, o diagnóstico e o tratamento da tuberculose até a cura constituem um dever de todos os níveis de governo: municipal, estadual e federal (FUNASA, 2002). Neves, Reis e Gir (2010) ressaltam que uma das doenças atualmente associadas a TB tem sido o HIV, sendo considerado um dos principais fatores de risco, pois compromete a imunidade celular já debilitada. A TB está diretamente ligada à pobreza, à má distribuição de renda e à urbanização acelerada. O HIV é apenas um dos muitos agravos mais comuns relacionados a TB, mais existem outros como o diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tabagismo e alcoolismo. As características individuais de cada paciente são consideradas agravantes devido a terapia medicamentosa a ser administrada para o tratamento da TB, relacionando-se a possíveis interações com estas doenças e hábitos sociais. (LEMOS, 2010,p.1045). Mapa 1: Estimativa global de tuberculose em 2010 Fonte: REDE-TB, 2012 20 Neste sentido, Filho citado por Neves, Reis e Gir (2010, p.1139) lembra que uma investigação mais acurada por parte dos profissionais de saúde aos portadores de HIV se faz necessário, pois é sabidamente mais difícil o diagnóstico da TB nestes casos. 2.2 Métodos utilizados para a realização do diagnóstico da TB De acordo com Castro et al (2011) a identificação e tratamento precoce dos casos de infectantes (bacilíferos) torna-se prioritário, evitando o contato com os diversos tipos de indivíduos, destacando os imuno-suprimidos em salas de espera das unidades de saúde ou durante a realização de exames. Os métodos diagnósticos clássicos se dividem em bacteriológicos, histopatológicos, imunológicos e radiológicos. O exame histopatológico permite identificar a lesão granulomatosa entre outras apresentações da lesão tecidual causada pelo bacilo. Os bacteriológicos, classicamente são exame direto e cultura. No direto, o material da lesão (ex: escarro, urina, pus) é corado com uma técnica específica (coloração de Ziehl-Neelsen), que permite identificar as micobactérias mas não as diferencia. Já a cultura, permite identificar o bacilo como o M. tuberculosis e requer menor número de bacilos no material examinado para ser positiva sendo uma técnica mais sensível. (WALLACH, 2011). Como afirma Campos (2012) a prova tuberculínica (PPD) indica se o organismo foi infectado pelo M. tuberculosis, embora não permita distinguir entre infecção e doença tuberculosa, em algumas situações, como na criança, ajuda na definição diagnóstica. A radiografia do tórax deve ser feita sempre que houver suspeita clínica de tuberculose. Os achados radiográficos através do auxilio das inovações tecnológicas como a tomografia computadorizada pode intensificar o diagnóstico, devido a melhor resolução da imagem. 2.3 Notificação dos casos de tuberculose A TB está incluída na Portaria n. 4.052, de 23 de dezembro de 1998, do Ministério da Saúde, que define as Doenças de Notificação Compulsória em 21 todo território nacional, estabelecendo como mecanismo de notificação o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde/MS. (FUNASA, 2002). A utilização efetiva deste mecanismo permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, fornecendo subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, analisar a metodologia de intervenção, além de avaliar o impacto das intervenções (BRASIL, 2012). 2.4 Tratamento De acordo com Lemos, o grande avanço na terapêutica do paciente tuberculoso veio com a descoberta das drogas tuberculostáticas e/ou tuberculocidas. A descoberta das inúmeras drogas usadas ainda hoje teve inicio em 1944 a 1952, sendo aprimoradas anos seguintes devido às combinações dos medicamentos. (LEMOS,2010,p.1045). Segundo este mesmo autor, com base nos critérios clinico-laboratoriais a TB deve ser tratada em regime ambulatorial. A hospitalização só será indicada em condições que necessitem de acompanhamento mais intensificado. (LEMOS, 2010, p.1047). Filho citado por Neves, Reis e Gir (2010, p.1139) relata que a terapêutica utilizada no tratamento da tuberculose inclui a associação de 3 drogas e que se dividem em esquemas: Rifampicina, Hidrazida e Pirazinamida durante 2 meses, seguidos de Rifampicina e Hidrazida, do terceiro ao sexto mês, uma vez que o bacilo causador apresenta mutações. Rang e outros (2007) ressalta que o uso da hidrazida é importante para a interrupção do crescimento dos microrganismos em repouso e os que estão a se dividir. Já a Rifampicina é usada para a destruição de microrganismos intracelulares incluindo o bacilo da TB. Por fim, a Pirazinamida é eficaz na retenção destes microrganismos nos fagolisossomos onde o pH é baixo. Sendo medicamentos 22 de administração via oral e de fácil eliminação pelo organismo sendo a principal via a urinária. Oliveira et al. (2011) dizem que a taxa de cura da TB está intimamente ligada à demora na realização do diagnóstico e início do tratamento, o que leva ao aumento descontrolado do risco de transmissão da doença, principalmente em ambientes urbanos, além de diminuir a chance de cura do doente de TB. Para Neves, Reis e Gir (2010) a não adesão ao tratamento da TB, torna o paciente uma fonte de transmissão do bacilo, prolongando a infecciosidade, causando danos individuais à saúde pública, podendo levar a um crescente número de indivíduos multiresistentes às drogas. Classificação da resistência bacteriana citada por Lemos (2010, p.1048): 1. Resistência natural: faz menção a uma população bacteriana numerosa, onde são resistentes naturalmente devido à seleção genética, portanto, não se deve usar uma única droga no tratamento da TB. 2. Resistência adquirida: decorre do uso inadequado das drogas durante o tratamento da TB. Por isto, deve-se usar 3 drogas na dosagem recomendada, de forma regular e no tempo certo. 3. Resistência primária: refere-se ao individuo infectado, cuja fonte de contagio é portadora de bacilos resistentes. A denominação multirresistente no Brasil tem sido proposta para uso em situações onde haja resistência a uma terceira droga. 2.4.1 Causas do fracasso da quimioterapia Segundo Arcêncio et al. (2011) a acessibilidade ao transporte e a prestação de serviços em horários não coincidentes com as necessidades dos usuários têm representado uma barreira ao cuidado com o paciente. Lemos (2010, p.1054) cita alguns fatores principais para o insucesso do tratamento, como a prescrição de esquema terapêutico inadequado, toxicidade dos medicamentos, suspensão prematura da quimioterapia, inadequada dos medicamentos e infecção inicial resistente. ingestão 23 2.5 Prevenção e perspectivas futuras Em 1925 ousadas experiências de Albert L. C. Calmette no Instituto Pasteur, traz uma nova perspectiva ao combate da TB, com uma vacina denominada de Bacillus Calmette-Guérin (BCG). Esta é constituída por uma cepa atenuada não virulenta de bacilos do M. bovis. A imunização constitui-se primariamente de uma dose podendo ser aplicada logo após o nascimento, desde que o peso seja superior a 2 kg. Em relação aos HIV soro positivos esta só pode ser aplicada se não estiverem apresentando sinais e sintomas da doença. (VOLTARELLI, 2009). Castro e outros (2011) relatam que a OMS dentre outras organizações internacionais sugerem uma adoção de medidas de controle da TB mais eficientes, tendo inicio nos chamados “ambientes de risco”, que são definidos como os locais onde há elevada probabilidade de transmissão do M. tuberculosis, de pacientes para indivíduos saudáveis e para os próprios profissionais da saúde. Esta medida propõe a implantação de novos métodos de avaliação, controle, diagnósticos e tratamento, possibilitando a erradicação da doença. Escore, de acordo com o dicionário Aurélio (2000) significa: Resultado de uma partida esportiva expresso em números; placar; pontuação; contagem. Castro e outros (2011) em um de seus artigos afirmam que: O escore clínico também pode ser usado para seleção de pacientes a serem submetidos a testes de maior custo ou mais complexos como cultura para micobácteria, exames radiológicos do tórax e/ou outros ou testes moleculares. (CASTRO et al, 2011, p.1115). Para Netto (2001) o programa de controle da tuberculose no Brasil necessita de maior investimento em termos operacionais, como o Programa de Saúde da Família (PSF), onde se tem um importante contato com o paciente. Contudo, qualificar as informações epidemiológicas das doenças infecciosas, não apenas da TB, e principalmente intensificar a detecção dos casos, necessitando diminuir o percentual de abandono e aumentar o percentual de curas. 24 3 METODOLOGIA De acordo com o conteúdo e as diversas metodologias dos estudos descritos até o momento, sabe-se que a tuberculose apresenta perfis epidemiológicos variados em diferentes partes do mundo. O que muito se deve a transição econômica da sociedade no decorrer dos anos. 3.1 Tipo de Estudo Trata-se de uma pesquisa documental, exploratória e descritiva seguindo uma abordagem quanti/qualitativa das fichas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A definição de um estudo como exploratório se deve pela descrição das características, propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007). Segundo Gil (2007, p. 42), “as pesquisas cujo objetivo primordial é a descrição das características de determinada população ou fenômeno são denominadas pesquisas descritivas...”. De acordo com Richardson et al. (1999, p. 70) em relação à abordagem dos métodos quantitativos e qualitativos estes buscam a aproximação do positivismo e do compreensivismo com a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitando distorções das análises e interpretações. 3.2 Local do Estudo O presente estudo foi realizado no município de Paracatu-MG, cuja etimologia é de origem tupi que significa "rio bom", através da junção dos termos pará ("rio") e katu ("bom"). (NAVARRO, 2012). 3.2.1 Caracterização do município De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) de 2011 este se encontra situado no noroeste do estado de Minas Gerais a 220 km de Brasília - DF e a 498 km de Belo Horizonte - MG possui 25 uma população de aproximadamente 84.718 habitantes e conta com um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), onze unidades de ESFs (Estratégia de Saúde da Família), três centros de saúde, um hospital municipal, um hospital particular e dois postos de saúde. (IBGE, 2011). 3.2.2 Caracterização do Centro de Saúde Paulo V. Loureiro O presente estudo foi realizado no Centro de Saúde Paulo V. Loureiro conhecido como ESF do Bela Vista da cidade de Paracatu MG (Figura 1). A assistência prestada em Paracatu pelo SUS é dividida em níveis de complexidade, sendo os três centros de saúde do município voltados para os atendimentos de média complexidade. Este centro encontra-se localizado na Rua Máximiano Alves Campos, nº. 277, Bairro Bela Vista, o mesmo presta serviço ambulatorial contendo em suas instalações uma sala de curativos, uma de imunização e um consultório indiferenciado, tendo sete profissionais: cinco médicos e 2 outros profissionais não especificados. (BRASIL, 2011). Figura1 – Centro de Saúde Bela Vista Fonte: Fotos do autor 26 3.3 Delimitação do público Alvo O público alvo foi constituído de pacientes portadores de tuberculose de ambos os sexos atendidos no ESF do bairro Bela Vista nos anos de 2008 a 2011. O critério de inclusão no presente estudo consiste em ter sido notificado no SINAN e ter iniciado o tratamento para tuberculose no período de 2008 a 2011. Foram excluídos do estudo os pacientes que foram notificados após dezembro de 2011. 3.4 Instrumentos utilizados O presente estudo teve como instrumentos as fichas do SINAN (Anexo A) que se trata de um questionário padronizado nacionalmente para a notificação ambientais, e investigação clínicos, dos laboratoriais aspectos e socioeconômicos, comportamentais dos culturais, pacientes diagnosticados com alguma doença considerada endêmica a cada região e um questionário (Apêndice B) utilizado no auxilio da coleta destas informações (Figura 2). Após a realização desta análise documental, os dados coletados serão armazenados e demonstrados através do programa Microsoft Office 2007(Excel). Figura 2 – Instrumentos de pesquisa Fonte: Fotos do autor 27 3.5 Aspectos Éticos Todas as etapas deste estudo foram fundamentadas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, a qual garante ao (s) individuo (os) envolvido (os) na pesquisa à privacidade e o sigilo, que são alguns dos referenciais básicos da bioética. (BRASIL, 1996). Foi solicitada a autorização para a coleta de dados à Secretaria Municipal de Saúde do município de Paracatu-MG para o desenvolvimento da pesquisa mediante uma Declaração de Autorização para a coleta de dados (Apêndice A). 3.6 Desenvolvimento do Estudo Este estudo foi realizado no período de agosto de 2011 a junho de 2012, onde foram avaliados os pacientes diagnosticados com Tuberculose, no período de 2011, de ambos os sexos, no Sistema Único de Saúde (SUS) do município de Paracatu-MG. Este estudo foi realizado em duas etapas, sendo que na primeira foram analisadas as fichas do SINAN de cada paciente no Centro de Saúde Paulo V. Loureiro que possuem dados necessários para alcançar os objetivos propostos neste trabalho assim como: Sexo, faixa etária, local de residência, forma clinica, comorbidades relacionadas, esquema de tratamento, entre outros. Na segunda etapa foram realizadas as correlações dos dados e o armazenamento dos resultados obtidos em uma planilha do Programa Microsoft Office 2007(Excel) e processados utilizando-se o mesmo programa. Posteriormente, os resultados obtidos foram apresentados em forma de gráficos. Após o processamento dos dados, realizou-se a discussão dos resultados e as considerações finais do trabalho. 28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre o período de 2008 a 2011, segundo registros do Sistema Nacional de Agravos de Notificação, ocorreram 71 casos positivos de tuberculose, devidamente inscritos no Programa de Controle da Tuberculose do município de Paracatu, Minas Gerais. Mostrando uma redução do número de casos no decorrer dos anos, em 2008 foram 26 casos notificados enquanto em 2011 foram apenas 12 casos. O que provavelmente se deve a uma maior atuação por parte do programa saúde da família as comunidades em seu papel preventivo. Gráfico 1 – Resultados sobre o ano de notificação Gráfico 1: Ano de notificação 26 2011 2010 2009 2008 18 12 15 Fonte:Dados de pesquisa Dentre os 71 casos analisados neste período de 04 anos, 19 casos correspondiam ao sexo feminino e 52 casos ao sexo masculino. 29 Gráfico 2 – Resultados sobre o sexo dos pacientes Gráfico 2: Sexo 19 Sexo Feminino Sexo Masculino 52 Fonte: Dados de pesquisa A faixa etária predominante foi de 20 a 40 anos com 36 casos; seguida de 50 a 70 anos com 33 casos confirmados. De acordo com Miranda (2012) a TB atinge todos os grupos etários, sendo que aproximadamente 85% dos casos ocorrem em adultos (acima de 15 anos). Gráfico3 – Resultados sobre a faixa etária Gráfico 3:Idade 36 33 1 1 Menos de 20 anos 20 a 40 anos 50 a 70 anos Mais de 70 anos Fonte: Dados de pesquisa 30 A maioria dos pacientes dividem se em: casados (31 casos) e solteiros (21 casos), sendo que esta informação em 19 fichas foi ignorada. Em consideração ao numero de pessoas casadas como solteiras, o acompanhamento do paciente e da família por uma equipe de saúde se torna indispensável. Sendo que a transmissão da doença ocorre principalmente em ambientes fechados e por via aérea. A realização de exames nos familiares dos doentes torna-se necessário para o controle da doença. Oliveira; Natal e Chrispim (2012), resaltam em seu estudo a importância do acolhimento multidisciplinar dos pacientes e familiares para o sucesso do tratamento e adesão de medidas preventivas por estes. Gráfico 4 – Resultados referentes ao estado civil Gráfico 4: Estado Civil 31 21 19 3 1 Fonte:Dados de pesquisa Quanto aos tipos de ocupação passíveis de análise, os maiores números de casos foram entre aposentados (15 casos) e trabalhadores rurais (14 casos). O que demonstra relação direta com a predominância do sexo masculino sendo a população mais acometida por esta doença nos 4 anos de análise,devido a sua exposição pela ocupação. Santo; Santos e Moreira (2009) em seu estudo realizado em um hospital de São Paulo obteve resultados semelhante quanto ao sexo da população em estudo e divergências quanto à ocupação, mas isto se torna relevante devido à região de ambos os estudos. 31 Gráfico 5 – Resultados sobre a ocupação Gráfico 5: Ocupação 20 15 14 13 8 Aposentados Ignorado Donas de casa Trabalhador Rural Outros Fonte:Dados de pesquisa O número de pacientes residentes na zona urbana do município de Paracatu representou 47 dos 71 casos, sendo 10 casos rurais, 05 periurbanos e 09 tiveram esta informação ignorada no cadastro. Gráfico 6 – Resultados sobre a zona de residência Gráfico 6: Residência 47 10 9 5 Rural Urbano Periurbano Ignorado Fonte: Dados de pesquisa Dentre os 47 casos da zona urbana citados acima (figura 7), os bairros mais afetados por esta doença foram o Paracatuzinho com 12 casos, centro com 08 casos e Bom pastor com 06 casos. Já os bairros Bela Vista (I e II) e o 32 JK tiveram 03 casos e os demais bairros com menos de três casos foram englobados no item “outros”. Os bairros mais afetados com esta doença são alguns dos que possuem maior número populacional do município e consequentemente maior numero de instituições públicas e de ensino. O que se torna condizente com a literatura, pois atinge principalmente ambientes socialmente fechados (escolas, creches, postos de saúde, etc.), disseminando-se rapidamente. Gráfico 07 – Resultados sobre a localidade da residência na zona urbana Gráfico 7: Localidades da Zona Urbana 15 Outros Bela Vista 3 12 Paracatuzinho 6 Bom Pastor 8 Centro JK 3 Fonte: Dados de pesquisa Os pacientes que deram entrada como caso novo representou 56 casos, 08 foram por recidiva e 07 por motivo de abandono. Miranda (2012) ressalta em seu estudo que as maiores dificuldades encontradas para o controle da tuberculose tem sido a detecção de casos novos, recuperação dos abandonos e capacitação adequada do pessoal que trabalha no Programa. Em relação ao tipo de entrada Ferreira et al (2005) também descreve que a recidiva de tuberculose e a Tuberculose Pulmonar Multiresistente estão relacionadas com a existência de hábitos danosos à saúde e com a adesão ao tratamento. 33 Gráfico 08 - Resultados do tipo de entrada do paciente Gráfico 8: Tipo de Entrada Caso novo Recidiva abandono 7 8 56 Fonte:Dados de pesquisa De acordo com Hiijar citado por Campos et al (2001,p.64) a TB pulmonar bacilífera é a principal forma clinica encontrada no Brasil com cerca de 86% dos casos registrados anualmente. Sendo que entre as formas extrapulmonares de maiores percentuais estão as pleurais e as ganglionares, seguidas pelas geniturinárias; já as de menor percentual são as, ósseas e oculares. Gráfico 09 - Resultados da Forma clínica Gráfico 9: Forma Clínica 70 1 Pulmonar Extra Pulmonar Fonte: Dados de pesquisa 34 Dentre os 71 casos notificados apenas 32 possuem agravos relacionados, sendo estes dos mais variados tipos. Dos 32 casos, grande parte faz uso de álcool e/ou cigarro gerando um total de 17 casos, e os demais 15 casos se dividem entre insuficientes renais, respiratórios (DPOC) e cardíacos, hipertensos, usuários de crack, portadores de hipotireoidismo e HIV. FERREIRA et al (2005) verificaram que os principais fatores associados à tuberculose são o etilismo e tabagismo (20,6 %), tabagismo (19,8 %) e apenas etilismo (16,7 %).Sendo que tais achados reafirmam “a importância de uma história clínica pregressa de boa qualidade, que pode elucidar o diagnóstico e o estabelecimento do tratamento”. Gráfico 10 - Resultados dos agravos relacionados Gráfico 10: Agravos relacionados 32 Sim Não 39 Fonte:Dados de pesquisa O PPD não foi utilizado com regularidade para triagem dos pacientes, em 42 casos este não foi realizado e dos 29 casos em que foi utilizado, apenas 05 foram não reator e nos demais 24 casos foram reator forte. O teste tuberculínico possui relevada importância na detecção da infecção pelo bacilo e não na determinação da atividade da doença. Desta forma o resultado positivo, isoladamente, indica apenas uma infecção e não especificamente a doença tuberculose. (VENDRAMINE et al,2003). 35 Gráfico 11 – Resultados do teste tuberculínico Gráfico 11: Teste Tuberculínico Não Reator Reator Forte Não Realizado 5 24 42 Fonte:Dados de pesquisa O diagnóstico por imagem mais utilizado no diagnóstico da TB é o raioX,usado juntamente com o histórico clínico do paciente para o diagnóstico presuntivo. Dentre os 70 casos de TB pulmonar o estudo radiológico foi realizado em 53 pacientes, tendo como resultados 51 radiografias suspeitas e 02 normais, os 18 casos restantes não tiveram este exame realizado, incluindo o caso de TB extrapulmonar. Este resultado não é concernente ao estudo de Mascarenhas, Araújo e Gomes (2000), onde o exame radiológico do tórax, na população em pesquisa apresentou em sua maioria a forma pulmonar, sendo que destes apenas 1/3 se submeteu ao estudo radiológico das estruturas torácicas. Sendo uma situação aceitável, a partir da premissa de que um caso de tuberculose pulmonar pode ser confirmado quando o paciente apresenta, ao menos, duas baciloscopias positivas, anulando-se, nesse caso, a necessidade de um diagnóstico por imagem radiológica. . Porém o exame radiológico, em pacientes com baciloscopia positiva, tem como função principal, a exclusão de outra doença pulmonar associada, tornando relevante o resultado encontrado nos pacientes do município de Paracatu, já que parte destes possui agravos associados como tabagismo e a DPOC. 36 Gráfico 12 – Resultados sobre os raios-X do tórax Gráfico 12: Raio X 51 18 2 Suspeitos Não realizado Normal Fonte: Dados de pesquisa Segundo Marrone et al (1999),o tratamento supervisionado é importante para o sucesso do tratamento,pois reduz consideravelmente o índice de abandono, o qual gera um problema maior como disseminação da doença e a resistência a medicação habitual. O tratamento supervisionado foi realizado apenas em 6 casos do montante analisado,dentre estes há usuários de drogas licitas e ilícitas além de idosos com algum tipo de agravo.Dos 65 casos restantes, 49 fazem o tratamento auto administrado e 16 casos tiveram esta informação ignorada na ficha. 37 Gráfico 13 – Resultados sobre o tratamento supervisionado Gráfico 13: Tratamento Supervisionado 49 6 16 sim Não Ignorado Fonte: Dados da pesquisa A maior parte dos pacientes fizeram uso do esquema I de tratamento (Rifampicina,Hidrazida e Pirazinamida) direcionado aos casos novos. Dos 17 casos que utilizaram o esquema IR (esquema I + Etambutol) foi devido a agravos relacionados, no caso renal, além de pacientes que retomaram o tratamento após abandono ou por recidivas. Concordando com o próprio estudo, devido ao numero de casos novos notificados neste período de 04 anos. Gráfico 14 – Resultados do esquema de tratamento Gráfico 14: Esquema de tratamento Esquema IR 17 Esquema I 54 Fonte: Dados de pesquisa 38 O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde possui duração média de 06 meses, onde os dados obtidos demonstram tal seguimento com 40 casos, sendo que dos 12 casos que tiveram duração maior que 06 meses se deve ao completar o tratamento e esperar uma próxima consulta para dar alta ao paciente e até mesmo à falta do paciente a citada consulta. Os 05 casos que obtiveram de 01 a 03 meses de tratamento foi devido a 01caso de óbito, 01 transferência e 03 mudanças de diagnóstico. Os 14 casos com a informação ignorada foram devidos a 10 casos de abandono, 01transferencia e 03 ainda estarem em tratamento. Gráfico 15 – Resultados sobre o tempo de duração do tratamento Gráfico 15: Duração do Tratamento Ignorado 14 Mais de 6 meses 12 4 a 6 meses 1 a 3 meses 40 5 Fonte: Dados da pesquisa A perda de peso é um dos principais sintomas observados nos pacientes com tuberculose e este deve ser acompanhado durante os 06 meses de tratamento. Pois as doses dos medicamentos disponibilizados aos pacientes, devem ser baseados no peso do mesmo, tendo a dosagem dos comprimidos de cada um dos esquemas a serem utilizados regulados através deste acompanhamento. No presente estudo este acompanhamento foi realizado em 46 casos dos 71 notificados nestes 04 anos, dos 25 restantes, 15 casos tiveram o peso observado só no inicio do tratamento e os 10 casos restantes tiveram esta informação ignorada, isto ocorreu devido a diversos fatores como mudança de diagnóstico, transferência, óbito, tratamento em andamento e 39 abandono, mas também há casos de alta por cura e/ou completou o tratamento. Gráfico 16 – Resultados sobre o acompanhamento do peso Gráfico 16: Acompanhamento do Peso 46 Peso inicial/Final 15 Peso inicial Ignorado 10 Fonte: Dados da pesquisa Entre cura e termino do tratamento englobam se 46 casos, seguidos de 10 casos de abandono, 05 por óbito, 04 por mudança de diagnóstico e 03 por transferência para grandes centros de tratamento. Os resultados assemelham-se ao estudo de Mascarenhas; Araújo e Gomes (2000) onde as taxas de cura sobrepõem a de abandono e óbito na população estudada. Demonstrando avanço na adesão do tratamento pela população. 40 Gráfico 17 – Resultados em relação ao motivo da alta Gráfico 17: Motivo da Alta 5 Cura 10 Transferencia Mudança de Diagnostico 35 11 Completou tratamento Abandono 4 Obito 3 Fonte: Dados da pesquisa Recomenda-se, para o diagnóstico, a coleta de duas amostras de escarro: uma por ocasião da primeira consulta, e a segunda na manhã do dia seguinte, ao despertar. As duas amostras para baciloscopia com resultado positivo foram encontrados em 22 casos, sendo 20 casos apresentando baciloscopia negativa e nos 29 casos restantes o exame não foi realizado e/ou apresentou negatividade em uma das amostras, demonstrando coerência com a literatura. No trabalho de Hijjar,Oliveira e Teixeira (2001) ,cerca de 85% dos casos com forma clinica pulmonar, 60% apresentaram baciloscopia positiva e 25 % não obtiveram confirmação bacteriológica . 41 Gráfico 18 – Resultados das baciloscopias de escarro Gráfico 18: Baciloscopia de Escarro 1 1ª/2ª Positiva 2 1ª/2ª Negativa 22 26 Não realizado 1ª/2ª Positiva/Não realizada 1ª/2ª Positiva/Negativa 20 Fonte: Dados da pesquisa As baciloscopias de outro material normalmente são indicadas para suspeitos de TB pulmonar com negatividade ao exame direto do escarro, e para o diagnóstico de formas extrapulmonares. No estudo em questão 02 casos fizeram uso deste exame, tendo como matéria: o lavado brônquico e a urina. Gráfico 19 – Resultados das baciloscopias de outros materiais Gráfico 19: Baciloscopia de outros materiais 69 2 Positivo Não realizado Fonte:Dados da pesquisa 42 A sorologia de HIV foi realizada em 14 pacientes, sendo deste total, apenas um dos exames apresentou-se positivo. Os 57 casos restantes não realizaram este exame. O HIV tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento tem sido observado como o principal “fator determinante nas mudanças epidemiológicas da tuberculose, modificando o caráter da doença, de uma evolução crônica para aguda, podendo levar os pacientes ao óbito em poucas semanas”. (LEITE; TELAROLLI JR apud CAMPOS; PIANTA, 2001, p.67). Gráfico 20 – Resultados das sorologias para HIV Gráfico 20 : HIV 1 13 Positivo Negativo Não realizado 57 Fonte: Dados da pesquisa Alguns exames laboratoriais também indicados para auxilio diagnóstico da tuberculose como a cultura e o exame histopatológico não foram utilizados em nenhum dos 71 casos analisados neste estudo. 43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo está sujeito á limitações características aos estudos com dados secundários, onde muitas das questões analisadas neste trabalho não puderam ser aprofundadas devido à falta de dados nas fichas dos pacientes. Com os dados obtidos pode-se concluir que o perfil clínico, laboratorial e epidemiológico dos portadores de tuberculose atendidos no Sistema Único de Saúde do município de Paracatu-MG no período de 2008 a 2011 é semelhante ao perfil observado em âmbito nacional, apresentando suas particularidades como a baixa prevalência de HIV e o uso do PPD como método de triagem diagnóstica. A adesão do paciente é influenciada por diversas questões, que podem ser relacionadas aos serviços de saúde, à doença e ao próprio individuo. Sendo assim a resolução da tuberculose deve abranger desde os fatores de risco à patologia. De acordo com os resultados deste estudo, os homens são os mais afetados pela tuberculose devido ao estilo de vida que possuem. O tabagismo, etilismo, trabalho braçal em condições climáticas adversas o que os tornam propensos à doença. São de grande importância para o sucesso do tratamento do paciente portador de tuberculose, o acolhimento, o envolvimento dos profissionais do serviço de saúde, a conscientização do paciente e os familiares, medidas educativas quanto à prevenção da doença para toda a população. 44 REFERÊNCIAS ABBAS, Abul K.;LICHTMAN,Andrew H.;PILLAI,Shiv.Imunologia celular e molecular.6.ed,Rio de Janeiro:Elsevier Ltda,2008. 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Interpretação de exames laboratoriais. 8.ed.Rio de Janeiro:Guanabara Koogan,2011. . 48 APÊNDICES 49 APÊNDICE A: AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS PARA EXECUÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Oficio Paracatu, 22 de Março de 2012 Assunto: Autorização para coleta de dados para elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso Ilustríssimo Secretário Eurípedes Tobias, A Faculdade TECSOMA, ciente do seu relevante trabalho para com o Município de Paracatu, vem apresentar a aluna Débora Andrade Camargo, acadêmica do 8º período do Curso de Biomedicina da Instituição Faculdade Tecsoma – Paracatu - MG, e por meio deste solicitar ao Sr. Secretário a autorização para realização do Projeto de pesquisa de Conclusão de Curso com fins científicos, cujo tema “Perfil clínico,epidemiológico e laboratorial dos portadores de tuberculose submetidos a tratamento no Sistema Único de Saúde do município de Paracatu – MG no período de 2008 a 2011”. O presente estudo tem como objetivo caracterizar o perfil clínico, epidemiológico e laboratorial de pacientes diagnosticados com tuberculose através da análise das fichas de notificação, no período de 2008 a 2011 no ESF do bairro Bela Vista. Para a concretização deste trabalho, a acadêmica necessita coletar dados nos registros do SINAN, relativos aos pacientes portadores de tuberculose, sendo as variáveis catalogadas: sexo do paciente, nível de escolaridade, avaliação clínica e exames laboratoriais. Este trabalho não tem a intenção de denegrir valores, mas contribuir positivamente na continuidade da assistência desse público, também não visa lucros, nem irá gerar encargos ao município. Após sua conclusão e aprovação, a acadêmica se compromete a enviar uma cópia do mesmo a esta secretaria para apreciação. Desde já agradecemos pela atenção e contamos com sua colaboração. Colocamo-nos totalmente à disposição para demais esclarecimentos. Atenciosamente, _________________________ Cláudia Peres Coordenadora do curso de Biomedicina _____________________________ Débora Andrade Camargo Acadêmica do Curso de Biomedicina 50 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO Número da ficha individual de investigação: 1- Identificação 1.2 Sexo: ( )Masculino ( )Feminino 1.3 Data de nascimento: Idade: 1.4 Data da notificação 1.5 Estado Civil: 2- Dados epidemiológicos: 2.1 Residência: ( ) Urbano ( )Rural ( )Urbano/Rural Localidade: 2.3 Doença relacionada ao trabalho que realiza: ( ) Sim ( ) Não ( ) ignorado 2.4 Ocupação: 2.5 Tipo de entrada: ( )Caso novo ( )Recidiva ( )Transferência ( )Reingresso por abandono ( )Não sabe 3-Dados clínicos: 3.1 Forma clinica: ( )Pulmonar ( )Extra pulmonar ( )Pulmonar e extra pulmonar 3.1.1 Se extra pulmonar: ( ) Pleural ( ) Óssea ( ) Ocular ( ) Geniturinária ( ) Outras ( ) Não se aplica 3.2 Teste Tuberculínico: ( ) Não reator ( ) Reator fraco ( ) Reator forte ( ) Não realizado 3.3 Raio-X do Tórax: ( ) Suspeito ( )Normal ( ) Outra patologia ( )Não realizado 3.4 Agravos associados: ( )HIV ( ) Diabetes ( )Tabagista ( )Etilismo ( )Doença renal ( )Outros 3.5 Início do tratamento atual: 3.6 Drogas utilizadas: ( ) Rifampicina ( ) Isoniazida ( ) Pirazinamida ( ) Etambutol ( )Etionamida ( ) Estreptomicina ( )Outras 3.7 Tratamento supervisionado: ( ) Sim ( ) Não ( 3.8 Duração do tratamento: )Ignorado 51 3.9 Motivo da alta: 3.10 Peso inicial: Final: 4- Dados laboratoriais 4.1 Baciloscopia de escarro: ( ) Positiva ( ) Negativa ( ) Não realizada 4.2 Baciloscopia de outro material: ( ) Positiva ( ) Negativa ( ) Não realizada 4.3 Cultura de escarro: ( ) Positiva ( ) Negativa ( ) Em andamento ( ) Não realizada 4.4 Cultura de outro material: ( ) Positiva ( ) Negativa ( ) Em andamento ( ) Não realizada 4.5 Histopatologia: ( ) BAAR positivo ( ) Sugestivo de TB ( ) Não sugestivo de TB ( ) Em andamento ( ) Não realizada 4.6 HIV: ( ) Positivo ( ) Negativo ( ) Em andamento ( ) Não realizado 52 ANEXO 53 ANEXO A – FICHA DE NOTIFICAÇÃO