Reino Unido (Grã Bretanha e Irlanda do Norte)

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Reino Unido (Grã Bretanha e Irlanda do Norte)
1. DADOS GERAIS
O Reino Unido compreende as três nações que ocupam a ilha da Grã-Bretanha - Inglaterra, Escócia e País
de Gales - e a província da Irlanda do Norte, situada no nordeste da ilha da Irlanda, que é palco de um
prolongado conflito entre católicos e protestantes e atravessa complexas negociações de paz. Berço das
instituições parlamentares modernas e da Revolução Industrial, o Reino Unido encabeça, até o século XX,
um dos maiores impérios da história, alcançando os cinco continentes. A população é de 63,1 milhões de
habitantes.
Mantém atualmente relações estreitas com a maioria das ex-colônias por meio da Comunidade Britânica.
Membro do restrito grupo das nações mais ricas do mundo, o Grupo dos Oito (G-8).
Geografia - Área: 242.513 km². Hora local: +3h. Clima: Temperado oceânico. Capital: Londres. Cidades:
Londres (7.753.600), Birmigham (1.028.700), Leeds (787.700), Glasgow (588.500), Sheffield (547.000).
População: 62,4 milhões. Nacionalidade: britânica. Composição: ingleses 82%, escoceses 10%, irlandeses
2%, galeses 2%, outros 4%. Idiomas: inglês, galês, gaélico (Irlanda do Norte e Escócia). Religião:
Cristianismo. Governo: Monarquia Parlamentarista. Div. Administrativa: Inglaterra - 8 regiões divididas em
condados; Escócia 9 regiões e 3 zonas de autoridade insular; País de Gales - 8 condados; Irlanda do Norte 6 condados. Partidos: Trabalhista, Conservador. Legislativo: Bicameral - Câmara dos Lordes, com 1.290
membros; Câmara dos Comuns, com 659 membros. Constituição: Não há constituição escrita. Dotado de
avançado parque industrial e dinâmico setor de serviços, o Reino Unido resiste em adotar o Euro, moeda
única da União Europeia (UE), em substituição à libra esterlina, símbolo da nacionalidade britânica. O
Produto Interno Bruto (PIB) é US$ 2,4 trilhões.
2. DIVISÃO ADMINISTRATIVA
a) Inglaterra
Ocupa o centro e o sul da Grã-Bretanha e, historicamente desempenha papel preponderante no Reino
Unido. Seu nome vem dos anglos, tribo germânica que se estabelece na região no século V. A diversidade
étnica da atual Inglaterra origina-se de migrações de habitantes das ex-colônias britânicas, como indianos,
paquistaneses, africanos e caribenhos. Um dos principais centros financeiros do mundo, Londres é sede do
poder político do país desde o século XVIII. O inglês, língua originária da região é o idioma oficial e o
segundo mais falado no mundo, difusão devida em grande parte ao período de colonização britânica.
b) Escócia
Localizada no norte da Grã-Bretanha, a Escócia é dominada pelas Terras Altas, a principal cadeia
montanhosa do Reino Unido. Os escotos, de origem celta, chegam à região no século VI. Em 1314, no
reinado de Robert I (1306-1329), a região torna-se independente da Inglaterra. James VI da Escócia (James I
da Inglaterra) herda o trono inglês em 1603 e unifica as duas Coroas. Em 1707, Escócia e Inglaterra unem-se
politicamente num Parlamento, com sede em Londres. A autonomia escocesa volta a ser pleiteada no
século XX, na década de 1970. Em 1997, um plebiscito aprova a criação de uma Assembleia regional para
decidir sobre questões fiscais e administrativas. Economicamente, a Escócia se destaca na produção têxtil e
de bebidas de qualidade - o uísque é importante item de exportação.
c) País de Gales
Gales situa-se numa região montanhosa a oeste da Inglaterra. Mantém-se como reduto de povos celtas até
o século XIII. Em 1282, o rei inglês Edward I conquistou o território, seu filho Edward II, recebe o título de
príncipe de Gales, até hoje outorgado ao herdeiro mais velho do monarca britânico. No século XVI, o país é
anexado à Inglaterra e só amplia sua autonomia em meados do século XX. Um referendo em 1997 aprova a
instituição de uma Assembleia regional, responsável por questões domésticas. Gales é importante centro
minerador de carvão.
d) Irlanda do Norte (Ulster)
A província norte-irlandesa é a parte da ilha da Irlanda integrada ao Reino Unido. O restante da ilha
constitui a República da Irlanda, de maioria católica, que deixou a Comunidade Britânica em 1949.
3. ASPECTOS DA HISTÓRIA
As ilhas britânicas são ocupadas pelos celtas no século VIII A.C e vai até o século V, quando tribos
germânicas invadem a região, conquistada, no século VIII, pelos vikings. Em 1066, os normandos ocupam a
Grã-Bretanha. Em 1215, nobres ingleses impõem ao rei a Magna Carta, que limita seu poder em benefício
dos senhores feudais. Para tomar decisões, os monarcas têm de consultar o Parlamento, formado por
representantes do clero e da nobreza. Com a Guerra dos Cem anos (1337/1453), a Inglaterra perde
possessões na França e mergulha num violento conflito interno: a Guerra das Duas Rosas (1455/1485),
disputa pelo trono entre as famílias York e Lancaster. A paz é obtida por Henrique VII, que reina de 1485 a
1509. Ele inaugura a dinastia Tudor e restabelece a autoridade real sobre a nobreza e o clero. No trono de
1509 a 1547, Henrique VIII aproveita-se do fato de o Papa não autorizar seu divórcio e rompe com a Igreja
Católica. Apodera-se das propriedades do papado e funda a Igreja Anglicana, da qual se torna chefe.
a) Revolução Gloriosa
Divergências religiosas e tributárias levam o rei Charles I, no poder de 1625 a 1649, a dissolver o legislativo.
Uma rebelião na Escócia, em 1640, faz que ele convoque o Parlamento, que, no entanto, se recusa a votar
recursos para reprimir o movimento. O resultado é uma guerra civil entre as forças monárquicas e as
parlamentares, lideradas por Oliver Cromwell, que leva à proclamação da República em 1649, e à execução
do rei. A monarquia é restaurada em 1660, com Charles II, da família Stuart. Os novos soberanos tentam,
em vão, fortalecer o poder real. Em 1688, James II é deposto pela Revolução Gloriosa, que consolida a
monarquia constitucional. Em 1707, forma-se o Reino Unido, que agrupa Inglaterra, Escócia e País de Gales.
A Irlanda integra-se em 1801. A Revolução Industrial, no século XVIII, torna o país a maior potência
mundial. No governo da rainha Vitória (1837-1901) são conquistados territórios na África, na Ásia e na
Oceania.
b) Guerras Mundiais
O Reino Unido sai vitorioso da I Guerra Mundial, ao lado da França e dos EUA. Em 1939, tropas de Hitler
invadem a Polônia. O Reino Unido e a França, em resposta, declaram guerra à Alemanha. Em 1940, o
primeiro ministro Neville Chamberlain é substituído por Winston Churchill, que chefia um gabinete de
guerra formado por conservadores e trabalhistas. Duramente bombardeado pelos alemães, o país vence a
II Guerra Mundial aliado aos EUA e à União Soviética (URSS). Em 1945, Churchill perde a eleição para o
trabalhista Clement Atlee, que estatiza indústrias. Os conservadores voltam ao poder em 1951. No ano
seguinte, o rei George VI morre e é sucedido pela filha Elizabeth II. Liderados por Harold Wilson, os
trabalhistas retornam ao governo em 1964. Em 1970, o conservador Edward Heath torna-se primeiroministro, e, três anos depois, a nação ingressa na Comunidade Econômica Europeia (CEE), atual UE. Os
trabalhistas voltam ao poder em 1974 com Harold Wilson e, depois, James Callaghan.
c) Economia: O berço da indústria
Na Inglaterra, berço do Reino Unido, a tradicional Londres, capital do país e grande centro portuário do rio
Tâmisa, já foi considerada a capital econômica do planeta, quando, na segunda metade do século XIX, o
Império Britânico, tendo à frente a Rainha Vitória, viveu seu momento de apogeu. Além disso, as mais
antigas cidades industriais do mundo também são inglesas: Liverpool, Manchester e Birmingham. Desde o
século XVIII que a atividade industrial surgiu entre os ingleses, consequência do capital que eles
acumularam dominando o comércio marítimo, e da disponibilidade de carvão mineral, indispensável fonte
de energia para movimentar as primeiras fábricas do planeta.
O setor têxtil, utilizando como matéria-prima o algodão cultivado nas colônias, e a lã fornecida pelos
criadores de carneiro da Escócia, e a partir da metade do século XIX pela Austrália e Nova Zelândia, foi
indiscutivelmente o mais importante. Além disso, navios e máquinas a vapor em geral, fabricados pelos
ingleses, eram vendidos para todos os países do mundo, no final do século XIX e no início do século XX. As
ferrovias brasileiras foram construídas pelos ingleses, de quem comprávamos locomotivas e vagões, assim
como as primeiras máquinas industriais para implantação dos parques industriais de São Paulo e do Rio de
Janeiro. Por outro lado, eram os ingleses que serviam de intermediários na comercialização do nosso café,
ganhando assim vultosa soma de capital nessa intermediação.
E não parava aí a influência da Inglaterra no Brasil do passado. O cultivo do algodão no sertão nordestino,
até a década de 1870, foi estimulado inicialmente pela indústria têxtil inglesa, na sua crescente necessidade
de matérias-primas para o setor. No presente, dentre os segmentos da economia do Reino Unido, um dos
que ocupam maior destaque é a exploração de petróleo, obtido nas grandes reservas no mar do Norte,
onde atuam gigantescas multinacionais britânicas como a British Petroleum e a Shell (anglo-holandesa). De
forma crescente, o petróleo tem substituído o carvão mineral como fonte de energia, perante o
esgotamento da inúmeras minas carboníferas, principalmente as minas do País de Gales.
A indústria química também tem grande destaque, principalmente a Imperial Chemical Industry (ICI), assim
como alguns laboratórios farmacêuticos, e exemplo do Glaxo e do Welcome. O setor alimentício, com
inúmeras fábricas de biscoitos finos e bebidas, dentre as quais o uísque escocês é também referência
mundial. No entanto, o país vem perdendo terreno para concorrentes em setores tradicionais como o
têxtil, o siderúrgico e a indústria naval que, no passado, forneceu metade dos Na Inglaterra, berço do Reino
Unido, a tradicional Londres, capital do país e grande centro portuário do rio Tâmisa, já foi considerada a
capital econômica do planeta, quando, na segunda metade do século XIX, o Império Britânico, tendo à
frente a Rainha Vitória, viveu seu momento de apogeu. Além disso, as mais antigas cidades industriais do
mundo também são inglesas: Liverpool, Manchester e Birmingham. Desde o século XVIII que a atividade
industrial surgiu entre os ingleses, consequência do capital que eles acumularam dominando o comércio
marítimo, e da disponibilidade de carvão mineral, indispensável fonte de energia para movimentar as
primeiras fábricas do planeta.
O setor têxtil, utilizando como matéria-prima o algodão cultivado nas colônias, e a lã fornecida pelos
criadores de carneiro da Escócia, e a partir da metade do século XIX pela Austrália e Nova Zelândia, foi
indiscutivelmente o mais importante. Além disso, navios e máquinas a vapor em geral, fabricados pelos
ingleses, eram vendidos para todos os países do mundo, no final do século XIX e no início do século XX. As
ferrovias brasileiras foram construídas pelos ingleses, de quem comprávamos locomotivas e vagões, assim
como as primeiras máquinas industriais para implantação dos parques industriais de São Paulo e do Rio de
Janeiro. Por outro lado, eram os ingleses que serviam de intermediários na comercialização do nosso café,
ganhando assim vultosa soma de capital nessa intermediação. E não parava aí a influência da Inglaterra no
Brasil do passado. O cultivo do algodão no sertão nordestino, até a década de 1870, foi estimulado
inicialmente pela indústria têxtil inglesa, na sua crescente necessidade de matérias-primas para o setor. No
presente, dentre os segmentos da economia do Reino Unido, um dos que ocupam maior destaque é a
exploração de petróleo, obtido nas grandes reservas no mar do Norte, onde atuam gigantescas
multinacionais britânicas como como a British Petroleum e a Shell (anglo-holandesa).
De forma crescente, o petróleo tem substituído o carvão mineral como fonte de energia, perante o
esgotamento da inúmeras minas carboníferas, principalmente as minas do País de Gales. A indústria
química também tem grande destaque, principalmente a Imperial Chemical Industry (ICI), assim como
alguns laboratórios farmacêuticos, e exemplo do Glaxo e do Welcome. O setor alimentício, com inúmeras
fábricas de biscoitos finos e bebidas, dentre as quais o uísque escocês é também referência mundial. No
entanto, o país vem perdendo terreno para concorrentes em setores tradicionais como o têxtil, o
siderúrgico e a indústria naval que, no passado, forneceu metade dos navios lançados ao mar em todo o
mundo. Outra indústria que tem movimentado milhões de libras e influenciado boa parte do planeta é a
produção fonográfica. Desde o surgimento de fenômenos musicais como os Beatles e os Rolling Stones o
mundo não é mais o mesmo.
No embalo de Revolução Industrial também nasceu uma grande revolução cultural que rompeu com o
conservadorismo inglês e influenciou o comportamento dos jovens nas últimas quatro décadas. A segunda
região econômica do Reino Unido é a Escócia. Caracterizada pela presença de montanhas e lagos, ocupa a
parte norte da Grã-Bretanha. Como as montanhas dificultam a agricultura, que, por esta razão, se restringe
aos fundos dos vales, a criação de carneiro é a principal atividade rural desta região. Glasgow e Edimburgo
são as mais importantes aglomerações urbanas escocesas, em que se desenvolveram parques industriais e
centros de pesquisas que colocam os britânicos na vanguarda de algumas descobertas científicas da
atualidade.
d) Era Thatcher
Em 1979, os conservadores vencem as eleições, e Margareth Thatcher torna-se a primeira-ministra. Nos
anos 1980, a maior parte do setor público é privatizada, os sindicatos se enfraquecem e o desemprego
cresce. No mesmo período, o país descobre petróleo no mar do Norte. Em 1982, fortalecida pela vitória na
Guerra das Malvinas contra a Argentina, Thatcher vence novamente as eleições. Em 1984 e 1985 enfrenta,
sem fazer concessões, uma greve de mineiros que se estende por mais de um ano. Consolida, assim, o
apelido de Dama de Ferro e abre caminho para mais um sucesso eleitoral em 1987. A criação de um novo
imposto predial faz a opinião pública voltar-se contra Tatcher. Em 1990, ela renuncia e é substituída por
John Major, também conservador.
A partir da década de 1980, no governo Tatcher, grande parte das minas de carvão começou a ser
desativada. Muitas dessas antigas regiões industriais, no interior britânico, passaram a atravessar profunda
decadência econômica. As consequências sociais foram severas, havendo um preocupante aumento do
desemprego, da exclusão social e da segregação espacial em bairros pobres. Nessas regiões, têm crescido
as tensões e violentos conflitos entre ingleses empobrecidos ou mesmo desempregados e imigrantes
estrangeiros de origem asiática, africana e caribenha.
Vitória Trabalhista: Nas eleições de 1997, o Partido Trabalhista elege 418 parlamentares. Os
conservadores, após 18 anos no governo, conseguem apenas 165 cadeiras. É a sua maior derrota em nove
décadas. Tony Blair assume como primeiro-ministro. Proclamando-se líder de uma terceira via, entre a
social-democracia e o liberalismo, Blair reduz gastos sociais e, em 1998, anuncia cortes na Previdência.
Morte da Princesa Diana: Em agosto de 1997 morre, em um acidente de carro, em Paris, a princesa Diana,
divorciada desde 1996 do príncipe Charles, herdeiro do trono.
Política Externa: No plano externo, Blair leva o país a participar em 1998 dos bombardeios contra o Iraque
e do ataque da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em 1999, contra a Iugoslávia (hoje
dividida em Sérvia e Montenegro). Parlamentos autônomos são eleitos no País de Gales e na Escócia em
1999. No mesmo ano, a Câmara dos Lordes extingue o direito de voto da maioria dos lordes hereditários.
Os membros passam a ser escolhidos por partidos e por um comitê. Permanecem somente 92 por direito
hereditário. É o primeiro passo de reformas para o fim da categoria, que existe há mais de 700 anos.
4. O SÉCULO XXI
Guerra ao Terror: Os trabalhistas vencem as eleições de 2001. O Reino Unido participa da ofensiva dos EUA
no Afeganistão. Em 2002, norte-americanos e britânicos acusam o Iraque de possuir armas de destruição
em massa e invadem o país no ano seguinte, mesmo sem autorização da ONU. Dois anos depois, é
anunciado que o Iraque não possuía as armas.
Terceiro Mandato: Nas eleições parlamentares, realizadas em 2005, o Partido Trabalhista conquista nova
vitória. É a segunda reeleição de Tony Blair e a primeira vez que um líder trabalhista tem três mandatos
consecutivos como primeiro-ministro.
Terror: Em 7 de julho de 2005, um dia após Londres ser escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 2012,
um ataque terrorista deixa 54 mortos e 700 feridos. Quatro homens-bomba causam três explosões no
metrô e uma em um ônibus. Duas semanas depois, outras quatro explosões provocam susto, mas não
deixam vítimas. O governo reage com duras medidas antiterroristas. Em setembro, a rede Al Qaeda assume
a responsabilidade pelos atentados.
Jean Charles: Alguns dias depois, o brasileiro Jean Charles de Menezes é assassinado com sete tiros na
cabeça pela polícia britânica, numa estação de metrô em Londres. A alegação é que os agentes o
confundiram com um homem- bomba. Em 2006, o Ministério Público conclui que não há provas para tratar
o caso como assassinato e indiciar os policiais envolvidos na operação. Em 2009, a família faz um acordo
para receber uma indenização.
Novo Primeiro-Ministro: Uma semana após a derrota nas eleições locais de maio de 2007, Blair – o
trabalhista que permaneceu mais tempo no poder – anuncia sua renúncia como líder do partido e do cargo
de primeiro-ministro. Gordon Brown, ex-ministro da Economia, assume em seu lugar, em junho.
Recessão: Em outubro de 2008, a crise financeira mundial se agrava, e o primeiro-ministro Gordon Brown
aprova um pacote de 880 bilhões de dólares para resgatar o sistema bancário do país. No início de 2009,
Brown lança novo pacote de 750 bilhões de dólares para ajudar instituições financeiras. Em março, o banco
central reduz a taxa de juros para 0,5%, o menor nível em mais de 300 anos. Mesmo assim, o PIB do país cai
4,8% em 2009 – a maior queda anual desde 1931.
Retirada do Iraque: Apesar de manter o discurso de alinhamento com os Estados Unidos, Brown começa a
retirar, em março de 2009, os últimos 4,1 mil soldados britânicos na ocupação do Iraque. A retirada é
finalizada em abril.
Escândalo Político: Em 2009, um escândalo político mostra que parlamentares de todos os partidos
utilizam recursos públicos para pagar contas pessoais desde 2004. A crise leva à renúncia do presidente da
Câmara, Michael Martin, e de 11 membros do gabinete de Brown. O próprio primeiro-ministro é acusado
de pagar despesas pessoais com dinheiro público. Em julho, o Parlamento aprova lei que regulamenta os
gastos dos políticos no país.
Volta dos Conservadores: Depois de 18 meses em declínio, a economia do Reino Unido sai da recessão em
novembro. Enfraquecidos pela Guerra do Iraque, pela recessão e pelos escândalos políticos, os trabalhistas
são derrotados nas eleições parlamentares de maio de 2010 (veja a composição parlamentar em Dados
Gerais). O Partido Conservador sai vitorioso, mas não tem a maioria necessária para governar. Cameron
fecha acordo para uma coalizão de governo com o terceiro colocado, o Partido Liberal Democrata. É o
primeiro governo formal de coalizão no país em 70 anos. David Cameron torna-se o primeiro-ministro.
Austeridade: Em outubro, o governo anuncia o maior pacote de austeridade desde a II Guerra para tentar
combater o déficit público de 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB) – o limite recomendado pela UE é de
3%. As medidas incluem demissão de 490 mil funcionários públicos, redução de benefícios sociais,
enxugamento das Forças Armadas e elevação da idade mínima de aposentadoria de 65 para 66 anos.
Milhares de estudantes protestam em novembro contra o aumento de anuidades das universidades.
5. FATOS RECENTES
Os poderes da Assembleia do País de Gales são ampliados em março de 2011, após um referendo em que
63,5% dos eleitores aprovam o poder de legislar em 20 matérias sem ter de pedir o aval do Parlamento
britânico. Em maio, o Partido Nacionalista Escocês (SNP), no governo da Escócia desde 2007, vence as
eleições regionais, com 45,4% dos votos, e amplia sua bancada no Parlamento local.
Imigração: Nos últimos anos, o Reino Unido endurece as leis de imigração e reduz a emissão de vistos de
permanência para estrangeiros. A medida visa a conter o fluxo migratório para o país. Dados do Censo de
2011 mostram que a população aumentou em 3,7 milhões de habitantes na última década, mais da metade
desse crescimento por causa da imigração para o Reino Unido.
Protestos: Em 2011, o país é palco de inúmeras manifestações pacíficas contra as medidas de austeridade
do governo para combater o déficit público. Na maior delas, em março, centenas de milhares de pessoas
protestam em várias cidades.
Intervenção na Líbia: O Reino Unido é um dos promotores em março da intervenção da Otan na Líbia,
aprovada pela ONU. A ação militar resulta na queda do ditador Muammar Kadafi.
Casamento Real: O príncipe William, segundo na linha de sucessão do trono britânico, casa-se em abril com
Kate Middletton, em cerimônia acompanhada por milhões de telespectadores em todo o mundo.
Escândalo Na Mídia: Em julho, a empresa do magnata da mídia Rupert Murdoch fecha o tabloide News of
the World – jornal criado em 1843 e que era o de maior vendagem no Reino Unido –, depois de ter sido
revelado que ele contratou pessoas para grampear ilegalmente telefones de uma garota assassinada e de
celebridades britânicas. O escândalo abala a imagem do primeiro-ministro Cameron, já que um ex-editor do
jornal, um dos detidos no caso, era seu conselheiro de mídia até janeiro, quando deixou o cargo. Relatório
do juiz encarregado do caso sugere, em novembro de 2012, a criação de um órgão para autorregular a
imprensa.
Caso Assange: Em junho, Julian Assange, fundador do site de compartilhamento de documentos secretos
WikiLeaks, refugia- se na Embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, onde é
acusado de crimes sexuais. Em agosto, o Equador concede asilo político a Assange, abrindo crise
diplomática com o Reino Unido. Assange alega ser vítima de perseguição política e teme ser entregue aos
EUA, que podem julgá-lo por revelar milhares de documentos confidenciais da diplomacia norte-americana.
Até dezembro de 2013, Assange permanecia refugiado na embaixada equatoriana em Londres.
Referendo na Escócia: Os governos britânico e escocês chegam a um acordo em outubro sobre as normas
para a realização de um referendo sobre a independência da Escócia em 2014.
Economia: Após nove meses de recessão, a economia britânica volta a crescer no terceiro trimestre de
2012, com a ajuda dos investimentos estimulados pelos Jogos Olímpicos, realizados entre 27 de julho e 12
de agosto. Apesar da recuperação, milhares de pessoas participam em outubro de protestos nas ruas de
Londres, Belfast e Glasgow contra os cortes nos serviços públicos e aumento de impostos.
União Europeia: Cameron propõe em janeiro de 2013 a realização de um referendo, no fim de 2017, para
decidir se o Reino Unido deve continuar integrando a União Europeia. A aprovação do referendo só será
possível se os conservadores vencerem as eleições de 2015. A iniciativa é vista como uma estratégia
governista para deter o avanço do Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), que defende a saída do
país da UE e uma política mais dura de imigração. Analistas também apontam que Cameron estaria
forçando uma renegociação do tratado de fundação do bloco europeu, na tentativa de obter mais poderes
para os países membros.
Malvinas: Num referendo realizado nas Malvinas, em março, 98% dos eleitores votam a favor de manter as
ilhas sob controle britânico. A Argentina, que pleiteia a soberania do território, nega valor legal à consulta.
Nos últimos anos, a exploração de hidrocarbonetos na área marítima em torno das ilhas pelos britânicos
leva o governo argentino a lançar ofensiva diplomática pela soberania das Malvinas.
Morte de Thatcher: A ex-premiê Margaret Thatcher morre em abril, aos 87 anos, de causas naturais.
Afeganistão: Em julho, o governo afirma que até o fim do ano deverão permanecer no Afeganistão cerca
de 6 mil soldados, de um total de 9 mil em janeiro. A meta é retirar gradualmente todas as forças de
combate até 2014. Desde o início da intervenção liderada pelos EUA, em 2001, 445 soldados britânicos
morreram na guerra.
Herdeiro do Trono: A mulher do príncipe William, Kate Middletton, dá à luz em julho a George, que se
torna o terceiro na linha de sucessão do trono, depois do avô, príncipe Charles, e do próprio William. No
mesmo mês, o Reino Unido legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Síria: Em agosto, a Câmara dos Comuns rejeita moção enviada por Cameron pedindo aval para um ataque
militar na Síria após o uso de armas químicas contra civis nesse país. A decisão representa um duro golpe
contra o governo, já que o Reino Unido é o maior aliado dos Estados Unidos e vinha apoiando os planos
norte-americanos de atacar alvos do governo sírio, posteriormente suspensos.
Código de Mídia: Em outubro entra em vigor um órgão de regulamentação da mídia britânica elaborado
após o escândalo das escutas telefônicas, em 2011. O novo órgão estabelece um código de conduta para
preservar a privacidade dos cidadãos e não prevê censura prévia. Ele impõe multas e medidas
compensatórias no caso de descumprimento e será dirigido por pessoas sem vínculo com a imprensa e o
governo. A maioria das grandes empresas rejeita a fiscalização externa e anuncia que se
autorregulamentará.
COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE:
- Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014.
- AQUINO, JESUS, OSCAR. História das Sociedades Americanas. São Paulo: Ao Livro Técnico.
- www.w Atlas National Geografic, livros: 03 - Europa I. São Paulo: Ed. Abril, 2008.
- VESENTINI & VLACH. Geografia Crítica, vol 4. São Paulo: Ática, 2005.
- http//www.wikipedia.org
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