Dados: Fechamento em 17/03/2017. = Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 10/03/2017. SITUAÇÃO GLOBAL Novo aumento da taxa de juros nos EUA Seguindo política de gradual elevação da taxa de juros básica norte-americana, o Federal Reserve anunciou novo aumento de 0,25 p.p.. Com a medida, a taxa de juros vai a 1% a.a. Conforme esperado por agentes do mercado, foi anunciado novo aumento de 0,25 pontos percentuais da taxa básica de juros norte-americana. Embora a decisão em março tennha ocorrido antes do esperado, o Fed manteve o planejamento original de três aumentos em 2017. A manutenção do cronograma original contribuiu para resultados positivos nos mercados mundiais. O índice S&P teve aumento de 0,8%, o peso mexicano atingiu seu nível mais alto desde a eleição de Donald Trump e a bolsa brasileira teve alta de 2,3%.A Presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, disse que "a mensagem simples é que a economia vai bem". Com efeito, o FMI revisou para cima, em janeiro último, suas projeções de crescimento para a economia americana em 2017 (de 2,2% para 2,3%) e 2018 (de 2,1% para 2,5%). A taxa de desemprego é a mais baixa desde fevereiro de 2008. Elevação da taxa de juros em Hong Kong A medida visa a preservar a atratividade de HK para capitais internacionais, dada a elevação da taxa de juros dos EUA. A Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA) decidiu, na semana passada, pelo aumento da taxa de juros básica para 1,25% (aumento de 25 pontos). A medida era esperada, em função da política adotada de seguir a tendência da taxa de juros norte-americana e, assim, assegurar a permanência da paridade do dólar HK com o seu homônimo dos EUA (a moeda de Hong Kong flutua numa faixa entre US$ 7,75 e 7,85). A medida visa, também, a preservar a capacidade de HK continuar a atrair capitais internacionais – foram US$ 130 bilhões desde 2008, muitos dos quais poderiam retornar aos EUA na esteira da elevação da taxa de juros pelo Fed. Dirigentes da HKMA prevêem que a taxa de juros deverá ainda sofrer entre oito a nove aumentos até 2019. No entanto, o reflexo da decisão de hoje do HKMA não deverá, por ora, alterar o comportamento dos principais bancos comerciais operando na praça de Hong Kong (HSBC, Bank of China, Hang Seng Bank), que informaram que deverão manter o atual nível de suas taxas de empréstimo para os melhores tomadores (em torno de 5%). China registra déficit comercial em fevereiro de 2017 Déficit comercial da China em fevereiro surpreendeu mercados, que esperavam superávit de US$ 25,75 bilhões no mês. A China registrou déficit comercial de US$ 9,15 bilhões em fevereiro de 2017, contra superávit de US$ 28,2 bilhões em fevereiro de 2016. Trata-se do primeiro déficit comercial mensal desde 2014. As exportações chinesas cairam 1,3%, comparadas com fevereiro de 2016 e as importações aumentaram 38,1%. Em janeiro de 2017, a China havia registrado superávit de US$ 51,35 bilhões. Para analistas os dados refletem o aumento dos preços de commodities no início do ano, bem como possíveis distorções provocadas pelo feriado do Ano Novo chinês. REAÇÃO DA ESCÓCIA AO BREXIT Na semana passada, a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, anunciou o interesse em realizar novo referendo sobre a independência da Escócia do Reino Unido. A justificativa para a nova consulta, a dois anos apenas do último referendo, é a decisão do Governo britânico de se retirar da União Europeia – decisão que não conta com o apoio da Escócia. O grande ponto da discórdia é a data da consulta. Sturgeon quer que os escoceses regressem às urnas entre o outono de 2018 e a primavera de 2019 — ou seja, na reta final dos dois anos de negociações entre Londres e Bruxelas, em momento em que as opções sejam mais claras para o país e antes que seja tarde demais para uma escolha informada. O Governo britânico admite autorizar o referendo escocês, mas apenas depois de finalizado o “Brexit. De qualquer modo, não há garantia de que uma Escócia independente poderia aceder (ou reaceder) à UE, dada a resistência de países-membros, como a Espanha, a movimentos separatistas internos. As exportações escocesas para o Reino Unido são muito maiores do que para a UE, o que indica que seria mais vantajoso escolher o Reino Unido do que a UE. As exportações nacionais escocesas passaram de £27,7 bilhões em 2014 para £28,7 bilhões em 2015. Em 2015, o comércio da Escócia com os demais países do Reino Unido montou a £49,8 bilhões, contra £12,3 bilhões de fluxo comercial com o mercado interno da UE. No entanto, o principal parceiro econômico da Escócia são os Estados Unidos, e o mercado comunitário é oito vezes maior do que o mercado do Reino Unido, o que recomendaria, segundo alguns analistas, que a Escócia buscasse maior independência comercial. Segundo o pesquisador Gordon McIntyre-Kemp, a Escócia responde por 8,4% de participação na UE, mas recebe 17,4% de toda a despesa da UE com o Reino Unido. PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS "Why is growth better in the United States than in other industrial countries" (NBER) Apesar de as estatísticas oficiais indicarem que a taxa de crescimento real do PIB dos Estados Unidos caiu nos últimos anos, o crescimento ainda foi substancialmente maior do que o crescimento real na Europa e em outros países industriais, o que implica maior renda per capita real. No estudo do "National Bureau of Economic Research" dos Estados Unidos, são apontados dez fatores que justificariam essa situação: cultura empreendedora, apoio do sistema financeiro ao empreendedorismo, pesquisa universitária de ponta, ambiente trabalhista favorável, crescimento populacional, cultura e tributação que favorecem maiores jornadas de trabalho, independência energética, ambiente regulatório favorável, menor tamanho do Estado e federalismo competitivo. EUA Alemanha Japão Reino Unido <http://www.nber.org/papers/w23221> Principais Indicadores Econômicos (OCDE) O estudo da OCDE apresenta estatísticas comparativas, que oferecem um panorama dos recentes desenvolvimentos econômicos dos 35 países-membros da OCDE, da zona do Euro e para alguns relevantes países não-membros (Brasil, China, Colômbia, Costa Rica, Índia, Indonésia, Lituânia, Rússia e África do Sul). <http://www.oecd-ilibrary.org/economics/main-economic-indicators/volume-2017/issue-3_mei-v2017-3-en>