A APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS E SUA

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A APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
E SUA RELAÇÃO COM A ANATOMIA CEREBRAL
ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE
Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009
Elaine de Lourdes B. de Souza
RESUMO
Professor Orientador:
Dr. Sidnei Barreto Nogueira
Professora Colaboradora:
Ms. Renata Rodrigues
Curso:
Letras
FAC. ANHANGUERA DE SÃO CAETANO
Trabalho apresentado no Evento Interno de
Iniciação Científica - 2009.
O aprendizado de uma ou mais línguas depende de muitos
fatores. Muitas pesquisas, investigações e testes têm sido feitos
sobre este assunto e apontam que fatores como idade,
nacionalidade ou o meio ambiente em que os indivíduos
estejam inseridos são relevantes. Os estudos de Chomsky
(1998), linguista americano, sugerem que é possível para todos
aprender outra língua e que há uma gramática universal que
faz com que este conhecimento seja mais acessível. Outros
pesquisadores, como Skinner (1957), demonstram por meio dos
seus estudos que as pessoas precisam estar em contato com o
meio ambiente linguístico para aprender outra língua, ou seja,
elas precisam ser estimuladas. Pesquisas neurológicas
provaram que há mudanças e diferenças entre o cérebro de
pessoas que sabem mais idiomas das que sabem somente a
língua materna. Este artigo se baseia em estudos de
pesquisadores no assunto que estão empenhados em
demonstrar que o cérebro trabalha de acordo com os diferentes
tipos de conhecimentos linguísticos e extralinguísticos das
pessoas.
Palavras-Chave: cérebro; dificuldade; linguagem; aprendizado;
metacircuito.
Anhanguera Educacional S.A.
Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 2000
Valinhos, SP - CEP 13278-181
[email protected]
[email protected]
Coordenação
Instituto de Pesquisas Aplicadas e
Desenvolvimento Educacional - IPADE
Publicação: 10 de maio de 2010
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Trabalho realizado com o incentivo e fomento
da Anhanguera Educacional S.A.
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A aprendizagem de línguas estrangeiras e sua relação com a anatomia cerebral
1.
INTRODUÇÃO
Com o objetivo de cooperar com docentes das redes pública e particular que ministrem o
idioma estrangeiro, esta pesquisa apresenta pesquisas do funcionamento do cérebro na
área linguística, levando em consideração os estudos de renomados autores sobre a
facilidade ou não do ser humano aprender o idioma estrangeiro (CHOMSKY, 1998;
SKINNER, 1957; ANTUNES, 2002; VYGOTSKY, 2000; LADO, 1957). Apresenta também
pesquisas dirigidas por pesquisadores acerca da melhor idade para se aprender, o
funcionamento cerebral no processo de aprendizagem e por que alguns têm mais
facilidade no aprendizado que outros.
O cérebro das pessoas pode se comportar de maneiras diferentes de acordo com
sua exposição ao ambiente que as cerca ou as situações às quais são expostas.
O ambiente é importante ou todos nascem com uma compatibilidade inata para o
aprendizado?
Segundo alguns pesquisadores, as crianças têm mais facilidade de aprendizado
do que um adulto. Ainda há muito a ser pesquisado nesta área, porém este estudo aponta
algumas concepções importantes que devem se consideradas quando se leciona o idioma
estrangeiro. Muitas perguntas ainda não têm respostas, no entanto a ciência já avançou
muito no conhecimento do cérebro humano, mas isto ainda é quase nada diante de tantos
circuitos e ligações nervosas que o cercam.
2.
OBJETIVOS
Cooperar com professores de escolas estaduais e municipais quando no exercício de suas
funções.
Contribuir para o melhor aproveitamento do estudo do idioma estrangeiro nestas
escolas.
Apontar estudos em relação ao funcionamento do cérebro humano, de forma a
colaborar para o melhor entendimento entre professor e aluno.
Pontuar conceitos e estudos que já foram e têm sido feitos a respeito do assunto
numa abordagem científica e teórica.
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3.
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METODOLOGIA
Os estudos são desenvolvidos com base em leitura e análise bibliográfica. São utilizadas
várias fontes com suas devidas citações e opiniões a respeito do assunto abordado. São
abordadas pesquisas a respeito do funcionamento e desenvolvimento do cérebro humano
devidamente fundamentadas em estudos de pesquisadores da mente humana.
4.
DESENVOLVIMENTO
4.1. O Desenvolvimento Humano e o Cérebro – Aspectos Neuropsicológicos
Segundo Robert Lado 1957, o processo de desenvolvimento do ser humano é acelerado.
Quando nasce já sente emoções e comunica-se com outros seres ao seu redor. Já dentro do
útero materno o ser se movimenta, sente emoções que lhe são transmitidas pela mãe ou
por situações diversas vindas de fora do seu invólucro. Quando o bebê nasce inicia-se a
saga do ser humano para aprender tudo que possa como: experimentar sentimentos,
emoções, o descobrimento aos poucos dos cinco sentidos.
As crianças até aproximadamente 10 anos têm a capacidade de receber muitas
informações diferentes. A importância da aquisição linguística encontra-se no fato de ser
uma capacidade comunicativa, uma função básica para o convívio social e um dos fatores
que diferenciam o ser Humano dos outros animais.
Está claro que o pensamento e a linguagem possuem origens biológicas separadas; que
examinamos, mapeamos o mundo e reagimos a ele antes de aprender uma língua; e que
existe uma enorme esfera de pensamentos – nos animais ou nos bebês – muito antes da
emergência da língua (...) Um ser humano não é desprovido de mente ou mentalmente
deficiente sem uma língua, porém está gravemente restrito no alcance de seus
pensamentos, confinado, de fato, a um mundo imediato, pequeno 1 . (SACKS, 1998, p.52).
Machado (1988) e Sacks (1998) afirmam que o hemisfério direito e o hemisfério
esquerdo atuam na aquisição da linguagem. Estes dois pesquisadores concordam do
ponto de vista neurológico, que a aquisição da linguagem é algo muito mais complexo do
que a formação de metacircuitos específicos no hemisfério cortical esquerdo, mais
especificamente nas áreas associativas de Brocca e Wernicke.
Broca, 1861, descreve um paciente que tinha comprometida sua fala, mas sua
compreensão mostrava-se perfeita. Não havia problema na língua, cordas vocais, laringe
ou faringe. Hipótese: existência de uma área motora (motricidade e resposta verbal) para
fala - Área de Broca.
Wernicke, 1876, aos 26 anos, descreve uma alteração na compreensão das palavras e não
na escrita. Seguindo o modelo de Broca, surge a hipótese da área de Wernicke. Área da
1
Disponível em: http://www.geocities.com/centpsimw/psicling11.htm?20083.
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compreensão, da inteligência, do agrupamento e classificação das diferentes emoções 2 .
(BROCA, 1861; WERNICKE, 1876).
O hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo,
o lado direito.
Há mais de dois séculos os cientistas sabem que a linguagem e suas aptidões
para aproximadamente 98% das pessoas está localizada no hemisfério esquerdo. “Cada
uma das metades do cérebro percebe a realidade e trabalha de forma diferente os
estímulos recebidos” (ANTUNES, 2002). O hemisfério esquerdo é verbal e analítico e o
direito rápido, complexo, espacial, perceptivo e configuracional. Nenhum dos hemisférios
tem controle total em nenhum aspecto, eles trabalham juntos apesar de cada um ter suas
responsabilidades. O hemisfério direito na orientação espacial chama pelo esquerdo para
poder verbalizar as informações e conclusões e as envia para outras pessoas ou para a
memória.
4.2. A Língua e o Cérebro 3
Existe um tipo de prazo biológico, as chamadas “janelas” para que determinadas tarefas
sejam executadas. Essas janelas estão relacionadas ao desenvolvimento maturacional do
sistema nervoso. Hoje, sabe-se que o cérebro é muito plástico (capacidade intrínseca do
cérebro humano, que capacita o sistema nervoso a se adaptar a pressões ambientais,
mudanças fisiológicas e experiências) e mesmo com essa janela fechada o ser humano
pode aprender e desenvolver muitas habilidades.
Na neuropsicologia há um conceito de metacircuito, isto é, quando há
estimulação constante de certas regiões cerebrais são construídas vias neuronais dentro do
cérebro. Essas vias se fortalecem e se fixam, facilitando a recepção de novos estímulos.
Quando esta estimulação acontece dentro do prazo de uma das janelas neurológicas, com
intensidade e persistência suficiente, esse metacircuito se manterá potencialmente aberto
para sempre, mesmo sem estímulos. Se o contrário ocorrer, o metacircuito precisará de
constante estímulo para se manter ou então desaparecerá.
Uma pesquisa realizada no Reino Unido 4 e na Itália mostra imagens por
ressonância magnética funcional do cérebro, constatando que os bilíngues têm uma
densidade maior da chamada “massa cinzenta” na região cerebral conhecida como córtex
parietal inferior esquerdo.
Disponível em: www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=12&materia_id=233&materiaver=1
http://www.geocities.com/centpsimw/psicling1.htm?20083
4 Revista científica britânica ‘NATURE’, 2004.
2
3
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O grau de reorganização estrutural nessa região é modulado pela proficiência obtida e
pela idade de aquisição’, afirmam Andrea Mechelli e colegas do Depto. Wellcome de
Imageamento de Neurociência, de Londres, e da Fundação Santa Lúcia, de Roma, que
assinam o estudo. 5
Objetivou-se nessa pesquisa testar a densidade das massas cinzenta e branca do
cérebro. A massa cinzenta é composta principalmente por corpos celulares (cabeças) de
neurônios, e a segunda, pelas “caudas” de células nervosas. Chama-se branca por conter
mielina, um lipídio que ajuda a conduzir impulsos nervosos. Testaram primeiramente
nativos de língua inglesa.
Os pesquisadores recrutaram vinte e cinco monoglotas com pouca exposição a
línguas estrangeiras; vinte e cinco bilíngues precoces que aprenderam uma língua
européia antes dos cinco anos e continuaram a praticá-la; trinta e três bilíngues “tardios”,
que aprenderam outro idioma entre os dez e quinze anos. Todos os voluntários tinham
idades e educação semelhantes. Em relação à massa branca não houve alteração, mas a
densidade da massa cinzenta foi maior entre os bilíngues e maior ainda entre os bilíngues
“precoces”.
O segundo teste envolveu vinte e dois voluntários para quem o italiano era a
língua nativa e aprenderam inglês entre dois e trinta e quatro anos de idade. Suas
habilidades em leitura, escrita, compreensão e conversação foram testadas e os
pesquisadores descobriram que o grau de proficiência correspondia exatamente ao grau
de densidade da parte cinzenta no córtex parietal inferior esquerdo. Portanto, quanto
mais cedo se aprendia a segunda língua, maior o efeito sobre aquela área do cérebro. Já
era sabido por meio de estudos anteriores que essa região cerebral é ativada quando da
realização de tarefas como fluência verbal.
Não se sabe a causa da densidade maior, mas esses resultados levam às
crescentes evidências de que o cérebro humano se modifica estruturalmente conforme lhe
é exigido pelo meio ambiente, segundo os pesquisadores.
4.3. As raízes genéticas do pensamento e da linguagem
O estudo genético do pensamento e da fala revela que há muitas mudanças entre eles e
que não progridem paralelamente, mas cruzam-se várias vezes. Atividades como
balbuciar, chorar, risadas, sons sem articulação já são demonstrações aparentes de contato
social e emocional. Aos dois anos aproximadamente, as curvas de evolução do
pensamento e da fala unem-se para o início de uma nova forma de comportamento.
5
Revista eletrônica Nature, 2004. Disponível em: http://nature.com/nature/journal/v431/n7010/abs/431757a.html
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Quando a criança descobre que cada coisa tem seu nome, os pensamentos começam a ser
verbalizados por meio da curiosidade e a ampliação rápida do seu vocabulário.
Portanto, a fala não é descoberta sem o pensamento. 6
Para Piaget, a inteligência consiste em esquemas e estruturas possibilitando o
conhecimento. O pensamento verbalizado é o pensamento lógico conscientizado e fixado
pela palavra. De acordo com seus estudos a inteligência é uma condição à aquisição da
linguagem, pois é anterior a ela.
7
Segundo Robert Lado, 1957, estudantes no início da puberdade, ou antes, têm
mais dificuldade do que os mais velhos de adquirir sotaque nativo, mas os que começam
com mais ou menos quinze têm mais dificuldade na parte gramatical do que os que
começam mais cedo.
Crianças são mais abertas a atividades e aprendizado externo do que
adolescentes, mesmo que estes estejam em lugares restritos como escolas, demonstram
maior dificuldade para aprender o idioma estrangeiro. Mas isto não explica a rapidez com
que adolescentes aprendem em comparação a estudantes mais jovens; também não há
explicação porque adolescentes são melhores do que pessoas de meia idade sendo que
estes têm maior aceitação social. 8
4.4. Noam Chomsky
Avam Noam Chomsky (nascido em sete de dezembro de 1928) é um linguista americano,
filósofo, ativista político, autor, escritor e professor emérito de linguística no Instituto
Tecnológico de Massachussets.
Ele é conhecido como o criador da teoria da gramática gerativa, considerada uma
das mais significantes contribuições no campo da linguística do século XX. Ele também
ajudou no desenvolvimento e implantação da revolução cognitiva na psicologia por meio
da sua revisão do Comportamento Verbal de B.F. Skinner, na qual Chomsky desafiou o
conceito behaviorista para o estudo do comportamento e da língua dominante em 1950. A
sua concepção naturalista para o estudo da língua afetou a filosofia da linguagem e
mente. Chomsky se tornou conhecido mundialmente pela sua crítica e política ativista,
também pela crítica à política estrangeira dos Estados Unidos e de outros governos.
Vygotsky, 2000.
Faria, 2004.
8 Lado, 1957.
6
7
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O linguista Noam Chomsky apresentou a teoria da gramática transformacional.
Esta teoria tenta provar que uma sequência de palavras tem uma sintaxe que pode ser
caracterizada por uma gramática formal, um contexto livre de gramática com regras
transformacionais.
Há uma hipótese de que as crianças têm um conhecimento da estrutura
gramatical básica inerente a todas as línguas. Este conhecimento inato é constantemente
chamado de Gramática Universal. A discussão é em torno do modelo de conhecimento da
língua usando a gramática formal e isto conta para a produtividade da língua; com uma
gama limitada de regras e de termos, o ser humano é capaz de produzir um infinito
número de frases, inclusive frases que nunca tenha dito.
As idéias de Chomsky têm tido forte influência em pesquisas sobre a aquisição
da linguagem em crianças, embora alguns pesquisadores que trabalham nesta área não
concordem com as teorias dele.
Os teóricos se dividem entre a ênfase da natureza genética (Chomsky) e da
experiência no meio ambiente (Skinner), como sendo fatores importantes na aquisição do
idioma estrangeiro.
A gramática da língua é um conjunto de regras que ordenam os elementos,
fonemas e morfemas. Toda linguagem é linguagem já que permite comunicação.
Segundo Chomsky a língua é resultado de um estado inicial e da experiência. O
estado inicial é como um dispositivo de aquisição da língua; a experiência é um dado de
entrada e a língua um dado de saída. O estado inicial é comum à espécie; quem nasce na
Espanha fala espanhol, na Noruega fala norueguês, e assim por diante. Este estado inicial
é muito complexo na aquisição da língua, mas não exclui nenhuma língua que possamos
aprender.
9
4.5. Chomsky vs Skinner (inato ou adquirido)
Em seu livro Verbal Behavior (1957) Skinner elabora suas posições quanto ao behaviorismo
que fora construído com muito labor e dedicação, por meio de um trabalho experimental
amadurecido durante três décadas anteriores, com ótimos resultados.
Os conceitos behavioristas: estímulo, resposta, reforço, a generalização (uso de
metáforas); foram usados para explicar a aquisição e o emprego da linguagem no quadro
geral de uma teoria de aprendizagem.
9
Chomsky, 1968 e 1988.
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A aprendizagem de línguas estrangeiras e sua relação com a anatomia cerebral
O seu objetivo era claro e incluía a demonstração de que a fala deve ser
entendida como qualquer outro ato não reflexo, sujeita a probabilidade futura dos efeitos
de estimulação prévia sobre o organismo.
Chomsky contra-ataca. O universo do comportamento linguístico, mesmo
estritamente definido em termos de conduta verbal, desafia enfoques guiados pelo
condicionamento. A previsibilidade (prova cabal do controle externo) é impraticável em
várias situações (protocolos rígidos podem ser quebrados).
Skinner desconsidera o contraste entre a complexidade das condições
imprescindíveis à construção da mais simples sentença e a surpreendente rapidez com
que a criança adquire a língua materna.
Para o linguista norte-americano, Chomsky, a sua é a única alternativa capaz de
enfrentar as teorias da aprendizagem, apesar de admitir que a rede de circuitos neuronais,
através dos quais se materializa a faculdade da linguagem, permanece uma suposição,
mesmo que ele a entenda como absolutamente necessária.
5.
RESULTADOS
Os resultados obtidos foram muito significativos para o conhecimento e crescimento
científico. Descobrem-se novos caminhos e pode-se discutir a respeito de um assunto que
muitas vezes não é devidamente abordado no dia a dia do professor.
6.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se segundo leituras e pesquisas bibliográficas de pesquisadores reconhecidos que
as crianças têm mais facilidade no aprendizado do idioma estrangeiro.
Quanto mais se avança na idade, mais a janela fonológica se fecha; isto não
significa que não se possa aprender outras línguas, mas o aprendizado se torna cada vez
mais difícil havendo a necessidade de se exercitar o cérebro, assim como se exercita o
corpo.
Mas juntamente com essa teoria não se pode descartar o fato de que o convívio
num ambiente adequado ao aprendizado como escolas juntamente com um profissional
capacitado, o aprendizado do idioma estrangeiro é facilitado. De acordo com Chomsky,
todos têm o que se chama de gramática universal inata.
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Embora ainda existam várias incógnitas a respeito do cérebro humano, muito já
foi estudado e descoberto como, por exemplo, que existem diferenças no comportamento
do cérebro entre pessoas monolíngues e bilíngues.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. O lado direito do cérebro e sua exploração em aula. Editora Vozes, 2002.
BRAGHIROLLI, Elaine M.; BISI, Guy P.; RIZZON Luiz A.; NICOLETTO, Ugo. Psicologia Geral.
20.ed. Editora Vozes, 2001.
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<http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=12&materiavr=1>. Acesso em: 03 ago.
2009.
CAMPOS, Shirley. Neurologia/Neurociências, Bilíngues têm massa cinzenta mais densa.
Disponível em: <http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/13127>. Acesso em: 18 jun.
2009.
CHOMSKY, Noam. Linguagem e Mente – Pensamentos atuais sobre antigos problemas. Ed. UnB,
1998.
FARIA, Anália Rodrigues. O Pensamento e a Linguagem da Criança segundo Piaget. Ed. Ática,
1994.
LADO, Robert. Linguistics across cultures – Applied Linguistic for Language Teachers. (Ann
Arbor – The University of Michigan Press), 1957.
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<http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=12&materiavr=1>. Acesso em: 03 ago.
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