faculdade assis gurgacz

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FACULDADE ASSIS GURGACZ
AVALIAÇÃO DO NÍVEL SÉRICO DE ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO
(PSA) EM HOMENS DA CIDADE DE CORBÉLIA–PR.
CASCAVEL
2013
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FERNANDA LUDOVICO STEFANELLO
AVALIAÇÃO DO NÍVEL SÉRICO DE ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO
(PSA) EM HOMENS DA CIDADE DE CORBÉLIA–PR.
Trabalho de conclusão de curso
apresentado
a
Faculdade
Assis
Gurgacz, FAG, curso de Farmácia.
Prof. Orientador: Claudinei Mesquita
da Silva.
Prof.ª coorientadora: Leyde Peder.
CASCAVEL
2013
2
FERNANDA LUDOVICO STEFANELLO
AVALIAÇÃO DO NÍVEL SÉRICO DE ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO
(PSA) EM HOMENS DA CIDADE DE CORBÉLIA–PR.
Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação do Professor
Claudinei Mesquita da Silva.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________
Claudinei Mesquita da Silva
Mestre
_______________________________
Emerson da Silva Machado
Especialista
_______________________________
Maria das Graças Hirata Takizawa
Mestre
Cascavel, 01 de Novembro de 2013.
3
DEDICATÓRIA
De nada adiantariam as vitórias se não
tivéssemos com quem compartilhar. Dedico
esse trabalho àqueles que me deram a vida e
uma família maravilhosa. É por vocês que
cheguei até aqui, e é por vocês que seguirei
em frente.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por me dar o dom da vida, por guiar meus
passos em todas as circunstâncias e principalmente por me conceder uma família
perfeita.
Aos meus pais, faltam palavras para expressar toda admiração e amor que
sinto. Com vocês eu aprendi o valor do respeito e da humildade. Obrigada por tudo o
que fazem por mim, se hoje alcanço essa conquista é graças a vocês.
As minhas queridas irmãs, Débora um anjo na minha vida com quem eu
aprendi que a felicidade se encontra nas pequenas coisas e Vanessa que sempre
me incentivou a me dedicar aos estudos.
Nesses quatro anos de curso a trajetória não foi fácil, mas com certeza seria
ainda menos sem a presença dos excelentes mestres que tivemos, os quais foram
além de professores, tornaram-se nossos conselheiros, nos corrigindo quando
necessário e nos motivando a sermos alunos e também pessoas melhores.
Gostaria de agradecer em especial aos coordenadores Patrícia e Giovane, pela
dedicação com que levam o curso buscando sempre o melhor para a nossa
formação acadêmica, ao meu orientador Claudinei e coorientadora Leyde, pelo
auxílio e paciência durante todo esse ano. Aos professores Emerson, Graça, Josnei
que sempre demonstraram amor pela profissão Farmacêutica, fazendo com que nos
orgulhássemos do curso escolhido, e aos demais que também contribuíram para o
nossa formação.
A faculdade proporcionou muito aprendizado e também grandes amizades, as
quais eu sou imensamente grata. Gostaria de agradecer a minha amiga de infância
Thais, há quem eu muito admiro, pela amizade e companheirismo, juntas
enfrentamos os desafios e dificuldades desde o primeiro dia de aula até hoje. As
queridas, Monise, Yáskara, Rafaela e Silvana, amigas verdadeiras que dividiram
comigo as tristezas e alegrias, tornando o dia a dia mais agradável. Vocês fizeram
com que tudo valesse a pena, as levarei para sempre no meu coração. Agradeço
também ao meu amigo Vinícius, pela parceria e amizade durante a faculdade.
Aos colegas de sala e futuros colegas de profissão, gostaria de agradecer pela
convivência, companheirismo e parceria nesses quatro anos. Desejo que todos
alcancem o sucesso e se realizem profissionalmente.
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Em relação à pesquisa realizada gostaria de agradecer ao Laboratório Biovel,
em especial ao Farmacêutico Deivis Junior Paludo, o qual cedeu espaço e forneceu
dados para o desenvolvimento do trabalho. As funcionárias do posto de coleta em
Corbélia, Paula e Gisele, que me auxiliaram na seleção dos voluntários da pesquisa.
E principalmente aos pacientes voluntários que foram essenciais para a realização
do estudo.
Enfim, a todos que de uma forma ou de outra me ajudaram e torceram para
que esse momento pudesse se realizar o meu Muito Obrigada!
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SUMÁRIO
1. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................... 7
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 23
2. ARTIGO CIENTÍFICO.......................................................................................... 29
NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA..................................................................... 44
7
1. REVISÃO DA LITERATURA
ENVELHECIMENTO
Na atualidade o envelhecimento vem sendo um tema amplamente debatido,
levando em consideração a grande preocupação com a garantia da qualidade e o
aumento da expectativa de vida. A Organização das Nações Unidas (ONU)
considera o período de 1975 a 2025, a Era do Envelhecimento, expressa que em
países em desenvolvimento o aumento da população idosa no período de 1970 a
2000 foi de 123% enquanto nas nações desenvolvidas foi de 54% (SIQUEIRA et al.,
2002).
Os grupos etários de menores de 20 anos apresentam uma diminuição
absoluta no seu contingente. O crescimento absoluto da população do Brasil nestes
últimos dez anos se deu principalmente em função do crescimento da população
adulta, com destaque para o aumento da participação da população idosa. Em 1991
a população com 65 anos ou mais, representava 4,8% passando a 5,9% em 2000 e
chegando a 7,4% em 2010 (IBGE, 2010).
No nosso país o envelhecimento ocorreu de forma lenta. No inicio do século
20, um brasileiro vivia em média 33 anos. Já em 2011 a expectativa aumentou para
os homens de 70,6 anos, e para as mulheres 77,9 anos (IBGE, 2011).
Neste contexto a idade avançada é correlacionada com a predisposição a
inúmeras doenças, determinando essa, a população que mais consome os serviços
de saúde. A ocorrência de um maior número de doenças crônicas no
envelhecimento se deve pelo aumento dos riscos de incidência de inúmeras
patologias, acarretadas pelo próprio processo biológico ou por longo tempo de
exposição a agentes patógenos (LENARDT et al., 2005).
Com o aumento da idade a fisiologia do organismo é afetada, a exposição
mais prolongada resulta no aparecimento de anormalidades e doenças como o
câncer de pele devido à exposição solar acumulativa. Grande parte da exposição
solar da vida é recebida antes dos 20 anos, e ainda assim os cânceres resultantes
surgem décadas depois. Como também a doença renal policística, que é uma
condição hereditária que não aparece antes da idade já bem adulta, a passagem do
tempo e não o envelhecimento é o fator chave (GOLDMAN e AUSIELLO, 2005).
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O envelhecimento fisiológico pode alterar a maneira como certas doenças
surgem. A função pulmonar de um indivíduo sadio de 70 anos de idade corresponde
cerca de 50% de um de 30 anos de idade. A função renal diminui geralmente 50%
ou mais por volta dos 70 anos de idade. Essa falta de capacidade de reserva
fisiológica não afeta a função do dia a dia, mas pode interferir com a capacidade de
recuperação de uma doença extrema. Essas alterações nas células aumentam a
sua susceptibilidade à transformação maligna como no caso do câncer (CA),
considerado uma das doenças mais temidas atualmente (GOLDMAN e AUSIELLO,
2005).
O CÂNCER
O conjunto de características morfológicas e moleculares das neoplasias é
suficientemente específico para classificá-las como uma classe distinta de lesões.
Entretanto, diferenças de comportamento biológico, morfológico e os reflexos
clínicos de seus efeitos nocivos para o hospedeiro permitem a divisão em neoplasias
benignas ou malignas. O tumor benigno corresponde a uma massa localizada de
células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original
geralmente não ocasionando um risco a vida (FRANCO et al., 2010).
O CA pode ser caracterizado como um conjunto de mais de 100 doenças que
têm em comum as alterações genéticas das células com um crescimento anormal e
desordenado, invadindo outros tecidos e perdendo sua função original. Através da
rápida divisão das células, a ação tende a ser muito agressiva e incontrolável,
provocando a formação de tumores bem como neoplasias malignas (INCA, 2010).
As causas dessa doença ainda não estão totalmente esclarecidas, mas
acredita-se que as neoplasias são decorrentes de mutações genéticas espontâneas
ou induzidas por agentes patógenos como metais, radiações, radicais livres do
oxigênio, inflamações crônicas e xenobióticos como o tabaco, álcool e pesticidas,
que podem promover a desordem no ciclo celular, acarretando no excesso na
multiplicação das células e falha no mecanismo de morte celular. Resultando então
na formação de agrupamentos de células neoplásicas, responsáveis pela doença
(FERRARI e TORRES, 2002).
Para a garantia da integridade e funcionalidade de um determinado tecido, é
necessário o equilíbrio entre a proliferação e a morte celular, o qual é conferido
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através de um complexo sistema de sinalização intra e extracelular. Quando isso
não ocorre, as células passam a se proliferar de forma anômala, formando uma
massa de células desordenadas que constituem um tumor primário. Com a
progressão do tumor, algumas células perdem a capacidade de adesão, invadem a
membrana basal do tecido de origem através da produção de enzimas proteolíticas,
atravessam a parede dos vasos sanguíneos, caem na circulação formando áreas de
proliferação em outros tecidos denominadas metástases (FERREIRA e ROCHA,
2004).
O processo de formação de um câncer é denominado carcinogênese, estudos
nessa área demonstraram que durante seus três estágios: iniciação, promoção e
progressão ocorrem um acúmulo de mutações no DNA celular, principalmente nos
genes que garantem a ordem da divisão celular e naqueles que corrigem erros na
replicação do material genético. Através de técnicas avançadas, cientistas
concluíram que é necessário ocorrer 11 mil mutações para que uma célula normal
do revestimento do cólon intestinal se torne cancerosa (BELIZÁRIO, 2002).
Nas últimas décadas, centenas de genes associados às neoplasias foram
descobertos. Alguns como p53, estão comumente modificados, outros tal como o cABL, está alterados apenas em algumas leucemias. Cada gene de câncer apresenta
uma função específica, cuja desregulação contribuiu para a origem ou progressão
da malignidade. A descrição dos genes causadores de câncer é feita com base na
sua função presumida. Porém é importante considerar os genes relacionados com o
câncer no contexto de sete alterações fundamentais na fisiologia celular que juntas
determinam o fenótipo maligno: autossuficiência nos sinais de crescimento,
insensibilidade aos sinais inibidores do crescimento, evasão da apoptose, defeitos
no reparo do DNA, potencial infinito de replicação, angiogênese mantida e
capacidade de invadir e sofrer metástase (KUMAR et al., 2005).
A neoplasia maligna é uma doença grave de grande importância pela sua alta
incidência e mortalidade, em 2008 foi responsável por 7,6 milhões de mortes, cerca
de 13% de todas as mortes no mundo. Os que causaram a maioria das mortes
foram os cânceres de mama, pulmão, colorretal, estômago e próstata. As regiões
menos desenvolvidas são as mais afetadas tanto em termos de incidência com 56%
quanto de mortalidade com 63% (WHO, 2008).
Dessa maneira essa patologia vem se tornando cada vez mais comum, por
atingir muitas pessoas, convertendo-se em um amplo problema de saúde pública
10
mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que no ano de 2030,
podem-se esperar 27 milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes
por câncer e 75 milhões de pessoas vivas, anualmente, com a doença, incidindo
principalmente em países de baixa e média renda (INCA, 2012).
Para o ano 2012 e 2013 no Brasil, estima-se a ocorrência de aproximadamente
518.510 casos novos de câncer, reforçando a dimensão do problema do câncer no
país. Sem os casos de câncer da pele não melanoma, estima-se um total de 385 mil
casos novos. Os tipos mais incidentes serão os de pele não melanoma, próstata,
pulmão, cólon e reto e estômago para o sexo masculino; e os cânceres de pele não
melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto e glândula tireoide para o sexo
feminino (INCA, 2012).
Nesse sentido o Ministério da Saúde criou ações e programas que visam à
prevenção da doença, como: O programa de controle do câncer do colo do útero,
câncer de mama, tabagismo, expansão da assistência oncologia, programas de
qualidade em radiações ionizantes e programa de transplante da medula óssea,
somando atitudes que contribuem para a diminuição dos índices relacionados com a
patologia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
Entre as diferentes apresentações, o câncer de próstata é a neoplasia maligna
mais incidente entre os homens brasileiros, com um número de 60.180 casos novos
de câncer da próstata esperados no ano de 2012, correspondendo a um risco
estimado de 62 casos novos a cada 100 mil homens (INCA, 2012).
Devido à maior prevalência em idosos constitui uma preocupação de saúde
muito importante quando se considera o significativo aumento da expectativa de vida
da população (DINI e KOFF, 2006).
NEOPLASIA PROSTÁTICA
O câncer da próstata tornou-se um problema de grande relevância em saúde
pública nas últimas décadas, pois é a doença maligna mais comum do homem nos
EUA e a segunda causa mais comum de morte por câncer (CALVETE, 2003).
São duas as formas básicas do câncer de próstata: o histológico também
denominado latente e o clínico conhecido como invasivo. Em estudos de autópsia, a
forma latente está presente em 30% dos homens acima de 50 anos (RHODEN et al.,
2004).
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A próstata, é a maior glândula acessória do sistema reprodutor masculino,
circunda a uretra prostática, abaixo da bexiga. Em sua parte superior, a base da
próstata é contígua com o colo da bexiga; inferiormente, o ápice une-se ao
diafragma urogenital. A uretra prostática forma um ângulo no colículo seminal, a
união com os dois ductos ejaculatórios. Com o envelhecimento a próstata aumenta
de tamanho e desenvolve uma anatomia zonal característica (GOLDMAN e
AUSIELLO, 2005).
É dividida em cinco lobos, aos quais é atribuída grande importância no
desenvolvimento de tumores e aumentos benignos. No adulto, o parênquima
prostático divide-se em quatro zonas ou regiões biológicas e anatomicamente
distintas: periférica, central, transicional e periuretral (COTRAN et al., 2000).
É formada principalmente de musculatura lisa, tecido fibroso e glândulas, a
secreção destas juntamente com a das vesículas seminais constituem o volume do
líquido seminal. A secreção das glândulas é lançada diretamente na porção
prostática da uretra através de numerosos ductos prostáticos e confere o odor
característico ao sêmen (DÂNGELO e FANTINI, 2005).
FATORES DE RISCO
Observa-se que na maioria das vezes os fatores de risco para o câncer de
próstata são desconhecidos e inevitáveis. Porém dois itens que apresentam certa
concordância ao aumento do risco de desenvolvimento do câncer de próstata são a
idade e o histórico familiar (GOMES et al., 2008).
A idade é um dos principais marcadores de risco, tanto a incidência quanto a
mortalidade aumentam exponencialmente após 50 anos (INCA, 2002).
Cerca de 70% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados em
pacientes com idade superior a 65 anos, sendo apenas 0,1% dos casos diagnosticados antes dos 50 anos de idade (ABAZA, 2006).
Estima-se que aos 80 anos, cerca de 50% dos homens sejam atingidos pelo
câncer de próstata, dessa forma, é importante considerar o risco de desenvolver a
doença aumenta à medida que o homem envelhece (LOEB e SCHAEFFE, 2009).
A herança genética também parece contribuir para o surgimento da doença,
indivíduos cujos pais ou irmãos tenham tido câncer de próstata apresentam maior
risco de desenvolvê-la (WAITZBERG, 2004).
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Segundo Srougi (2005), os riscos aumentam de 2,2 vezes quando um familiar
de 1º grau é acometido pelo problema, de 4,9 vezes quando dois familiares de 1º
grau são portadores do tumor e de 10,9 vezes quando três familiares de 1º grau têm
a doença. Nos casos de histórico familiar, recomenda-se que os homens façam
exames preventivos a partir dos 40 anos.
A incidência e a taxa de mortalidade são maiores em negros do que em
brancos norte-americanos e vem aumentando com o decorrer do tempo. No Brasil, o
carcinoma clínico da próstata também é mais comum em indivíduos negros ou
pardos (BOGLIOLO, 2000).
Pesquisas epidemiológicas determinaram que a doença é 10 vezes mais
comum em norte-americanos do que em japoneses que residem no Japão. No
entanto, a frequência, se torna a mesma quando os japoneses passam a residir nos
EUA, indicando que são fatores ambientais ou dietéticos, e não a hereditariedade,
os responsáveis pelo fenômeno (SROUGI, 2003).
Segundo Fagundes e colaboradores, um ambiente em que haja pouca
exposição ao sol também é considerado um fator de risco para desenvolvimento do
câncer de próstata. Homens que vivem no sul têm menor chance de ir a óbito por
câncer de próstata do que homens que vivem no norte, baseado na teoria que a
exposição à irradiação ultravioleta do sol tem efeito protetor contra o câncer de
próstata (FAGUNDES et al., 2002).
Em locais mais frios, onde os homens recebem menor irradiação solar, casos
dessa doença costumam ser mais frequentes, vários experimentos científicos
demonstraram que a vitamina D, sintetizada somente quando nosso organismo é
exposto ao sol, inibe a multiplicação de células cancerosas da próstata (SROUGI,
2003).
O fumo, o consumo de álcool, a presença de vasectomia e atividade física
foram excluídos como fatores de risco (GRONBERG, 2003).
SINTOMATOLOGIA
Dos pacientes com o diagnóstico de câncer de próstata na sua apresentação
inicial, 58% têm câncer localizado, 15% têm envolvimento regional e 16% têm
metástases à distância, a maioria assintomática ou com sintomas de obstrução
urinária baixa (CALVETE et al., 2003).
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O desenvolvimento de sintomas miccionais obstrutivos como, hesitação, fluxo
urinário intermitente, perda de força do fluxo, reflete geralmente a presença de
doença localmente avançada com crescimento para a uretra ou colo cervical, apesar
destes sintomas serem idênticos aos encontrados na hipertrofia prostática benigna.
Os tumores localmente podem resultar em hematúria ou hematospermia
(GOLDMAN e AUSIELLO, 2005).
O câncer de próstata com disseminação para os linfonodos pélvicos pode
ocasionalmente dar origem a edema das extremidades inferiores ou desconforto nas
áreas pélvicas e perineais. As metástases ocorrem na maioria das vezes para os
ossos, onde são frequentemente assintomáticas, mas também podem causar dor
intensa e persistente. A multiplicação neoplásica óssea pode resultar em fraturas
patológicas ou compressão da medula óssea (GOLDMAN e AUSIELLO, 2005).
Em estágios avançados, sinais e sintomas relacionados à invasão local, tais
como hematúria (invasão da bexiga) ou mesmo obstrução ureteral, com
consequente hidronefrose e uremia ou, menos frequentemente, sangramento retal
decorrente de invasão retal podem ser observados. Embora a hemospermia
(presença de sangue no esperma) não seja uma manifestação característica do
câncer de próstata, a sua ocorrência em indivíduos acima de 50 anos deve levar o
clínico a pensar nesta possibilidade diagnóstica (RHODEN e AVERBECK, 2010).
Nos casos de doença metastática a dor óssea e as fraturas patológicas são
manifestações prevalentes, entretanto, um terço dos pacientes com metástases
ósseas
podem
estar
assintomáticos
no
momento
do
diagnóstico.
O
comprometimento linfonodal é assintomático nos estágios precoces da doença
avançada regional, mas podem apresentar quadros clínicos exuberantes, com
edema da genitália externa e dos membros inferiores, nos casos mais avançados
(KIM, 2000).
A presença de metástase óssea é certamente um fator de mau prognóstico,
dos pacientes com câncer de próstata que desenvolvem metástase, 50% morrem
dentro de 30 meses. Na autópsia de óbito dos pacientes com câncer avançado de
próstata, as metástases ósseas estavam presentes em 80% a 90% dos casos
(CLARCK e TORTI, 2003).
Sintomas neurológicos são observados em 20% dos pacientes com câncer de
próstata.
Dores
em
diferentes
partes
do
organismo,
fraqueza,
distúrbios
esfincterianos urinários e retais são os sintomas mais prevalentes. A compressão da
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medula pelo comprometimento metastático das vértebras deve ser tratada
emergencialmente (KIM, 2000).
DIAGNÓSTICO
A forma mais aceita de rastreamento da doença é a associação do toque retal
à dosagem sérica do PSA. A chance do indivíduo com toque retal alterado ter câncer
de próstata aumenta conforme o valor do PSA (DORNAS et al., 2008).
O exame do toque retal é indicado para homens a partir dos quarenta anos de
idade pelo menos uma vez por ano. Por meio da palpação digital da próstata pelo
reto avalia-se o tamanho, forma, simetria, mobilidades, limites, presença de dor e de
nodulações na superfície. O toque digital tem sensibilidade diagnóstica de 40% a
80%, de acordo com o paciente avaliado. Através dele é possível detectar a maioria
dos tumores cancerosos primários da próstata, sendo considerado o mais eficaz
para o diagnóstico do carcinoma, pois cerca de 50% dos nódulos palpáveis na
próstata são cancerígenos (CARVALHO e NETTO, 2006).
Porém, o toque retal apresenta limitações quando a lesão prostática não é
palpável, nos estádios iniciais da doença, e quando alterado, a diferenciação entre
lesão maligna e benigna é difícil (GOMES et al., 2008).
Adenocarcinomas de próstata têm geralmente um longo período de evolução
até se apresentarem sintomáticos. Com o advento do PSA, alguns tumores podem
ser diagnosticados na fase pré-clínica, onde as chances de cura podem ser maiores.
A maioria dos cânceres de próstata estão localizados na zona periférica da glândula
e pode ser detectada pelo toque prostático quando o volume da lesão é de cerca de
0,2 mL ou maior. O risco de um toque prostático positivo representar um câncer irá
depender do valor do PSA (RHODEN, 2010).
Além
do
baixo
custo
estes
exames
possuem
boa
sensibilidade
e
especificidade. Estudos sugerem que a triagem de homens em idade acima de 50
anos através do toque retal e do PSA diminui a incidência de doença tardia com
influência nas taxas de mortalidade, na medida em que o câncer de próstata pode
ser curável, desde que diagnosticado precocemente (MIRANDA, 2004).
Apesar disso são encontradas diversas dificuldades para a sua prevenção,
relacionadas com a falta de informação à população; crenças sobre o câncer e seu
15
prognóstico; preconceito contra o exame preventivo e a carência de rotinas nos
serviços para a prevenção do CA de próstata, dentre outros (MAIA et al., 2009).
MARCADORES TUMORAIS
Os marcadores tumorais são grandes contribuintes no diagnóstico de
neoplasias, são caracterizados por macromoléculas presentes no tumor, no sangue
ou em outros líquidos biológicos, seu aparecimento e ou alterações em suas
concentrações estão relacionados com a formação e o crescimento de células
neoplásicas (CAPELOZZI, 2001).
Essas substâncias agem como indicadores da presença de câncer, e podem
ser produzidas diretamente pelo tumor ou pelo organismo, em resposta à presença
da patologia (SILVEIRA, 2005).
Os marcadores tumorais em sua maioria são proteínas ou pedaços de
proteínas, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas,
enzimas e hormônios (MATTOS et al., 2005).
A sua importância está relacionada com a grande utilidade na condução clínica
dos
pacientes
com
câncer,
auxiliando
principalmente
no
diagnóstico,
no
acompanhamento, avaliação de resposta terapêutica, detecção de recidivas. Além
de auxiliar no desenvolvimento de novas modalidades de tratamento (ALONZO,
2005).
Podem ser quantificados por meios bioquímicos ou himunoistoquímicos nos
tecidos ou no sangue, e por testes genéticos para pesquisas de oncogenes, genes
supressores de tumores e alterações genéticas. Cada marcador tumoral tem um
valor de referência determinado, as taxas acima do valor de referência,
apresentadas por pacientes, devem ser investigadas (ALMEIDA et al., 2007).
PSA - ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO
O antígeno prostático específico (PSA) foi identificado no soro de pacientes
com neoplasia de próstata em 1980, estando disponível o primeiro ensaio desse
antígeno (ELISA) logo após essa data. Em 1986, o FDA (Food and Drugs
Administration) aprovou o exame para monitoração da neoplasia prostática e, em
1994, foi aprovado para detecção precoce da doença, em combinação com o exame
16
de toque retal. Tais fatos levaram a uma revolução na prática urológica, pois
anteriormente, a detecção do CA de próstata ocorria geralmente em estágio
avançado, quando a maioria dos pacientes tinha doença disseminada. Na
atualidade, devido à introdução do teste do PSA, a presença de metástase no
diagnóstico constitui uma percentual menor de casos, sendo grande parte das
neoplasias diagnosticadas confinada apenas à próstata (CLIN LAB STRAT, 2001).
O PSA é uma glicoproteína monomérica de 237 a 240 aminoácidos e com peso
molecular entre 33-34 kDa. É uma enzima do grupo das serinoproteases produzida
pelas células epiteliais dos ácinos e ductos da próstata e é secretada para o sistema
ductal prostático. Está presente em alta concentração no líquido seminal e é
responsável pela liquefação do coágulo do esperma após a ejaculação (ROCHA,
2005).
Encontra-se em duas formas na corrente sanguínea, livre e complexada às
proteínas plasmáticas (BRAWER, 2001).
Aproximadamente 70 a 90% do PSA total é ligado à α1- antiquimiotripsina
(ACT) e uma pequena porção ligado à α1-antitripsina e proteína C. Na maioria das
vezes, o PSA livre e o PSA-ACT constituem 95% do PSA total medido pelos
imunoensaios. O complexo PSA com α2-macroglobulina não é detectado pelos
imunoensaios usuais e a sua utilidade clínica para a detecção de cancro da próstata
não está estabelecida. A razão entre a fração livre e o PSA total, sugere, quando
menor do que 10%, fortemente a presença de neoplasia (ALKA TECHOLOGIA
DIAGNÓSTICS, 2002).
Várias são as doenças da próstata que proporcionam o aumento do PSA, mas
sendo a maioria dos cânceres de próstata diagnosticados quando ainda não
palpáveis, o PSA tem um papel indicativo importante de doença prostática. Cerca de
30% dos casos cursam com PSA normal, ou seja, < 4,0 ng/mL. Portanto, a avaliação
do antígeno deve levar em consideração a história urológica do paciente visando
doenças da próstata em geral, medicações utilizadas (os inibidores da 5 α-redutase
reduzem os níveis séricos de PSA) e os procedimentos urológicos prévios (DORNAS
et al., 2008).
O Antígeno Prostático é utilizado de melhor forma quando combinado ao
exame de toque retal. Em estudos que investigaram o uso combinado do PSA e do
exame de toque retal, observou-se que 18% dos tumores não teriam sido
diagnosticados se o exame de toque retal não tivesse sido realizado, e que 45% dos
17
tumores teriam passado despercebidos se o PSA não tivesse sido feito. Estudos
mostraram que o ultrassom transretal pouco acrescenta ao PSA e ao exame de
toque retal, quando estes dois são usados conjuntamente para o diagnóstico,
devendo ser solicitado somente em caso de alteração de um dos dois exames
(GUIMARRÃES et al., 2002).
Após ajuste específico por idade, verificou-se que idades diferentes merecem
pontos de corte de PSA diferentes. Pacientes mais jovens merecem um valor de
corte inferior para que o PSA seja mais específico. De modo geral, em pacientes
menores de 60 anos, PSA acima de 2,6 ng/mL tem a especificidade de 94% no
diagnóstico do câncer de próstata. A velocidade de aumento do PSA é outro fator
importante no diagnóstico do câncer de próstata. Aumentos superiores a 0,75 ng/mL
ao ano devem ser investigado com biópsias prostáticas (PUNGLIA, 2003).
A utilização da dosagem de PSA tem como objetivo principal detectar o maior
número de casos possíveis. Porém, apesar de apresentar alta sensibilidade, este
exame possui baixa especificidade para o câncer de próstata, pois para se manter
taxas aceitáveis de diagnóstico, muitos pacientes são submetidos a biópsias. A
principal dúvida relacionada a isso é a faixa de valores de PSA entre 4,1 e 10,0
ng/mL, em que todos os pacientes são considerados suspeitos para câncer de
próstata. Mais recentemente, essa faixa tem sido definida entre 2,6 e 10,0 ng/mL,
aumentando ainda mais o número de casos suspeitos. Nesse sentido, o PSA tem
baixa especificidade, com cerca de 75% das biópsias prostáticas negativas para
neoplasia (CASTRO, 2011).
Para uma melhor triagem dos pacientes candidatos a esse procedimento,
novos parâmetros vêm sendo analisados. Entre eles, a densidade de PSA (PSAD),
que é a razão entre o valor absoluto do PSA e o volume da próstata. Alguns estudos
sugerem que a PSAD poderia aumentar a especificidade do PSA, pois a densidade
leva em consideração o volume glandular, sendo também útil na diferenciação entre
câncer e hiperplasias, dessa forma, valores mais altos estariam mais relacionados
com o câncer de próstata. Porém, a dificuldade de se obter tal medida acontece pela
necessidade de utilizar a ultrassonografia transretal (TRAPP, 2010).
Na atualidade o PSA ainda é o melhor e mais utilizado marcador da prevenção
do câncer de próstata. Quando não existe suspeita da presença de neoplasia
durante o exame clínico, a elevação do PSA é o mais sensível indicador do tumor,
com valor preditivo positivo de 32% (STOPIGLIA, 2009).
18
A medida do antígeno é fundamental para o acompanhamento do paciente com
carcinoma de próstata. Vários estudos mostraram que cerca de 80% dos pacientes
com concentração de PSA menor do que 4ng/mL (normal) possuem tumor restrito à
próstata. Por outro lado, metade dos pacientes com PSA maior do que 10 ng/mL
apresentam extensão extra-capsular, e a maioria dos pacientes com PSA superior a
50 ng/mL apresenta metástases para linfonodos pélvicos (ALMEIDA et al., 2007).
Sendo assim, essa análise é de grande utilidade clínica, pois pode ser
empregada para detecção precoce do carcinoma prostático, estadiamento da
neoplasia, avaliação, prognóstica e monitoramento da resposta terapêutica
(BOGLIOLO, 2000).
A redução na mortalidade por câncer de próstata, observada nos EUA nos
últimos anos é frequentemente atribuída aos programas de rastreamento
populacionais, especialmente relacionados com o amplo emprego da determinação
do PSA (RHODEN, 2010).
Em estudo realizado por Gonçalves e Junior (2007), sobre a avaliação do nível
sérico de PSA em pacientes da cidade de Campo Mourão – PR, revelou que os
pacientes com até 40 anos apresentaram somente valores de PSA entre 0 - 4ng/mL,
valores acima de 4 ng/mL somente foram determinados em pacientes acima de 41
anos de idade e apenas os pacientes com idade acima de 70 anos apresentaram
PSA >20 ng/mL.
Confirmando assim que o nível médio de antígeno prostático
específico aumenta de acordo com a idade.
Nos anos de 2007 a 2009, foi realizado um estudo transversal por Castro e
colaboradores, com 1.282 indivíduos submetidos à biópsia prostática e que
apresentavam níveis de PSA entre 2,6 e 10,0 ng/mL. A prevalência de câncer foi de
28,6%. Pacientes com câncer eram em média, mais idosos, com valores de PSA e
densidade de PSA mais altos e menor volume da próstata. Na análise da densidade
de PSA, os pacientes com câncer tiveram média de 0,31 ng/mL enquanto nos
pacientes com resultado negativo a média foi de 0,10 ng/mL.
Na cidade de Maringá-PR, em pesquisa realizada por Melo e colaboradores
(2009), constatou que 53,5% dos homens que realizaram o exame de PSA eram
menores de 60 anos, onde desses, 1,2% tiveram seu nível de PSA alterado ou
acima de 4,01 ng/mL. Observou-se que homens com mais de 70 anos obtiveram
significativo para PSA alterado, determinando que a idade como um fator
desencadeante para as anomalias prostáticas benignas e malignas.
19
MÉTODO QUIMIOLUMINESCÊNCIA
A Quimioluminescência apresenta elevada sensibilidade e especificidade, é
realizada a partir da energia luminosa obtida de uma reação química. A energia
química gerada como resultado da dissociação de ligações fracas produz compostos
intermediários em um estado eletronicamente excitado que, quando retornam ao
estado de energia inicial emitem luz que é medida (CRUVINEL, 2006).
Uma reação quimiluminescente pode ser representada como o inverso de uma
reação fotoquímica. Nessa reação uma determinada substância, ao absorver um
fóton, atinge um estado eletrônico excitado e, através de uma reação química,
forma-se um produto no estado eletrônico fundamental. Em uma reação
quimiluminescente, ocorre uma reação química, que leva à produção de uma
substância no estado eletrônico excitada, que pelo decaimento para o estado
eletrônico fundamental, emite luz. Este processo ocorre porque o produto inicial da
reação química é produzido, preferencialmente, no estado eletrônico excitado,
devido à semelhança energética e geométrica entre os níveis eletrônicos do
reagente e do produto excitado. Dessa forma, para reações extremamente
exotérmicas e nas quais a geometria do estado eletrônico excitado dos produtos é
parecida com a geometria dos reagentes, a energia livre de ativação da reação que
conduz ao estado eletronicamente excitado pode ser menor do que aquela que leva
ao estado eletrônico fundamental (STEVANI e BAADER, 2000).
As maiores vantagens dessa metodologia são que a sua instrumentação é
relativamente simples, apresenta alta precisão, boa amplitude de detecção, baixa
ação de interferentes, com limites de detecção extremamente baixos (GARCÍACAMPAÑA et al., 2002).
TRATAMENTO
Na presença do câncer de próstata ocorre a presença de padrões
arquiteturais variados e características citológicas próprias, que são classificadas
através do sistema de classificação de Gleason. Nesse sistema, as lesões bem
moderadamente e pouco diferenciadas são graduadas de um a cinco, conforme o
padrão arquitetural encontrado em cada caso, o prognóstico de cada indivíduo
20
também está associado ao emprego da classificação TNM: tumor, linfonodo e
metástase (CAMBRUZZI et al., 2010).
O sistema de Gleason tem sido utilizado para auxiliar a prever a evolução e
predizer o estágio patológico, sendo um critério adicional de prognóstico para se
estabelecer com precisão as características biológicas das neoplasias prostáticas. O
escore é composto pelos dois padrões mais comuns de células cancerosas. Os
tumores de graus 2 e 4 compreendem as lesões diferenciadas, já os de graus 5 e 6
incluem lesões moderadamente diferenciadas, e por ultimo os de graus 7 a 10
relacionam-se as lesões indiferenciadas. Dessa forma, as lesões de 2-4 têm um
comportamento mais indolente e as de escore 7-10 são agressivos, respondendo
mal as diferentes formas de tratamento (CALVETE et al., 2003).
Decisões acerca do tratamento do câncer de próstata compreendem muitos
fatores, quatro considerações são extremamente importantes para selecionar a
melhor forma: O estágio do câncer, o grau ou Escore de Gleason, a idade e as
escolhas do paciente (FAGUNDES et al., 2002)
Existem várias opções para o tratamento da doença, que devem visar não
somente o controle oncológico como também a manutenção da qualidade de vida.
Não só a presença de metástases à distância quanto o risco aumentado de
desenvolvê-las devem ser avaliados no tratamento do câncer de próstata. Faz-se
necessário levar em consideração o estadiamento da doença, a expectativa de vida
do paciente e suas comorbidades, assim como os efeitos colaterais de cada
tratamento (MOINPOUR, 2008).
A opção do não tratamento deve ser adotada com cautela em pacientes
motivados e acompanhados cuidadosamente. Apenas deve ser utilizado nos casos
que o PSA inicial for < 10, menos de três fragmentos comprometidos na biópsia e
densidade do PSA menor que 15. A adoção desta estratégia em paciente com
neoplasia mais agressiva pode transformar uma doença curável em outra não
curável (CRIPPA, 2006).
Para os casos de doença localizada, geralmente são utilizado três opções de
tratamento, a prostatectomia radical (remoção da próstata e tecidos adjacentes),
radioterapia (tratamento local com um feixe de radiação direcionado) e a expectativa
cuidadosa (RHODEN e AVERBECK, 2010).
Porém, em casos metastáticos, é indicada a terapia endócrina ou
hormonoterapia, a qual consiste na utilização de diversos medicamentos à base de
21
hormônios como os estrógenos, análogos do hormônio liberador do hormônio
luteinizante e antiandrógenos, os quais impedem a produção de testosterona ou
bloqueiam as suas ações na próstata (TONON e SCHOFFEN, 2009).
A terapia sistêmica no câncer de próstata é reservada para pacientes com
quadro avançado, principalmente àqueles pacientes que já não mais respondem às
opções terapêuticas da hormonioterapia e possuem doença metastática. Existem
esquemas de droga única ou de múltiplas drogas. Os esquemas multidroga
apresentam resposta mais satisfatória que o uso de drogas isoladamente. O
esquema de docetaxel associado à prednisona foi o que até o momento apresentou
melhor sobrevida nesses casos. Porém a sobrevida média dos pacientes
submetidos à quimioterapia não foi superior a 19 meses (BERTHOLD, 2008).
Também pode ser utilizada a retirada cirúrgica dos testículos, pois elimina os
órgãos responsáveis pela produção do hormônio masculino, o qual é apontado como
responsável pelo crescimento do tumor (SHAHI e MANGA, 2006).
PREVENÇÃO
Com a detecção e diagnóstico inicial do câncer de próstata, maiores são as
chances de cura, como também a utilização de um tratamento menos agressivo.
Outro ponto importante seria a redução dos altos custos decorrentes do tratamento
do câncer em estágios mais avançados ou da doença metastática (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2002).
Um dos maiores desafios relacionados à detecção precoce do câncer da
próstata é a falta de conhecimentos sobre a sua história natural. Estudos
demonstram que o câncer da próstata é histologicamente evidenciado em 30% das
necropsias em homens com idade igual e superior a 50 anos, sugerindo um curso
prolongado deste tipo de câncer, ou seja, em um grande contingente de homens a
doença jamais evoluirá. Deste modo, mesmo ao detectar-se precocemente o câncer
da próstata pelo rastreamento, não há dados que permitam determinar o seu
prognóstico (SCHERSTEN, 1999).
Sendo assim a medida mais importante a ser tomada é a sensibilização dos
homens com idade entre 50 a 70 anos, para a realização do exame de toque retal e
da dosagem sérica do PSA total (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
22
A Sociedade Brasileira de Urologia (2003) recomenda para homens acima de
50 anos e os que têm 40 anos e com histórico familiar de câncer de próstata, façam
anualmente check-up da próstata, mesmo que não tenham sintomas urinários, para
que assim em casos positivos a detecção da doença seja realizada na fase inicial,
contribuindo para o aumento da expectativa de vida da população.
23
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29
2. ARTIGO CIENTÍFICO
AVALIAÇÃO DO NÍVEL SÉRICO DO ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO
(PSA) EM HOMENS DA CIDADE DE CORBÉLIA–PR.
Fernanda Ludovico Stefanello¹, Leyde de Peder², Claudinei Mesquita da Silva².
¹Discente do Curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Cascavel-PR.
²Docente Mestre do Curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz (FAG),
Cascavel-PR.
Endereço para correspondência: Rua Públio Pimentel, 650, Bairro Alto Alegre,
85.805-270, Cascavel-PR. E-mail: [email protected].
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o nível sérico do antígeno prostático
específico (PSA) em homens usuários de um laboratório particular da cidade de
Corbélia-PR, considerando as características individuais e medidas preventivas em
relação ao câncer de próstata. A amostra representativa foi calculada a partir da
fórmula √ n+1 sendo assim constituída aleatoriamente por 52 homens, dos quais
foram realizadas as dosagens do PSA total. Utilizou-se uma segunda amostra
composta por 347 pacientes, totalizando o número de determinações do PSA
realizadas entre janeiro de 2012 a setembro de 2013 pelo mesmo laboratório na
cidade. Em relação à primeira amostra, apenas um único caso apresentou alteração
(PSA > 4 ng/mL). Através da aplicação dos questionários avaliou-se que cerca de
70% dos pacientes nunca realizaram o exame do toque, e 13,3% possuem casos de
câncer de próstata na família o que agrava ainda mais a situação. Na segunda
população estudada observou-se alteração significativa nos valores de PSA em 7%
dos pacientes. Quando avaliado a idade e os níveis do antígeno obteve-se
correlação positiva estatisticamente (p < 0,001). Neste contexto, o PSA juntamente
com o exame do toque são de grande utilidade clínica, porém ainda se observa a
falta de conscientização da população em geral, que não adere medidas básicas de
prevenção, as quais auxiliariam na detecção precoce da doença.
Palavras-chave: Câncer, próstata, prevenção, PSA.
30
EVALUATION OF THE SERUM LEVEL OF SPECIFIC PROSTATE ANTIGEN
(PSA) IN MEN FROM THE CITY OF CORBÉLIA–PR.
ABSTRACT
The present work has the objective of evaluate the serum level of specific prostate
antigen in men, users of a particular laboratory in Corbélia City, State of Paraná,
considering the peculiar characteristics and preventive measures about prostate
cancer. The representative sample was calculated from the formula √ n+1, so that
composed randomly by 52 men, whose were carried out the dosages of total PSA. A
second sample was used composed by 347 patients, totalizing the number of PSA
determinations carried out between the January 2012 and September 2013, in the
same laboratory in the city. In regard to the first sample, just an unique case showed
change (PSA > 4 ng/mL). Through the application of a questionnaire was evaluated
that about 70% of the patients never realized the rectal examination, and 13,3% have
prostate cancer cases in the family, that aggravates even more the situation. In the
second studied population was observed significant changes in PSA values in about
7% of the patients. When evaluated the age and the antigen levels was obtained
statistically positive correlation (p < 0,001). In this context, PSA along the rectum
examination are very clinical useful, however it`s seen a lack in population idea about
the importance of prostate examination, which will help in an early disease detection.
Keywords: Cancer, prostate, prevention, PSA.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento fisiológico altera a maneira como diversas doenças surgem,
acarretando na predisposição a um maior número de patologias e de maior
gravidade. Essa falta de capacidade fisiológica não afeta a função no dia a dia, mas
pode interferir na recuperação de uma doença extrema, como a transformação
maligna nos casos de câncer, considerado uma das doenças mais temidas da
atualidade (1).
O câncer (CA) é caracterizado como um conjunto de mais de 100 doenças que
têm em comum as alterações genéticas das células com um crescimento anormal e
desordenado, invadindo outros tecidos e perdendo sua função original. Pela rápida
31
divisão das células, a ação tende a ser muito agressiva e incontrolável,
determinando a formação de tumores ou neoplasias malignas (2).
Entre as diferentes formas de manifestações, está o câncer de próstata,
considerado a neoplasia maligna mais incidente entre os homens brasileiros, com
estimativa de 60.180 de casos novos para o ano de 2012, correspondendo a um
risco estimado de 62 casos novos a cada 100 mil homens (3).
Observa-se que na maioria das vezes os fatores de risco para o câncer de
próstata são desconhecidos e inevitáveis. Porém, dois itens que apresentam maior
concordância ao aumento do risco de desenvolvimento desse tipo de câncer são a
idade e o histórico familiar (4).
A forma mais aceita de rastreamento da doença é a associação do toque retal
à dosagem sérica do antígeno prostático específico. A chance do indivíduo com
toque retal alterado ter câncer de próstata aumenta conforme o valor do PSA (5).
O PSA é uma glicoproteína monomérica de 237 a 240 aminoácidos e com peso
molecular entre 33-34 kDa. É uma enzima do grupo das serinoproteases produzida
pelas células epiteliais dos ácinos e ductos da próstata e é secretada para o sistema
ductal prostático. Está presente em alta concentração no líquido seminal e é
responsável pela liquefação do coágulo do esperma após a ejaculação (6).
Várias são as doenças da próstata que proporcionam o aumento do PSA, mas
sendo a maioria dos cânceres de próstata diagnosticados quando ainda não
palpáveis, o PSA tem um papel indicativo importante de doença prostática. Cerca de
30% dos casos cursam com PSA normal, ou seja, menor que 4,0 ng/mL. Portanto, a
avaliação do antígeno deve levar em consideração a história urológica do paciente
visando doenças da próstata em geral, medicações utilizadas e os procedimentos
urológicos prévios (5).
O PSA é de grande utilidade clínica, pois pode ser empregado para detecção
precoce do carcinoma prostático, estadiamento da neoplasia, avaliação prognóstica
e monitoramento da resposta terapêutica (7).
Nesse contexto, o presente estudo foi realizado com objetivo de avaliar os
níveis séricos do antígeno prostático específico de pacientes usuários de um
laboratório particular de análises clínicas da cidade de Corbélia-PR, considerando
características individuais e medidas preventivas para o câncer de próstata.
32
MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa é de caráter descritivo e exploratório. O cálculo da amostra
representativa foi realizado baseado no Caderno Estatístico do município de
Corbélia-PR do ano de 2012, através da fórmula √ n+1 (8). Sendo assim, a amostra
foi constituída aleatoriamente por 52 homens, de idade entre 40 a 82 anos, usuários
de um laboratório particular da cidade.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
da Faculdade Assis Gurgacz sob o parecer 075/2013. Após o termo de
consentimento livre e esclarecido ser assinado pelos voluntários, foram coletadas
alíquotas de sangue para determinação do PSA total. As dosagens foram realizadas
pelo método de quimioluminescência através do aparelho Unissel DxI 800 da
Beckman Coulter pelo mesmo laboratório, porém na cidade de Cascavel-PR. Como
instrumento de pesquisa foi utilizado questionário referente a medidas preventivas
para o câncer de próstata.
Utilizou-se também, para uma melhor avaliação do estudo, uma segunda
amostra composta por 347 pacientes, totalizando o número de exames de PSA total
realizados entre janeiro de 2012 a setembro de 2013 em homens da cidade de
Corbélia-PR pelo mesmo laboratório. Sendo assim, os dados obtidos foram
tabulados no Microsoft Excel e transformados em gráficos e tabelas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa foi composta por duas amostras populacionais distintas. Na
avaliação do primeiro grupo contendo 52 pacientes, a média de idade foi de 59 anos.
Isso se deve ao critério de inclusão ter sido homens com idade superior a 40 anos.
Baseado na forte associação entre o câncer de próstata e idade, pois o risco
estimado cresce mais de 1.000 vezes quando os homens passam da quarta década
de vida para a idade acima de 70 anos (9).
O valor aceitável como limite normal para o PSA total é 4,0 ng/mL, porém,
neoplasias malignas podem cursar com nível igual ou inferior (2).
Dessa forma ao analisar os níveis de PSA total dos pacientes, pode-se verificar
que 85% apresentaram valores abaixo de 1,6 ng/mL, em 13% dos casos o nível
33
variou entre 1,6 - 3,1 ng/mL, e apenas 2% dos pacientes apresentaram PSA > 4
ng/mL, ou seja, houve alteração significativa em um único caso.
A relação dos dados obtidos pela aplicação dos questionários encontra-se
representada na tabela abaixo.
Tabela 1. Descrição das características individuais da população estudada de
Corbélia-PR.
Questionário
Realizam acompanhamento médico
Possuem plano de saúde
Utilizam medicamentos
Praticam exercícios físicos
Utilizam bebidas alcoólicas
Tabagistas
Já realizaram o exame do toque retal
Frequência da realização do exame
Não realiza
Uma vez ao ano
A cada dois anos
A cada três anos ou mais
Possuem casos de câncer de próstata na família
N
43
23
33
26
14
9
16
%
82,7
44,2
63,4
50,0
26,9
17,3
30,8
36 69,2
12 23,0
2 3,8
2 3,8
7 13,4
Pode se verificar que grande parcela da população (82,7%) realiza
acompanhamento médico, no entanto, apenas 44,2% possuem plano de saúde,
indicando que para a maior parte dos pacientes a avaliação contínua da saúde não é
tão acessível.
Em estudo realizado por Souza e colaboradores (2011), na avaliação de
medidas preventivas do CA de próstata em gaúchos, constatou-se que a maioria dos
pacientes avaliados (76,7%) realizavam acompanhamento anual, e 23,3% apenas
quando doentes. O que se assemelha com o dado obtido (10).
Cerca de 60% dos homens utilizam medicamentos continuamente, o que pode
ser influenciado pela alta faixa etária do grupo.
A idade avançada é correlacionada com a predisposição a inúmeras doenças,
determinando essa, a população que mais consome os serviços de saúde. A
ocorrência de um maior número de doenças crônicas no envelhecimento se deve ao
aumento dos riscos de incidência a inúmeras patologias, acarretadas pelo próprio
processo biológico ou por longo tempo de exposição a agentes patógenos (11).
34
Em relação aos hábitos de vida, observa-se que metade dos participantes
pratica atividade física, 26,9% afirmaram consumir bebida alcoólica e apenas 17,3%
são tabagistas.
Segundo a revisão bibliográfica realizada por Gomes et al., (2008), sobre a
prevenção do CA de próstata, a adoção de hábitos saudáveis aparece em diversas
fontes como uma forma de prevenir as doenças em geral, podendo se incluir a
doença em questão, tais como comer adequadamente, controlar o peso, beber com
moderação, limitar o uso de açúcar e sal, não fumar e praticar exercícios físicos (4).
Porém, até o momento, somente alguns marcadores ou fatores de riscos foram
identificados, dentre estes, a idade, raça/etnia e a história familiar deste câncer em
pai ou irmão. Pesquisas sobre outros possíveis fatores de risco, como ingestão de
gorduras, consumo de álcool, tabagismo e vasectomia, têm apresentado resultados
contraditórios (12).
A forma de rastreamento do câncer de próstata mais indicada é a realização do
exame do toque retal associado à dosagem sérica do PSA anualmente após os 50
anos e aos 40 em casos de histórico familiar (13). Os resultados obtidos quanto à
realização do exame do toque são alarmantes, levando em consideração que
apenas 30,8% dos homens já o realizaram. Os quais 23% realizam anualmente,
3,8% realizam a cada dois anos e 3,8% realizam a cada três anos ou mais.
A realização dos dois exames é imprescindível, pois em estudos que
investigaram o uso combinado do PSA e do exame de toque retal, observaram-se
que 18% dos tumores não teriam sido diagnosticados se o exame de toque retal não
tivesse sido realizado, e que 45% dos tumores teriam passado despercebidos se o
PSA não tivesse sido determinado, demonstrando a eficiência de tais exames
quando utilizados combinadamente (14).
São encontradas diversas dificuldades para a realização das medidas
preventivas, dentre as quais se destacam a falta de informação à população;
crenças sobre o câncer e seu prognóstico; preconceito contra o exame preventivo e
a carência de rotinas nos serviços para a prevenção do CA de próstata, dentre
outros (15).
Lucumí-Cuesta et al., (2005) indica que a desinformação atinge com maior
intensidade a população masculina com menor nível de escolaridade e poder
socioeconômico, demandando ações educativas voltadas, principalmente, para este
grupo (16).
35
Os homens buscam os serviços de saúde apenas quando sentem dores
insuportáveis, ou quando a situação em que se encontram os impossibilite de
trabalhar. Além disso, procuram menos o serviço de saúde comparado às mulheres,
pois se consideram mais saudáveis e, devido a questões culturais, veem o ambiente
de saúde como um local feminino, para pessoas frágeis, ferindo assim, os conceitos
de masculinidade (17).
Em estudo realizado por Amorin e colaboradores (2011), com 992 pacientes de
idade superior a 50 anos, verificou-se que 44,4% da população estudada nunca
haviam realizado exame preventivo para o câncer de próstata. No presente estudo
avaliou-se apenas a realização do exame do toque, no qual aproximadamente 70%
dos pacientes ainda não o realizaram (18).
Em pesquisa realizada em dez capitais brasileiras, foram entrevistados 1.061
homens com idade entre quarenta e setenta anos, dos quais apenas 32% realizaram
o exame de toque retal, coincidindo com o valor encontrado na presente pesquisa
(13).
Miranda e colaboradores (2004) realizaram a avaliação das medidas
preventivas de professores-médicos da Faculdade de Medicina UFMG, e
observaram que 20,7% do grupo, com idade superior a 51 anos, nunca haviam feito
o exame do toque retal e dosagem de PSA como prática de detecção precoce do
câncer de próstata e 36,2% nunca se submeteram a um toque retal. Dado relevante,
onde pode se observar novamente a falta de conscientização da população sobre a
importância das medidas preventivas para esse tipo de câncer, uma vez que mesmo
conhecendo o assunto não possuem tal prática (19).
Os fatores de risco para câncer de próstata são na maioria desconhecidos. Os
únicos que apresentam maior consenso no que se refere ao aumento do risco de
desenvolvimento do câncer de próstata são a idade e histórico familiar. A grande
maioria dos casos ocorre em homens com idade superior a 50 anos e naqueles com
história de pai ou irmão com câncer de próstata (4).
Evidências epidemiológicas sugerem que o CA de próstata apresenta um
componente genético e familiar relevante. No ponto de vista fenotípico, essa
neoplasia pode ser classificada em: câncer de próstata esporádico, familiar e
hereditário. Cânceres esporádicos (85%) são aqueles que ocorrem em indivíduos
com história familiar negativa. O familiar é definido como a ocorrência dessa
condição em um homem com um ou mais familiares afetados pela doença. E uma
36
pequena parcela da população de indivíduos (cerca de 9%) apresenta o câncer de
próstata hereditário verdadeiro, ou seja, três ou mais familiares já foram afetados, a
ocorrência desta condição em três gerações sucessivas ou, no mínimo, dois
familiares com doença diagnosticada antes dos 55 anos. Se um parente de primeiro
grau tem a doença, o risco é, no mínimo, duas vezes maior. Se dois ou mais
familiares de primeiro grau são afetados, o risco aumenta 5 a 11 vezes (20).
No estudo realizado, verificou-se que, 13,4% dos pacientes, possuíam histórico
de câncer de próstata na família. Apesar de baixo, esse índice é relevante, pois com
o avançar dos anos os pacientes apresentarão os principais fatores de
predisposição ao desenvolvimento da doença.
Ao comparar o resultado com o estudo realizado por Souza et al., (2011) sobre
a prevenção do câncer de próstata, pode-se verificar semelhança, pois 18,6% dos
88 participantes da pesquisa relataram casos de CA de próstata na família, o que é
preocupante, visto que isso aumenta de três a dez vezes o risco de desenvolvimento
da doença (21).
No segundo grupo estudado, composto por 347 pacientes, foram analisados a
idade e os níveis de PSA total dos participantes. A figura apresentada abaixo
demonstra as diferentes faixas etárias apresentadas pela amostra.
4%
5%
14%
26%
<40
40 - 50
50 - 60
26%
60 - 70
25%
70 - 80
80 - 90
Figura 1. Porcentagem dos pacientes em relação à faixa etária
Dentre os pacientes, somente 4% apresentaram menos de 40 anos, o restante
da população possuía entre 40 a 90 anos. A idade média dos pacientes foi de 58,1
anos.
37
A porcentagem dos casos alterados (PSA > 4,00 ng/mL) em relação à
população total encontra-se representada na figura abaixo.
7%
93%
< 4,00
ng/mL
> 4,00
ng/mL
Figura 2. Níveis do Antígeno Prostático Específico da população
estudada em relação ao valor limite.
Ao analisar os dados encontrados, observou-se que apenas 24 pacientes, isto
é, 7% da amostra, apresentaram nível de PSA alterado, e 93%, apresentaram níveis
normais. Esse índice pode ser considerado baixo, porém em muitos casos, a doença
cursa sem alteração significativa do antígeno.
Dessa maneira, a melhor forma de diagnosticar o câncer de próstata é
representada pela combinação de toque retal e dosagem do PSA. O toque exclusivo
falha em 30% a 40% dos casos e as medidas de PSA falham em 20%, mas a
execução conjunta dos dois exames deixa de identificar o câncer em menos de 5%
dos pacientes (22).
O Antígeno Prostático Específico é o marcador tumoral de maior utilidade
clínica, desenvolvido até o momento. Porém, vários estudos têm sugerido a
alteração do ponto de corte de 4,0 ng/mL para 2,5 ng/mL, indicando biópsia
prostática nos pacientes que apresentem valores superiores. Uma parcela
significativa dos homens que apresentam PSA sérico inicial entre 2,6 ng/mL e 4,0
ng/mL desenvolverá PSA superior a 4,0 ng/mL no exame de seguimento, durante os
próximos quatro anos. Então, embora o ponto de corte para a identificação de
biópsia seja 4,0 ng/mL, estudos recentes sugerem que, em pacientes jovens, com
próstata pequena e sem prostatite, a biópsia prostática seja considerada com
valores de PSA acima de 2,5 ng/mL (23).
38
Em estudo realizado por Gonçalves e Junior (2007), sobre a avaliação de PSA
de 437 pacientes, constataram que em 88,8% dos casos, os níveis cursaram entre
0–4 ng/mL, e apenas 11,2% apresentaram-se com níveis superiores a 4,0 ng/mL o
que se assemelha ao índice determinado neste trabalho (24).
Trapp e Koff (2010), também analisaram os níveis séricos de PSA de 170
pacientes com idade entre 45 a 65 anos com o objetivo a detecção precoce, destes,
15% dos participantes apresentaram níveis alterados, o que coincide com os dados
obtidos na atual pesquisa (25).
Considerando a idade como fator de risco para o desenvolvimento da doença,
observa-se que a probabilidade da ocorrência do câncer de próstata em homens
com menos de 39 anos é de um em cada 10.000 homens; um em 103 homens entre
os 40 e 59 anos e um em 8 homens entre os 60 e 79 anos. Assim, o aumento
exponencial dos casos acima dos 50 anos faz com que o rastreamento seja
fundamental a partir desta idade (26).
Cerca de 70% dos casos de CA de próstata são diagnosticados em pacientes
com idade superior a 65 anos, sendo apenas 0,1% dos casos diagnosticados antes
dos 50 anos de idade (27).
Estima-se que, aos 80 anos, cerca de 50% dos homens sejam atingidos pelo
câncer de próstata, dessa forma, é importante considerar que o risco de desenvolver
a doença aumenta à medida que o homem envelhece (28).
A imagem a seguir demonstra a relação dos níveis do antígeno prostático
específico com a idade dos pacientes.
100
PSA>4
80
PSA<4
60
% 40
20
0
<40
40 -50
50 - 60 60 - 70 70 - 80 80 - 90
Idade
Figura 3. Correlação entre o nível de PSA e a idade dos pacientes.
39
Analisando os dados acima se pode afirmar estatisticamente que existe
correlação positiva entre a idade dos pacientes e o nível de Antígeno Prostático
Específico (p < 0,001).
Resultado esse que se assemelha com estudo realizado por Melo e
colaboradores (2009) pois apesar de 53,5% dos homens da amostra serem menores
de 60 anos, os quais, 1,2% tiveram seu nível de PSA alterado. Observou-se que
para os homens com mais de 70 anos o nível do antígeno prostático alterado foi
significativo, determinando a idade como um fator desencadeante para as anomalias
prostáticas benignas e malignas (29).
CONCLUSÃO
O antígeno prostático específico é um marcador tumoral de alta relevância
clínica quando associado ao exame de toque retal. Ao avaliar os níveis de PSA em
relação à idade pode se verificar que a correlação é positiva, ou seja, conforme a
idade aumenta o nível do antígeno também evolui. Nesse contexto, tais medidas
preventivas são essenciais para a detecção precoce do câncer de próstata,
principalmente a esse grupo de risco. Levando em consideração a gravidade da
doença, foi possível observar a falta de conscientização da população em geral, que
ainda não adere às medidas básicas de prevenção, as quais poupariam milhares de
vidas.
Porém, ainda é necessária a realização de outros estudos sobre o tema, para
avaliar se os homens têm conhecimento sobre os exames preventivos para o câncer
de próstata e se estão sendo informados pelos serviços de saúde e por seus
médicos, sobre as vantagens da realização destes exames, que são fundamentais
para a detecção precoce da doença.
AGRADECIMENTOS
Em especial ao laboratório de análises e pesquisas clínicas Biovel da cidade de
Cascavel-PR, onde foram realizados os exames e coletados os dados para a
realização da presente pesquisa.
40
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- Subtítulo a ser utilizado como cabeçalho de página, não deve exceder 40
caracteres. Deve ser precedido do termo: Subtítulo.
- Resumo (em inglês e português): deve apresentar claramente os objetivos, a
metodologia, os resultados e as conclusões. Sua extensão deve ser de 100 a 250
palavras, ser escrito em parágrafo único (NBR 6028).
- Palavras-chave (em inglês e português): indicar de três a cinco palavras que
expressem o conteúdo do artigo de forma objetiva. Devem ser precedidas do termo:
Palavras-chave.
- Texto: deve obedecer aos critérios de cada categoria, de acordo com as instruções
disponíveis em foco e escopo.
- Agradecimentos: devem ser breves e relacionados a assistência técnica, opiniões,
bem como ao apoio financeiro para a pesquisa e bolsas de estudo.
Tabelas e Quadros: devem ser inseridos o mais próximo possível do texto em que
foram mencionados. O título deve figurar acima da tabela e/ou quadro e ser
precedido da palavra Tabela e de seu número de ordem no texto (em algarismos
arábicos). As tabelas devem ser compreensíveis e auto-explicativas. As abreviações
devem ser definidas nas legendas.
Ilustrações e fotos: devem ser inseridas o mais próximo possível do texto em que
foram mencionados. O título deve estar localizado abaixo das figuras, precedido da
palavra Figura e de seu número de ordem no texto (em algarismos arábicos). Defina
todas as abreviações e símbolos usados na figura, mesmo se eles estiverem
definidos no texto. As ilustrações e fotos devem ser coladas no texto com resolução
de boa qualidade, e também enviadas em arquivos separados, em formato .jpg. As
fotomicrografias devem incluir dados sobre a coloração e a ampliação no fim da
legenda para cada parte da figura. Uma barra de ampliação deve ser adicionada a
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cada fotomicrografia. Caso não apareça nenhum marcador com escala na figura, a
ampliação original deve ser informada na legenda.
Referências: As referências bibliográficas devem ser digitadas em ordem numérica
após a seção de agradecimentos. Numere as referências na ordem em que elas são
citadas no texto pela primeira vez, usando algarismos arábicos entre parênteses.
Duas ou mais referências devem ser separadas por vírgula sem espaço (1,5,7), três
ou mais referências consecutivas devem ser separadas por um hífen (4-9) e duas ou
mais referências consecutivas devem ser separadas por ponto e vírgula sem espaço
(4-9;13-16). As referências devem ser elaboradas de acordo com a NBR 6023.
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