DISSIMILARIDADE GENÉTICA EM MILHO João Paulo Gonsiorkiewicz Rigon1 Silvia Capuani2 Carlos Alberto Gonsiorkiewicz Rigon3 Genésio Mário da Rosa4 Resumo: Para obtenção de altos patamares produtivos, além de técnicas de cultivo apropriadas, a escolha da cultivar se torna ferramenta determinante na obtenção destes rendimentos satisfatórios. No entanto, em função da variação das condições edafoclimáticas de cada região, o potencial dos genótipos oscilam em cada ambiente e/ou ano de cultivo. Neste sentido, objetivou-se com este trabalho, determinar o potencial produtivo e as características morfológicas de 25 cultivares de milho. Procurou-se estabelecer as melhores combinações para formação de linhagens a serem hibridizadas, por meio da divergência entre os genótipos, verificando quais os caracteres que melhor contribuíram para a dissimilaridade. Foram avaliadas as cultivares de milho na safra 2011, através das variáveis: diâmetro do colo, altura de plantas, altura da inserção da espiga, diâmetro de espiga e sabugo, tamanho da espiga, número de fileira de grãos, massa de grãos por espiga, número de grãos por espiga, massa de 100 grãos, rendimento e também os resultados do rendimento em ensaio com as mesmas cultivares no ensaio na safra 2010 no mesmo local. Em relação à divergência genética entre as cultivares, empregou-se a distancia generalizada de Mahalanobis, com auxílio do método de contribuição relativa como agrupamento, além do método hierárquico do vizinho mais próximo, além da formação de dendrograma. Os resultados demonstraram concordância entre os métodos, e a formação de possíveis linhagens promissoras para hibridação através dos genótipos SHS 7090 e P30B39, principalmente a AG 8011 e Dow2B688, assim como AG 8011 e P1630, pela estabilidade produtiva dos grupos. Palavras-chave: Dissimilaridade. Agrupamento. Cultivares. Zea mays. 1. Introdução Anualmente, são disponibilizadas inúmeras cultivares de milho no mercado agrícola, tanto por empresas públicas, bem como privadas, pois a exploração desta cultura compreende ampla variabilidade no zoneamento agroclimático e épocas de semeadura, nos níveis tecnológicos e sociais. Neste sentido, uma forma de obtenção de genótipos adaptados às condições locais é a aplicabilidade das informações de desempenho agronômico e biométrico entre cultivares, para a partir destes resultados, fazer as combinações de cruzamentos entre linhagens obtendo-se maior ganho genético. Para tanto, é 1 Universidade Federal de Santa Maria, campus de Frederico Westphalen - RS. CEP 98400-000. E_mail: 3 4 [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] necessário realizar a diferenciação entre as cultivares através dos caracteres analisados e posteriormente agrupá-las conforme atributos em comum. Há uma relevante preocupação sobre a perda da diversidade vegetal, devido a ação do homem, na substituição de variedades crioulas por híbridos com base genética estreita, consistindo no termo “erosão genética”, hoje vinculada aos programas de melhoramento vegetal (CRUZ 2005; RINALDI et al., 2007). Tocante a isto, a variabilidade genética é a forma natural de mantimento da capacidade produtiva em resposta às adversidades climáticas e outros estresses, além de assegurar medidas de proteção contra problemas futuros como disseminação de pragas e doenças. O sucesso do melhoramento vegetal depende, além dos valores obtidos em avaliações para cada indivíduo, de utilizar estatísticas informativas, para se restringirem os erros. Assim, a diversidade genética em um grupo de genitores, é analisada com intuito de prever combinações híbridas com maior efeito heterótico e maior heterozigose, de modo que na suas gerações segregantes haja maior possibilidade de recuperação de genótipos superiores (PASSOS et al., 2007). Estudos de natureza preditiva orientam combinações híbridas, economizando tempo e recursos nos projetos de melhoramento. As diferenças morfológicas, fisiológicas e produtivas são levadas em consideração para quantificar as medidas de dissimilaridade (por exemplo: distância Euclidiana ou de Mahalanobis), conforme CRUZ (2005). A classificação em várias classes de uma população, com base ou algum critério de dissimilaridade, é a finalidade das análises de agrupamento, existindo como base a heterogeneidade entre os grupos. Entretanto, algumas observações são questionáveis, como ao número definitivo de grupos. Para esta prerrogativa, o que se faz usualmente é utilizar vários grupos, e por critérios de otimização, selecionar o mais conveniente. Basicamente, são duas etapas para a distinção entre indivíduos, sendo a primeira pelo estabelecimento da medida de similaridade entre os genótipos, e a segunda, com a adoção de técnicas de agrupamento, formando os grupos (CRUZ & CARNEIRO, 2005). Quando se trata de caracteres quantitativos, é indicada a utilização da distância euclidiana média (dii’) ou a distância generalizada de Mahalanobis, sendo esta mais precisa, pois utiliza uma matriz de covariâncias residuais, que é estimada graças a ensaios experimentais com repetições. (CRUZ & CARNEIRO, 2005). Os métodos de agrupamento mais usuais são os hierárquicos e os de otimização. A primeira técnica estabelece, a partir de processamento em vários níveis, a formação de uma árvore ou um dendrograma. Neste método, não são preconizados o estabelecimento de número de grupos, mas sim as ramificações que são analisadas. Existe ainda, subdivisões deste método, como o método de ligação simples por Vizinho Mais Próximo, Vizinho Mais Distante, de Ligação Média e Centróide. A mais usual técnica é do método aglomerativo de vizinho mais próximo, que constituem as medidas mais similares entre dois indivíduos, repetindo-a até a última equiparação, estabelecendo o dendrograma. Para verificação da adequação do método hierárquico, pode-se utilizar o coeficiente de correlação cofenético (CCC). Este método consiste na correlação entre os produtos da matriz de dissimilaridade e da matriz cofenética, sendo portanto, uma matriz de concordância entre valores da dissimilaridade aos representados no dendrograma. Quanto maior o valor de CCC, menor será a distorção provocada ao agrupar as cultivares (CRUZ & REGAZZI, 1994). Em relação aos métodos de otimização, ocorre uma maximização ou minimização de alguma medida preestabelecida, sendo o mais usual o método da contribuição relativa. Neste método, se necessita da matriz de similaridade entre indivíduos, sendo formado um grupo inicial entre os mais semelhantes, sendo possível a adoção de algum indivíduo dependendo da distância, aumentando assim o valor médio da distância dentro do grupo. A partir do valor da maior distância, dentre conjunto de menores distâncias, entre cada progenitor, sendo a maior considerada limite para a formação de cada grupo, sendo os valores inferiores a tal inclusos neste. Permite-se estabelecer distinção entre o método do vizinho mais próximo por proporcionar distâncias intragrupos inferiores às intergrupos (CRUZ & REGAZZI, 1994). A fim de subsidiar informações para programas de melhoramento genético do milho, focando a obtenção de genótipos de alta produtividade, objetivou-se com este trabalho, avaliar os coeficientes produtivos e a divergência genética entre 25 cultivares de milho em dois ensaios, enfatizando os caracteres de maior influência, e principalmente as combinações mais divergentes entre as cultivares analisadas. 2. Material e Métodos O trabalho foi conduzido na área experimental da Escola Técnica Guaramano, em Guarani das Missões, semeados em 2010, em Latossolo Vermelho típico, sob manejo de semeadura direta, sobre palhada de nabo forrageiro. A semeadura procedeu na primeira quinzena de setembro, visando obtenção de população de 60.000 plantas.ha-¹. As adubações foram realizadas segundo as exigências da cultura, após prévia análise de solo, conforme características químicas para as safras: Argila 48%; pH: 5,4; índice SMP: 6,3 P: 4,2 mg.L-¹; K: e 95 mg.L-¹; teor de MO: e 2,8 %; CTC: 19,43 cmolc.L-¹; saturação de bases: 83,4 %. Foi realizada uma única adubação nitrogenada em cobertura, equivalente a 100 Kg.ha -¹ em estádio V5, na forma de uréia. Os dados referentes as precipitações e temperaturas médias, encontrase disposto na Figuras 1, utilizando os dados da estação meteorológica automática de Santa Rosa, distante 35 km do experimento, mas enquadrandose no alcance máximo de uma estação automática, definida pela Organização Meteorológica Mundial de 50 km. Temperatura (°C) Precipitação (mm) Temperatura (°C) 24 200 160 22 120 20 80 18 16 0 10 -2 21 0 a -3 go 01 1 ag 201 -1 o 0 11 0 s 201 -2 et 0 21 0 s 201 - et 0 01 30 s 20 -1 et 10 11 0 o 20 -2 ut 10 21 0 o 20 - u 1 01 31 o t 20 0 -1 u 1 11 0 n t 20 0 -2 ov 1 21 0 n 20 0 -3 ov 10 01 0 n 20 -1 ov 10 11 0 d 20 -2 ez 10 21 0 d 20 -3 ez 10 01 1 d 201 -1 ez 0 11 0 ja 201 -2 n 0 0 20 jan 1 20 1 11 14 40 Figura 1 - Temperatura média e precipitação dos decêndios na safra 2010/2011 conforme estação meteorológica de Santa Rosa, RS. Precipitação (mm) 26 O delineamento experimental utilizado foi blocos casualisados, com quatro repetições em 25 tratamentos, constituídos pelas cultivares SHS 5050, SHS 7090, AGN 20A55, B 184, B 761, ATL 200, P 30F53, P 30B39, P 1630, P 32R48, DKB 240, DKB 245, DOW 2A550, DOW 2A120, DOW 2A106, DOW 2B688, PREZ 22D11, PREZ 32D10, PREZ 22T10, CD 308, CD 388, AG 8011, AG 5011, BM 3061, BM 911. Tabela 1 - Resumo da análise de variância dos atributos analisados nas cultivares de milho. FV GL TAE DIS DIE NFG DC AP Blocos 3 0,8543 0,8633 4,0559 2,28 5,5933 0,0165 Tratamentos 24 6,1083** 23,1442** 25,896** 11,1267** 12,0469** 0,1275** Resíduo 72 0,8117 3,0786 1,7036 2,6689 5,4319 0,0049 Média 17,07 24,27 49,96 16,14 23 1,83 CV(%) 5,28 7,23 2,61 18,12 10,13 6,83 FV GL AIE M100 MGE NGE PROD1 PROD2 Blocos 3 0,027 0,382 1807,62 15442,99 3880924 9148142 Tratamentos 24 0,0407** 31,158** 2149,69** 20033,01** 6400795,86** 4941989,22** Resíduo 72 0,0047 1,3141 2,956 330,931 838966,1 121909,3 Média 0,98 34,23 182,56 535,45 9352,28 7611,01 CV(%) 6,94 10,35 7,23 6,4 9,79 4,59 ** significativos a 5% de probabilidade pelo teste F. Nota: variáveis da safra 2010/2011: tamanho de espiga (TAE), diâmetro de sabugo e espiga (DIS e DIE), número de fileira de grãos (NFG), diâmetro do colo (DC), altura da planta e inserção da espiga (AP e AIE), massa de 100 grãos (M100), massa por espiga (MGE), número de grãos (NGE), produtividade (PROD1) e produtividade safra 2009/2010 (PROD2). No tocante a divergência genética, as medidas de dissimilaridade foram estimadas a partir da distância de Mahalanobis (Tabela 2). Observa-se elevada magnitude desde D² de 2,62 a 57,22, indicando presença de variabilidade genética. Quanto menor a distancia, têm-se indivíduos genéticos semelhantes, sendo inviáveis seus cruzamentos pelo pequeno potencial de heterose em alelos favoráveis. Esta menor distância foi observada entre DOW 2A550 e AG8011, (D² = 2,62) assim como em PREZ32D10 e PRE22T10 (D² = 2,64); P30F53 e DOW 2A106 (D² = 3,11); SHS 5050 AG 5011 (D² = 3,79) e P30F53 e DOW 2A120 (D² = 4,12). Enquanto que as combinações mais divergentes procederam entre SHS 7090 e P30B39, com distancia D² de 57,22; seguida por DOW 2B688 com BM911 (D² = 51,75), e P30B39 com B 184 (D² = 47,23), SHS 7090 com P32R48 (D² = 46,5) e PRE 32D10 com P30B39 (D² = 44,68). Apesar das distâncias terem alta representatividade, as análises de agrupamento tornam-se fundamentais para a escolha dos progenitores, pois os novos híbridos a serem dissimilaridades observadas. estabelecidos devem ser baseados nas Tabela 2 - Dissimilaridade entre cultivares de milho em relação as características, com base na distância generalizada de Mahalanobis (D2ii’). AG AGN ATL 8011 20A55 200 AG5011 9,15 10,14 17,24 AG8011 4,25 24,79 AGN20A55 25,11 ATL200 BALU184 BALU761 BM3061 BM911 CD388 CD308 DKB240 DKB245 DOW2A106 DOW2A120 DOW2A550 DOW2B688 P1630 P30B39 P30F53 P32R48 PRE22D11 PRE22T10 PRE32D10 SHS5050 Cultivares B 184 13,76 24,43 25,87 28,87 B 761 6,11 21,66 25,49 10,76 13,40 BM BM CD CD DKB DKB DOW DOW DOW DOW P P P P PRE PRE PRE SHS SHS 3061 911 388 308 240 245 2A106 2A120 2A550 2B688 1630 30B39 30F53 32R48 22D11 22T10 32D10 5050 7090 17,40 20,47 4,83 10,14 14,28 14,05 9,93 12,85 6,89 15,68 22,56 26,83 8,66 13,95 13,79 15,92 12,31 3,79 21,02 26,76 27,48 8,86 24,15 20,31 18,98 9,28 11,81 2,62 6,06 10,92 21,60 5,38 15,66 21,04 26,57 22,79 11,1433,49 29,59 34,20 12,77 23,83 21,26 20,65 12,77 16,06 4,25 4,28 9,43 23,70 8,68 20,24 24,09 29,24 21,71 11,5134,68 10,26 25,10 10,77 10,01 11,20 11,10 11,76 16,22 15,21 40,36 28,03 11,19 17,42 12,41 21,66 22,39 23,41 10,4639,09 26,86 17,18 17,17 8,37 10,30 34,51 11,00 9,72 20,49 35,52 30,39 47,23 10,85 29,57 6,17 3,93 6,53 17,46 4,60 9,21 15,43 5,87 5,77 10,71 17,53 11,43 12,20 14,73 35,86 37,29 28,95 15,16 14,69 11,66 10,49 10,63 5,56 19,70 25,62 9,76 16,45 18,68 21,14 17,18 18,29 19,79 41,79 39,08 17,41 24,68 23,88 14,30 19,35 19,44 8,01 31,79 11,44 17,41 10,14 25,69 16,41 14,99 19,71 51,74 34,03 45,36 16,43 13,18 20,81 9,71 9,43 25,3830,33 11,30 10,57 9,79 7,02 9,05 4,47 23,05 21,12 17,95 7,73 8,33 13,19 14,37 11,70 4,69 27,05 7,45 18,82 9,49 11,52 14,88 37,36 29,88 30,13 11,43 15,67 11,20 9,06 10,48 9,66 15,27 18,15 5,13 7,25 13,48 34,74 19,27 28,25 8,54 11,77 11,06 5,66 7,13 13,9921,99 14,13 27,90 13,08 31,54 19,38 11,85 17,97 9,74 26,48 33,04 31,35 12,3051,15 4,61 6,74 20,77 11,18 17,12 3,11 13,65 6,68 10,38 12,57 8,23 18,81 9,17 25,80 20,84 28,15 4,12 18,24 10,13 7,28 8,79 12,8114,86 11,33 12,13 18,57 4,21 8,45 18,51 20,92 16,23 7,16 30,64 15,69 32,83 16,42 32,42 31,66 42,31 34,94 17,5042,53 20,87 10,40 22,83 24,92 31,38 29,72 23,2942,48 23,85 25,52 29,00 43,34 44,68 16,0957,22 13,02 12,79 12,98 13,15 11,6920,10 29,60 24,00 20,70 15,6646,50 6,49 10,41 10,54 8,06 2,64 17,65 8,70 15,0712,44 23,23 O método de agrupamento de contribuição relativa classificou as cultivares de milho em oito grupos distintos, conforme Tabela 3. As cultivares reunidas em grupos mais distantes indica serem dissimilares, podendo ser consideradas como promissoras em cruzamentos artificiais (MIRANDA, 1998). Tabela 3 - Agrupamento baseado na contribuição relativa dos 12 caracteres agronômicos, a partir da matriz de dissimilaridade da distancia generalizada de Mahalanobis para as cultivares de milho. Indivíduos Grupos 1 2 3 4 5 6 7 8 AG 8011 PRE 22T10 B 761 DKB 245 P 30B39 BM 911 P 1630 DOW DOW 2ª550 PRE 32D10 BM 3060 P 32R48 AGN 20A55 B 184 ATL 200 P 30F53 PRE 22D11 DOW 2A106 SHS 7090 CD 388 CD 308 AG 5011 DKB 240 SHS 5050 DOW 2A120 2B688 Este agrupamento, conforme os 12 caracteres agronômicos apresentaram que mais de 1/3 das cultivares compreendem-se geneticamente similares (36%), representando que possíveis cruzamentos entre suas linhagens diminuiriam as chances de ganhos em heterose em genótipos superiores. Da mesma forma, sete outros genótipos (28%), não diferiram entre si, com pequeno distanciamento do grupo anterior, assim como o grupo 3, 4, 5 ao 8, com três, dois e um indivíduo, respectivamente. Segundo Cruz et al. (2004), um ponto de partida para realizar o aproveitamento de tempo e recursos nos programas de melhoramento vegetal, é o estabelecimento e a formação de classes homogêneas, tendo heterogeneidade entre os grupos. Conforme os agrupamentos, é possível identificar os híbridos divergentes, que podem ser utilizados em esquemas de hibridações, com objetivo de melhorar os caracteres analisados ou dispor obtenção de novas linhagens para futuros cruzamentos. De acordo com Amorim & Souza (2005), os híbridos, principalmente simples, contam com uma grande porção de locos favoráveis já fixados, em função disto, o melhoramento com extração de linhagens a partir de cultivares melhoradas, além de serem outrora testados em vários ambientes, é mais favorável. O cruzamento entre cultivares, depende principalmente da divergência genética entre ambas, além de que há necessidade que sejam adaptadas às condições onde serão sintetizadas e avaliadas, tornando relevantes os indicadores do trabalho na síntese de um genótipo para a região (ABREU, 1997). O método hierárquico de ligação simples por Vizinho Mais Próximo, compõe a classificação das cultivares mais semelhantes entre si, classificados por processos que se repetem em vários níveis, e as distâncias dos demais são calculadas em relação aos grupos formados, estabelecendo um dendrograma (CRUZ et al., 2004), com auxílio do programa computacional Genes (CRUZ, 2007) conforme Figura 4. Verifica-se no eixo y, a disposição das cultivares de milho, enquanto que no x, demonstram-se as porcentagens de divergências conforme ligação. Pela técnica, as cultivares AG 5011 e SHS 5050, assim como DOW 2A550 e AG 8011, foram concordantes na semelhança, anteriormente expressa pelo agrupamento de relevância entre caracteres. Observa-se que os métodos de agrupamento foram semelhantes parcialmente, principalmente no quesito de estabelecimento de indivíduos similares. A contribuição relativa dos caracteres para a dissimilaridade genética é averiguada conforme figura 3. Figura 3. Contribuição relativa dos caracteres para divergência genética em cultivares de milho Observa-se que não houve um caractere responsável pela divergência genética, havendo um balanceamento entre caracteres. Dentre as variáveis, massa de grãos por espiga, altura de planta, massa de 100 grãos e número de grãos por espiga, foram as maiores responsáveis pela distinção gênicas, conforme método proposto por Singh (1981). Figura 4 - Dendrograma das cultivares de milho por método de ligação simples de agrupamento por vizinho mais próximo. 4. Considerações Houve divergência entre as cultivares de milho, sendo as variáveis massa de grãos por espiga, altura de planta e massa de 100 grãos, os caracteres que mais influenciaram nas distinções; O método de agrupamento de contribuição relativa concordou com a matriz de dissimilaridade, e esta em menor grau ao dendrograma pelo método hierárquico. A divergência maior foi averiguada entre os genótipos SHS 7090 e P30B39; DOW 2B688 e BM911, dando a importância ao distanciamento de AG 8011 e DOW2B688, assim como AG 8011 e P 1630 pela estabilidade produtiva dos grupos. 5. Referências ABREU, A. F. B. Predição do potencial genético de populações segregantes do feijoeiro utilizando genitores inter-raciais. 1997. 79 f. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas) - Universidade Federal de Lavras, Lavras. AMORIM, E. P. & SOUZA, J. C. Híbridos de milho inter e intrapopulacionais obtidos a partir de populações S0 de híbridos simples comerciais. 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