Quantificação de neurônios sintetizadores de reelina no córtex préfrontal de ratos submetidos a anóxia neonatal. Vitor Hugo Guerra, Roelf Justino Cruz Rizzolo, Laís Leal Limieri, Jéssica de Oliveira Barbosa Ribeiro, Isabela Rogério de Paiva. Departamento de Ciências Básicas, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP, Araçatuba/SP, Brasil. E-mail: [email protected] Bolsa: BAEE I / Proex Palavras Chave: Anóxia, Córtex Pré-Frontal, Reelina Introdução Em modelo experimental de anóxia neonatal (AN) desenvolvido por nosso grupo, observamos uma diminuição transitória no número de neurônios no córtex pré-frontal (CPF) em ratos de 14 dias - uma região cerebral que desempenha um papel fundamental em situações clínicas como TDAH e esquizofrenia entre outras. Isto levantou a possibilidade de a AN interferir nos processos de corticogênese nesta região cerebral, o que poderia estar relacionado com a patogenia dessas situações psiquiátricas. A reelina é uma importante proteína de matriz extracelular¹, produzida por um pequeno grupo de neurónios gabaérgicos corticais, que exerce um papel fundamental na migração neronal durante o processo embrionário e manutenção da conectividade sináptica na fase adulta. Defeitos na síntese dessa proteína na fase de desenvolvimento causam sérios problemas na formação do córtex cerebral, o que foi correlacionado com disturbios cognitivos, autismo, mal de Alzheimer, transtorno bipolar, depressão profunda e, esquizofrenia. Objetivos Em virtude de nossos resultados iniciais indicarem uma diminuição no número de neurônios no CPF em ratos de 14 dias de idade como resultado de insulto anóxico neonatal, nosso objetivo foi analisar se a síntese de reelina estaria também alterada, de forma a justificar a alteração no número de neurônios pelos mecanismos acima descritos. Material e Métodos Para o experimento foram utilizados 36 neonatos machos (Rattus novergicus, linhagem Wistar) pesando entre 6 até 8 g. Os animais foram divididos em grupos de acordo com a idade: P14, P21 e P60, sendo cada um destes subdivididos nos subgrupos Anóxia (n=6) e Controle (n=6). Após a realização do insulto anóxico, os animais foram pesados, anestesiados e perfundidos por via intracardíaca, com soluções de soro salino e solução fixadora XXVII Congresso de Iniciação Científica composta de paraformaldeído. Concluída a perfusão, os encéfalos foram removidos e crioprotegidos. Em seguida, foram congelados em gelo seco, seccionados com espessura de 50 µm e recolhidos em solução anti-freeze para a realização da técnica imuno-histoquímica para reelina, prévia ativação do antígeno (incubação dos cortes em tampão citrato 0,1M pH 6,0 a 90ºC por 10 minutos) e contagem estereológica do número total de neurônios reativos a reelina, utilizando o método de fracionador óptico. Resultados e Discussão Os resultados mostraram que a anôxia não alterou de forma significativa (p>0,05) o número de neurônios imunopositivos para reelina em nenhum dos grupos experimentais, em nenhuma das idades analisadas. Paralelamente observamos um aumento expressivo na síntese de reelina a partir dos 21 dias, tanto no grupo anóxia quanto controle. Resultado Média Grupo Grupo ± Desvio Padrão Anóxia Controle P 14 45310 ± 11080 39440 ± 5118 P 21 114100 ± 14930 102400 ± 3574 P 60 109900 ± 8219 100300 ± 17220 Conclusões A diminuição transitória do número total de neurônios no CPF nos animais de 14 dias como decorrência do insulto anóxico parece não estar relacionada com a síntese de reelina. porém análises adicionais serão necessárias para verificar se pequenas flutuações nos níveis dessa proteína indetectáveis pela técnica imuno-histoquímica possam ainda ser relacionadas a essa diminuição. Agradecimentos FAPESP (Proc. # 2011/182951). _________________ ¹ Tissir F, Goffinet AM, Reelin and brain development. Nat Rev Neurosci. 2003, 4:496-505.