A autonomia e independência na organização profissional: um dos desafios do Serviço Social brasileiro no processo de ruptura com o conservadorismo nos anos 90 e na primeira década do século XXI1 Maria Beatriz Costa Abramides [email protected] Modalidade de Trabalho: Resultado de Pesquisa Eixo Temático: A dimensão ético-política da prática profissional organização política do trabalho profissional e a Introdução No ano de 2009 comemora-se, em todo o país, os 30 anos do III Congresso Brasileiro de Serviço Social, o Congresso da Virada, marco histórico da expressão política, pública e coletiva do projeto de ruptura profissional com o conservadorismo na profissão do Serviço Social Brasileiro. Desde aquele momento, em 1979, a categoria profissional organizada defendeu e se posicionou pela autonomia e independência de sua organização política frente ao patronato, aos partidos políticos, ao Estado e a seus governos. Sob a perspectiva classista vem trilhando, nesse lapso temporal, a construção e consolidação de um projeto profissional, com uma direção social, voltada aos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. O profissional inscrito na divisão seociotécnica do trabalho, participe do trabahlo coletivo, em sua condição de assalariamento, se reconhece como parte da classe trabalhadora, e a hegemonia deste projeto, no interior da profissão, se constituiu como expressão de um processo de lutas, historicamente conquistado. O tema por mim tratado, neste artigo, refere-se a um dos desafios centrais, entre tantos, a serem enfrentados pela profissão e pelos profissionais, a partir da conjuntura dos anos 90 e na primeira década do século XXI, no processo de ruptura com o conservadorismo que conquistou a sua hegemonia nos últimos trinta anos. Esta quadra histórica, assim como em todas as outras, exige da categoria profissional um constante posicionamento teórico e político, a partir de seus acúmulos alcançados. O desafio que trato, neste momento, diz respeito à continuidade da autonomia e independência da organização política, na formação e no exercício profissional, em 1 Ponencia presentada en el XIX Seminario Latinoamericano de Escuelas de Trabajo Social. El Trabajo Social en la coyuntura latinoamericana: desafíos para su formación, articulación y acción profesional. Universidad Católica Santiago de Guayaquil. Guayaquil, Ecuador. 4-8 de octubre 2009. 1 relação a qualquer governo e Estado. Assim o construímos e consolidamos, nos marcos do projeto profissional de ruptura com o conservadorismo, que se denominu, a partir dos anos 90, de Projeto Ético-Político Profissional do Serviço Social Brasileiro, que se expressou pela continuidade do Projeto com direção social, conquistado no final dos anos 70. 1- A continuidade da luta pela autonomia e independência do projeto de profissão em relação ao Estado e aos governos. Problematizo os desafios advindos de uma relação histórica das direções organizativas da categoria com a trajetória petista, nos anos 80 e 90, e as configurações decorrentes da adesão do governo federal de Lula e do PT ao neoliberalismo a partir de 2003: CAMINHOS E DESCAMINHOS QUE ISENTA E OBJETIVAMENTE , HÁ QUE IDENTIFICAR COMO ENTRECRUZADOS COM A TRAJETÓRIA PETISTA (…). O PERCURSO DO MAIS MEDIATIZADA, ESTA RELAÇÃO ENTRE OS AVANÇOS PROFISSIONAIS E PT MANTEVE-SE NA DÉCADA DE 90 – PRECISAMENTE A DÉCADA EM QUE A BASE DOCUMENTAL FUNDANTE DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO APARECE FORMULADA POR INTEIRO ( REFIRO- ME AO CONJUNTO CONSTITUÍDO PELO PROFISSIONAL E PELAS CÓDIGO DE É TICA, PELA LEI DE REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO DIRETRIZES C URRICULARES PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA, E SE MANTEVE IGUALMENTE , UMA FORTE IDENTIFICAÇÃO ENTRE LIDERANÇAS PROFISSIONAIS, ACADÊMICAS INCLUSIVE, E MILITÂNCIA PARTIDÁRIA. ESTE ENLACE, TÃO PROFUNDO, AGORA EXPERIMENTA A SUA HORA DA VERDADE: QUAL A ATITUDE DAS VANGUARDAS QUE LUTARAM POR QUASE DUAS DÉCADAS E QUE CONQUISTARAM A HEGEMONIA NO CAMPO PROFISSIONAL COM O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO, VANGUARDAS CUJOS MEMBROS (PROFISSIONAIS “DE CAMPO”, DOCENTES PESQUISADORES, ESTUDANTES) FORAM OU SÃO MILITANTES PETISTAS – QUAL A SUA ATITUDE QUANDO O PT IMPLEMENTA UMA PRÁTICA GOVERNAMENTAL QUE COLIDE ESSENCIAL E FRANCAMENTE COM A PROGRAMÁTICA POLÍTICA PRÁTICA PARTIDÁRIA) PROPOSTA NO PROJETO PROFISSIONAL. (AGORA CLARAMENTE DEMARCADA DA (NETTO, 2004:33/34). Apresento, portanto a partir dods elementos traçados por Netto, as seguintes indagações: a- Os descaminhos políticos do PT, servindo ao capital, estabelecem um divisor de águas necessário à análise do projeto profissional hegemônico, que esteve centralmente articulado ao lastro das políticas defendidas e definidas pelo PT, nos anos oitenta; na direção da luta por conquistas de direitos sociais e trabalhistas, 2 da reforma agrária e urbana, de uma política nacional de emprego; embora o projeto profissional deva estar desvinculado organicamente de um projeto partidário? b- Consideradas as mutações e tensões no campo de esquerda, a posição hegemônica e majoritária, no interior da categoria organizada dos assistentes sociais permaneceu vinculada a um PT, nos anos 90, já bem distante de sua origem e da perspectiva socialista, nos limites da reforma dentro da ordem. A posição estratégica adotada pela categoria profissional de uma ação de reformas dentro da ordem, nos anos 90, se direciona, às lutas sociais no plano imediato. A direção social do projeto profissional, porém, encontra-se no horizonte emancipatório, o que pressupõe, segundo Marx, um tempo de revolução social, para a superação da ordem do capital pela classe trabalhadora. Essa posição estratégica de uma ação de reformas dentro da ordem, não se colou ao reformismo proposto pelo PT nos anos 90? c- A profissão possui uma autonomia relativa, nos marcos regulatórios do mundo do trabalho; porém, em sua organização político-profissional deve manter a autonomia e independência de qualquer governo, na vinculação aos movimentos sociais classistas. Os assistentes sociais em seus fóruns organizativos, desde 1989, deliberaram pela “defesa dos direitos sociais, na luta pela sua ampliação e contra o neoliberalismo”, presente na origem, continuidade e aprofundamento nos governos Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula, o que demarca sua posição majoritária em contraposição aos governos de sustentação do capital. Essa concepção, de oposição ao neoliberalismo, tem possibilitado a retomada da articulação das entidades com o pólo classista do movimento social? Esse conjunto de problematizações se constituem necessários no sentido de reafirmarmos a autonomia e independência de nossas entidades organizativas e para tanto estabeleço alguns pontos analíticos e programâticos ao processo de ruptura na profissão. 2- A esfera da institucionalidade nas décadas de 90 e 2000 e a política de conciliação de classes do PT. A vitória do governo Lula, em 2002, representou para 53 milhões de pessoas que nele votaram, a possibilidade de melhoria das condições de vida e de trabalho, Não 3 estava posta a construção do socialismo pelo processo eleitoral; porém não se esperava que o governo Lula, do PT, se curvasse, radicalmente, à ortodoxia do receituário neoliberal imposto pelo capital financeiro internacional hegemônico. Embora, internacionalmente, a crise estrutural do capital contenha a crise e o esgotamento do keynesianismo, um partido de massas democrático e popular, assentado em reivindicações sociais e de distribuição de renda e de geração de emprego, teria condição política, pela sua legitimidade, de se apoiar programaticamente nos interesses das massas trabalhadoras e implementar políticas sociais e de emprego. O governo Lula, do PT, porém se opõe à sua trajetória histórica tornando-se um partido da ordem do capital, ao prosseguir com o ideário neoliberal o que acelera o processo regressivo no país, com desdobramentos para a América Latina; pois um governo de bases populares interessaria a todo o continente do ponto de vista da classe trabalhadora. Na década de 90, pela sua posição majoritária, o PT se constituiu em um partido que se preocupou, prioritariamente, com a institucionalidade e a governabilidade. Abdicou da luta pelo socialismo, previsto em seu programa do início da década de 80, e consolidouse como um partido social-democrático reformista, no âmbito da gestão democrática formal burguesa do Estado; relegou a formação política de seus militantes e não construiu uma perspectiva teórica que correspondesse à sua trajetória histórica. A prioridade da ação na esfera da institucionalidade, a partir do final dos anos 80, em que o PT assume várias e importantes prefeituras, torna secundária a luta extrainstitucional e invade as organizações populares, sindicais, profissionais, as universidades, em um politicismo assentado na tese da “democracia como valor universal” (Coutinho, 1979). O Estado capitalista apresenta contradições em seu interior, e os trabalhadores organizados em partidos de esquerda devem travar a luta no terreno institucional, nas esferas do executivo e do legislativo; porém, a luta determinante se concentra na ação direta das massas no âmbito da luta de classes, independente e autônoma do governo, do Estado e do patronato. 4 Os partidos reformistas que tiveram sua sustentação em bases sociais, como é o caso do PT no Brasil, na vitória de Lula em 2002, seguem à risca o FMI e sua política neoliberal, a serviço do capital e do imperialismo. A partir da crise do capital em 2000, agravada no segundo semestre de 2008, eclodindo no centro do imperialismo, EUA, se estendendo para a Europa e Japão, com alastramento aos países períféricos colocam a classe trabaladora frente à novos desafios, posto que sobre ela recai o ônus da crise, já considerada a maior desde 1929. A complexidade do desenvolvimento capitalista, no plano internacional, deve ser analisada em todas as suas dimensões: na crise estrutural do capital a partir de 1973, com seu aprofundamento em 2000 e seu ápice a partir de setembro de 2008; na internacionalização e financeirização da economia como elemento de exploração e dominação capitalista, na crise nos países pós-capitalistas; na ofensiva neoliberal; no ataque ao projeto histórico do socialismo; na crise e capitulação de setores da esquerda à social-democracia e ao neoliberalismo; na ilusão na democracia formal-representativa, para o estabelecimento de uma nova ordem societária. Estas determinações constituíramse dificuldades reais para a construção do projeto socialista, e da manutenção da independência e autonomia de classe das entidades dos trabalhadores diante dos governos, notadamente, quando estes são apoiados por setores organizados dos trabalhadores. O giro social-democrático, governista, estabeleceu a agenda eleitoral, como prioridade estratégica para a conquista de governos, e a orientação dada às lutas sociais foi a de vinculá-las às conquistas na esfera do Estado, gradativa e progressivamente, a partir dos anos 90. O PT se transformou no partido da ordem, que administra o capital no âmbito do Estado, a partir de 2003, e apresenta sua continuidade e aprofunamento, em meio a seu segundo mandato, em 2009, de implantar o programa neoliberal, segundo a orientação macro-estrutural imperialista, que se iniciou com o governo Sarney em 1989, se espandiu com o governo Collor e se consolidou com FHC em seus dois mandatos. Não se semeavam ilusões de que o governo Lula, do PT, construísse o socialismo, pela via eleitoral, por meio do Estado de direito, da democracia burguesa, formal. Porém, 5 os programas de campanha do PT caminhavam, centralmente, em direção às políticas neokeynesianas, nos marcos de programas social-democráticos, reformistas. As políticas sociais poderiam significar para as grandes massas trabalhadoras do país, o atendimento de algumas reivindicações imediatas, o que não se prescindiria da continuidade das lutas sociais classistas para fazê-las avançar em sua perspectiva histórica. 3- Os movimentos sociais com o giro social democrático, nos anos 90, e estadista e governista, desde 2003. Os movimentos sociais, sindical e popular, na virada dos anos 90, de forma majoritária e hegemônica, ao lutarem por políticas públicas e de emprego, aderiram às lutas institucionais como lutas centrais, As negociações sindicais por meio das câmaras setoriais, no âmbito do Estado, e as ações nos conselhos institucionais de saúde, moradia, assistência social, dos transportes, do idoso, de portadores de deficiência, cultura, criança e adolescente entre outros; nas esferas municipal, estadual e ou federal, deslocaram centralmente a ação dos movimentos sociais, para o âmbito da institucionalidade, sem a devida correspondência no plano das lutas sociais autônomas. As ações de massas, quando ocorreram, constituíram-se, basicamente, em um instrumento tático de negociação na esfera institucional. Na prática há um abandono da perspectiva histórica do socialismo e uma clara adesão à política reformista que se assenta na necessidade de ações propositivas, posto que as ações radicalizadas, da luta de classes, são identificadas como típicas do período da ditadura militar; agora, diante da democracia burguesa, a tarefa prioritária passa a se caracterizar pelo alargamento do Estado democrático. No período do governo Lula, da Silva, há conflitos no interior do MST, quando sua direção, juntamente com a da Central Única dos Trabalhadores -CUT, Central dos Movimentos Populares- CMP, e a União Nacional dos Estudantes- UNE estabelecem uma crítica ao governo Lula, somente no que se refere à sua política econômica, e se transformaram em movimentos governistas, estadistas, abrindo mão de sua trajetória histórica de organização e de lutas no patamar de autonomia e independência de classe, 6 tal qual defendiam em sua concepção e prática social, no final dos anos 70 e até meados da década de 80. A avassaladora investida neoliberal, a precariedade das condições de vida e de trabalho; o esfacelamento das políticas públicas, a quebra e destruição de direitos sociais e trabalhistas; o sindicalismo “cidadão e propositivo”, em substituição ao sindicalismo de combate; a condição defensiva em que se encontra o sindicalismo diante da acumulação flexível no mundo do trabalho, da ofensiva neoliberal na esfera do Estado e da denominada pós-modernidade na esfera da cultura; o giro sindical à social-democracia; a ilusão na democracia burguesa; o viés politicista da ação sindical; a luta proritária voltada ao espaço da institucionalidade e o privilégio dos canais jurídico-institucionais de democratização do Estado, neutralizaram o processo de lutas e organização autônoma e independente dos trabalhadores, o que levou a uma regressão histórica da classe trabalhadora na década de 90. Os setores de esquerda do movimento social que permanecem em uma perspectiva de travar a luta de classes, se voltam para a construção de uma frente única classista contra as reformas da previdência social, do ensino superior, trabalhista e sindical e contra a política do governo neoliberal, de Lula da Silva. Os setores que se organizam em uma perspectiva classista no país encontram-se na CONLUTAS – Coordenação Nacional de Lutas, a partir de 2004, no CONLUTE – Coordenação Nacional de Lutas Estudantis, na Intersindical e nos setores articulados na Assembléia Popular. O processo de lutas contra o neoliberalismo deve expressar-se no campo de esquerda, juntamente, com as lutas antiimperialista, anticapitalista, no horizonte socialista e do projeto de emancipação humana. Reafirmo, portanto, a importância de nossas entidades permanecerem autônomas e independentes, de forma combativa na construção da direção sociopolítica do projeto ético-político profissional, tal qual o construímos e consolidamos, nos marcos do processo de ruptura com o conservadorismo. O momento conjuntural impõe que as entidades da categoria repensem suas estratégias de ação no âmbito da institucionalidade, mas, sobretudo, repensem 7 estratégias de lutas no campo de autonomia e independência de classe em uma frente única classista de defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. A CONLUTAS pode vir a se constituir em um instrumento de frente única classista, antiburocrática; na construção de um programa, antiimperialista e anticapitalista no patamar de autonomia e independência de classe, centralizando e unificando as lutas da classe trabalhadora. A vanguarda que se aglutinou em torno da CONLUTAS tem um papel importante na luta pela independência política dos explorados, na defesa das reivindicações e mobilizações de massa, atuando na direção da unidade do movimento social, buscando disputar na base do movimento social a luta pela hegemonia de um projeto classista autônomo e independente. Conclusão Certamente, outras análises e derivações são possíveis e, certamente, muitos não compartilharão da angulação apresentada nesse artigo; mesmo porque, conforme o próprio movimento da realidade sócio-profissional, há de se reconhecer profissionais plenamente integrados às políticas neoliberais, outros que estiveram, e estão, integrados às políticas desenvolvimentistas e técnico-modernizadoras no passado e no presente, assim como há setores, historicamente reformistas, que recentemente se ampliaram e outros setores que capitularam com a adesão do PT ao neoliberalismo. Contudo, o que nos interessa intelectual e politicamente é a continuidade do legado do projeto profissional de ruptura com o conservadorismo, tal qual o construímos e consolidamos, com autonomia e independência de qualquer governo e partido político na conquista do projeto hegemônico da profissão. A hegemonia ê um processo permanente de lutas, mediante posições políticas antagónicas, contraditórias, que se apresentam de forma diferenciada a cada momento conjuntural, cuja correlação de forças se altera, mediante o movimento da realidade. O processo de ruptura do projeto profissional com o conservadorismo teve sua referência pública e coletiva no III CBAS em 1979, no Congresso da Virada, em que a categoria organizada deliberou por uma direção sociopolítica de seu projeto profissional. A vinculação com o movimento social classista a partir da organização político-sindical da 8 categoria a partir de 1977 e em toda a década de 80, que se esprais para as outras esferas de organização da categoria, no âmbito de formação e do exercício profissional e estiudantil é constitutivamente determinante na construção do projeto ético-políticoprofissional do Serviço Social Brasileiro dos anos 90, Nesta primeira década de século XXI, novos desafios se colocam para serem enfrentados, na articulação entre o projeto profissional e o projeto societário no compromisso com a classe trabalhadora. Portanto, a autonomia e independência de nossa organização profisional em relação ao Estado, aos governos e aos partidos, nos coloca de forma coletiva e orgânica, na direção social que definimos no horizonte do projeto de emancipação humana. Bibliografia ABRAMIDES, Maria Beatriz Costa- O Projeto Ético-Político Profissional do Serviço Social Brasileiro- Tese de doutorado- Programa de Pós Graduaçnao em Serviço SocialFaculdade de Serviço Social da PUCSP _______________________________A organização político- sindical dos assistentes sociais: Trajetórias de lutas e desafios contemporâneos, pgs 85 a 108- Revista Serviço Social e Sociedade nø 97- História e Trabalho- janeiro a março de 2009, Cortez Editora. São Paulo. NETTO, Josê Paulo- A conjuntura brasileira: O Serviço Social posto à prova- Revista Serviço Social e Sociedade V. 79- Especial: Serviço Social, Formação e Projeto Político P. 05 a 26, 2004, Cortez Editora. São Paulo 9