O umbigo do mundo bacteriano O umbigo é uma parte esquecida do corpo humano, entretanto, recentemente, alguns cientistas se aventuraram em uma busca por vida em umbigos... e encontraram. Aos milhares! Quando foi a última vez que você lavou seu umbigo? Ontem, na semana passada, no mês passado, no ano passado, ou nunca em sua vida? Antes de correr para o banheiro para “atualizar” sua higiene, pense por um momento sobre o tesouro que você pode estar carregando em seu corpo! Pesquisadores norte-americanos investigaram recentemente a diversidade bacteriana nos umbigos de 60 voluntários e descobriram mais de dois mil tipos diferentes de bactérias. Nos umbigos de dois indivíduos que não tomaram banho por vários anos (??!!) eles encontraram, inclusive, representantes de Archaea! Esses tipos de bactérias normalmente ocorreriam apenas em habitats extremos, como as bordas de vulcões ou em lagos ácidos. A imagem mostra a diversidade de micróbios que você pode transportar nesse pequeno, e muitas vezes esquecido, lugar do seu corpo. Em média, cada umbigo abriga 67 espécies diferentes de bactérias. Alguns umbigos são mais limpos do que outros, e contêm apenas 29 espécies diferentes. E será que isso é bom? Nem sempre. Os micróbios não são apenas invasores, mas também nos defendem contra hóspedes desagradáveis. Por exemplo, Bacillus subtilis, que frequentemente ocorre em umbigos, produz antibióticos. Com essa arma, essa espécie combate não apenas outras bactérias mais desagradáveis, mas também fungos e, assim, assegura que não sejamos comidos vivos por uma armada de micróbios. Dessa forma, a biodiversidade, definitivamente, traz um benefício para nós pense nisso antes de esterilizar o seu umbigo com sabão! Para pensar e responder! 1. Pensando nas características das bactérias, quais fatores favorecem sua presença nos umbigos? 2. Como você explicaria o fato de que apenas dois voluntários, com hábitos de higiene, digamos, incomuns, carregavam Archeas em seus umbigos? Fonte: http://www.micronaut.ch/the-navel-of-the-bacterial-world/ (tradução livre) Frenesi alimentar no intestino Bactérias intestinais são os heróis da nossa digestão. Elas quebram carboidratos para nós, fornecem- nos vitaminas essenciais e protegem-nos de doenças intestinais. Esta é uma pequena amostra de fezes humanas. As formas coloridas que você vê são bactérias que ocorrem em números astronômicos em nosso intestino: um mililitro abriga até um trilhão desses organismos. Lá, eles se envolvem em um dos maiores frenesis de alimentação em nosso planeta. Diariamente, se empanturram com chocolate, macarrão e carne. O fato de devorarem nossa comida não é motivo de preocupação. Ao contrário, elas nos ajudam a dividir os alimentos indigestos em partes menores. O espectro químico do nosso intestino não é amplo o suficiente para digerir tudo que comemos. Já as bactérias podem lidar com quase tudo, devido à sua elevada diversidade. As enzimas que produzem, são capazes de quebrar carboidratos complexos, como amido e açúcares diversos. Depois que as bactérias os digerem, eles ficam disponíveis como ácidos graxos de cadeia curta, pequenos o suficiente para passar pela mucosa intestinal e entrar no nosso fluxo sanguíneo, que os transporta para todas as células do organismo, onde são utilizados como combustível. No entanto, também existem substâncias que até mesmo as bactérias não podem quebrar facilmente. Estas incluem, por exemplo, fibras de plantas. Uma delas pode ser vista na imagem. Ela é constituída por carboidratos de cadeias muito longas, capazes de suportar todos os tipos de ataques químicos. Nossas bactérias intestinais só lidam com uma pequena parte deles. O restante, descartamos sem digerir. Ao todo, mais de 33.000 espécies diferentes de bactérias foram identificadas no intestino humano. De acordo com estimativas de pesquisadores, existem pelo menos, 500 espécies diferentes de bactérias que crescem em um intestino saudável. Algumas delas produzem vitaminas, como a vitamina K, que torna possível a coagulação do sangue, ou vitamina B12, que desempenha um papel importante para a divisão celular e a funcionamento do sistema nervoso. Uma das bactérias mais importantes é a Escherichia coli, os bacilos azul-turquesa na imagem. Ela é tão numerosa que recobre toda a mucosa intestinal como um único tapete. Dessa forma, protege- nos de infecções, como a causada por Salmonella, que causa diarreia. Se ingerirmos o patógeno com comida contaminada, ele não encontra lugar para se estabelecer e multiplicar, graças ao escudo de E. coli vivendo na mucosa intestinal. Assim, sem causar qualquer dano, acaba “entrando pelo cano”, no vaso sanitário. Para pensar e responder! 1. A presença de Escherichia coli é usada como indicador em testes de qualidade da água em praias. Em sua opinião, por que E. coli seria um bom indicador de contaminação da água? 2. Descubra: E. coli pode causar doenças? Como? Fonte: http://www.micronaut.ch/atlants-column-feeding-frenzy-in-the-gut/ (tradução livre)