Nº 03 – 01/02/2007 Eficiência energética contra o aquecimento

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Nº 03 – 01/02/2007
Eficiência energética contra o aquecimento global
O aumento da temperatura na Terra e suas conseqüências estão na ordem do dia,
como prova o movimento promovido pela ONG Aliança Pelo Planeta, que propõe a todos os
habitantes do planeta que apaguem as luzes de casa entre 19h55min e 20h (hora de
Brasília), hoje (1º de fevereiro). A preocupação é compartilhada pelo Grupo Eletrobrás,
cujas empresas apostam em programas de eficiência energética como uma das formas
mais econômicas e ambientalmente sustentáveis de combater o aquecimento global. A
geração de energia é a terceira maior responsável por emissões de gases de efeito estufa
no Brasil, atrás apenas do uso da terra (com queimadas e agricultura) e transportes.
Uma das principais iniciativas das empresas do Grupo Eletrobrás na área ambiental
é um velho conhecido dos brasileiros. O Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica (Procel) existe há 22 anos e, durante esse tempo, economizou cerca de 22 milhões
de megawatts (MW), o suficiente para abastecer todo o estado do Rio Grande do Sul por
um ano. Em 2005, segundo o Procel, a economia no consumo de energia atingiu cerca de
2,1 milhões de MWh. “Ainda não fechamos o cálculo de 2006, mas calculo que a economia
tenha sido cerca de 5% maior do que no ano anterior”, acredita Hamilton Pollis, chefe da
Divisão de Planejamento em Conservação de Energia da Eletrobrás/Procel.
O especialista afirma que os brasileiros se tornaram mais conscientes de que devem
usar a energia elétrica de maneira mais eficiente. Mas entre a conscientização e a
economia real há obstáculos. “Muitas vezes a pessoa, para economizar um pouco, compra
uma geladeira mais barata, que não tem o Selo Procel, por não saber que o selo garante
um produto com alto grau de eficiência, que, em pouco tempo, permite uma economia maior
do que a feita na compra”, diz Pollis.
O caminho do uso racional da energia elétrica como forma de diminuir o impacto
ambiental da geração da energia também tem o apoio da seção brasileira do World Wildlife
Fund (WWF), ONG ambientalista presente em 100 países, nos quais conta com cinco
milhões de sócios. Para Carlos Alberto Scaramuzza, superintendente de Conservação para
Programas Temáticos do WWF, a equalização da demanda de energia elétrica no Brasil
acaba com a dicotomia entre conservação ambiental e desenvolvimento. “Dá para
desenvolver o país economicamente, garantindo qualidade de vida para as pessoas, de
modo compatível com a conservação de recursos naturais”.
Fontes alternativas - Uma outra forma de se atingir o objetivo de não aquecer ainda
mais o planeta, segundo o executivo da WWF, seria por meio do desenvolvimento das
fontes limpas de energia, como a solar e a eólica. Esse caminho, porém, não é tão pacífico,
no entendimento de outros analistas do setor. O professor Nivalde de Castro, coordenador
do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ, por exemplo, não descarta as
fontes limpas, mas acredita que se deva levar em consideração outros fatores, como o
econômico, na hora de avaliar os projetos desse tipo de geração de energia. “A questão é
definir uma relação custo-benefício”, pondera o acadêmico.
O professor da UFRJ lembra um fato óbvio, mas que muitas vezes é esquecido
durante os debates. “Qualquer ação do homem sobre a natureza provoca danos ao meio
ambiente”, diz ele. Ou seja, mesmo a construção de “fazendas de vento” para a geração de
energia eólica ou a fabricação de coletores solares – construídos com silício oriundo da
mineração – para o aproveitamento da luz solar afetam o meio ambiente.
Castro acredita que o Brasil precisa continuar investindo pesado na hidreletricidade,
pois o país tem uma forte tradição no uso dessa fonte. “Por enquanto, a melhor opção é a
hidreletricidade. O Brasil tem que priorizar os investimentos em usinas hidrelétricas. As
empresas de energia elétrica no Brasil são basicamente de energia hidrelétrica, que é uma
fonte extremamente limpa e renovável”, afirma o pesquisador do Gesel. Para ele, a única
fonte alternativa de energia que pode alcançar uma participação mais significativa na matriz
energética brasileira é a biomassa, por ter preços mais competitivos.
ESTIMATIVAS DE POTENCIAL DE ECONOMIA DE
ENERGIA ELÉTRICA
Setor
Gasto atual
% possível
de energia
de
(em milhões
economia
de MWh )
Industrial
Saneamento
Comercial
Residencial
Público
Iluminação pública
Outros
TOTAL
9,2
1,5
5,6
7,5
1,6
1,3
3
29,7
31,0
5,1
18,9
25,3
5,4
4,4
10,1
100,0
Legendas
Foto 1: Hamilton Pollis (Eletrobrás/Procel)
Foto 2: Hidrelétricas são fonte de energia limpa e renovável
Divisão de Imprensa da Eletrobrás
(21) 2514-5900/6389
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