EUROPA por | Filipa Cardoso Certificação Energética Espanha tem ainda um longo caminho pela frente Uma análise à regulamentação espanhola que visa o bom desempenho energético dos edifícios mostra que o país vizinho está a sentir inúmeras dificuldades em cumprir com as normas europeias: a Directiva Europeia obrigou à criação de novos regulamentos, mas que estão ainda longe das exigências que se aproximam e dos objectivos que se impõem. O exemplo mais flagrante é o da lenta implementação da certificação energética, que, para além de ainda não contemplar o parque edificado existente e se basear em “edifícios de referência”, não é encarada como uma prática corrente e utiliza métodos, cuja eficácia não é consensual. T Por agora, não há ainda nenhum Real Decreto que defina a obrigatoriedade da certificação energética do parque existente, estando o mesmo, segundo o Ministerio de Vivienda, previsto para o primeiro semestre de 2010. Esta questão coloca a Espanha em atraso no cenário europeu e o facto de a certificação energética estar só a ser feita em novos edifícios reflecte-se também numa fraca consciência da população no que respeita a esta temática. 48 | Maio/Junho climatização al como aconteceu em alguns países europeus, também em Espanha a aprovação da European Energy Performance of Buildings Directive (EPBD) pela Comissão Europeia, em 2002, foi o anúncio de que muitas coisas teriam de ser mudadas no panorama legal do país no que respeita à performance energética dos edifícios. Fazia já alguns anos que as regulamentações quer para o consumo de energia em edifícios, quer para o seu comportamento térmico não eram revistas. No primeiro caso, a lei respeitante datava de 1979 e, no segundo, a última revisão tinha ocorrido em 1998. A imposição de uma nova Directiva para os edifícios obrigou à actualização desses documentos, de forma a transpor o documento comunitário para a lei espanhola. A partir daí, surgiram três ferramentas legais fundamentais: o Código Técnico de la Edificación (CTE), aprovado em Março de 2006; o Procedimento Básico para la Certificacion de Eficiencia Energética de Nueva Construcion, com data de Janeiro de 2007; e o Reglamento de Instalacciones Térmicas de los Edificios (RITE), aprovado em Julho de 2007. Estes documentos representam em si a implementação da Directiva em Espanha e cada um deles corresponde a determinadas exigências apresentadas nos artigos da Directiva: ao CTE correspondem os artigos 4º (Estabelecimento de requisitos de desempenho energético), 5º (Edifícios Novos) e 6º (Edifícios existentes com renovações importantes maiores do que 1000m2); ao RITE referem-se os mesmos artigos em respeito a sistemas AVAC e ainda os 8º (Inspecção de caldeiras) e 9º (Inspecção de sistemas de ar condicionado). Código Técnico de la Edificación As questões energéticas estão incluídas no CTE através do Documento Básico de Habitabilidad y Energia (HE). Este enumera cinco exigências básicas para a poupança energética: n Limitação da procura de energia – os edifícios devem dispor de uma série de características que permitam reduzir a energia necessária para o conforto térmico dos seus habitantes; n Eficiência das instalações térmicas – os edifícios devem ter instalações térmicas que garantam o conforto térmico dos seus habitantes através da regulação da eficiência destas instalações e dos seus equipamentos; nE ficiência energética das instalações de iluminação – as instalações de iluminação devem ser adequadas às necessidades dos seus ocupantes, com sistemas de controlo para optimizar o fornecimento de luz natural em áreas que reúnam determinadas condições; n Contribuição mínima solar para Águas Quentes Sanitárias (AQS) – em edifícios com procura de AQS, ou que disponham de piscinas cobertas, uma certa parte climatização Maio/Junho | 49 EUROPA Opção geral (classes A, B ou C) Procedimento de referência Tabela 1 Requisitos mínimos Procedimentos alternativos Opção simplificada (Classes Dou E) Necessidades de aquecimento e arrefecimento Software LIDER Softwares alternativos Cumprimento da opção simplificada do CTE-HE1 Necessidades de aquecimento e arrefecimento Cumprimento de requisitos do CTE-HE2 Cumprimento de requisitos do CTE-HE2 Cumprimento de requisitos do CTE-HE2 Contribuição solar mínima de AQS Cumprimento de percentagens previstas noCTE-HE4 Cumprimento de percentagens previstas no CTE-HE4 Cumprimento de percentagens previstas no CTE-HE4 Software CALENER Softwares alternativos Atribuição directa da Classe de eficiência energética D ou E Classificação Energética da energia utilizada para aquecer essas águas deve ser proveniente de sistemas solares térmicos, variável consoante a localização e a procura de AQS do edifício; Contribuição fotovoltaica para a energia eléctrica – os edifícios devem ter incorporados sistemas fotovoltaicos capazes de transformar energia solar em electricidade para consumo próprio e venda à rede eléctrica. De acordo com um relatório elaborado pelo projecto Assessment and Improvement of the EPBD Impact, ASIEPI, as novas regulamentações previam reduzir em 25% o consumo de energia. Para que tal fosse conseguido, Espanha foi dividida em zonas climáticas diferentes, cinco para o Inverno e quatro para o Verão. Os requisitos de performance energética dependem não só dessas zonas, mas também de uma série de outros factores, como os níveis mínimos de isolamento e de performance de instalações térmicas, factores solares para envidraçados, níveis de contribuição solar para AQS e fotovoltaico para fins de electricidade e ainda de iluminação natural. O estabelecimento de requisitos mínimos não se aplica apenas ao consumo de energia, mas também à renovação de ar interior para edifícios residenciais, sendo o mesmo aplicado a edifícios não residenciais, consoante o tipo de edifício, e a um indicador de temperatura e humidade interiores no Verão e Inverno. Certificação de edifícios A obrigatoriedade de certificação de edifícios foi aplicada na lei (Real Decre50 | Maio/Junho climatização Uma nova era nos isolamentos para sistemas de energia solar. to 47/2007, de 19 de enero) através da publicação do Procedimento Básico para la Certificacion de Eficiencia Energética de Nueva Construcion (PBCE). Tal como o nome indica, este aplica-se apenas a novas edificações, sendo que a inclusão do parque existente viria a ser contemplada no Plan de Acción 2008-2012 de la Estratégia de Ahorro y Eficiencia Energetica en España (ver caixa). No entanto, por agora, não há ainda nenhum Real Decreto que defina a obrigatoriedade da certificação energética do parque existente, estando o mesmo, segundo o Ministerio de Vivienda, previsto para o primeiro semestre de 2010. Esta questão coloca a Espanha em atraso no cenário europeu e o facto de a certificação energética estar só a ser feita em novos edifícios reflecte-se também numa fraca consciência da população no eo r p Cum .C.E.! E R.S. HT/Armaflex S é um isolamento flexível, resistente a altas temperaturas que optimiza a eficiência das instalações de energia solar térmica para águas quentes sanitárias. O seu recobrimento exterior confere elevada proteção mecânica e integração estética. 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Para auxiliar na implementação do processo em Espanha, o Real Decreto que transpôs parcialmente a Directiva estabeleceu também a criação de uma Comisión Asesora para la Certificación Energética de Edifícios (CACEE) de carácter permanente para velar pela manutenção e actualização do PBCE, dependente da Secretaria General de Energía del Ministerio de Industria, Turismo y Comercio. Porém, o processo tem sido extremamente lento e pouco coordenado, havendo apenas, segundo a Asociación Técnica Española de Climatización y Refrigeración (ATECYR), pouco mais de uma centena de projectos com certificação final. Tal como se prevê na Directiva de 2002, as grandes remodelações estão sujeitas a certificação, desde que a área seja de mais de 1000 m2 ou nos casos em que as renovações sejam equivalentes a 25% do edifício. Os regulamentos não se aplicam a construções provisórias com prazo de utilização inferior a dois anos, edifícios agrícolas, edifícios isolados com superfície útil inferior a 50 m2, edifícios de simplicidade técnica e construtiva que não sejam residencial ou público, edifícios com características que o obriguem a permanecer abertos, edifícios ou monumentos protegidos oficialmente, cujo cumprimento do decreto possa implicar a sua estética, edifícios de culto ou religiosos. O método para a determinação do consumo energético tem em consideração a zona climática em que o edifício se encontra assim como a composição dos seus interiores. A aplicação e controlo do sistema de certificação energética é atribuído, pelo Real Decreto, às comunidades autónomas. O processo de certificação energética de um edifício implica que se elabore um modelo teórico do seu consumo. Para tal, o governo espanhol disponibilizou um software – LIDER - capaz de calcular os consumos de energia da construção a partir de uma descrição do edifício, das características da envolvente, da sua orientação e ventilação, das condições ambientais interiores, da existência ou não de sistemas e protecções solares e das instalações de aquecimento, AQS, ar condicionado e iluminação. Posto isto, o processo passa para a fase seguinte, na qual vai ser calculada a classificação energética do edifício em causa, que pode ser feita também através de outro programa Piscinas cobertas I 30 II 30 Zona Climática III IV 50 60 V 70 Fonte: CTE-HE4 informático - o CALENER, que apresenta duas versões, uma para edifícios de habitação e pequenos edifícios de serviços, e outra para grandes edifícios do sector terciário. A utilização de programas informáticos diferentes está condicionada à aprovação da CACEE. O CALENER compara o edifício em análise com um edifício padrão de características semelhantes e cuja performance energética foi anteriormente determinada. Obtidos os resultados é atribuído ao edifício uma classe energética que varia de A a G. Este programa não é visto como a melhor opção por todos, sendo a sua complexidade e dificuldade as principais críticas. Recentemente e em resposta a estes obstáculos, a ATECYR apresentou um programa informático em alternativa, o CERMA. Este software foi desenvolvido para o sector residencial (edifícios em bloco e unifamiliares), de qualquer zona geográfica espanhola. Primeiramente, na fase de projecto, é emitido um certificado provisório, que deverá ser subscrito pelo projectista do edifício ou responsável pelas instalações térmicas. Posteriormente, terminada a construção, é necessário comprovar se a performance energética do edifício corresponde à prevista pelo projecto. Este controlo e as respectivas inspecções devem ser feitos por agentes autorizados nomeados pela administração de cada Comunidade Autónoma. Ajustados os dados, pode, aí, ser passado um certificado definitivo. Classificar energeticamente um edifício em Espanha pode ser feito de duas formas: uma geral, de carácter comportamental, outra simplificada de carácter prescritivo. A escolha da primeira permite que se obtenha as classes superiores - A, B ou C - e recorre à utilização dos programas já referidos. Para os edifícios destinados à habitação, nos quais se pressupõe que os comportamentos sejam mais homogéneos, este método utiliza um “edifício de referência”: um estudo de campo leva à selecção de 14 edifícios de habitações unifamiliares e 11 plurifamiliares, com quatro orientações possíveis em 12 localizações climáticas possíveis. A partir destes, é utilizado o “edifício de referência” que mais se adequa à situação em causa. Para os edifícios não residenciais, é utilizada uma construção fictícia semelhante, que se caracteriza por ter o mesmo desenho e por cumprir os requisitos mínimos do CTE. É na base desse cumprimento que se define também a opção simplificada, que dá apenas acesso às classes D e E. A classificação energética, neste método, obtémse de forma indirecta, conforme as soluções adoptadas pelo edifício sejam ou não coerentes com aquilo que é estabelecido pelo CTE. Esta opção, mais simples, apresenta a desvantagem de poder atribuir uma classificação inferior a um edifício que, seguindo a opção geral, obteria uma melhor classificação. Renováveis A obrigação de uma percentagem mínima de contributo de energias renováveis quer para o aquecimento de águas, quer para a obtenção de electricidade, explícita no CTE, tem também por base o tipo e tamanho do edifício. Essa percentagem pode ser menor em determinados casos: quando a contribuição de energia para AQS é coberta pelo uso de outras energias renováveis, processos de cogeração ou da instalação de unidades de recuperação de calor, externas à geração de calor própria do edifício; quando a obtenção deste valor mínimo implica exceder o critério de cálculo estipulado pela legislação; quando a localização do edifício não lhe permite exposição solar suficiente, devido a barreiras externas; em edifícios recentemente construídos, quando há limitações irremediáveis devidas à legislação de planeamento da cidade que impeçam claramente de obter a superfície necessária para os colectores; ou quando tal for estipulado pelo órgão competente, que tem de dar uma justificação em termos de protecção histórica ou artística. (Tabela 2) A instalação de painéis fotovoltaicos pode também ser menor se forem instaladas outras fontes de energia renováveis que contribuam também para a obtenção de electricidade, se existirem barreiras arquitectónicas que não possam ser evitadas ou ainda se a legislação local for contra esta medida. No que respeita à inspecção de caldeiras, prevista no Artº8 da EPBD, a legislação espanhola decreta, através do RITE, que estas sejam feitas de acordo com a eficiência da mesma em condições de tempo real, em cada dois, quatro ou cinco anos, consoante o tipo de energia utilizada e a capacidade da caldeira. A inspecção de Mais escolha As melhores marcas Tudo à sua disposição Informação técnica Atendimento mais rápido Funcionamento das 8h30 às 13h e das 14h às 19h EUROPA Caudal de ventilação mínimo exigível em [l/s] Espaços Tabela 3 toda a instalação deve acontecer em cada 15 anos, sendo os custos suportados pelos consumidores finais. Processo semelhante é feito para a inspecção de sistemas de ar condicionado, com estas a terem lugar em cada um a dois anos, dependendo da capacidade, e com toda a instalação a ser revista de seis em seis anos. A qualidade do ar interior em edifícios novos ou existentes é também mencionada na regulamentação, nomeadamente no CTE, na secção HS3 (ver tabela3). Plan de Acción 2008/2012 de la Estrategia de Ahorro y Eficiencia Energetica en Espana Em Julho de 2007, o governo espanhol aprovou o Plan de Acción 2008/2012 de la Estratégia de Ahorro y Eficiencia Energetica en España (PAE4+), com um orçamento de 2367 milhões de euros, em sucessão ao plano com o mesmo nome referente a 2005/2007. Como objectivo, o documento veio estabelecer a meta de uma poupança energética global de 11% para 2012, sendo que uma parte desta poupança - 12% - deve ser obtida via fontes renováveis. O sector dos edifícios faz parte dos sete sectores de actuação do plano, incluindo a aprovação do CTE, RITE e da certificação energética dos novos edifícios. Para além disso, prevê-se ainda que esta última seja aplicada também à construção existente, o que deverá ser legalmente estabelecido durante o ano de 2010. O Plan de Acción 2008/2012 integra ainda um esforço adicional económico e normativo em resposta à Estrategia Española de Cambio Climático y Energia Quartos Salas de estar e de refeições Instalações sanitárias Cozinhas Armazéns e suas zonas comuns Parques de estacionamento e garagens Depósitos de resíduos (1) Nas cozinhas com sistema de cocção por combustão ou dotadas de caldeiras não estanques este caudal deve ser aumentado em 8 l/s. Limpia, que ajuda ao cumprimento espanhol do Protocolo de Quioto. Segundo o plano, os edifícios são responsáveis por 17% do consumo de energia final do país (correspondendo 10% ao sector doméstico e os 7% ao sector terciário). Um dos indicadores para os quais o plano chama à atenção é o facto de, entre 1990-2005, ter-se registado um aumento de novas construções em Espanha (cerca de 143%), o que faz com que o PAE4+ apareça numa altura em que os equipamentos desse parque significativo estejam a operar com 10 anos. No plano, são definidos os seguintes objectivos para o sector: Poupança energética: redução do consumo de 10,1%; Redução de emissões na ordem dos 10,7 MtCO2, contribuindo durante este período para uma redução total de Objectivos sectoriais energéticos e de redução de emissões, totais diferenciais em relação ao cenário E4, do PAE4+ 2008-2012 Poupança 2008-2012 RESULTADOS POR SECTOR TOTAIS PAE4+ FINAL (ktep) SECTORES USOS FINAIS INDUSTRIA 17 364 TRANSPORTES 30 332 EDIFÍCIOS 7 936 EQUIPAMENTOS DOMÉSTICO E DE 1 729 ESCRITÓRIO AGRICULTURA 1 402 SERVIÇOS PÚBLICOS 691 SECTOR TRANSFORMAÇÃO TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA Totais % ESFORÇO ADICIONAL/TOTAL PAE4 2008-2012 59 454 ADICIONAIS A E4 EMISSÕES EVITADAS 2008-2012 TOTAIS ADICIONAIS PAE4+ A E4 primário (ktep) FINAL (ktep) primário (ktep) ktCO2 ktCO2 24 750 33 471 15 283 4 373 1 631 4 826 3 141 59 165 107 479 35 540 15 495 7 304 4 350 314 790 9 288 1 687 1 634 1 739 6 707 45 69 52 174 1 011 5 112 3 712 17 834 164 371 2 688 87 933 6 432 9 993 238 130 27 709 10,8% 11,4% 11,6% fonte: PAE4+ 54 | Maio/Junho climatização por ocupante 5 3 por m2 útil 2(1) 0,7 Em função de outros parâmetros 15 por espaço 50 por espaço (2) 120 por lugar 10 (2) Este é o caudal correspondente à ventilação adicional específica da cozinha. As cozinhas devem dispor de um sistema específico de ventilação com exaustão mecânica para os efluentes resultantes da cocção. Para o efeito devem possuir um ventilador ligado a uma conduta de exaustão independente das de ventilação geral da habitação e que não pode ser utilizado para a extracção de ar de locais de outra utilização. O processo de certificação energética de um edifício implica que se elabore um modelo teórico do seu consumo. Para tal, o governo espanhol disponibilizou um software – LIDER - capaz de calcular os consumos de energia da construção a partir de uma descrição do edifício, das características da envolvente, da sua orientação e ventilação, das condições ambientais interiores, da existência ou não de sistemas e protecções solares e das instalações de aquecimento, AQS, ar condicionado e iluminação Para os edifícios destinados à habitação, nos quais se pressupõe que os comportamentos sejam mais homogéneos, este método utiliza um “edifício de referência” 35,5 MtCO2, o que representa 14,9% do resultado final do plano. Das 28 medidas previstas no PAEE4+, cinco afectam directamente o sector da edificação: Três dirigidas ao parque de edifícios existentes, nas quais se procura a poupança energética através de melhorias na envolvente, nas instalações térmicas e de iluminação. Referem-se várias linhas de apoio económico para promover a reabilitação energética da sua envolvente e das instalações mais consumidoras de energia, como as térmicas e as de iluminação, que são as seguintes: Rehabilitación energética de la envolvente térmica de los edificios existentes – os apoios variam entre os 22 e os 35% -, Mejora de la eficiencia energética de las instalaciones térmicas existentes, Mejora de la eficiencia energética de las instalaciones de iluminación interior en los edificios existentes. Duas para as novas construções, que visam a promoção da elevada qualificação energética com um aumento dos níveis de exigência energética a nível da legislação (Código Técnico de la Edificación) – apoios económicos à formação sobre as normas técnicas e à construção de edifícios que obtenham uma elevada classificação energética. Na análise apresentada no documento oficial, no parque existente, um dos grandes obstáculos encontra-se a nível económico, uma vez que o gasto energético representa apenas 3% do gasto de exploração geral num edifício terciário e uma percentagem semelhante para o familiar (no caso de moradias), o que faz com que qualquer medida de poupança seja pouco atractiva. No caso dos novos edifícios, as barreiras encontram-se a nível administrativo ligadas à dispersão de competências e a uma grande quantidade de agentes intervenientes no processo da edificação. Em Janeiro último, foi aprovado o Plan de Activación de la Eficiencia Energética en los Edificios de la Administración General del Estado, um programa para a melhoria da eficiência energética nos edifícios do Estado, dos seus organismos e entidades dependentes, em seguimento do Plan de Ahorro y Eficiencia Energética en los Edificios de la Administración General del Estado (PAEE-AGE) aprovado em Julho de 2007. O objectivo é obter uma poupança de 20% até ao ano de 2016 em 330 edifícios públicos. Com esta iniciativa espera-se que o mercado das empresas de serviços energéticos (ESCO) seja dinamizado, tal como é definido pela Directiva Europeia 2006/32/ CE, referente aos serviços energéticos, e que se cumpram os objectivos estipulados no documento de 2007. climatização Maio/Junho | 55