`Drenagem Linfática Manual Vodder E Aromaterapia: Princípios E

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'Drenagem Linfática Manual Vodder E Aromaterapia: Princípios E
Práticas No Processo De Relaxamento'

Por Milliana Henrique Devilla
"DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL VODDER E
AROMATERAPIA:PRINCÍPIOS E PRÁTICAS NO PROCESSO DE
RELAXAMENTO"
MILLIANA HENRIQUE DEVILLA¹
¹Esteticista Facial e Corporal - Serviço Nacional De Aprendizagem Comercial –
SENAC-Florianópolis-SC.
¹Graduanda do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética –
Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALI-Florianópolis-SC.
RESUMO
Este trabalho propõe um estudo de caso sobre os efeitos sedativos e relaxantes da
Drenagem Linfática Manual Vodder associado à Aromaterapia em cliente com quadro
de hiperatividade, estresse e insônia. De acordo com Vinyes (2005), existem várias
técnicas de terapias manuais, mas a Drenagem Linfática Manual Vodder, destaca-se por
seus efeitos sobre o organismo como um todo, prevenindo e tratando diversos
problemas. A atuação da Drenagem Linfática Manual Vodder é vasta. No campo da
Estética, utiliza-se nos procedimentos pré e pós-operatórios, edemas, nutrição tecidual,
estress, circulação comprometida, desintoxicação, relaxamento, efeito sedativo entre
outros. Porém, é fundamental para o profissional de Estética, possuir um profundo
conhecimento de anatomia, fisiologia e patologia do corpo humano, para assim, realizar
seu trabalho com segurança e obter êxito em todas as suas intervenções junto ao cliente,
do contrário, poderá acarretar sérios danos à saúde e até o agravamento do problema.
Para produzir um efeito benéfico com resultado sedativo e relaxante, a execução de
Drenagem Linfática Manual Vodder deverá ser realizada com conhecimento, precisão e
seriedade. As manobras envolvem uma exatidão precisa da pressão exercida sobre a
pele, uma vez ultrapassada, poderá ocasionar dor e desconforto ao cliente, findando com
um resultado indesejado.
Palavras-chave: Drenagem Linfática Manual, aromaterapia, relaxamento, sedativo.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar o estudo de caso realizado durante o
curso de Estética no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC,
localizado em Florianópolis - SC.
O tema central desenvolvido refere-se à Drenagem Linfática Manual Vodder associado
à Aromaterapia com fins terapêuticos de relaxamento. Outros temas abordados referemse à análise da literatura encontrada, bem como a descrição de ação da Drenagem
Linfática Manual Vodder sobre o organismo, os benefícios da Drenagem Linfática
Manual Vodder Associados à Aromaterapia no processo de relaxamento e por fim
descrever como ocorre a execução das manobras de massagem bem como a utilização
do óleo essencial de lavanda. O presente trabalho possui o intuito de descrever e validar
as técnicas de manobras de Drenagem Linfática Manual, utilizadas pelo Dr. Emil
Vodder (1896-1986), junto com os fins terapêuticos da Aromaterapia, com o intuito de
promover um efeito sedativo e relaxante. A Drenagem Linfática Manual Vodder é uma
massagem terapêutica altamente especializada, cuja ação principal é sobre o sistema
linfático, em nível anatômico e fisiológico.
A veracidade da Drenagem Linfática Manual Vodder associado à Aromaterapia, ressalta
a importância do tema estudado, por proporcionar o bem estar físico e mental do cliente,
em conjunto com todas as indicações da mesma, com ênfase para a resposta
imunológica. Segundo Vinyes (2005), além dos resultados terapêuticos de relaxamento,
existe um convencimento por parte dos estudiosos, de que a Drenagem Linfática
Manual Vodder melhora a reposta imunitária das áreas tratadas, baseando-se nos
resultados clínicos: "[...] se com a DLM esvaziamos e resolvemos estados de
encharcamento, evitamos que se acumulem resíduos nas áreas afetadas, facilitando-se o
acesso de informação e resposta dos elementos protetores imunológicos [...]" (VINYES,
2005 p.82).
Para produzir um efeito benéfico com resultado sedativo e relaxante, a execução de
Drenagem Linfática Manual Vodder deverá ser realizada com conhecimento, precisão e
seriedade.
BASES TEÓRICAS PARA O ESTUDO
De acordo com Giardini (1999), Emil Vodder (1896-1986), fisioterapeuta e biólogo
dinamarquês e sua esposa Estrid Vodder, no ano de 1932, iniciaram seus estudos sobre
o sistema linfático, dando origem à Drenagem Linfática Manual. Dr. Vodder, tratando
de uma paciente com problema de sinusite e acne difusa no rosto e no pescoço,
observou que os linfonodos da cadeia linfonodal do pescoço eram os mais edemaciados,
e passou a massageá-los com manobras delicadas e suaves. Através deste procedimento,
o Dr. Vodder pôde observar uma melhora imediata do paciente, levando-o a prosseguir
com o tratamento por oito sessões, pois que esse tipo específico de massagem operava
um desbloqueio das vias linfáticas causado pela estagnação do material de refugo.
Resultou que o paciente ficou curado, não havendo reincidência da patologia. Em 1936,
após profundos estudos e experiências, Dr. Vodder apresentou em Paris (França), este
novo e revolucionário método de massagem.
Segundo Vinyes (2005), nos últimos anos de sua vida, Vodder cedeu a representação de
seu método à escola de Walchsee na Áustria e ao professor Foldi na Alemanha. A
grande demanda de aprendizagem da Drenagem Linfática Manual tem dado lugar a
outras novas escolas que colocam em prática o método, compartilhando conceitos,
simplificando e destacando o essencial da Drenagem Linfática Manual, tornando-o mais
compreensível e facilitando sua aprendizagem. Em meados de 1967, foi criada a
Sociedade de Drenagem Linfática Manual, a qual, a partir de 1976, foi incorporada à
Sociedade Alemã de Linfologia.
Dentre os principais grupos que utilizam a técnica estão: Földi, Leduc, Asley-Smith,
Nieto, Ciucci, Beltramino, Mayall e outros. Devemos salientar que tais grupos
acrescentaram suas contribuições individuais, principalmente no tratamento de
pacientes portadores do linfedema, porém mantiveram os princípios preconizados por
Vodder. (Godoy, et al 2004, P.77)
A esteticista Waldtraud Ritter Winter é a precursora da Drenagem Linfática Manual
Vodder no Brasil. Ela fez o curso ministrado pelo próprio casal Estrid e Emil Vodder na
Alemanha em 1969, na Escola de Estética Lise Stiébre. Após seu retorno ao Brasil,
Waldtraud começou a colocar em prática seus novos conhecimentos em sua sala em um
prédio comercial no centro de Belo Horizonte, onde tratava suas clientes de estética,
incluindo a drenagem linfática em seus tratamentos. Ela pôde notar que suas clientes
relaxavam com mais facilidade, conseguindo também resultados significativos no
tratamento de stress e ansiedade.
De acordo com Guirro (2002), morfologicamente falando, o sistema linfático
assemelha-se ao sistema sanguíneo, este, está intimamente relacionado anatomicamente
e funcionalmente ao sistema linfático. Existem diferenças entre os dois sistemas, como
a ausência de um órgão central bombeador no sistema linfático, além do sistema
linfático ser microvasculotissular.
Para Guirro (2002), o sistema linfático possui várias funções importantes, como o
retorno do líquido intersticial para a corrente sanguínea, destruição de microrganismos e
antígenos na linfa, respostas imunes específicas como à produção de anticorpos. O
sistema linfático possui um sistema vascular, constituído por um conjunto particular de
capilares linfáticos, vasos coletores e troncos linfáticos, também linfonodos, que servem
para filtrar o líquido coletado pelos vasos, os órgãos linfóides que incluem tonsilas,
baço e timo, que são encarregados de recolher, no interior dos tecidos o líquido
intersticial e reconduzi-lo ao sistema vascular sanguíneo. Este líquido intersticial que
encontra-se entre as células e também entreos tecidos e que o organismo não dá conta
de recolher, chama-se linfa. A linfa é semelhante ao plasma sanguíneo, consiste de
água, eletrólitos e de quantidades variáveis de proteínas plasmáticas que escaparam do
sangue através dos capilares sanguíneos. A linfa se difere do sangue por não possuir
células sanguíneas.
Quando o sangue passa nos capilares, ocorre uma perda de líquido que vai para o
interstício (região entre as células ou entre os tecidos), que as veias não dão conta de
recolher. Esse líquido, chamado linfa, é então drenado por um sistema de vasos
especiais, os vasos linfáticos, que são estruturas com fundo cego, ou seja, com a forma
de dedo de luva. Quando existe obstrução dos vasos linfáticos, a linfa se acumula
formando um grande edema, que é justamente o acúmulo de líquido nos tecidos.
(ZORZI,et al 2005, p.68).
Segundo Vinyes (2005), existem forças que filtram e reabsorvem líquidos entre os
capilares linfáticos e as células dos tecidos no nosso corpo. O filósofo inglês E.H.
Starling (1866-1927), estudou este fenômeno e definiu perfeitamente os tipos de forças
que atuavam por dentro e por fora da parede dos capilares linfáticos. Em condições
normais temos a pressão capilar, a pressão do líquido intersticial, a pressão oncótica, o
fluxo linfático e do volume total de líquido intersticial.
Em condições normais, uns 90% do líquido filtrado no capilar sanguíneo é absorvido
por ele mesmo, no entanto 10% por via linfática. Em condições normais de pré-edema,
estas proporções variam, adquirindo uma grande importância a via linfática. (VINYES,
2005, p.37)
Ainda segundo o autor, os capilares linfáticos constituem o início do sistema linfático
vascular. Eles encontram-se presentes em todo o organismo, com exceção da substância
óssea, cartilagens, anexos cutâneos e sistema nervoso central (cérebro, medula espinhal,
etc.). Os capilares linfáticos, por terem forma de dedo de luva, encontram-se
interligados formando uma espécie de rede tubular. Para Vinyes (2005), eles lembram
telhas de um telhado, pelo fato de que as camadas de células cujas bordas onduladas se
sobrepõem uma sobre a outra.
Segundo Guirro (2002), o sistema linfático é um sistema de mão única, pois somente
retorna o líquido intersticial para a corrente circulatória e dessa forma previne a
formação de edemas.
A pressão do líquido intersticial fora dos capilares linfáticos empurra as margens das
células endoteliais para dentro, permitindo ao líquido penetrar nos capilares. Uma vez
no interior dos capilares esse líquido não pode voltar aos espaços intercelulares por
causa da pressão no interior dos capilares, que força as bordas das células endoteliais a
se juntarem, fechando a válvula. Por causa desse arranjo estrutural, os capilares
linfáticos são mais impermeáveis que a maioria dos capilares sanguíneos que não
conseguem absorver moléculas de grande tamanho como proteínas e microrganismos.
(GUIRRO, 2002, p.25).
Para Vinyes (2002), como ocorre com os capilares sanguíneos, em condições normais
de repouso, a maioria deles estão inativos, já que nessa situação o organismo assim o
permite.
Segundo o autor, existem diferenças entre os capilares linfáticos e os capilares
sanguíneos:
Capilares linfáticos
1. Possuem forma de dedos de luvas e
constituem os vasos linfáticos iniciais.
Capilares Sanguíneos
1. Possuem forma de tubo, são mais
estreitos que os linfáticos e se espalham
entre as arteríolas e as vênulas.
2. Levam linfa no seu interior.
2. Levam sangue no seu interior.
3. Estão formados por células endoteliais 3. Estão formados por células endoteliais
sobrepostas em suas bordas e apenas tem envolvidas por uma consistente membrana
neles membrana basal.
basal.
4. Possuem filamentos ao seu redor que
4. Não possuem esses filamentos e por
permitem a entrada de líquido e partículas tanto não possuem aberturas para o seu
de grande tamanho molecular.
interior.
Segundo Guirro (2005), os vasos pré-coletores, além de representarem à estrutura dos
capilares, são envolvidos internamente por tecido conjuntivo, elementos elásticos e
musculares. A distensão e a contratilidade dos vasos dão-se devido ao segmento
valvulado elástico que a compõem. Os coletores linfáticos parecem veias de grande
calibre e é revestido por três camadas:
·Túnica íntima: camada mais interna composta de fibras elásticas dispostas
longitudinalmente.
·Túnica média: constitui a maior parte da parede do coletor, composta por musculatura
lisa em espiral, seguindo a contratilidade do vaso.
·Túnica adventícia: é a mais espessa e externa de todas, constituída por fibras colágenas
dispostas longitudinalmente, entre as quais existem fibras elásticas e feixes de
musculatura longitudinal.
Ainda segundo o autor, recebe o nome de linfangion o segmento do coletor linfático
existente entre duas válvulas consecutivas. Eles possuem contratilidade própria,
permitindo que a linfa caminhe na mesma direção. "Quando há enchimento de um vaso,
ele causa uma distenção que impulsiona a linfa através da válvula para o próximo
segmento". (GUIRRO 2005 p.26).
De acordo com Vinyes (2002), quando manipulamos a pele com os toques suaves da
Drenagem Linfática Manual Vodder, produz-se um estiramento (tracionamento)
longitudinal e transversal dos linfangions, estimulando seu automatismo, e por tanto,
sua capacidade de transporte. Mas, se aplicarmos massagens muito vigorosas como a
Massagem Modeladora, se produzirá um espasmo reativo que obstruirá a drenagem da
linfa.
Segundo o autor, todas essas intercomunicações podem não serem eficientes para que
toda a linfa formada possa passar por elas sem sofrer entorpecimento e originar um
edema. Nesse caso, a Drenagem Linfática Manual Vodder constitui um papel
importante e idôneo para solucionar o problema.
Ainda segundo Vinyes (2002), existem fatores que determinam a movimentação da
linfa pelo interior dos vasos linfáticos.
·O automatismo dos linfangions: quando eles alcançam certo grau de dilatação
(chegada) contraem-se automaticamente. O resto dos mecanismos impulsionadores
expostos à continuação são parecidos aos que movem o sangue pelo interior das veias.
·As contrações musculares (movimentos corporais): comprimem os linfagions. Ao
dispor estas válvulas em seu interior, a linfa se desloca só no sentido que estas
terminam. A atividade muscular, numa certa medida, estimula a drenagem linfática.
·A pulsação das artérias vizinhas: a maioria dos vasos linfáticos circulam junto aos
vasos sanguíneos que levam o sangue aos diferentes órgãos do corpo. As artérias
apresentam um movimento pulsátil que influem sobre os linfangions vizinhos,
favorecendo seu automatismo.
·Os movimentos respiratórios: os movimentos de inspiração e expiração comprimem a
caixa torácica e a cavidade abdominal, favorecendo a circulação profunda da linfa.
Quanto mais profundos os movimentos respiratórios, maior será seu efeito.
·A força da gravidade.
De acordo com o autor, os linfonodos também são conhecidos como gânglios linfáticos
ou nodos linfáticos, mas segundo a terminologia Anatômica, o termo gânglio está
restrito ao sistema nervoso.
Ainda segundo o autor, os linfonodos são estruturas do sistema linfático que
desempenham importantíssimas funções imunológicas.Eles se dispõem ao longo dos
vasos do sistema linfático e seu tamanho varia uns dos outros, entre o tamanho de uma
ervilha (menos de meio centímetro) ao de um feijão (algo mais de dois centímetros).
Sua forma também é variada, enquanto uns são redondos ou ovais, outros são longos e
arredondados. No nosso corpo existe entre 600 e 700, uma quarta parte deles, encontrase na parte superior do nosso corpo (face, cabeça e pescoço). Apresentam-se geralmente
reunidos em grupo ou isolados, tanto na superfície, como na profundidade do nosso
organismo.
Segundo Guirro (2005), os linfonodos filtradores estão envoltos por uma cápsula fibrosa
e apresentam no seu interior septos conjuntivos que os dividem em lobos.
A parte interna do linfonodo, o parênquima, é formada por dois tipos de estruturas: a
cortical, que se perifericamente e, mais internamente, localiza-se a medula. No interior
do córtex ficam os centros germinativos, que são as fontes de linfócitos. O tecido
linfóide é um tipo de tecido conjuntivo frouxo modificado, e apresenta uma rede de
fibras reticulares, entre as quais situam-se muitos linfócitos e macrófagos. Os chamados
cordões medulares são assim denominados porque as células medulares estão dispostas
dessa forma, em cordões. (GUIRRO, 2005, p.27).
De acordo com Vinyes (2002), as principais funções dos linfonodos são:
·Atuar como filtros da linfa que levam aos vãos linfáticos. A linfa pode levar resíduos,
antígenos, germes, etc. que convém freá-los e eliminá-los para que não cheguem
massiçamente ao sangue, onde deságua a linfa.
·Atuar como depósito de certa quantidade de linfa, o qual de levará em conta na hora de
praticar a Drenagem Linfática Manual.
·Fazem parte do sistema imunológico. Quando se requer uma resposta do sistema
imunológico, eles produzem uma grande quantidade de linfócitos.
·Regulam a concentração protéica da linfa, diluindo-a ou concentrando-a segundo o
caso. Isto é possível graças à grande vascularização sanguínea que existe nos
linfonodos. Neles, produz-se um efeito oncótico regulador entre a concentração protéica
da linfa do sangue.
Segundo Guirro (2005), os vasos que chegam ao linfonodo (linfáticos aferentes) são
mais numerosos e mais finos do que os que saem (linfáticos eferentes), e é por esse
motivo que é lento o fluxo nessa região. Quando a linfa chega aos linfonodos, percorre
numerosas cavidades, os seios linfáticos, onde as impurezas são retidas e passam para a
linfa os linfócitos recém produzidos.
Segundo o autor, a linfa absorvida pelos capilares linfáticos é transportada para os vasos
pré-coletores, passando através dos coletores para vários linfonodos, sendo filtrada por
eles e recolocada na circulação até atingir os vasos sanguíneos. No membro superior, os
vasos linfáticos superficiais e profundos atingem os linfonodos axilares. No membro
inferior os vasos superficiais e profundos fluem para os linfonodos inguinais
superficiais. Toda a linfa acaba retornando ao sistema vascular sanguíneo por dois
grandes troncos: o ducto torácico e o ducto linfático direito. O ducto torácico recebe a
linfa dos membros inferiores, do hemitronco esquerdo, do pescoço e da cabeça, além do
membro superior esquerdo. O ducto torácico direito recolhe a linfa proveniente do
membro superior direito, do hemitórax direito, do pescoço e da cabeça. Esse ducto é
formado pela união dos troncos subclávio, jugular e broncomediastinal direito, os dois
ductos recolhem a linfa coletada e filtrada pelo sistema linfático e a lança na corrente
sanguínea, seguindo seu curso como plasma sanguíneo.
Segundo Gardini, (1999), a Drenagem Linfática Manual propõe alguns mecanismos
gerais de ação, como:
Mecanismo de ação de base: age sobre os vasos linfáticos favorecendo a drenagem do
líquido intersticial, acumulado em regiões específicas;
Ação muscular: fibras musculares estriadas e lisas: relaxamento nas primeiras horas e
melhora o automatismo da segunda;
Efeito cutâneo e subcutâneo: não provoca hiperemia na epiderme.Reabsorção do líquido
intersticial.
Movimentos: pressões leves, manobras rotatórias com pressões que jamais devem
provocar qualquer forma de dor e desconforto. Ritmo lento para favorecer as contrações
dos linfangions;
Profissional de estética: mãos muito relaxadas no movimento, pulsos soltos, dedos
passivos. Normalmente não se usa produto algum para favorecer o deslizamento das
mãos sobre a pele do cliente, para favorecer uma correta aderência e um efeito de
empurre (tração) do líquido a drenar.
A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL VODDER RELACIONADA AOS
EFEITOS RELAXANTES
De acordo com Vinyes (2002), a Drenagem Linfática Manual Vodder possui várias
indicações na estética, sendo indicada como complemento para diversos tratamentos.
A Drenagem Linfática Manual Vodder, exerce um efeito sedativo e relaxante, devido à
ativação do sistema nervoso vegetativo parassimpático, não por seu efeito drenante, mas
devido às manobras lentas, suaves, monótonas e repetidas sobre a pele, constituindo um
ideal método de relaxamento. É extremamente terapêutico, juntamente com a
aromaterapia, promovendo uma sensação de alívio e bem estar.
Geralmente, constata-se logo após o início da Drenagem, o fato de que muitos clientes
sentem seus músculos relaxarem, suas pálpebras pesarem e uma imensa sensação de
tranqüilidade. "As manipulações suaves, lentas, monótonas e repetidas de DLM sobre a
pele, exercem um notável efeito sedante e relaxante que podemos aproveitar para
beneficiar as pessoas estressadas". (VINYES, 2002, p.65.)
Ainda segundo o autor, o efeito geral relaxante da Drenagem Linfática Manual Vodder
traduz-se rapidamente numa diminuição transitória da pressão arterial e da diminuição
das concentrações plasmáticas quando comparadas com as obtidas com a meditação e a
prece. Algumas vezes, o cliente apresenta outros tipos de reações, como: choro contido
ou silencioso, sensação de arrepio, riso nervoso etc. O tônus geral do organismo está
mais baixo, a calma instala-se, a respiração fica mais lenta, mais regular e profunda,
podendo algumas vezes adormecer.
De maneira geral, a melhora do sono é um dos primeiros efeitos das sessões de
Drenagem Linfática Manual Vodder. Em seguida diminuem igualmente os episódios de
angústias noturnas.O cliente permanecerá completamente relaxado, sem braços nem
pernas cruzadas, silencioso e perdido nos seus pensamentos. Pouco a pouco, a manobra
suave e lenta da Drenagem Linfática Manual Vodder, levará a uma atitude de rendição
ao tratamento, atingindo uma forte intensidade, e é por esse motivo que a sessão nunca
deverá ter um fim repentino. O profissional deverá ao fim do procedimento, após alguns
minutos de repouso silencioso, solicitar do cliente alguns movimentos respiratórios e a
uma breve solicitação muscular, como a flexão dos pés, por exemplo, devolvendo aos
poucos com o cliente uma atitude de despertar.
Deve-se manter um clima agradável, desde a luz e as cores suaves, como o
amortecimento dos sons externos e internos, como telefones, campainhas, etc. A
temperatura deve ser agradável, e a cliente deve permanecer tapada com lençol devido à
hipotermia superficial causada pelas manobras.
AROMATERAPIA
Segundo Sejas (2005), os perfumes naturais formam parte da história do homem desde
seu surgimento. Antes da ciência, da religião, da arte, antes mesmo da linguagem, o ser
humano já utilizava aromas.
Os aromas eram utilizados na antiguidade desde a descoberta do fogo, onde as resinas
das madeiras e plantas queimadas exalavam aromas. Desta forma simples e prática,
junto ao fogo e os aromas naturais, nasce à ciência, a religião e a medicina, e também
uma palavra mágica, per fumum, em latim "através da fumaça".
Com o passar dos tempos, os conhecimentos sobre os aromas e seus efeitos se
aprofundam e são passados de geração para geração.
Ainda segundo a autora, Para a época das civilizações mesopotâmicas, a cultura dos
aromas já estava instalada: carregamentos especiais, resinas e exóticas plantas se
constituem em elementos tão valiosos que são transformados em moedas de cambio, por
isso a expressão "pagar em espécie", a passam a utilizá-las na medicina e na estética.
Na antiga Grécia e durante o Império Romano, a experiência alcançada com as
aplicações terapêuticas dos aromas, faz surgir o primeiro tratado sobre as ervas
medicinais. Os médicos consideravam o banho e a massagem aromática suas técnicas
terapêuticas mais famosas. Os grandes banhos chegavam a ser o centro de grandes
reuniões para os cidadãos e os diferentes aromas passaram a ser um símbolo de status.
Durante a Idade Média, as terapias naturais passam a ser consideradas feitiçarias e quem
as praticavam eram severamente perseguidos e punidos.
De acordo com Sejas (2005), só algumas das ervas descobertas na antiguidade
conseguiram sobreviver através das tradições dos povos, mas um grande conhecimento
se perdeu com o tempo. Até que no início do século XX um perfumista francês, ainda
trabalhava em seu laboratório, sofreu um acidente com uma terrível explosão e queimou
severamente sua mão. Desesperado, mergulhou-a num recipiente de líquido que estava
mais perto. Depois de poucos dias, ficaram poucos rastros das queimaduras na sua pele.
O conteúdo do recipiente era óleo essencial de lavanda, e o perfumista, Renée
Gattefosse, decidiu investigar as propriedades terapêuticas dos aromas a partir deste
acontecimento. Gattefosse escreveu um livro chamado Aromatherapie, onde focou suas
experiências e descobrimentos a partir de provas maciças com soldados da Segunda
Guerra Mundial.
ÓLEO ESSENCIAL DE LAVANDA E SUAS PROPRIEDADES
TERAPÊUTICAS
Ao passarmos perto de uma planta de lavanda, centenas de partículas suspensas no ar
estimulam nossos centros nervosos para que percebamos seu aroma. Essas partículas
presentes nas plantas são chamadas de óleos essenciais.
Não são óleos propriamente ditos, são substâncias voláteis, aromáticas e muito
concentradas.
Segundo Sejas (2005), sua viscosidade varia de acordo com a planta, por exemplo,
desde a de um líquido aquoso no caso do óleo essencial de limão, até a de um
concentrado denso e pegajoso como o óleo essencial de incenso; Todos possuem sua
particularidade de dissolverem-se em álcool e em óleos vegetais, seus carreadores,
menos em água.
Ainda segundo a autora, a extração dos óleos essenciais é muito complexa. Requere-se
uma grande quantidade de planta para obterem-se umas poucas gramas de óleo
essencial. Por esta razão os óleos essenciais são somente extraídos do seu lugar de
origem e dali para o resto do mundo. Para reconhecer a qualidade de um bom óleo
essencial, deve-se levar em conta a fragrância, um vendedor de confiança, a
procedência, o preço, pois são variados e o rendimento, pois o verdadeiro óleo essencial
deve possuir o aroma concentrado.
Segundo Bressi (2007), a lavanda (lavandula angustifólia), seu nome deriva do latim
lavare, purificante. A lavanda é muito utilizada por seu poder analgésico,
antidepressivo, antirreumático, antisséptico, cicatrizante e poderoso efeito sedante,
melhora a insônia e a dor de cabeça de origem nervosa.
A lavanda ajuda a colocar os pés na terra. Na Inglaterra se utiliza a expressão lavander
for headches people, que significa gente que usa a lavanda para a dor de cabeça.
Ainda segundo a autora, a lavanda é um relaxante natural, e possui centenas de
utilidades e usos, seus resultados são rápidos e comprovados.
Lavanda angustifólia/lavanda officinalis
Parte utilizada: flores
Aroma: doce, floral, herbóreo, penetrante.
Composição química principal: acatato de linalina, linalol, cariofileno, cetato de
lavandulina, cíneol, geraniol.
Emoções: sedativo, calmante e combate a insônia.
Corpo: analgésico, antiespamódico, dores musculares, dor de cabeça, gripes e
resfriados, bronquite, amigdalite, ferimentos, queimaduras leves, acne, eczema, picadas
de insetos.
INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA
MANUAL
Indicações:
Cutâneos: acne, rosácea, dermatite perioral, eritema facial persistente.
Tecido adiposo: celulite.
Cirúrgicos: pré e pós cirurgia reparadora e estética, assim como na prevenção e
tratamento de cicatrizes.
Outros efeitos: nos tratamentos contra o envelhecimento; efeito sedante/relaxante.
Edemas faciais, corporais, etc.
Contra-indicações:
Infecções agudas;
Insuficiência cardíaca descompensada;
Flebite, trombose e trombo flebite;
Suspeita de arteriosclerose;
Hipertensão descompassada;
Certas afecções da pele;
Câncer;
Asma bronquial e bronquite asmática;
Hipertiroidismo;
Gravidez, dismenorréia, inflamações nos ovários;
Superfícies quentes e inchadas, avermelhadas e doloridas;
Sensação de mal estar.
MÉTODO DA PESQUISA
O presente trabalho encontra-se fundamentado nos estudos e pesquisas na área da
anatomia, fisiologia e patologia, fisioterapia dermato-funcional e estética corporal.
Informou-se para a cliente sobre a realização da pesquisa, ressaltando seus benefícios e
objetivos. No primeiro atendimento foi escolhido o óleo essencial de lavanda utilizado
na aromaterapia por inalação, após a avaliação foi dado início ao procedimento da
Drenagem Linfática Manual Vodder associada com a aromaterapia, com o intuito de
promover um efeito sedativo e relaxante.
Foram realizadas doze sessões, duas vezes por semana, e todas as sessões mantiveramse iguais durante todo o tratamento. A cliente, primeiramente, encontrava-se em
decúbito dorsal sobre a maca. Realizaram-se movimentos de deslizamento no braço
direito, procedendo com o bombeamento na cavidade axilar, infra e supraclavicular. No
abdome, além dos movimentos descritos acima, foram utilizados os movimentos de
doador, giratório e novamente o movimento de bombeamento para a abertura dos
linfonodos da cadeia inguinal. Nas pernas, com a cliente em decúbito ventral, repetiramse os movimentos descritos acima com bombeamento das cadeias de linfonodos nas
fossas poplíteas, continuando pelo resto do corpo. Todas as manobras foram realizadas
seis vezes, os movimentos foram realizados com exatidão, pulsos relaxados, ritmo lento
e repetido.
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
A pesquisa caracteriza-se como estudo de caso; para a coleta de dados, foi utilizada uma
ficha de anamnese, (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) consiste em uma
entrevista que possui a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença.
Em outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que
relacionam-se com o estado físico da pessoa contendo todos os dados da cliente. Foram
realizadas doze sessões, duas vezes por semana, entre os meses de março e abril de
2008, no período vespertino.
ANÁLISE DO CASO ESTUDADO
A cliente M.G.C. 62 anos, ao término do procedimento, declarou que sentia-se leve,
com os músculos relaxados, com as pálpebras pesadas e com certa leveza e
tranqüilidade. A aromaterapia proporcionou uma purificação da mente, com efeito
analgésico, calmante e sedante.
As manobras da Drenagem Linfática Vodder foram realizadas com leveza, lentidão e
precisão, produzindo um efeito sedante e tranqüilizante; Seu efeito drenante foi
imediatamente sentido, provocando uma necessidade de micção ao término do
procedimento. A duração da massagem durou aproximadamente 01 hora e 30 minutos.
Este resultado comprova que as manobras da Drenagem Linfática Manual Vodder
associado à aromaterapia, auxiliam no relaxamento e retenção líquida da cliente, como a
melhora da qualidade do sono e conseqüentemente na aparência estética.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão da literatura utilizada para a composição dos conceitos relacionados à
Drenagem Linfática Manual Vodder nesse estudo, justifica o propósito desse estudo de
caso, como também de sua eficácia. A Drenagem Linfática Manual Vodder é uma
massagem terapêutica altamente especializada, cuja ação principal é sobre o sistema
linfático. A massagem mostrou-se eficaz na diminuição da retenção hídrica, mas
principalmente no relaxamento da cliente. A mesma mostrou-se satisfeita já nas
primeiras sessões, por proporcionar-lhe bem estar físico e mental.
Observa-se que é de extrema importância que o procedimento seja feito por um
profissional capacitado, treinado e que tenha conhecimentos profundos em anatomia,
fisiologia e patologia. A Drenagem Linfática Manual jamais deverá causar dor e
desconforto para a cliente.
A aromaterapia associada à Drenagem Linfática Manual Vodder, potencializou o efeito
sedativo, devido ao seu poder analgésico, antidepressivo e poderoso efeito sedante com
resultados surpreendentes em relação à insônia e a hiperatividade da cliente.
A lavanda é um relaxante natural, e possui centenas de utilidades e usos, e seus
resultados são rápidos e comprovados.
REFERÊNCIAS
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<http://www.vodder.com/historia.htm>. Acesso em: 08 de mar. 2008
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