16° TÍTULO: TERAPIA NÃO MEDICAMENTOSA PARA TRATAMENTO DE CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): KARINA LIMA DO AMARAL ORIENTADOR(ES): ARCHANGELO PADRECA FERNANDES Resumo Estima-se que 2 a 3 milhões de brasileiros sejam portadores da Doença de Chagas, causada pelo Tripanossoma cruzi e cerca de 20% a 40% dos infectados são acometidos pela forma cardíaca da doença. A forma evolutiva amastigota se instala no eixo cardíaco, causando alterações na condução do estímulo elétrico resultando em uma arritmia e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma revisão de literatura com o objetivo de descrever o uso de ressincronizadores cardíacos como tratamento para cardiopatia chagásica crônica. Introdução Em 2015 a Secretária de Vigilância em Saúde publicou um Boletim Epidemiológico descrevendo o cenário da Doença de Chagas no Brasil durante o período de 2000 a 2013, apresentando 1.570 casos confirmados. Estima-se que existam de 2 a 3 milhões de portadores da Doença de Chagas em território brasileiro. A Doença de Chagas possui a fase aguda, infecção primária ou reativação da fase crônica, e se inicia por manifestações locais após a penetração do Tripanossoma cruzi, causando febre, edema e às vezes insuficiência cardíaca (IC). A fase crônica pode-se encontrar quatro situações: indeterminada, digestiva, cardíaca e a forma mista, acometendo o sistema digestório e cardíaco do paciente (Neves, 2011; I Diretriz Latino Americana para o Diagnóstico e Tratamento da Cardiopatia Chagásica). A forma cardíaca da Doença de Chagas é a principal causa de morte entre adultos de 30 a 60 anos (Agência Fio Cruz de Notícias) e acomete cerca de 20% a 40% dos infectados (Martineli Filho, 2013). Objetivo Descrever o uso da terapia não medicamentosa como tratamento para Cardiopatia Chagásica Crônica. Metodologia Revisão de literatura utilizando base de dados e livros. Desenvolvimento A Cardiopatia Chagásica Crônica se inicia com a instalação da forma evolutiva amastigota no eixo do músculo cardíaco causando alterações teciduais, que resultam em um processo inflamatório gerando fibrose do tecido cardíaco, alterando a condução dos estímulos elétricos podendo desenvolver arritmias, ICC, cardiomegalia, tromboembolismo e morte súbita (Gomes, et al, 2013). O dano cardíaco resulta em um freqüente comprometimento do nodo sinusal, nodo atrioventricular e feixe de His originando disfunção sinusal, ventricular e bloqueios variados. Focos de inflamação e fibrose ventriculares favorecem o aparecimento de reentrada levando o paciente à morte súbita mesmo sem apresentar IC ou grave disfunção do ventrículo esquerdo. A Terapia de Ressincronização Cardíaca (TRC) é uma categoria de estimulação cardíaca artificial com a finalidade de corrigir disfunções eletromecânicas por meio de dispositivos cardíacos implantáveis a partir de um procedimento invasivo onde um cabo eletrodo é adicionado na parede do ventrículo esquerdo (Menezes,Jr. et al, 2014). Com isso é possível corrigir os atrasos da condução do impulso elétrico, permitindo sincronia átrio-ventricular. Estudos clínicos demonstraram segurança, eficácia e melhora da sobrevida de pacientes com IC. (Sales, 2007). Além de ser a terapia mais eficiente para reduzir a morte súbita causada por cardiopatia chagásica crônica (Silva, 2015). Porto et al., em 2009, realizaram um estudo com 21 pacientes portadores de miocardiopatia dilatada chagásica e 85,7% dos pacientes apresentaram melhora da classe funcional na avaliação clínica feita seis meses após o implante. Houve também uma redução estatística no número de internações hospitalares durante o período do estudo. Resultados Preliminares De acordo com os resultados parciais da pesquisa foi verificado que a TRC tem uma resposta positiva na sobrevida dos pacientes com cardiopatia chagásica crônica, melhora na classe funcional e também reduz o número de internações hospitalares. Fontes Consultadas BRASIL. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. I Diretriz Latino-Americana para o Diagnóstico e Tratamento da Cardiopatia Chagásica. Riode Janeiro. v. 97, 1-48 p., 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de vigilância em Saude. Doença de Chagas no Brasil: série histórica de 2000 a 2013, v. 46, 1-9 p., 2015. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Doença de Chagas. Disponível em https://agencia.fiocruz.br/doen%C3%A7a-de-chagas. Acesso em: 21 de mai. 2016. GOMES, A.P. et al. Evolução Clínica da Moléstia de Chagas. Jornal Brasileiro de Medicina. 2013. MARTINELLI FILHO, M. et al. Terapia de Ressincronização Cardíaca na Cardiomiopatia Chagásica Crônica: Boa Resposta Clínica e Pior Prognóstico. Relampa. 2013. MENEZES JUNIOR A.S.; STIVAL, W.N; LOPES, I.S.P. Indicações da Terapia de Ressincronização Cardíaca: Discussão Baseada em Estudos Recentes. Relampa. 2014. NEVES, D. P.; MELO, A. L.;LINARDI, P.M.; VITOR, R. W. A. Parasitologia Humana, 12ª. Rio de Janeiro: Atheneu, 2011. 546 p. PORTO, F. M. et al. Terapia de Ressincronização Cardíaca na Miocardiopatia Dilatada Chagásica. Relampa. 2009. SALES, M. C. et al. Indicações de Terapia de Ressincronização Cardíaca. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, 2007. SILVA, V.V. et al. Perfil dos Pacientes Chagásicos Portadores de CardioversoresDesfibrilador Implantável. 2015. Internacional Journal of Cardiovascular Sciences,