Influência da opção religiosa no aprendizado de biologia evolutiva

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57º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 57º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 2 de setembro de 2011
Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Influência da opção religiosa no aprendizado
de biologia evolutiva em acadêmicos de
diferentes áreas do conhecimento
Amorim, NPL; Cazetta, EA; Cruvinel, LA; Kavalco, KF; Pazza, R
Laboratório de Genética Ecológica e Evolutiva, Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaíba
[email protected]
Palavras-chave: Biologia evolutiva, Criacionismo, Evolução, Religião, Ensino médio
Desde a publicação da obra de Charles Darwin, a posição do homem como criatura especialmente planejada por
um deus passou a ser discutida no meio acadêmico, causando manifestações de grupos religiosos. Este fenômeno
traduz a não aceitação dos conceitos da Evolução Biológica quando o assunto é o Homo sapiens. Mas será que a não
aceitação dos preceitos científicos é pautada em conhecimento dos temas da biologia evolutiva e uma crítica fundamentada, ou, de alguma forma, a opção religiosa interfere na absorção do conhecimento científico, e a partir daí o
que se tem são idéias deturpadas do que seria a Evolução? Buscando associar a opção religiosa com o conhecimento
de evolução biológica, foi repassado um questionário contendo 10 questões de múltipla escolha abordando temas
básicos em evolução do currículo do ensino médio brasileiro, além de questões sobre a aceitação do criacionismo
em aulas de ciências e da opção religiosa/filosófica dos participantes. O questionário foi aplicado em alunos ingressos no ano de 2011 dos cursos de Administração (Integral e Noturno), Agronomia, Ciências de Alimentos, Ciências
Biológicas, Ciências Contábeis, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Nutrição, Química Ambiental e Sistemas
de Informação (Integral e Noturno) da Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaíba. Como todos os
alunos são recém chegados do ensino Médio, a pesquisa busca avaliar o conhecimento prévio à universidade que
cada um possui. Nos 600 questionários analisados foi observado que 54,45% dos estudantes são adeptos do ensino
do criacionismo como uma alternativa à teoria evolutiva e apenas 45,55% pensam o contrário. Esse resultado pode
ser explicado pela maciça presença de católicos (73,33% dos estudantes), evangélicos (15,5%), espíritas (3%) e outras
religiões (4%) dentre os alunos abordados. Em contrapartida, os ateus e agnósticos somam apenas 8,14%. É relevante afirmar que não são apenas os ateus que “criticam” a inserção do criacionismo em aulas de ciências, mas há
religiosos que também optaram pela não inserção desta. Diferentemente de outros estudos semelhantes, não houve
diferença significativa na média dos alunos que responderam afirmativamente à opção do criacionismo em relação
a quem respondeu negativamente (média de 4,65 para os favoráveis e 4,82 para os que são contra). O ensino do
criacionismo como uma alternativa à evolução em aulas de ciências é uma questão que deve ser combatida. Esforços para compreender a questão para auxiliar nas discussões sobre o tema devem ser incentivados e incrementados.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
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